Futuro Incerto escrita por Pryn


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Oiii ><

Aqui vai a última parte da minha mini fic , e um agradecimento a quem leu ! Espero que o final não tenha ficado tão ruim. Só lembrando que é/foi uma fic simples sem grandes planos ....

Obg e beijos



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Não fora difícil desvendar a charada de Jane , se era realmente uma brincadeira feita por ele. E tinha quase certeza de que era. O único lugar , onde encontraria uma brisa fresca , obviamente seria fora do prédio da CBI. E como certamente haviam tramado para que ela ficasse presa no prédio , só havia um lugar para ir. Enquanto subia as escadas para o terraço , sentia seu coração martelar contra a camisa social que vestia. Desejava mesmo encontrar a cabeça por de trás de toda essa brincadeira ? Será que estava pronta para esse confronto ? Não tinha realmente certeza de nada , só sentia que teria que controlar seus desejos pelo loiro.


A noite estava fresca , e uma brisa fraca movimentava seus cabelos. Toda a área estava iluminada por milhares de pequenas lâmpadas brancas , enroladas as mesas e no murro de proteção. Uma musica suave tocava , saindo de alto falantes postos nas laterais. Lisbon , não conseguiu se controlar , sua reação fora de surpresa plena. Um homem se aproximou dela , e o arco de surpresa formado em seus lábios se transformou em um sorriso. O homem de meia idade , sorridente e energético passou uma mão por seus ombros.




– Teresa ! – disse alegremente.



– Minelli , foi você ... ? - indagou.- Eu não acredito.



– Calma aí , não foi minha ideia. – disse conduzindo Lisbon até uma mesa , onde havia algumas bebidas junto de copos descartáveis e petiscos.



– De quem foi então ? – indagou curiosa. Não tinha muitas pessoas ali , somente Van Pelt , Risgby , Cho e uma loira de cabelos curtos. – Aquela ali é a Summer ? – indagou apontando um dedo na direção da loira.




– Quem ? – indagou confuso. – Ah não sei , mas gostei dela. Ela deixou o Agente Cho desconcertado. – sorriu.- Quero lhe apresentar alguém...- comentou animado. Lisbon continuou a fitar toda a festa com entusiasmo. – Teresa essa , é a May.



Lisbon , se levantou rapidamente apertando a mão da acompanhante do seu antigo chefe. Era uma bela mulher , tinha os cabelos lisos e castanhos. Usava óculos redondos de grau e roupas discretas. Estranhamente julgou conhecer ela de algum lugar.



– Agente Lisbon , muito prazer em revê-la- disse timidamente , apertando a mão de Teresa.- Na última vez , bem ...




– Ora ... , não vamos lembrar do passado. – disse alguém as costas de Lisbon. A voz macia , derreteu por completo a camada fria que havia coberto seu coração nos últimos dias. – Estamos aqui , para celebrar , não é mesmo Lisbon ?




Sorrindo de canto , Lisbon pediu licença a Minelli e sua acompanhante. Um largo sorriso surgiu nos lábios de Patrick , quando Teresa agarrou seu braço e o levou até um ponto afastado de todos.




– Foi você ... – sussurrou ela. Jane sorriu , fazendo surgir duas covinhas em sua bochecha. – Pare de sorrir desse jeito ! – deixou escapar.




– Por que ? Você não gosta ? – indagou serio. No lugar de seu costumeiro terno de três peças , vestia somente uma camisa social branca , com três botões abertos , deixando transparecer a pele levemente bronzeada.




– Não ! – disse rapidamente. Jane estava perfeito , como no dia em que o conheceu. Seu sorriso falsamente inocente , havia aberto um buraco em seu peito. - Foi você , que ... – não sabia como tocar no assunto.- Deixou aqueles bilhetes para mim ?




– Hmm... – ronronou. Pelo menos fora assim que Lisbon havia entendido. – Foi , você gostou? – indagou ansioso , o que fez Lisbon desviar o olhar. Não conseguia sustentar por muito tempo aqueles olhos azuis indagadores.




