Jogos Vorazes - A árvore forca. escrita por MAguirre


Capítulo 23
Coin. - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, houve um pequeno incidente, mas o cap. ta aqui de novo...
Peço a vcs mais 3 recomendações para postar o final da história, vcs vão gostar, eu juro!

p.s: não chorem...



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– Oi, Coin. - Eu podia sentir minha voz tremer e meu coração bater tão rápido a ponto de explodir.

– Com medo? - Perguntou ela.

– Não tanto como você. - Respondi, tentando convencer de que eu estava normal.

– Ah, claro. - Falou ela, dando uma risada despreocupada. - Eu também estaria com medo se visse a pessoa que eu matei, viva. Mas você já viu muita pessoa morta ressuscitar, não é mesmo?

– Ah sim, mas eles estão todos mortos, de novo. - Respondi.

– É , eles são mesmo uns otários.

– Por que está aqui? Poderia estar vivendo em paz agora, sabia?

– Sabe, Katniss... Tem algo que Finnick não lhe contou sobre quem decide voltar à vida novamente: depois que morremos, nós não ficamos mais em paz. Ainda quer que eu responda sua pergunta sobre por que estou aqui?

– Você quer me matar. Assim como os outros tentaram, mas não conseguiram.

– Exatamente. Mas antes, você estava rodeada de pessoas que te amavam. Agora, não tem mais ninguém aqui. - Falou ela, rodando os braços e mostrando como estávamos a sós. - E, você está certa: eu quero lhe matar. E vou lhe matar. Só que todos temos um propósito para o que queremos fazer. E antes de fazer isso, eu vou lhe contar coisas que te deixarão tão amedrontadas e desiludidas que você vai me implorar que eu lhe mate.

– Então me explique: por que quer me matar?

– Pensei que fosse mais experta... Mas terei prazer em explicar. Bom Katniss Everdeen, eu acolhi todo o seu distrito, ou o que sobrou dele, assim como acolhi você. Lhes protegi, lhes dei uma casa, comida, um trabalho... Uma ínfima felicidade e esperança. Atendi a todos os seus pedidos, salvando e livrando da morte líquida e certa os seus amigos tributos, assim como você, várias vezes. Te dei tudo o que queria, com um único propósito: ser o Tordo. Ou apenas fingir, que a propósito você fingiu MUITO mal.

– Mas você conseguiu tudo o que queri... - Gritei.

– E ainda... - Me interrompeu, elevando o tom de voz. - ...Lhe dei o maior privilégio, atendi a sua exigência final: a chance de você acabar com o Snow, na frente de toda a Capital, em transmissão ao vivo com toda a Panem! E qual foi o seu presente a mim? Qual foi seu "muito obrigado Coin"? Uma flecha em meu coração. E você ainda pergunta por que eu estou aqui! - Ela parou. Eu não havia mais nada a dizer. Ela estava certa. Eu ainda estava tremendo.

– Mas você ia governar do mesmo jeito que Snow! Você ia matar mais pessoas inocentes! - Vociferei.

– Pessoas inocentes morrem todos os dias Katniss, assim como você vai morrer hoje! Mas, digamos que você não é nada inocente. Você é uma assassina! - Gritou ela. Puxei meu arco, pronta para soltá-lo. Mas parei. Não sei porque parei. Comecei a assoviar. Ela começou a dar gargalhadas.

– Você é patética, Katniss! - Falou ela, rindo. - Quem está chamando desse jeito? Passarinhos para te salvarem?

– Na verdade, estou chamando os vizinhos mais macabros que eu já conheci. - Falei.

– Quem? Rose e Peter? Ou quem sabe a maravilhosa Rosemary? Ou Mary, como você gosta de a chamar.- Empalideci. Como ela sabia o nome deles?

– Como você os conhece? - Perguntei, ainda com o arco na direção dela.

– Katniss... Você é bem desatenta... Não se lembra de nada? - Indagou ela, olhando para mim. Eu a analisei da cabeça aos pés. Não lembrei de nada. Ela estava exatamente igual.

– E agora? - Então ela começou a puxar o cabelo cinzento e liso dela para baixo. Tamanha a força que ela fazia que eu pensei que ela iria arrancar a própria cabeça, mas ela continuava sorridente. Quanto ela terminou de puxar, soltei um gritinho. Eu estava certa. Aquele cabelo era uma peruca! Mas eu não estava aterrorizada por isso, mas sim pelo novo cabelo que ela agora mostrava. Era liso, longo e loiro... Aquilo me lembrou ....

