Arya franziu o cenho ao se deparar com Draco olhando gelidamente para ela.

_ Qual o problema? – ela perguntou desconfiada.

Ele cruzou os braços e continuou a encarando fixamente.

_ Você não respondeu a minha pergunta. – ele disse de forma fria.

Arya revirou os olhos com o tom utilizado pelo loiro. Qual era o problema com ele?

_ Ele veio me falar sobre uma casa, o Largo Grimmauld, a casa da minha família. – Ela falou ansiosa com a expectativa de visita-la. _ Harry vai me mostrá-la.

Draco olhou bravo para ela.

_ Não precisa que ele te mostre, eu sei onde fica essa casa. – disse carrancudo.

Ela olhou divertida para o loiro. Porque ele não gostava de Harry? Afinal, Harry Potter testemunhou em defesa de Draco e seus pais.

_ Pensei que não me quisesse por perto Draco. –ela disse com sarcasmo. _ Não se preocupe comigo, eu sei me cuidar.

Ele parecia pronto a contestar e dizer que ela não iria a lugar nenhum com o “Cicatriz”, mas, tomou consciência do que estava fazendo. Draco adotou uma expressão fria e deu de ombros, saindo de perto da menina.

_

Em casa os dois pareciam cão e gato, qualquer coisa dita por um que o outro não gostasse era motivo de discussões, com exceção de quando eles estavam na frente de Lucius e Narcisa, naqueles momentos eles se tratavam com uma fria cordialidade.

O dia para a visita na Mansão Black tinha finalmente chegado, e Arya descia animada os degraus, quando seu rosto murchou ao ver Draco parado ao lado da porta com uma expressão irritada.

_ Você não vai comigo. – ela disse simplesmente.

Draco se aproximou de forma rápida e disse em seu tom arrastado:

_ E é você quem vai me impedir? – deu um sorriso de canto.

Ela bufou e tentou empurrar o loiro para sair de sua frente. Sem sucesso, Draco permanecia parado olhando para ela com divertimento.

_ Anda logo Draco, eu não quero você lá comigo, só sabe me insultar e irritar. – ela disse fazendo uma careta de desagrado.

_ Vou com você por ordens da minha mãe. – ele disse sem encarar Arya. _ Ela quer que eu mantenha seu bem estar.

Ficaram em uma batalha silenciosa por alguns minutos, quando Arya se deu por vencida.

_ Tudo bem então. – ela suspirou. _ Mas você tem que se comportar.

Draco arqueou as sobrancelhas e olhou irritado para a menina.

_ Eu sempre me comporto. – disse ofendido.

A primeira parada seria o Gringotes, o banco dos bruxos, Arya teve que aparatar com Draco já que ela não sabia e não tinha a licença do ministério para isso.

Ela apertou com força o braço dele quando sentiu uma fisgada em seu umbigo e o ar sendo tirado de seus pulmões. E antes que pudesse se acostumar com a sensação, eles estavam em um beco movimentado. Ela cambaleou para o lado e ia em direção ao chão se Draco não a tivesse segurado.

_ Isso é horrível. – ela gemeu colocando a mão na boca para não vomitar.

_ A primeira vez é sempre ruim. – ele disse preocupado com o mal estar de Arya.

_

Após Arya se recuperar eles começaram seu caminho até o Banco Gringotes. Avistaram Harry parado na entrada, estava cercado de bruxos pedindo autógrafos, tirando fotos ou apenas tentando ter um vislumbre do garoto.

Aproximaram-se com muita dificuldade de Harry, e após ele os ver se dirigiram para dentro do banco onde a multidão não pode os acompanhar.

Arya estava encantada com o interior do lugar, e ficou curiosa com os duendes que ali trabalhavam.

Chegaram ao balcão e Harry foi examinado da cabeça aos pés pelo duende ali presente.

_ Veio arrombar o banco de novo? – disse o duende em uma voz esganiçada.

Harry pareceu sem graça com a pergunta e coçou a nuca.

_ Não. Vim trocar a pessoa responsável e que tem acesso ao cofre da família Black. – ele apontou para Arya.

O duende inclinou-se para examinar melhor a menina.

_ E quem seria você?

_ Arya Black. – ela disse com firmeza.

Draco acompanhava a cena de longe, não admitia ficar perto do Potter, mesmo que estivesse completamente contrariado ao ver Arya e ele juntos.

Fizeram a transferência do cofre para Arya e finalmente poderiam ir ao Largo Grimmauld, Draco ficou agradecido quando ela não reparou na mentira que ele contou. Falou que Narcia tinha mandado ele ir junto. O loiro tinha a vontade de bater a cabeça na parede ao pensar que tinha mentido para Arya e que estava ali vigiando ela e Harry Potter. Estava agindo de forma ridícula e o problema era que não conseguia parar.

Aparataram em frente ao Largo Grimmauld, Arya estava um pouco mais preparada dessa vez e não passou tão mal como na primeira.

Ela olhava impressionada com a casa n°12 surgindo no meio das outras duas. Subiram os desgastados degraus de pedra e abriram a porta tingida de preto e cheia de arranhões e antes que Harry pudesse avisar para ela tomar cuidado, o quadro de Walburga Black começa a gritar e xingar e faz com que os outros quadros gritem também.

Arya tampa os ouvidos olhando assustada para o quadro tão escandaloso.

Após fazer o quadro da mulher finalmente parar de gritar Draco vira-se para Arya e diz em um tom irônico:

_ E essa era sua avó. – disse com um sorriso debochado.

Harry se dá conta de uma coisa com esse primeiro pronunciamento de Draco desde que eles se encontraram em Gringotes. O que Draco Malfoy estava fazendo ali? Ele tinha alguma relação com aquela menina? Harry estava levemente curioso com as atitudes do loiro perto de Arya.

Após visitarem o hall de entrada e o porão onde ficava a cozinha eles vão para a sala de visitas onde estava a antiga tapeçaria que mostra a Arvore Genealógica dos Black e que ainda brilhava bordada com fios de ouro, mostrava suas origens desde a idade média.

Arya se aproximou da parede, a tapeçaria estava velha e desbotada e havia algumas manchas pretas onde deveria ter alguns rostos, ela viu o desenho de Draco e riu.

_ Olha Draco. Sua careta também está aqui.

O loiro apenas revirou os olhos com o comentário de zombaria e assim Arya continuou olhando os rostos e nomes que estavam ali.

Ela prendeu a respiração quando viu escrito Regulus Black, chegou mais perto para examinar e uma lágrima teimosa desceu por seu rosto ao ver que uma caveira representava seu pai. Ela nunca iria conhecê-lo, pensou triste, sentiu a mão de Draco em seu ombro, apoiando-a e virou seu rosto para a mancha brilhante que saia do nome de seu pai. Tocou onde era para estar escrito Arya Black e a névoa branca que cobria o local se dissipou.

Os três ficaram surpresos quando viram uma imagem de Arya e seu nome aparecem nitidamente no local.

Após um tempo Harry pigarreou e Draco tirou imediatamente sua mão do ombro da menina, ele não percebeu que ainda estava tocando-a.