– Por que ? – fora só o que conseguiu dizer.



– Porque precisava lhe entregar isso. – disse timidamente , buscando no bolso lateral da calça, um envelope.




– O que é isso ? – indagou tentada abrir o envelope branco.




– Abra e descubra ! – incentivou. Estava nervoso , muito mais do que gostaria de admitir. Fitava sem pausa , os olhos verdes e os lábios rosados com ânsia e saudades.




Um sorriso surgiu nos lábios de Teresa , seguido de uma exclamação.




– Jane , eu não posso aceitar isso ...- sorriu sem graça.- Isso deve ter custado uma fortuna , e é primeira classe. – disse , observando a passagem de avião para o Havia. Não se imaginava passando nem ao menos um final de semana em uma praia , quanto mais um mês - Não posso mesmo ... – sorriu entregando o envelope.




– Ah que isso Lisbon... – sorriu. – É seu , eu comprei para você , acho que merece.



– Mas Jane ... – balançou a cabeça.



– Aceite Lisbon ! – disse fitando os olhos verdes com intensidade.




– Está bem... – aceitou sem graça. Era estranho estar com Jane , sem ter entre eles o trabalho , ainda mais depois de tê-lo beijado , isso tornava tudo mais difícil.



– Acho melhor voltarmos ... – disse após alguns segundos fitando aqueles olhos verdes intensos.




– Ok. – concordou. Estava um pouco decepcionada, esperava que depois dos bilhetes Jane fosse ter algo a mais para dizer.




A pequena recepção durou horas , conforme o tempo passava , mas sentia-se a vontade com seus amigos e a tensão aos poucos se esvaia. A noite estava agradável , e tudo estava perfeitamente bem. Todos ali estavam bem , seus dilemas pessoais e amorosos ainda seguiam com a mesma intensidade , mas nada era pareô para as brincadeiras e truques de Patrick Jane. Depois de algumas garrafas de bebidas a menos , e muitas risadas , todos concordaram que a hora de se retirar havia chegado.



– Desculpa não poder ficar mais. – disse Minelli ao lado de sua namorada.



– Sem problemas , obrigada por ter vindo. – Lisbon sorriu , abraçando seu antigo chefe. – Foi um prazer conhecê-la melhor , May.



– O prazer foi todo meu. – disse educadamente. – Não deixe esse escapar ... – sussurrou no ouvido de Lisbon, fitando Patrick Jane.




Sem saber o que fazer , Teresa Lisbon se limitou a sorrir. Os próximos minutos se ocupou de agradecer e se despedir de seus pupilos. Estranhamente , ao sair Van Pelt piscou o olho na direção de Jane , que permaneceu para ajudar Teresa na limpeza.



Após juntar todos as garrafas e copos descartáveis em uma grande sacola plástica , Teresa escutou o som ser religado. Uma de suas musicas preferidas , tocava no alto falante. Um Jazz suave e melodioso. Ergueu o rosto , a tempo de visualizar um sorriso no belo rosto do ex consultor.




– Então , você gostou da festa de despedida ? – indagou casualmente.



– Jane , só vou tirar férias , isso não é uma despedida. – revirou os olhos. – Nem ao menos vou me transferir , se quer saber.



– Eu sei , mas nunca se sabe , não é ? – indagou.




– O que você quer dizer ?




– Você pode encontrar alguém interessante , e mudar de ideia. – sugeriu. – Casar , ter filhos. Sabe ? Constituir família.




– Não acho que isso vai acontecer.- disse rindo.




– Por que não ? – indagou curioso , fitando o sorriso em seu rosto.- Espera aí ...Tem alguém , não é ?




– O que ? Não ! – foi firme.



– Tem sim , posso ver em seus olhos.- disse sorrindo. – Por que você não se declara ? – indagou curiosos e ansioso.



– Quem disse que eu não me declarei ? – indagou de volta. Se Jane estava jogando com ela , ela faria o mesmo.




