A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que estou atrasada rsrs.

Então vamos ao que interessa, boa leitura!



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- Eu acho que não.

Elena respondeu automaticamente e saiu andando pelo estacionamento. Stefan foi em seu encalço.

- Elena, eu não vou tomar muito do seu tempo. Por favor…

A garota parou. Tinha que pensar rápido. Ela não fazia ideia se Stefan sabia que Damon tinha revelado que eles eram vampiros. Não sabia se Stefan estava ali pra falar com ela tendo consciência de que ela conhecia seu segredo, ou se ele ainda estava se passando por um adolescente comum, irmão do cara com quem ela estava saindo. Não sabia se era seguro que ele soubesse que ela estava a par da verdade sobre os Salvatore.

Na dúvida, era melhor ter uma postura diplomática.

- É alguma coisa da escola?

- Não, na verdade é sobre o meu irmão.

- Ele pediu pra você falar comigo? Aconteceu alguma coisa?

Como não tinha falado com ele desde o dia anterior, Elena se viu subitamente receosa de que algo estivesse errado com Damon. Talvez ele estivesse precisando dela.

- Não, ele não sabe que eu vim falar com você.

Alívio.

- Então, nesse caso, Stefan, eu realmente não sei o que nós poderíamos ter para conversar – ela seguiu em frente, mas Stefan segurou seu braço. Elena gelou.

- Mas nós temos, Elena. Você precisa me ouvir.

Cuidadosamente, Elena soltou o braço, que era justamente o que levava a pulseira de verbena, e encarou o rapaz.

- Não, eu não preciso.

Stefan observou atônito a garota se afastar dele e entrar na escola. Elena achou que ele a seguiria e suspirou aliviada quando percebeu que o rapaz continuou parado no lugar.

Assim que se viu longe das vistas de Stefan, ela foi direto para o banheiro feminino e tentou ligar para Damon, mas ele não estava atendendo. Decidiu deixar uma mensagem de voz:

- Damon, oi… Bom dia. – falou se concentrando para manter a calma.

Mas o que ia dizer? Seus instintos de autodefesa, que pouco se incomodavam quando ela estava na cama com um vampiro, agora estavam a mil, dizendo-lhe que algo não ia bem. Sua vontade era dizer “Acho que seu irmão acaba de tentar me hipnotizar”, porém não queria ser precipitada e acabar jogando um irmão contra o outro ou algo parecido.

- Você pode vir me ver hoje? – continuou. – Pode vir me buscar na escola ou me encontrar no terraço, ou lá em casa?… Ou então me liga. Eu preciso falar com você. Me liga.

Elena foi para a aula e ignorou as provocações das amigas sobre o fim de semana, não estava com cabeça pra isso. Felizmente, antes do fim da primeira aula, o celular chamou. Não se incomodou com o olhar mortal lançado pelo professor e saiu para atender.

- Damon?

- Hey, bom dia!

Elena sentiu todo o seu corpo relaxar por ouvir a voz de Damon. Ele parecia normal, talvez a estranheza fosse só na cabeça dela.

- Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem?

- Não, não aconteceu nada.

- Tem certeza, Elena? – Damon tinha ficado apreensivo com a mensagem dela e ligou assim que ouviu.

- Tenho. Eu… eu só acordei um pouco triste. – mentiu. – Desculpe, eu não devia ter…

- Hey, é claro que você devia. O que houve?

- Deixa pra lá.

- Não, Elena, eu quero que me diga. É alguma coisa com a gente? – Damon teve um pouco de receio da resposta que poderia receber.

- Não, de jeito nenhum!

- Então o quê?

- Deixa pra lá, Damon. Não foi nada demais.

Mas ele não estava convencido. Ela esteve bem nervosa na mensagem de voz.

- Eu vou te buscar na escola, ok?

- Mas eu estou de carro.

- Sem problemas. Não saia daí sem mim.

- Ok, até mais tarde.

A aula acabou antes que Elena voltasse para a sala. Caroline e Bonnie trouxeram suas coisas e as três seguiram para a próxima aula. No intervalo, Elena percorreu o refeitório com os olhos à procura de Stefan. Avistou o rapaz isolado em uma mesa e, para o espanto de suas amigas, foi ao seu encontro. Sabendo que estava tudo bem com Damon, ela decidiu descobrir de uma vez o que diabos Stefan queria com ela e pensou também que era melhor não deixá-lo achando que ela estava na defensiva com ele, apesar de ela estar totalmente.

