Coração Dividido escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 18
Capítulo 18 - Sentimento verdadeiro




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— Taichi... Quer mesmo falar disso?

— Quero – coço a cabeça nervosa.

— Eu nunca o esqueci, mas... Não sei o que sinto por ele também – ele dá uma risadinha. – O que foi?

— Se nunca esqueceu é porque gosta né Sora...

— A gente tem que falar disso mesmo? – que situação...

— Se não quer tudo bem. Eu não ligo Sora... Depois daquilo que você me disse ontem, eu só quero te ver feliz, não importa se não ficar comigo.

— Hum... Acho que alguém amadureceu – rimos.

— Não, ainda sou o mesmo de antes. Você sujou a camisa? Aqui... – coloca o dedo na minha blusa, olho pra ela e ele passa o dedo na minha cara, argh! Odeio quando ele faz isso e o pior de tudo é que eu sempre caio nisso!

— Ah! Porcaria – ele ri de mim. Me rendi e ri também.

— A gente pode ser amigo como antes?

— Você não vai me agarrar em momento algum? – ele dá uma gargalhada.

— Te agarrei nesse tempo que estamos aqui? – fico pensativa.

— Não... – ele sorri. – Acho que pode ser melhor sermos amigos – digo sorrindo.

— Posso te dar um abraço então?

—... Pode... – ele levanta e me puxa pela mão pra levantar também, depois coloca as mãos na minha cintura e me puxa pra abraçá-lo.

— Eu espero que você fique bem... – diz fazendo carinho no meu cabelo agora. Ainda estávamos abraçados.

— Digo o mesmo pra você – ele se afasta de mim e fica me olhando. – Que foi? – ele morde o lábio inferior.

— Posso te dar um último beijo?

— Taichi...

— Um selinho então? – tive que rir.

— Somos amigos agora! Amigos não fazem isso! 

— Ok, ok...

— Vou embora. Preciso descansar e ir pra faculdade daqui a pouco.

— Tudo bem – me aproximo e o abraço de novo, ele me abraça forte.

— Até – ele sorri. Ai, ai, me aproximo e dou o último beijo que ele pediu, mas só porque ele foi legal.

— Obrigado – diz sorrindo quando me afasto, dou uma risada e vou embora.

Descanso e depois vou pra faculdade. Volto e vou logo deitar na cama e começo a refletir, será que eu gosto do Yamato? Mas como vou saber? E pra que pensar nisso? Ele não vai falar comigo.

Fico uma boa parte de noite pensando nisso e logo adormeço.

No dia seguinte levanto sem ânimo de novo e vou trabalhar.
Estava com a mão apoiada no rosto viajando olhando o computador sem mesmo prestar qualquer atenção nele.

— Sora... – olho pra cima e fico surpresa.

— Takeru? O que você está fazendo aqui? – pergunto desconfiada.

— Hikari me contou que... Você terminou com o Taichi – fofoqueirinha de uma figa!

— Er... É...

— Vim aqui porque desde que você decidiu pelo Taichi... – desvio o olhar dele. – Que o Yamato não é mais o mesmo.

— Como assim?

— Ele ficou mais frio que quando nossos pais se divorciaram.

— Me desculpa Takeru.

— Para de me pedir desculpa Sora! – diz irritado. O olho assustada agora. – Vai lá e pede a ele! - ficamos nos encarando em silêncio. Droga.

— Mas... De que vai adiantar isso? Já pedi desculpa várias vezes e ele não merece lembrar de tudo que eu fiz.

— Sora... Ele te ama muito! – pisquei o olhando assustada. – Tenho certeza que você vai o surpreender – e agora o que faço?

— Quando ele vai?

— Hoje...

— Pra onde?

— França. No voo das 18horas. Se quiser, passa lá... – diz sorrindo e vai embora. O que eu faço? Nem consegui trabalhar depois disso. Fui pra casa delirando. Não posso ir lá. Ele não vai me querer de volta. Não tenho o direito de falar com ele.

Fiquei o dia comendo doce de novo. Ah! Meu corpo vai virar açúcar! Olhei o relógio, 17h20min. Pisquei e comecei a ficar apavorada. E agora? 17h35min.

 Saí correndo de casa e peguei um taxi, o aeroporto era um pouco longe. Quando estava quase chegando, um transito infernal atrapalha meus planos. Droga! Percebi que não ia andar, olhei o relógio 17h50min! Peguei o dinheiro na minha bolsa joguei no carro e sai correndo desesperada pela rua. Cheguei no aeroporto toda suada e respirando ofegante. Estava procurando na tabela o voo pra França.

— Sora? – me viro pra trás assustada. Graças a Deus! Ainda não foi! Não pude conter o sorriso. Ele me olhou confuso. Corro e o abraço. 