– Porque posso ver em seus olhos , que não ! – disse vitorioso.




– Ok , e como você sugere que eu me declare ? – indagou cruzando os braços na altura do busto.




– Bem , você pode começar dizendo o que sente. – sugeriu.- Vamos pratique comigo ..




– O que ? Não ! Isso não.. – disse firme. O que Jane queria ?




– Vamos , é bom , assim você pode treinar comigo... – disse fitando-a.




– Não Jane ! – se negou. Isso era loucura.




– Por que não Lisbon ? – a provocou.




– Por que esse alguém é você ! – gritou aflita. Essa explosão , estava ameaçando sua sanidade aos poucos , acabando com suas forças.- E o pior , é que você disso. – disse caminhando para longe dele.- Você sabe , e continua brincando com meus sentimentos e comigo.



– Espera , Lisbon... – tentou voltar atrás.- Não estou brincando com você...



– Ah não ? – indagou furiosa.- Você me beijou , e depois disso sumiu completamente do mapa. Como acha que eu fiquei ? Como acha que me senti ?




– Eu estava confuso , e precisava...




– Então por que me beijou ? – indagou cansada.



– Porque não aguentava passar mais um minuto sequer longe de você.- confessou.




– Jane , a gente se via todos os dias .




– Mas não havia o contado que eu tanto ansiava. – disse se aproximando dela.- Eu precisava fechar o assunto Red John antes. – continuou. Esperou muito tempo para dizer essas palavras.- Antes de me declarar... – pegou uma mão entre as suas.- Teresa , me perdoe.




– Jane , eu ... – tentou dizer , mas Jane a calou.




Seus lábios quentes e ansiosos , moviam – se lentamente sobre os dela , ditando ritmo. Ao contrario da ultima vez , Lisbon retribuiu o beijo , mesmo estando furiosa com ele. Envolveu seus braços no pescoço de Jane , sentindo o corpo quente colado no seu. O doce dos seus lábios se intensificou ainda mais sobre os seus , quando sentiu as mãos habilidosas do loiro lhe apertarem a cintura fina , raspando os dedos pelo tecido de sua camisa. A necessidade de estar naqueles braços , era algo primitivo que a impulsionava ainda mais. O gosto doce não abandonava seus lábios , sendo um constante lembrete daquilo que sempre ansiou ter.


O beijo intenso e apaixonado , expressava a urgência de ambos , e o tempo em que tiveram que lidar com isso , se esquivando dos olhares prolongados e sorrisinhos de canto. Jane , acariciou o pescoço feminino aproximando ainda mais seus lábios , imprensados. O ar gritava em seus pulmões , sendo sufocada pelos beijos urgentes , até que sentiu ser inevitável se separar daquela boca .Por alguns segundos , a respiração entrecortada de ambos , foi o único som no terraço. Lisbon fitava-o com curiosidade e medo , sentia que tudo de concreto que tinha em sua vida havia se dissolvido no minuto em que conheceu Patrick Jane , e agora depois de tanto tempo , sentia-se desarmada ao lado dele. Completamente desprovida de armas contra o sorriso sedutor , os olhares profundos e intensos , e agora aquele inebriante aroma que permanecia em seus lábios.


O ex consultor pareceu compreender o olhar confuso de Lisbon , pois em uma tentativa desesperada a puxou de volta para os seus braços , beijando-a com a mesma intensidade. Se Lisbon julgava-se viciada por aqueles beijos , Jane estava totalmente dependente. Com isso o mundo parou de girar , e as inúmeras sensações voltaram a dominar o corpo da Agente , até que empurrou o consultor para longe no ato de desespero e confusão.




– O que ... – ele tentou dizer , tentou indagar o que afinal estava errado.





– Jane , eu não posso.- ela negou com a cabeça. – Você não pode brincar com as pessoas desse jeito. – afirmou. – Não comigo , não depois de tudo que passei por você ! – fitou o loiro.




