A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls!

Antes de mais nada: Marina, muito obrigada pela recomendação, os elogios *-*, eu realmente amei muito! Thank you, girl!

Era pra ter agradecido no capítulo passado, mas eu postei às pressas e lembrei bem na hora que cliquei em "salvar" rsrs. ;)

Então, capítulo novo, e dessa vez eu gostei...

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/376006/chapter/15

Elena avistou a imponente mansão Salvatore com um friozinho na barriga. Maldita hora quando ela deixou as amigas a convencerem a participar daquele ridículo grupo de estudo. Agora Damon a estava levando pra conhecer a casa dele na maior boa vontade, sem saber que ela tinha aproveitado a sua ausência para se infiltrar no local e possivelmente espioná-lo.

Pior iria ser se encontrassem Stefan na casa. Precisava dizer a Damon antes que acontecesse algum mal entendido.

- Aqui estamos – ele sorriu quando estacionou na frente da mansão.

- É linda.

Enquanto entravam, ela ponderou por um instante e decidiu que ser franca era o melhor caminho. Assim como Damon havia sido franco ao assumir a sua condição de vampiro de 170 anos quando ele podia simplesmente ter fingido que era um cara normal. Mais que isso, ele podia tê-la hipnotizado pra que ela aceitasse que ele era um ser sobrenatural e ficasse com ele mesmo assim, mas ele preferiu dizer a verdade e correr o risco de uma rejeição. Pra atingir o cúmulo da sinceridade, ele ainda arranjou proteções para ela, a família e as amigas, para lhe garantir que ele não a estava manipulando.

Era melhor admitir que já estivera na casa do que fingir que era a primeira vez que ia lá.

- Damon, preciso te falar uma coisa. – disse quando alcançaram o salão onde ficava a lareira. - Não é a primeira vez que…

- Eu sei.

Elena engoliu em seco.

- Sabe?

- Claro que sei, seus amigos são bem bagunceiros.

Tentou identificar traços de irritação em Damon. Não achou nenhum.

- E eu senti o seu cheiro.

Ela arregalou os olhos.

- Quando temos… proximidade com alguém, dá pra identificar fácil.

- Está falando de cheiro de sangue? Do meu sangue?

- Elena, nessa casa vivem dois vampiros e um humano. Quando cheguei, o cheiro de vocês estava por toda a parte. Mas o seu… - ajeitou uma mecha do cabelo dela. – O seu estava gritando. Eu identificaria o seu cheiro em qualquer lugar.

- Nossa, isso é… estranho.

- Estranho foi o que você viu no banheiro.

- Ah, aquilo. Não tem importância.

- Não? Estou desapontado.

- Quer dizer, eu…

- Tudo bem, Elena. Eu só quero que saiba que aquilo não significa nada.

- Ok, nós nem estávamos… - quase disse “namorando”, mas parou bem a tempo: - juntos. Então não é bem da minha conta.

- Não estou falando só nesse sentido, realmente aquilo não quer dizer nada. Foi montado, aquela camisa nem era minha. E a calcinha vermelha, quanto clichê!

- Sério?

- Muito sério.

- Então, foi o seu irmão quem fez aquilo? Ele queria que eu visse.

- Exato, ele acha que…

- Ele é algum tipo de louco ou o quê?

- Stefan não é louco, ele só… Ele acha que eu não sou bom pra você. Não posso dizer que está errado.

- Hey, não diz isso, Damon.

- É a verdade, Elena. Eu sei disso e você também.

- Não…

- Sim.

- Mas que diabos, para com isso, Damon! Vamos fazer assim, eu decido o que é bom pra mim, ok?

Ele não respondeu. Ela se aproximou.

- E, nesse momento, eu sei exatamente o que me faz bem. Quem me faz bem…

Elena acabou com a distância entre eles e Damon não recuou. Como poderia?

Ao primeiro toque dos lábios da garota sobre os dele, Damon avançou na boca dela no limite do que ele sabia que não iria machucá-la. O amor que sentia por aquela menina o estava consumindo. Sabia que o certo seria se afastar dela, deixá-la viver a sua vida de humana sem todas as complicações do mundo sobrenatural, mas não queria fazer isso e, pior, sabia que não conseguiria fazer.

Certificou-se de que a tinha segura nos seus braços e, sem se afastar um milímetro dos lábios dela, fez com que Elena passasse as pernas em volta de sua cintura. Alcançou o andar de cima em segundos.