— Me desculpa por tudo que te fiz Yama... – peço desesperada, ele fica quieto e não me abraça de volta. Me afasto depois que percebi que o abracei do nada e olho seu rosto, ele estava sério.

— O que você está fazendo aqui? – pergunta seco. Nesse momento desejei não ter o encontrado.

— Queria que você me desculpasse.

— Você já não pediu desculpas mil vezes? – nossa ele estava me assustando! Takeru tinha razão, quanta frieza...

— Pedi... Você me desculpou? – o olho nos olhos.

— De que adiantaria eu fazer isso?

— Naqueles tempos nada, mas agora...

— Agora o que? – ele estava tão frio que eu pensei em ir embora e deixar ele conversar com a frieza dele.

— Agora... Eu percebi a burrice que fiz... – digo olhando pro chão. Não queria o olhar nessa hora, porque sabia que o olhar dele seria frio. – Nunca poderia ter feito o que fiz com você. Eu sei que você tem todo o direito de me odiar e eu nenhum direito de estar aqui – silêncio. Olho o relógio, 18h10min. – Você perdeu seu voo? – o olho assustada agora.

— Não – diz seco, respiro fundo.

— Não era às 18 horas?

— Quem te disse isso?

— Seu irmão – ele suspira.

— Ele te enganou – fico chocada. – Só vou no das 19 horas.

— Não acredito nisso – digo baixo.

— Só isso que você queria me dizer? – ele está me irritando!

— Era! Boa viajem! – digo irritada. Ele vira pra ir embora. – Seu idiota! – Yamato vira pra mim de novo, droga! Não era pra ter ouvido!

— O que?

— Idiota! – digo o olhando nos olhos agora.

— Você está maluca? – ai meu Deus! Ainda bem que estamos em um lugar público. Se não acho que ele me matava! Que frio na barriga horroroso! Quero morrer! Nunca senti isso na vida!

— Você é um idiota Yamato – ele se aproxima me fazendo ficar sem ar. E sentir um frio maior ainda na barriga. Para na minha frente bem perto me olhando nos olhos.

— Você que faz um monte de besteira, me troca pelo meu melhor amigo e eu que sou idiota? – uau consegui sentir a raiva na voz dele e fiquei assustada.

— Não foi por isso que disse isso – digo olhando o chão. Na hora que ele ia me responder, foi cortado pelo anuncio do voo dele. Meu corpo gelou e eu o olhei com pavor. E ele... Me olhava frio.

— Eu tenho que ir, com licença – vira e vai andando rápido.

 

18° capitulo – Sentimento verdadeiro.

— Yamato... – chamo por ele, que não dá bola e continua andando. – EU TE AMO SEU IDIOTA! – Grito e ele para. Olho para os lados, todos me olhavam, senti meu rosto queimar e voltei a olhá-lo. Ele continuava parado de costas pra mim. O que eu faço agora? Ai meu Deus... Ele vira pra mim e eu sinto que fiquei sem sangue. Logo volta pra onde estava. Eu respirava ofegante pelo medo.

— O que você disse?

— Que eu te amo – digo o olhando nos olhos.

Aquilo estava me matando. Eu parada no aeroporto olhando Yamato, respirando rápido e morrendo de medo do que vinha a seguir. Ele ficou me encarando um bom tempo e pela segunda vez foi anunciado o voo dele.

— Você vai perder seu voo – digo pra ele reagir. Ele fica mudo me olhando, caramba estou ficando encabulada já. Começo a olhar para o lado pra aliviar a tensão. E dou uma coçadinha no cabelo nervosa.

— Você tem certeza disso? – pergunta sem frieza dessa vez.

— É claro que eu tenho – último aviso para o embarque. – Yamato... – ele me interrompe com um beijo, segurava minha cintura com uma mão e a outra estava no meu rosto. Coloquei os braços em volta da cintura dele. Nos beijamos por um longo período até ele se afastar e pegar o ar que lhe faltou. Estava com a testa encostada na minha de olhos fechados e respirando ofegante.

— Não acredito que isso está acontecendo... – abre os olhos e encontra os meus. Coloco a mão no rosto dele fazendo carinho.

— Me descul...- ele coloca a mão na minha boca.

— Não me pede mais isso! – diz firmemente.

—Ok – ele me beija de novo e eu sentia como se tivessem borboletas brigando na minha barriga.

— Eu tenho que ir...

— Mas – ele faz carinho no meu rosto. – Por que você vai embora? – digo com lágrimas nos olhos.

— Embora?

— É... Aonde você vai?

— Vou pra França a trabalho...

— E não vai voltar mais? – pergunto desesperada. Ele sorri e acaricia meu rosto.

— Volto daqui a uma semana.

— Mais que filhinhos de uma égua! – digo me imaginando matando Takeru e Hikari com um facão.

— O que?