– Teresa , eu pensei que ... – se aproximou dela. Poderia usar de suas artimanhas e tentar acalmar a fera , mas isso raramente dava resultado quando se tratava dela.- Só me escute , eu juro que estou sendo sincero.




– Não acredito. – disse de supetão. Suas palavras machucaram Patrick. – Desculpa , mas eu ...




– Não , tudo bem. – disse timidamente. – Eu pensei que , você fosse acreditar e até ficar feliz.




– Você não pode me beijar , sumir e depois voltar como se nada tivesse acontecido.- disse desviando o olhar.- Escuta Jane ... – ela disse com a voz um pouco mais calma. – Eu só acho que um mês é pouco tempo.




– Você acha ? – ele sorriu irônico.- Depois de todos esses anos , em que você me aconselha a seguir em frente ?




– Eu sei , mas não é só isso. – disse firme. – Você matou alguém , a pessoa que...




– Um mostro. – retrucou firme. – Não me venha com religião , ele era um mostro Teresa.- se aproximou dela. Nos olhos , um brilho feroz.




– Está vendo só ? – indagou séria.- Você traz muitos sentimentos Jane , eu realmente não acho que está preparado.




– Essa é a sua analise sobre mim ? – indagou arqueando uma sobrancelha. Lisbon assentiu.- Ótimo , mas agora eu quero que você olhe nos meus olhos e diga .... – se aproximou de Teresa Lisbon lentamente.- Diga que não me ama , que não me quer ? – indagou segurando o braço dela.




Ser intimidada por qualquer pessoa já não era bom , imagina por alguém como Patrick Jane ? Alguém por quem nutria fortes sentimentos , de proteção , amizade e amor ? Teresa estava submersa. Observava os movimentos dos lábios , mas não ouvia nada. Era impossível mentir para ele , esconder seus sentimentos do mestre das trapaças.




– Você me conhece... – começou ela vacilante.- Não posso mentir , mas sei o que eu quero , Jane. – disse observando os olhos azuis.- E não quero uma vida de mentiras ou de momentos de paixão e só...




– Você ainda não disse. – retrucou ele firme.




– Acho que não preciso dizer... – desviou o olhar.- Será que agora pode me saltar ?




Jane olhou sua mão firme agarrada ao braço fino da Agente. O calor do pequeno corpo emanava até o seu , enviando descargas elétricas e sensações que julgou nunca mais sentir. O gosto do beijo , estava marcado em sua boca. Não queria solta-la , não queria perdê-la.




– Teresa ... – seu chamado fora um sussurro.




– Obrigada pela despedida.- ela sorriu sem jeito.- Te vejo por aí. – suspirou profundamente. – Até , Patrick.




– Ótimo , escolheu a hora perfeita para começar a me chamar de Patrick. – bufou ele descontente.- E pode deixar , eu arrumo essa bagunça. – fitou os sacos plásticos e as pequenas lâmpadas que teria que remover.




Após reunir os dois sacos plásticos , e remover todas a lâmpadas , Jane fitou o céu escuro com o resquício de esperança que lhe tinha sobrado. Quando planejou tudo isso , pensou que o final seria outro. Teria Lisbon em seus braços , sentiria aquele calor novamente e tudo ao seu redor faria sentido de novo . Mas não fora exatamente assim. Sempre soube que Lisbon era uma mulher forte e decidida e não seria tão fácil assim contorna-la. Mas algo , em meio aquilo tudo pareceu dar resultado. Teresa Lisbon , encontrava-se mais sensível e receptiva aos seus encantos , não mais os negava , ou disfarçava o desejo que sentia por ele. Com um sopro de ar , Jane recolheu os sacos plásticos entre os dedos , seguindo em direção ao estacionamento.




[***]




Uma semana depois




– Podem me ligar , se encontrarem algo de errado ou algum empecilho. – disse Lisbon prestativa. Em sua testa uma ruga tensa pairava. - Se não me encontrarem no celular , podem me enviar um email , vou checar minha caixa de entrada todos os dias.