Elena abriu os olhos por sentir um vento nos cabelos soltos. Olhou ao redor, estava em um quarto amplo e bem iluminado, móveis de madeira, uma grande cama perto das janelas.

- É a sua maneira de me mostrar a casa? – sorriu irônica.

- Podemos voltar lá pra baixo, se quiser… - um sorriso malicioso no rosto. Elena sentiu aquela já conhecida sensação de borboletas no estômago. Estava difícil ficar sem sentir isso nos últimos tempos…

- Nem pense nisso.

Voltou a unir suas bocas e agarrou os cabelos de Damon, o pescoço, levando as mãos pelos ombros fortes… Ele não estava menos ansioso, parecia que tinha se passado uma eternidade desde a última vez que a teve assim, tão perto. Não fazia nem 24 horas e a noção dele de tempo devia ser bem paciente. Mas nada seguia uma lógica aceitável quando estava com Elena. Ela simplesmente conseguia colocar tudo em uma nova perspectiva.

Damon caminhou com ela até a cama e a deitou gentilmente, em contraste com a voracidade com que a beijava. Precisava a todo tempo lembrar-se de manter o controle, não queria assustá-la por nada. O vampiro de 170 anos não tinha nenhum problema em lidar com sangue e em se controlar quando estava com humanos, mesmo quando se alimentava diretamente deles. Mas Elena… Elena o tirava do eixo. Ele desejava ardentemente poder afundar as presas no seu pescoço e provar o seu sabor, que a julgar pelo cheiro, era o melhor do universo. Mas não queria isso como uma fonte de alimentação, Elena não era para ele como uma bolsa de sangue. Ele queria porque tinha consciência do poder de um ato como aquele, na situação em que se encontravam. Seria uma imensa fonte de prazer sexual para os dois.

Mas ela não sabia disso e ele não via como poderia lhe dizer sem assustá-la.

Desceu beijos pelo seu pescoço e deteve uma mão na sua cintura, os dedos alguns centímetros por dentro da calça. Elena começou a abrir a camisa de Damon, em um sinal claro de que ele podia seguir em frente. Depois disso, as roupas não foram obstáculo por muito tempo. Exploraram o corpo um do outro com paixão e adoração. Elena tinha a impressão de que a qualquer momento seu peito explodiria com a forma arrebatadora como seus sentimentos por Damon a dominavam. Já ele, do alto dos seus quase dois séculos de idade, se perguntava como tinha vivido tanto tempo sem isso, sem Elena.

Suas bocas estavam unidas no momento em que seus corpos se encaixaram, e Damon se sobressaltou quando Elena lhe mordeu o lábio em meio a um gemido. Sentiu rapidamente o gosto do próprio sangue. Ele olhou bem nos seus olhos nublados de prazer e o que viu fez seu coração querer saltar do peito. Se havia algum jeito de Elena ser mais perfeita do que já era, esse jeito seria transformando-se em vampira. Ela era feita pra isso, pra desfrutar da eternidade, ela era moldada para o vampirismo, ainda que não fizesse ideia disso. Seria de se esperar que a garota saísse correndo no momento em que ele lhe contou o que era ou que pelo menos o expulsasse da sua vida.

Mas Elena simplesmente foi para a cama com ele, com um vampiro, e reclamou quando ele precisou ir embora, no dia seguinte. Ela aceitava tudo o que ele lhe contava como se fosse algo quase natural, como se fosse nada o fato de ele ter nascido e morrido no século XIX, como se fosse nada o fato de ele se alimentar de sangue. Ela sabia disso e mesmo assim se entregava dessa forma, como agora, incentivando que ele beijasse o seu pescoço, mesmo quando ele passou os dentes de leve pela sua pulsação.

Ela era feita para o vampirismo, feita pra ele. Ela era sua.

Relaxaram ofegantes, Damon fez menção de se afastar para o lado, mas Elena o segurou sobre o próprio corpo, sentindo-o ainda dentro de si. Damon se apoiava nos cotovelos, para não ficar pesado em cima dela.

- Eu te machuquei? – ela passou os dedos sobre os lábios dele. Tinha sentido o gosto do sangue de Damon também.

Damon a fitou com adoração. Essa garota era mesmo de verdade?

- Cura rápido, lembra?

Elena lhe sorriu, lânguida, e Damon a quis com loucura. Queria cada parte dessa menina imprevisível.