– MARY! - Gritei. - Esse cabelo é igualzinho o de Mary! - Ela deu risada.

– É Katniss... Assim como o cabelo de filhas são iguais aos cabelos das mães! - Stop. O quê? O que ela disse?

– Você... Você...

– Eu sou a mãe de Rosemary, Katniss... Surpresa? - Surpresa? Eu estava mais do que surpresa!!! Eu estava totalmente desesperada! Só de pensar que Mary agora estava com Peeta e Gale... E meus filhos! - E sou avó de Rose e Peter...

– Pára! Você tá mentindo! Você é uma mentirosa!!! - Gritei.

– Katniss, eu já menti pra você? - Perguntou ela. - Não! - Respondeu no mesmo ato. - E eu ainda nem contei a melhor parte da história! - Falou ela, dando risada. Naquele momento eu já estava tapando meus ouvidos, a fim de tentar parar de ouvir aquilo. Eu parecia uma louca.

– Katniss... Vocêé uma mulher ou um rato? Não pode fugir da realidade, querida, pois ela sempre estará aqui!... Ouça as coisas que eu tenho pra dizer, porque é meio difícil ouvir as coisas quando se está morta. - A voz dela atravessava qualquer barreira de som, de tão firme. Tirei as mãos dos ouvidos, assumi compostura.

– Isso... Voltando ao nosso assunto, você sabe muito bem que não se pode ter filhos sozinha, não é mesmo? Tem algum palpite sobre quem poderia ser o pai? - Indagou ela, agora acariciando seus longos cabelos loiros.

– Eu não faço idéia. - Retruquei, sem querer pensar.

– Ah Katniss... Pense... É uma pessoa que você amava tanto... Pena que ele se foi tão cedo... E sabe pelo quê eu me apaixonei? Por aqueles olhos...E também pela paixão dele com certas flores... Não há olhos mais bonitos em toda a Panem... São olhos raros... São... Olhos de cobra... - Olhos de cobra? Flores? Eu estava juntando todos esses fatos lentamente. Eu fiquei zonza. Quis vomitar... Eu sabia muito bem quem era...


O homem de Coin, era Snow.


Eu queria estar morta agora. Foi exatamente como Coin me falou. Agora o mundo todo estava girando o meu redor, e eu não consegui mais ficar em pé. Caí de joelhos, soltando o arco e apoiando minhas mãos em minha barriga.

– Onde está Katniss Everdeen, the Girl on Fire? A garota que venceu os Jogos Vorazes, que escapou do Massacre Quartenário, que desafiou a Capital, que foi o símbolo da rebelião, o Tordo, que derrubou tudo e todos? Anh? Onde está ela? - Perguntou Coin. Percebi que ela se aproximava. Levantei a cabeça, e vi que ela estava ainda a alguns metros de mim.

– Onde esta ela? Porque Snow pediu que entregasse isso a ela. Será que você poderia? - E então ela sacou uma rosa, uma rosa bem branca, bem brilhante e a estendeu para mim. - Ah, mas essa rosa não está completa.... - Ela soltou um sorriso e em um milésimo de segundo, deu um soco tão forte no meu rosto que eu cheguei a ver estrelas. Sangue escorria da minha boca. Ela colocou a rosa bem embaixo de onde saía sangue, e depois praticamente enfiou ela no meu nariz.

– Está sentindo Katniss?!!! Está sentindo?!!! A dor, o sangue jorrando pelo seu corpo... A nostalgia... Pois foi tudo isso que eu senti quando você me matou. Espero que esteja sentindo. - Gritou ela, com algumas lágrimas nos seus olhos. Cheguei a conclusão de que ela era louca, e apaixonada.

– Se você... Se você amava tanto o Snow, então porque deixaria ele morrer na sua frente? - Perguntei cambalano para me levantar, querendo gritar, querendo pedir socorro.

– Eu não sei. Eu realmente não sei. - Falou ela, olhando para baixo, segurando a rosa.

– Eu sei porque... Porque você é um MONSTRO! UM MONSTRO COIN! Você só pensou no poder, igualzinho a ele... E morreu... Igualzinho a ele... - Gritei, ou pelo menos tentei, pois eu não tinha força pra mais nada. Eu estava cuspido sangue... Igualzinho a ele. Eu peguei meu arco, a flecha. Coin estava me observando.

– Sabe Katniss, é impressionante como você consegue se levantar depois de qualquer coisa. Eu gosto disso. Gosto da forma que você encara as pessoas. Pena que morta você não poderá encarar ninguém, não é mesmo?