– Chefe , nós ficaremos bem. – disse Van Pelt sorrindo.- O Cho vai dar conta do recado.




– É verdade , ainda mais agora que ele está em Love também. – Rigsby sorriu.- Alias , todos aqui estão apaixo...




Van Pelt , cutucou o braço do colega. Rigsby não entendeu muito bem o porquê , mas resolveu ficar de boca fechada.




– Bem , mas se acontecer algo... – disse Lisbon uma ultima vez.




– A gente te liga , agora vai.- ordenou Kimball Cho. Lisbon se sentiu ofendida , sendo posta para fora do seu próprio escritório daquela maneira, mas sorriu alguns segundos depois , recebendo como consolo os olhares de carinho de sua equipe.




A viagem de táxi até o aeroporto fora calma e rápida , até mesmo o trafego estava contribuindo para a sua viagem. E , embora estivesse animada , não conseguia se imaginar tomando sol em uma praia , de areia branca e água cristalina. Mas resolveu se permitir. A tanto tempo não se permitia a fazer as coisas de que realmente gostava. Por que não aproveitar um pouco mais a vida ? O ar fresco e tudo ao seu redor. Pensar nisso , trouxe algo a mais em sua mente. A figura bronzeada do consultor lhe tingiu os pensamentos. Como desejava imaginar o corpo por debaixo do terno , os músculos sem exageros mais definidos e mais uma vez aquele lábios sobre os seus.



Pensar no ex consultor não fazia parte dos seus planos , mas fora somente nisso que conseguiu pensar a viagem toda , até que enfim o avião aterrissou no aeroporto de Honolulu no Havia.



O sol estava brilhando castigando a sua visão , por isso rapidamente colocou seus óculos de sol , que em nada combinavam com seu vestido floral azul , a cima dos joelhos. Após realizar todas as atividades burocráticas , Lisbon saiu na rua a procura de um táxi , quando um homem baixinho de pele morena se instalou ao seu lado.




Mahalo ! – cumprimentou ele , com o sotaque carregado.- Fui selecionado , para levar a Srta. Lisbon para o hotel.




– Ah , olá.- cumprimentou de volta.- Desculpa , mas eu não pedi isso ...




– Política do hotel. – disse rapidamente.- O Sr. que a inscreveu , nos disse que era desconfiada.- Lisbon fitou o homem corada.- Deseja ver minha identificação ?




– Não será preciso , Obrigada ! – disse entrando no carro.




Apesar do sol forte , o dia dava espaço para a tarde deixando o céu num tom alaranjado que em muito lhe lembrou os cartões postais daquele pais. Aos poucos , sentia uma brisa fresca alcançar sua pele e eriçar os pelos do seu braço. Por algumas vezes , a pequena van aonde estava fez algumas paradas de poucos minutos. Infelizmente não viu o que se passava , pois o lugar aonde estava sentada era numa área fechada para que o passageiro tivesse alguma privacidade. Depois de incansáveis minutos , o veiculo finalmente parou. Ouviu um ruído a tempo de ver a porta da van deslizar para o lado , revelando o mesmo homem que a abordou alguns minutos atrás. Cavalheiro , ele estendeu a mão a fim de ajudar Lisbon a sair do veiculo , depois buscou as malas dela no interior do mesmo.




Através das suas lentes escuras, Lisbon visualizou um maravilhoso hotel , com todo tipo de ostentação possível, mas o que lhe chamou a atenção fora a natureza que lhe rodeava. O hotel fora construído em cima de uma encosta , e a poucos metros abaixo se via a praia quase deserta de areia fina e branca. O mar calmo , seguia suas ondas em movimentos tranquilos. A van que lhe trouxe , seguiu um caminho longo e estreito , enquanto atônica Lisbon permaneceu hipnotizada por toda aquela atmosfera.