- Stefan? – o rapaz levantou os olhos para ela. – Eu posso ter sido um pouco grossa. Se ainda quiser falar o que quer que você tinha pra…

- Sente-se. – ele a cortou e indicou a cadeira do outro lado da mesa.

Ela hesitou. Dar a oportunidade de ele falar não queria dizer que ela estivesse pretendendo passar muitos minutos com ele. A contragosto, sentou-se.

- Elena… - ele começou e a garota imediatamente se arrependeu de ter ido falar com ele. – Você e meu irmão estão muito próximos, não estão?

Ela não se deu ao trabalho de responder. A resposta era óbvia, todos sabiam que ela e Damon estavam juntos.

- Não quero que pense que eu estou tentando atrapalhar vocês ou mesmo prejudicar o meu irmão, isso é algo que eu jamais faria. Mas… eu me preocupo com você. É por isso que estou te dizendo essas coisas.

- Eu não acho que você tenha qualquer motivo pra precisar se preocupar comigo, Stefan. Olhe, eu sei que houve um mal entendido quando nos conhecemos… Caroline pode ter te passado uma imagem um tanto quanto equivocada de mim, é claro que ela fez isso na melhor das intenções, ela é minha amiga e se preocupa comigo. Mas as expectativas dela em relação a alguma coisa acontecer entre você e eu nunca tiveram fundamento. Desculpe por dizer isso assim, mas é a verdade.

- Eu entendo. Caroline é uma boa amiga, talvez um pouco precipitada apenas… Mas não se trata disso, Elena. Você é uma garota encantadora, quem quer que tenha a honra de estar ao seu lado pode ser considerado o mais venturoso dos homens. Acontece que, neste momento, esse homem é o meu irmão. E, por mais que eu o preze e queira a felicidade dele, eu não posso deixar que ele faça isso com você.

Elena ficou mais séria do que já estava. Sua vontade foi se levantar imediatamente e deixar o “cunhado” falando sozinho. Quem diabos ele pensava que era pra dar palpites na sua relação com Damon? Ela fez menção de deixar a mesa, mas ao seu menor movimento, Stefan voltou a falar:

- Damon não está sendo honesto com você.

Agora Elena teve vontade de rir. Se as revelações de Damon não fossem demonstrações de honestidade, então ela não sabia o que eram. Teve vontade de jogar na cara de Stefan que ela sabia tudo sobre quem e o quê Damon era, que ela sabia inclusive muito mais do que ele imaginava sobre ele mesmo e que ela achava patético que ele estivesse fingindo ser um adolescente no ensino médio.

- É aí que você se engana, Stefan.

- Oh, então ele já lhe falou sobre Katherine?

Elena perdeu a segurança ao ouvir esse nome. Katherine? Mas que Katherine? Quem raios era essa agora? Pra seu azar, Stefan notou como ela ficou balançada e, claro, aproveitou.

- Acho que ele não falou sobre Katherine. Como vê, talvez ele não esteja sendo honesto com você.

Chega, ela não queria ouvir mais. Talvez fosse verdade e realmente houvesse uma Katherine, mas tinha certeza que Stefan estava usando isso pra fazê-la duvidar de Damon. Ela não lhe daria esse prazer.

- O que eu e Damon falamos não é seu problema, Stefan. Com licença.

Elena se afastou dele se amaldiçoando por ter lhe dado ouvidos. Sabia o tempo todo que era uma péssima ideia, e agora tinha mais certeza do que nunca. Por outro lado, boa parte de seus pensamentos estava ocupada em descobrir quem era essa mulher e por que Damon não a tinha mencionado.

Pelo resto das aulas, Elena tentou se convencer de que a tal era certamente alguma ex de Damon e que não significava nada, mas algo lhe dizia que, se Stefan teve o cuidado de mencionar justamente isso, era porque ele considerava o assunto relevante o suficiente para colocar em xeque a relação dela com Damon, afinal não era a primeira vez que ele ficava empenhado em fazê-la duvidar do seu irmão.

As horas se arrastaram até todas as aulas terminarem. Assim que saiu da escola, Elena avistou Damon no estacionamento, encostado no carro dela. Ele estava lindo e sorrindo pra ela. Conforme Elena ia na sua direção, também com um sorriso que tinha surgido no seu rosto assim que o viu, ela notava os olhares dos outros alunos, especialmente das outras alunas, voltados para o belo homem que estava à sua espera. Sem nenhum pudor, Elena passou um braço ao redor do pescoço de Damon e o beijou. Ele a envolveu pela cintura com um braço e com o outro pegou os livros que ela carregava. Elena aproveitou para enrolar a mão agora livre nos cabelos dele.