— Seu irmãozinho lindo e a cúmplice dele me falaram que você ia embora pra morar em outro país! – ele dá uma gargalhada.

— Não. Eu volto em uma semana e vou te procurar... Posso?

— Deve! – respondo sorrindo, ele sorri de volta, me dá um longo beijo e depois corre pra sessão de embarque. Fico olhando ele ir sorrindo. Depois que o avião decola, eu ligo pra Hikari.

— Sua safada de uma figa!

—O que?

— Como você mente falando que o Yamato ia embora pra sempre? – ela começa a rir.

Se você descobriu isso, é porque eu tinha total e absoluta razão! Você gosta dele!— fiquei sem fala por uns segundos.

— Tá você tinha razão! Sua chata!

De nada Sora! – sorrio.

— Sua bobona... – ela ri.

Meu plano foi ótimo!

— Seu plano? – ouço a voz de Takeru no fundo.

— Um complô contra mim! – digo sarcástica ela ri.

Contra não! A favor!

— Tá certo! Obrigada!

Disponha...— desligo.

Volto pra casa radiante. Quem diria... Achei que gostava do Taichi e era tudo ilusão da minha cabeça. Talvez, porque andávamos muito juntos na infância. Sei lá, isso não importa mais! Quero que essa semana passe logo!

Estava quase explodindo porque os dias demoravam pra passar! Hikari ficou comigo alguns dias e me ajudou a jogar os doces fora. É foi difícil fazer isso, mas eu acho que não precisarei mais deles! E se precisar também é só comprar na barriquinha aqui em frente de casa.

Era sábado. Um dia antes da volta dele. Estava em casa vendo um filme, meu celular toca.

— Oi...

Vamos ao clube? - Hikari me chama.

— Quem vai?

Todo mundo.

— Ok. Vou arrumar minhas coisas – arrumei tudo e encontrei o pessoal na portaria do clube. eu e as meninas fomos ao banheiro colocar o biquíni.

— Tá animada? – Mimi pergunta com aquele olhar maldito!

— Muito! – respondo empolgada. Ela ri.

— Hikari está com um corpinho! – ela diz olhando Hikari de cima para baixo fazendo ela ficar vermelha, dei uma risadinha.

— Deixa ela Mimi!

— Sora vamos falar sério agora... – eu e Hikari suspiramos, ai vem! – Hikari com esse corpinho lindo, toda gostosinha... Você acha que o Takeru não tentou nada até hoje? – reviro os olhos e olho pra Hikari, ela estava de cabeça baixa.

— Que foi Hikari? – Mimi a olha também.

— É que... – coça a cabeça... Ai meu Deus!

— O que? – Mimi pergunta ultra curiosa.

— Bem... – ela estava vermelha demais pro meu gosto.

— Hikari... Você... – ela acena com a cabeça. Eu e Mimi ficamos de boca aberta.

— Meu Deus se o Taichi descobre isso... Capa o Takeru na certa! – Mimi diz abismada.

— Por isso que isso vai ficar entre a gente! – Hikari diz com firmeza.

— É claro que sim! Não vamos contar nada. Não é Mimi?

— É claro! – diz sorrindo. – Agora conte os detalhes! – reviramos os olhos e seguimos pra piscina. Takeru e Joe já estavam na água, as duas dão um pulo e vão encontrar seus namorados. Que maravilha! Sobrei...

— Entra Sora! – Joe me chama.

— Aqui fora está tão bom! – digo fugindo daquela água gelada.

— Para com isso Sora entra! – Hikari diz com um sorriso que eu fiquei desconfiada. Senti duas mãos na minha barriga me abraçando por trás e virei minha cabeça assustada. Yamato estava me abraçando sorrindo, sorri também e virei ficando de frente pra ele, as mãos dele deslizam pelo meu corpo com o movimento e param na minha cintura.

— Você não ia voltar amanhã? – coloco os braços em volta do pescoço dele.

— Quem disse isso? – olho pra trás, pra Takeru e Hikari que estavam abraçados com um sorriso no rosto. E depois volto a olhar Yamato.

— Não importa agora – me aproximo e o beijo. Nos separamos e ele sorri. Parecia outra pessoa, não aquela que eu presenciei no aeroporto e me assustou bastante.

— Vamos entrar?

—O que? Não está ótimo aqui fora! – ele me pega no colo. – O que você está fazendo? – pergunto apavorada.

— Vamos entra juntinhos!

— Não, não, não, não... – balanço as pernas desesperada enquanto ele se aproxima da borda da piscina. Quando chega perto pula ainda me segurando. – Aaah que gelo! – ele ri e me beija ainda comigo em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Não preciso dizer que a fic está no fim né? acho que todos perceberam... Espero... Bom são só 20...

Vamos ver o que vai acontecer nos últimos capítulos ^^