– Coin... Você é louca. - Eu estava endireitando a minha coluna, a fim de dar um passo, quando ela me deu outro soco. Eu fiquei inconsciente por alguns minutos. Enquanto eu estava inconsciente, eu vi de tudo: vi todos os meus pesadelos, vi meu pai, minha mãe, Prim sendo explodida, Rue sendo morta, rebeldes morrendo, Snow tossindo sangue, o período nostálgico depois que voltei da Capital, eu lutando na arena, Finnick morrendo, ressuscitando, Cinna, Gale na festa de noivado dele, Coin e agora... Agora eu snetia um cheiro de rosas e sangue. Era tão enjoativo. Eu queria realmente estar morta agora.


Quando eu acordei, percebi que da minah boca estava jorrando muito sangue. não tanto, ams era bem preocupante.

– Acordou, foi? Não é forte o bastante para aguentar verdades, quanto mais um soco! - Coin estava acabando comigo. Mas a mente causa muito mais dor que o corpo. Percebi que eu estava... No lago! No lago em que meu pai e eu nos encontrávamos!

– Sabe, Katniss, deve ser muito ruim morrer num lugar em que você tinha tantas lembranças boas. - Pronto. Agora ela ia acabar comigo. Para a minha surpresa, ela começou a me lavar, e enfiar goela a baixo alguma comida que eu não conseguia identificar. Depois, ela olhou para mim com uma cara de " Dá pro gasto" e começou a me colocar de pé. Eu não consegui me sustentar por mais do que 5 segundos, até que ele me encostou numa arvore.

– Pronto... Dá pra ficar em pé, não dá?

– O que quer agora, Coin? - Perguntei, mais recuperada.

– Você vai ver... - Ela pegou meu arco colocou em minhas mãos.

– Quero que atire quando eu mandar, tudo bem? Consegue fazer isso? - AQUELA MULHER ERA COMPLETAMENTE MALUCA! O que ela queria? Que eu a matasse? Ela andou uns 10 metros e parou.

– Vamos, atire! - Ela gritou.

– Com o maior prazer. - Sussurrei. Mirei bem no coração dela. Dei um suspiro profundo... Soltei a flecha. Ela se desviou como um vulto.

– Perfeito Katniss... Perfeito! - Exclamou ela. Mas do que ela tava falando? Aquilo foi horrível! Me preparei para pegar outra flecha, mas ela me deteve.

– Não! Agora venha mais para a claridade, onde eu possa lhe ver... - Falou ela, fazendo sinal para que eu viesse. Aquilo não podia dar certo. Mas eu estava com um arco, e ela, desarmada. Andei alguns passos. Ela soltou um sorriso de orelha a orelha.


Como um raio, pegou um arco que estava escondido atrás dela. EU também peguei o meu. Eu tinha anos de experiência. Eu já estava soltando a flecha, quando... Quando... Eu senti algo perfurar meu estômago. Eu pude ver cada segundo da minha vida passando pelos meus olhos. Era algo afiado, que cortou meticulosamente toda a minha pele e que agora fazia sangue escapar pela minha boca. Eu não estava inconsciente. Caí, de joelhos, soltando a aljava e o arco. Agora parecia que todo o peso do mundo estava sob minhas costas. Olhei para a minha barriga, e tirei a flecha que estava encravada no meu corpo. Não era uma flecha comum. Levantei os olhos e vi Coin, com uma cara de espantamento. Parecia que não tinha sido ela que havia disparado aquela flecha. Ela foi se aproximando, devagorosamente agora com a rosa fétida na mão. Ela se agachou perto de mim. Sua face estava a milímetros da minha. Então ela sussurrou, bem devagar:

– Eu. Matei. Você. Você. Vai. Morrer! - E então ela olhou nos meus olhos e me empurrou para trás, fazendo com que ficasse deitada. Eu pude ver quem realmente ela era. Parece que ela ficou fascinada com os meus olhos. Quando ela estava bem distraída olhando pra mim, peguei uma flecha e enfiei bem nas costelas dela. Ela urrou de dor, mas ficou encolhida, bem do meu lado. Ela já não piscava.

– Matilda... - Sussurrou ela.

– Você nunca deveria ter saído de onde veio Coin. Quando pensou em me matar, esqueceu de um coisa, um grande detalhe:


... eu sou Katniss Everdeen.



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Notas finais do capítulo

Wow! Mas calma gente, calma...

" ... a esperança é a única coisa amais forte que o medo..."