Foram interrompidas quando duas garotas dando risadinhas passaram por eles e cutucaram Elena nas costas:

- Comportem-se, vocês estão no terreno da escola! – Bonnie disse, enquanto Caroline não parava de rir.

As duas seguiram em frente, mas não sem lançarem olhares maliciosos para a amiga.

- Vem, quer que eu dirija? – Damon perguntou sem soltá-la.

Elena pegou a chave do carro e entregou a Damon. Assim que entraram, ele quis saber:

- Vai me dizer o que houve?

Era algo que ela preferia esquecer, fazer de conta que não tinha acontecido, porém sabia que não podia ignorar.

- Vou, mas não aqui.

- Algum lugar específico?…

- No terraço.

Damon dirigiu até a Biblioteca em silêncio. Apesar da animada recepção de Elena no estacionamento, ele podia ver que ela não estava bem, não estava normal. Havia algo a incomodando e ele tinha um péssimo sentimento em relação a isso.

Subiram as escadas ainda em silêncio, mas quando alcançaram o terraço, Damon não suportou mais:

- O que está acontecendo?

Elena foi até ele rapidamente e o beijou de forma voraz, movimentando os lábios, a língua de forma ágil, rápida, ansiosa. Sentia tanto desejo por Damon, tinha sentimentos tão fortes por ele, queria tanto aquele homem, aquele vampiro, de todas as formas possíveis, de formas que chegavam a assustá-la… Tinha medo de fazer a pergunta que estava na sua cabeça, tinha medo da resposta. Podia estar sendo uma idiota, exagerada e ciumenta, mas algo lhe dizia que não ia gostar de ouvir o que Damon iria lhe dizer.

Damon correspondeu ao seu beijo sem hesitação, segurando-a junto do seu corpo, e em seguida sentando-se com ela no colo. Ele corria as mãos pelas suas costas, pelas suas pernas, enquanto ela levava beijos pelo seu pescoço. Diante de tanta empolgação da garota, Damon chegou a relaxar, chegou a pensar que não havia nada errado afinal. Talvez ela estivesse só com saudade dele, assim como ele estava com saudade dela, apesar de terem passado tanto tempo juntos no fim de semana.

- Quem é Katherine?

Damon parou instantaneamente. Elena notou como ele ficou tenso.

- Quem te disse sobre ela?

- Não importa. - Era claro que isso importava e ela sabia disso, mas não queria que Damon desconversasse, queria a verdade sobre a tal Katherine. – Quem é ela?

- Katherine… é uma vampira. A vampira que me transformou.

Vários pensamentos se misturaram na cabeça de Elena. Um foi sobre a pergunta que ela tinha se feito dias antes: “como Damon conseguiu ter sangue de vampiro no organismo quando ele morreu em 1864?”, outro foi a ideia de que não tinha sido sangue de vampiro simplesmente, mas de uma vampira, o que indicava que havia alguma situação entre ela e Damon que Stefan quis contar a Elena e que Damon preferiu esconder dela. Porque, se Stefan se deu ao trabalho de lhe contar exatamente isso foi porque ele sabia que era algo que Damon preferia não dizer.

Ela se levantou do colo dele e ficou de pé na sua frente.

- Por que não me contou isso, Damon?

- Porque não era importante, Elena. Isso foi em 1864, faz 145 anos. É passado, acabou.

- Então, se acabou mesmo por que não contou?

- Como é que você ficou sabendo?

Nesse momento, Damon estava odiando absolutamente o fato de que elas duas, por alguma razão que o universo devia saber explicar, eram idênticas. Foi por isso que ele ainda não tinha contado. Como é que ele diria a uma garota de 17 anos que, além de ele ser um vampiro, ele havia se transformado pelo sangue de uma vampira de 500 anos que era igual a ela e por quem ele nutriu sentimentos durante mais de um século? Era óbvio que Elena não lidaria bem com isso.

- Elena, eu ia te contar. Eu só não quis te sobrecarregar com tanta informação.

Ele se levantou, mas ela deu um passo para trás.

- Damon, eu consegui lidar com o fato de que você é um vampiro, não consegui? Por que então não me contar toda a história?

- Porque não é só isso. Não é só que eu fui transformado com o sangue dessa vampira Katherine.

- Você a amava. Esse foi o motivo de você ter o sangue dela no seu corpo quando morreu. – ela deduziu.

