Coração Dividido escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 16
Capítulo 16 - Noticia bombastica




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Viro pra trás e Hikari estava na portaria apenas de biquíni com vários garotos a olhando.

— Hikari, tá maluca?

— Eu precisava te falar uma coisa...

— O que?

— Takeru me disse... – suspira me olhando nos olhos.

— Disse o que?

— Que o Yamato vai viajar. Vai embora daqui – fiquei sem reação a olhando. – Você gosta dele ou não? – ai meu Deus...

— Eu não sei Hikari... – olho o chão, a notícia que ela me deu me pegou de surpresa e eu fiquei sem chão. – Que dia ele vai?

— Depois de amanhã.

— Hum...

— Procura ele Sora.

— O que?

— Você gosta dele Sora eu sei disso – como sabe se nem eu sei?

— Acho melhor não. Fiz muito mal a ele – ela desvia o olhar com certeza concordando comigo.

— Pensa bem e coloca tudo em ordem. Você vai perceber que gosta dele – fico pensativa.

— Não sei... Vou pra casa.

— Ok... Mas pensa nisso que te falei.

— Ta bom. Agora entra logo antes que o Takeru venha te procurar e veja esse monte de urubu te cercando! – ela me dá um beijo na bochecha e entra. Vou pra casa a pé. Meus pensamentos estavam longe. O que eu posso fazer? Não acho sensato chegar do nada e falar com ele depois de tanto tempo.

Cheguei em casa e dei de cara com Taichi na minha porta.

— Onde você foi? – ele estava de braços cruzados me olhando sério.

— Não te devo satisfações! – digo seca, ele me olha irritado.

— Então é isso mesmo que você quer?

— Sim. Deixei bem claro! – ele me imprensa na parede e eu respiro fundo.

— Por que Sora?

— Não se faça de cínico Taichi. Você sabe muito bem que nossa relação não estava normal. Eu estava me sentindo uma vadia com o jeito que você me tratava – ele fica de boca aberta me olhando.

— Nossa Sora... Não imaginei que você se sentisse assim. Achei que gosta...

— Só que não – o corto.

— Desculpa. Não imaginei isso.

— T bom – ele se aproxima pra me beijar e eu viro o rosto, ele se afasta me olhando. - Te desculpei, mas não disse que ficaria com você.

— Tem certeza? – encosta a testa na minha me olhando nos olhos.

— Tenho – ele me olha um bom tempo e depois me dá um beijo demorado na bochecha.

— Desculpa... – vira e vai embora. Entro em casa e encosto na porta. Que burra que eu fui. E ele se quer se importou com isso. Simplesmente foi embora... Ou seja, eu só era um objeto pra ele. Como pude achar que gostava dele? COMO? Como pude me deixar ser seduzida por um conquistador barato como ele? Aaarg! Sentei no sofá e mais uma vez comi doces compulsivamente. Droga... Custei a perder os quilos que ganhei naquela época... Depois de comer tudo, fui dormir.

No dia seguinte acordo sem animo algum e vou trabalhar, sento na cadeira e como o telefone não tocava, estava dormindo sentada, que mico!

— Sora... – dou um pulo da cadeira e quase caio no chão.

— Meu Deus que susto! – fico olhando com uma sobrancelha levantada quando vejo quem me chamou. – O que você quer?

— Vim aqui pra ver se você quer conversar comigo quando sair.

— A gente não tem mais nada pra conversar.

— Por favor, Sora... Não quero que a gente fique nesse clima ruim.

— Tá. Quando eu sair a gente vê.

— Vou te esperar então – que bom... Fiquei mexendo na internet o tempo todo, hoje estava morto aquele lugar. E que bom, ele realmente estava me esperando na porta de hotel. Hoje foi o único dia que eu quis que a hora não passasse e adivinhem? Passou voando... Sigo pra fora do hotel.

— Então, quer falar o que? – pergunto fazendo ele dar um pulo, estava distraído olhando o outro lado da rua com as mãos no bolso da calça.

— Vamos pro clube? – pergunta ficando de frente pra mim agora.

— Pra que?

— Que tal a gente jogar uma partida de futebol? Só pra relembrar os velhos tempos...

— Taichi...

— Vamos Sora, a gente conversa lá...

— Ok... – não deveria, mas vou.

Seguimos para o clube e estava vazio, enchia mais nos fins de semana. Taichi tirou a bola preferida dele da mochila.

— Você vai jogar com essa bola? Comigo? – pergunto incrédula, ele nunca usava aquela porcaria.

— Vou – reponde com um meio sorriso. – Mas pega leve com ela tá? – pode crer que não!

— Claro! – respondo com um sorriso maroto. Ele me entrega a bola e corre pra longe, coloco ela no meu pé, respiro fundo e dou um chute bem forte nela fazendo-a ir de encontro a ele com certa velocidade.

— Você disse que ia pegar leve! – diz parando a bola com o pé.

— Mas eu nem peguei pesado! – ele ri. A gente joga por um tempo, ele não me deixava colocar o pé na bola, passava ela por cima da minha cabeça e por entre as minhas pernas me fazendo ficar louca de raiva! Ele adora me ver irritada!

— Vamos descansar?

— Ótima ideia! – a gente segue pra arquibancada e senta um do lado do outro. – O que você queria conversar Taichi? – pergunto o olhando nos olhos.

— Queria... Te pedir desculpa por ter feito você se sentir do jeito que estava se sentindo. E por todas as vezes que te magoei – fico o olhando em silêncio. – E principalmente por atrapalhar você e o Yamato – fico de boca aberta agora. – Não podia ter me metido na relação de vocês... Mas eu sempre te tive por perto e ver você com ele me deixou fora de mim. Achei que nunca mais ia querer me ver ou sei lá.

— Você nunca mostrou esse tipo de coisa. E esse sentimento de me “perder” é realmente de amor Taichi? – pergunto sem desviar o olhar dele, ele já desvia o olhar olhando pras mãos.

— Sora, eu gosto mesmo de você... Mas você não gosta de mim. E eu entendo perfeitamente isso. O Yamato é muito melhor do que eu.

— Não acho que ele seja melhor que você! As pessoas são diferentes e assim é com vocês dois. Apenas diferentes... – ele me olha agora e sorri.

— Mas você gosta dele – o olho nos olhos e fica um silêncio.


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