Moveu-se no seu interior e a resposta dela foi imediata. Ele não era o único que queria mais. Elena fez um movimento que, por um segundo, desnorteou Damon – ele achou que ela o estivesse afastando. Mas a intenção da garota ficou clara rapidamente, quando ela fez questão de que continuassem conectados enquanto mudavam de posição. Ficando por cima desta vez, Elena o guiava cada vez mais fundo no seu corpo, na sua alma, completamente entregue, sem receio de ser ouvida, sem reservas. Diziam o nome um do outro enquanto o êxtase os dominava. O clímax os atingiu violentamente, Damon no limite do seu controle, chegou a sentir as presas querendo emergir, e Elena precisando agarrar a cabeceira da cama para canalizar todas as sensações que a invadiam. Ofegante, deixou-se cair sobre o peito dele. Braços fortes a envolveram imediatamente e Elena se sentiu em casa.

Silêncio tomou o ambiente. Estavam ambos acordados, apesar de um pouco cansados, mas absorvidos pelo que tinha se passado entre eles. Isso estava ficando cada vez mais íntimo, mais profundo. Elena tinha uma frase na ponta da língua, querendo ser dita desesperadamente, mas tinha medo do que viria com ela. Dizer aquilo faria tudo ser mais real do que já estava sendo.

- Estamos sozinhos aqui, não é? – perguntou, mais pra mudar o rumo dos seus pensamentos do que por querer saber a resposta.

- Sim, estamos. – Damon respondeu enquanto desenhava círculos sobre as costas da mão dela que estava no seu peito. – Mas não tem com que se preocupar, Elena…

- Não é isso. É que eu acho que fizemos um bocado de barulho, seria constrangedor se tivesse alguém em casa.

- Claro. É claro que essa é sua única preocupação. – ele riu. – Onde estão seus instintos de autodefesa?

- Estão bem aqui pra quando eu precisar usá-los, o que não é o caso quando estou com você.

- Não tem medo de que eu te morda, Elena? – provocou. Queria ver até onde ela iria.

Ela ergueu a cabeça e apoiou o queixo no peito dele. Falou com sinceridade.

- Não. Você não faria isso… Não sem a minha permissão.

Damon engoliu em seco. Ele tinha dito a ela que morder não implicava em transformar ou matar a pessoa, mas não tinha dito que algumas pessoas, em determinadas situações, consentiam a mordida. Na primeira vez deles, ela disse “Não me morda”, mas agora estava dizendo “Não me morda sem a minha permissão”. Fazia diferença.

- Você tem vontade de me morder, Damon? – continuou. Estava jogando com ele.

O vampiro sentiu a garganta queimar com a mera possibilidade de um dia provar o sabor do sangue dela.

- O que você acha?

- Eu acho que você quer… mas não acha certo. Você não quer me machucar.

Elena pensou rapidamente que devia parar por aí, mas não queria. Gostava de sentir como Damon a queria, em todos os sentidos.

- Eu não precisaria te machucar, pelo menos não como você pensa. O maior prejuízo seria você ter medo de mim, sentir repulsa. Não é um risco que eu estou disposto a correr.

- Eu não tenho medo de você… - beijou o peito dele. – E muito menos repulsa…

Mas o que era isso, afinal? Elena estava lhe incentivando a mordê-la?

- Ok, eu vou te mostrar.

Sentou na cama. Ela sentada à sua frente, segurando o lençol frouxamente para cobrir parte de sua nudez.

- Isso que você vai ver é a real aparência de um vampiro. Não é algo que humanos acham bonito de se ver. Mas não precisa ter medo, eu tenho controle, tudo bem?

Ela sentiu um friozinho na barriga, mas assentiu.

Observou atônita os olhos azuis que eram tão lindos escurecerem, viu a pele ao redor dos olhos de Damon ficar avermelhada e repleta de finas linhas negras. Ele tinha uma aparência… assustadora. Mas não no sentido de feia ou repulsiva, era mais por causa do poder que irradiava. Elena teve certeza de que não teria a mínima chance de se defender, caso ele tentasse fazer algo a ela. Respirou fundo e se concentrou nos olhos escuros.

Ele estava lá. Por trás daqueles olhos ameaçadores, ele ainda a olhava do mesmo jeito que fazia as borboletas no seu estômago se agitarem. Damon ainda era o seu Damon.

Elena ergueu a mão na direção dele, Damon não se moveu, mas ela notou como ele segurou forte os lençóis da cama. Ela tocou o seu rosto de leve, as pontas dos dedos nas suas pálpebras enegrecidas, então foi até os lábios e os entreabriu. Sentiu a ponta afiada contra sua pele.