- Sim. Eu tive um relacionamento com ela, em 1864. Eu a amei por muito tempo depois disso, sem saber que ela nunca me correspondeu e que me fez de idiota. Quando eu tinha esses sentimentos por ela, Elena, eu achava que eles eram a coisa mais forte que um homem poderia sentir. Mas quando eu conheci você, quando eu te vi naquela estrada tudo mudou. Os meus sentimentos por Katherine não são nada perto do que eu sinto por você. Eu te amo, Elena, não duvide de mim.

Elena se sentiu uma boba ciumenta. Pensar em Damon tão envolvido com uma vampira ao ponto de ingerir o sangue dela a deixava com os nervos à flor da pele. Não queria que ele ficasse tão perto de ninguém assim, mesmo que tivesse sido há tanto tempo.

- Elena, você confia em mim?

Ela acabou com a distância que os separava e o abraçou.

- Desculpe por eu ser assim neurótica.

Ele a envolveu e deu um beijo no alto da sua cabeça.

- Eu amo cada pedacinho de você, bobinha.

Damon a abraçou forte, não queria de jeito nenhum soltá-la. Mas tinha que falar:

- Elena, você reclamou porque eu não te contei sobre Katherine, então eu preciso te falar o resto sobre ela.

A garota afrouxou o abraço e o encarou, esperando.

- Isso vai ser estranho. É estranho, acredite. Mas não tem nada a ver com os meus sentimentos por você, Elena. Quando eu digo que eu te amo, eu estou falando da pessoa que você é, dessa garota incrivelmente corajosa, surpreendente… talvez um pouquinho neurótica… - acrescentou pra descontrair, pois estava uma pilha. Elena sorriu levemente e ele continuou: - Eu não tenho uma explicação para o que vou te dizer, eu gostaria de saber por que isso acontece, tanto quanto você vai querer saber. Você e Katherine são fisicamente idênticas.

Primeiro, Elena ficou séria. Então, devagar, ela se soltou de Damon e lhe deu as costas, se afastando.

- Elena…

Ela passou a mão na testa e viu que suava frio. Como assim ela era idêntica a Katherine?

- O que é isso agora, Damon? É uma coisa de vampiros? – disse, voltando-se para ele.

- Eu não sei por que isso acontece, eu fiquei tão chocado quanto você…

- Você acha?! Foi você que descobriu que estava saindo com alguém que já amou uma pessoa idêntica a você?

- Elena, não é assim.

- E como é então? Você acabou de dizer que essa mulher é igual a mim, Damon. Sabe o que está passando pela minha cabeça agora? Que você só está comigo por causa disso!

- Mas não é por isso, Elena. Eu te disse, eu te amo por quem você é, não pelo seu rosto.

Ela não estava ouvindo. Estava chocada demais pra isso.

- Meu Deus… Quando você me beija, é como se beijasse ela… Eu sou um tipo de substituta. Ela te magoou, não foi? Você disse que ela te fez de idiota… Você ainda a ama, Damon. É por isso que você está comigo, não sou eu, é ela.

- Você não está me ouvindo? Eu me apaixonei por você! Ela é passado, eu não sinto mais nada por ela, Elena!

- Como você espera que eu acredite?!

- Eu espero que você confie em mim.

- Nós somos idênticas, completamente idênticas?

- Fisicamente sim.

- É como se estivesse olhando pra ela agora?

- Não, Elena. Ela não tem os seus olhos.

- Isso é demais pra mim, eu preciso ir embora.

- Não, deixe eu te explicar melhor… - ele se aproximou mais.

- Eu vou embora.

- Eu te levo.

- Não. Eu vou sozinha.

- Elena, por favor…

- Eu preciso de um tempo pra mim, Damon. Eu vou embora, não me siga.

Elena lhe deu as costas e Damon ficou onde estava. Ouviu quando ela entrou no carro e ficou alguns minutos apertando o volante, até que deu partida.

Pensou em ir atrás dela, mas sabia que Elena estava certa. Aquilo era demais pra qualquer um. Agora ele só podia torcer pra que ela conseguisse superar isso e lhe permitisse ficar na vida dela. Planejou ir procura-la à noite, quando o choque inicial tivesse passado e iria fazer de tudo pra que ela acreditasse na legitimidade dos seus sentimentos.

Mas agora, ele tinha que falar com outra pessoa. Esperava que Stefan estivesse em casa quando chegasse.


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Notas finais do capítulo

Isso vai ter consequências. Comentem aí!

Até o próximo!
Xoxo ;)