Uma semana depois do incidente das teleguiadas, foi o enterro de Haymich. Eu não sei porque demorou tanto, mas fiquei surpresa em ver Effie lá. Não que eu não pensei que ela não iria, mas é porque ela estava muito diferente. Ela  estava com nenhuma maquiagem, nem com perucas ou cílios postiços, ou com roupas esquisitas. Ela era MUITO mais bonita sem todas aquelas coisas. Ela tinha um cabelo meio claro e sua pele tinha um tom saudável. Mas ela estava chorando, quase abraçada ao corpo dele. Tamparam o caixão, e colocaram ele num buraco na terra. Jogaram terra em cima e todos foram embora. Menos Effie.

- Eu deveria ter estado aqui naquele dia. - Falou ela, chorando.

- Effie... O último desejo de Haymich era que eu falasse pra você que ele... Ele a amava. - Falei. Ela me olhou, e depois soltou um sorriso.

- A propósito, você é muito mais bonita assim. - Fui  embora e deixei ela lá. 

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- Cashmare e Glimmer... Quem vai ser o próximo? Cato ou Coin? - Indagou Johanna, tirando o casaco preto e jogando no sofá. 

- Eu não faço a mínima ideia... Mas eu quero acertar uma flecha bem na cabeça do Cato - Falou Josh. Todos olharam para ele.

-Josh? - Perguntou Peeta, com uma cara do tipo "O que é isso?"

- Qual é? A Cat matou a Glimmer! Ela matou a Glimmer!!! - Resmungou Josh.

- Filho, Cato é muito mais forte- Expliquei.

- E muito mais burro. - Falou Catnip.

-E muito mais louco - Continuou Johanna.

- De qualquer forma, estamos em perigo... - Concluí, saindo sala e indo na casa da Mary. Era como se eu estivesse buscando encrenca. Eu queria me desculpar por ter a chamado de idiota, mas eu também queria brigar com ela por ter deixado Gale sozinho. Quando bati na porta, Rose me atendeu. 

-Olá Katniss...

- A sua mãe está aqui? 

- Não, mas ela já vai chegar. Entre. - Falou ela, abrindo a porta.

 A casa estava cheia de caixas.

- O que são essas caixas? - Perguntei.

- Gale vai vir morar aqui. - Falou Peter, descendo as escadas.

- O quê? - Indaguei, ainda não conseguindo entender.

- Você entendeu Katniss... Não pensou que Gale ia dedicar toda a vida dele a alguém que nem se importava, pensou? - Que raiva que me deu. Ela estava se referindo a mim.

- Rose, eu não sei se seria muito indelicado da minha parte perguntar mas, o seu pai mora na Capital? - Perguntei, mudando de assunto. Os dois se entreolharam, como se não soubessem o que dizer.

- É... Ele mora. Eu não sei muito sobre ele. - Respondeu ela. Quando eu estava prestes a fazer uma outra pergunta, Mary entrou na sala.

- Oi, Katniss. - Agora sua voz não estava tão feliz. Haviam alguns band-aids no braço dela.

- Oi Rosemary. Podemos conversar? - Indaguei. Não vou mais a chamar de Mary. Ela percebeu isso, e pediu para que os olhos mortíferos se retirassem.

- Parece que alguém vai morar aqui, não é? 

- É... O... O Gale  vai vir pra cá. - Respondeu ela, tentando evitar o olhar. - Katniss... - Começou ela, dando um grande suspiro. - ... Me desculpe por aquela noite do meu noivado. Se não fosse por mim, Haymich estaria vivo uma hora dessas. E também me desculpe por ter deixado gale sozinho... Mas ele me pediu para que eu fugisse. - Então me veio na cabeça um trecho da música da Árvore Forca:

"Você vem, você vem
Para a árvore
Onde o homem morto clamou para que seu amor fugisse.
Coisas etranhas aconteceram aqui
Não mais estranho seria
Se nos encontrássemos à meia-noite na árvore-forca."

- É... Foi mal ter te chamado de idiota... Quer dizer, nem tanto. - Falei, dando um sorrisinho forçado. Ela veio e me abraçou. Era um abraço sincero.

- Que lindo... Não pensei que uma menina que jogasse os outros para serem devorados por bestantes diabólicos tivesse tanto afeto por alguém. Abri os olhos. Cato.

- Quem é você? - Perguntou Mary, virando-se bruscamente. 

- Uau! Que beleza estonteante! Eu sou Cato, prazer, belezinha. - Respondeu ele, dando uma piscadela pra ela.

- Cato, o que você quer aqui? - Indaguei, vociferando.

- Você sabe muito bem o que eu quero Katniss... Que tal você morta? - Quando ele terminou de  falar,  sacou uma espada enorme. Rosemary deu um pequeno gritinho.

- Sai da minha casa agora! - Gritou ela.

- Ou o que? - Perguntou ele. 

- Ou eu te mato! - Gritou Mary. Cato começou a rir. Então Rose, a filha de Mary, surgiu do nada, e fez uma coisa que eu nunca imaginei. Ela começou a correr em direção a Cato.

- ROSE, NÃO! - Gritei, mas Cato agora já estava pronto para enfiar a sua espada em Rose, mas foi aí que tudo aconteceu: de um jeito, que eu nuca soube como, ela deu um pulo maior do que Cato, parou atrás dele e agarrou seu pescoço. Depois, Cato tentou golpeá-la, mas ela o empurrou com uma força devastadora para a quina de uma mesa e enfiou sua cabeça com toda a força naquela ponta. Cato caiu.  

- Acho que a sorte não está muito ao seu favor hoje, não é Cato? - Sussurrou ela no ouvido dele. Aquilo fora macabro. Ninguém, eu repito, ninguém teria tamanha força para dar aquele pulo ou empurrar ele, ainda mais com aquela idade. Agora eu estava aterrorizada olhando para Rose. O cheiro de sangue de Cato agora se misturava com o odor das rosas de Mary. Desmaiei. Se antes eu já achava Rose perigosa, agora eu estava totalmente horrorizada. 

Os olhos mortíferos são mesmo mortíferos.