Sorriu pra ele e Damon sorriu de volta, chocado e maravilhado. Ela levou os lábios até os dele e o beijou ternamente de olhos abertos, mirando os olhos de vampiro que foram voltando ao normal. Quando interromperam o beijo, o rosto de Damon era o mesmo de sempre, lindo e irresistível com seus olhos azuis tão intensos.

- Eu. Amo. Você. – ele disse pausadamente, um instante antes de novamente tomá-la em seus braços.

.

Mais tarde, após travarem uma batalha contra a vontade de nunca mais saírem daquela cama, eles tomaram um banho rápido no chuveiro. Elena não deixou de notar a convidativa banheira que ele possuía, mas tinha que se lembrar dos limites do próprio corpo, pois não seria muito ajuizado fazer amor pela quarta vez naquela tarde. Sentiu um delicioso arrepio na espinha quando Damon, notando seus olhares para a banheira, sussurrou no seu ouvido “Isso fica pra sua próxima visita”, enquanto passava sabonete no corpo dela.

Em seguida, Damon mostrou o resto da casa a Elena. Algumas partes ela já conhecia, como o salão, a biblioteca e um dos banheiros no andar de baixo, outras partes eram o que se poderia esperar de uma mansão comum - salas, quartos, banheiros. Nada que denunciasse os seres sobrenaturais que viviam ali.

Até que ele a guiou até a cozinha.

- Está com fome?

Estava. Morrendo de fome, pra ser exata.

- Não, não se preocupe com isso. – ela nem sabia se eles tinham comida de humanos em casa.

- Eu vou fazer um lanche pra você.

Elena ia protestar, mas Damon abriu a geladeira e os armários e provou que tinham sim comida normal na casa.

- O Zach vive aqui, eu tinha esquecido.

- É, ele vive, mas não gosta de ficar muito por aqui quando eu estou. Anda passando bastante tempo fora da cidade agora.

- Ah.

Damon se movia pela cozinha com destreza, ninguém diria que aquele era um vampiro, alguém que não precisava de forma nenhuma saber cozinhar. Para a surpresa de Elena, ele fez sanduíches para os dois.

- Você não devia comer… ou beber… outra coisa? Quer dizer, depois de tudo lá em cima…

- Está oferecendo? – ele brincou.

Beijou-a de leve quando ela corou e foi em direção ao freezer. Elena o viu de costas pra ela pegando algo, depois pegou algo no armário. Guardou alguma coisa de volta no freezer e voltou até onde ela estava com um copo alto de acrílico cinza escuro. Sabia o que tinha lá dentro, mas não dava pra ver.

Ela o observou levar o copo aos lábios e tomar uns bons goles. Da forma mais natural possível, Damon sorriu pra ela e voltou a comer o sanduíche. Ela teve que perguntar:

- É humano, não é? – sua voz saiu meio fraca.

- É humano, mas é doado. Ninguém morreu por isso.

Ela assentiu. Menos mal.

- Espere aí, como você consegue sangue doado?

- Agora você me pegou, Elena. Eu roubo de hospitais – fez cara de culpado e ela não resistiu, não havia como não sorrir disso.

Assim que terminaram de comer, voltaram ao andar de cima pra pegar a bolsa dela e Damon foi direto ao banheiro. Quando saiu, um pouco depois, Elena percebeu que ele tinha ido escovar os dentes. Não tinha intenções de fazê-la sentir o gosto do sangue que ele havia bebido.

Damon a deixou em casa no início da noite. Não podiam ficar mais tempo juntos porque Elena precisava terminar um trabalho da escola e não tinha estudado nada o fim de semana inteiro. Algumas horas mais tarde, ele ligou pra dar boa noite e Elena mais uma vez constatou que não se sentia tão bem há muito tempo. Pra ser sincera, não sabia quando esteve tão feliz.

No dia seguinte, foi pra escola ainda embevecida pelos momentos que havia compartilhado com Damon nos últimos dois dias e meio abismada com o quanto o seu mundo havia mudado em um fim de semana. Já estava se preparando para o interrogatório que as amigas com toda a certeza fariam sobre ela e Damon, mas não estava preparada para lidar com a pessoa que cruzou o seu caminho assim que ela desceu do carro no estacionamento da escola.

Stefan parou na sua frente, e disse tentando disfarçar a ansiedade:

- Elena, nós precisamos conversar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Deixem reviews, please!

Até o próximo!

Xoxo ;)