Sem resistir , Lisbon seguiu a pé em direção a areia branca. O contato com seus pés , fez algo infantil nela se reanimar. Em seguida , retirou as sandálias baixas carregando as mesmas na mão. A brisa antes fraca , agora movimentava a barra do seu vestido , junto de seus cabelos escuros. Uma ultima camada do que fora um dia quente , aqueceu a sua pele , dando lugar para raios mais leves e inofensivos do sol.


Distante , a figura de um homem alto jogava uma flor no mar. O vento movimentava os cabelos dourados , com pontas encaracoladas. O sorriso no belo rosto se alargou , pois sabia que mais um capítulo em sua vida havia se fechado , para que outro nascesse.




– Não acredito ! – exclamou Lisbon , deixando cair na areia fina suas sandálias e a pequena bolsa.




– Oi Teresa. – cumprimentou ele , virando-se lentamente.- Que coincidência !




– Coincidência nada , você armou.- acusou ela , se aproximando do loiro. Mas se arrependeu no mesmo instante. O aroma do ex consultou lhe atingiu como uma bomba , explodindo seus sentidos. – Isso foi baixo , Jane !




– Eu não acho ! – disse ele caminhando pela areia branca.- Sabe que o melhor horário para caminhar na praia é ao entardecer ? – indagou alheio.




– Não mude de assunto.- disse ela seguindo os passos do loiro.




– É por que , é nesse horário que a areia está aquecida , em contraposição com a brisa fresca.- disse abrindo os braços.- Esse lugar é o paraíso , você não acha ?




– Não , não acho ! – disse firme. Jane sorriu ficando de frente para ela.




– Senti falta disso. – falou , enquanto acariciava de leve o braço de Lisbon.




– O que ? Sentiu falta de me aborrecer ? – indagou irritada , cruzando os braços na altura do busto.




– Senti falta de você. – disse ele calmamente fitando Lisbon. – Você não ? – indagou acariciando o rosto da Agente.- Não ? – sussurrou aproximando seus lábios do dela.




Lisbon teve suas defesas arrancadas e esmagadas bem a frente de seus olhos. Jane se aproximou mais , e sua resposta para a pergunta dele foi fechar os olhos e esperar pelo inevitável. Sabia que não conseguiria mais resistir , pois o amava. Droga , o amava até demais.




– Eu te odeio Jane ... –suspirou , antes de ter seus lábios sufocados pelos dele , numa pressão arrasadora e quente.




Jane , agarrou a cintura de Teresa com uma mão , aproximando seus corpos. O ar subitamente se tornou denso e quente , contornando os dois. Toda a tranquilidade e delicadeza do consultor , se perdia ao mero contato com aquele corpo. Suas mãos ávidas , tocavam na pele quente de Teresa , com o objetivo de tentar diminuir o tamanho do desejo que a muito nutria por ela. Cessando o contato dos lábios por alguns segundos , Jane sorriu fitando os olhos verdes. Um novo capítulo , só deles. Uma nova vida.


Com os dedos ansiosos , afastou a franja que caia sobre os olhos da Agente. Um sorriso sincero , marcava o belo rosto.



– Eu fechei meu passado.- disse firme. – Fechei , e apesar da dor que irei carregar pro resto da vida , tenho agora um motivo para viver. Motivo esse , que não é vingança. – suspirou.- Mas esperança.




Lisbon sorriu , abraçando Jane com o máximo de força que encontrou. Sentiu o queixo do ex consultor descansar no topo de sua cabeça , e automaticamente , sentiu a necessidade de beijar os lábios do loiro novamente.



– Esperei muito tempo para ouvir isso. – disse calmamente , com a voz baixa.- Mas , nunca pensei que me sentiria assim ao ouvir. – sorrindo , Lisbon ergueu o rosto na ânsia de capturar os lábios de Jane.



No silêncio , tudo que era para ser dito se fez com meros movimentos. Depois de tantos anos , tantas batalhas e falsas esperanças.Um novo capítulo se iniciava , para ambos.


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