Aquela noite Arya não apareceu para o jantar, alegou a Narcisa que estava com dor de cabeça e sem fome, mas na verdade ela só precisava se manter afastada de Draco, ou ela mataria aquele loiro albino. Ela começou a ficar com raiva novamente ao pensar no que ele fez.

Mas era bom saber quem era Draco na realidade, ela ficou um pouco decepcionada ao saber que seu pai era um comensal, assim como o homem que a atacou, e Draco era um também. Ela suspirou. Estava em um ninho de cobras, Arya não conseguia entender porque os bruxos odiavam tanto aos trouxas.

Eram todos humanos, todos mereciam respeito. Riu de sua estupidez, ela achou mesmo que Draco fosse bonzinho? Que ele fosse um garoto legal? Bem, agora ela podia ver a verdade, e estava até mesmo surpresa por ele não ter a deixado ela morrer naquela manhã a beira do lago.

_ Droga. – ela disse baixinho, já deitada em sua cama. Todos os pensamentos dela sempre acabavam em Draco.

E foi pensando no menino do quarto ao lado que Arya conseguiu dormir com uma certa dificuldade.

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Draco não pretendia que as coisas acabassem daquele jeito. Estava nesse momento deitado em sua cama pensando naquela tarde.

Quando foi ao quarto de Arya, ele só queria ameaçá-la para fazer com que a menina saísse de sua casa de uma vez por todas. Estava incomodado com a presença dela ali, mas as coisas saíram de seu controle quando a viu saindo do banheiro usando apenas uma toalha.

Foi tomado por sentimentos e emoções que ele não fazia ideia de onde vinham, e quando se deu conta ele já estava a meros centímetros dela, estava quase a beijando.

E isso nunca iria acontecer, Draco não iria deixar meros desejos de adolescente tomarem o controle de suas ações. Inaceitável, ele se sentia como um garotinho perto daquela menina, e garotinho era uma coisa que Draco deixou de ser a muito tempo graças a tudo que aconteceu em sua vida.

Esperava que depois daquele episódio Arya fosse embora, ele agiu como um canalha com ela, esperava que isso a deixasse brava o suficiente para partir.

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Mas não foi o que aconteceu na manhã seguinte.

Draco percebeu irritado que Arya encontrava-se sentada na mesa para o café da manhã. E ficou mais irritado ainda ao saber que ela iria acompanhá-los no ministério.

Hoje era o dia do julgamento da família Malfoy, e Draco tinha certo de receio de acabar em Azkaban, e se isso acontecesse, o que aconteceria com sua mãe?

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Arya estava simplesmente deslumbrada com a grandeza do Ministério da Magia, alguns dias bastaram para que a ordem fosse retomada, mas ainda podiam ver pequenos sinais que Voldemort deixou e que os bruxos tentavam a todo custo destruir, como por exemplo, um quadro com trouxas sendo mortos em uma parede, ou uma jaula com serpentes venenosas em outro canto.

Foram direto para o tribunal. Arya sentou-se em meio a vários outros bruxos. Ela poderia dizer só ao olhar aquelas pessoas que muitos estavam ali apenas para ver a família ser condenada, eles até esperavam por isso.

O primeiro a ser julgado foi Lucius, ele tinha uma ficha extensa de crimes na primeira e na segunda guerra. Fugiu de Azkaban após a morte de Dumbledore e continuou trabalhando para Lord Voldemort.

Lucius permanecia sentado imponente no meio da sala circular, ele não demonstrava medo, ou nervosismo, mas assim como todos os outros presentes na sala, ele ficou extremamente surpreso quando Harry Potter entrou como testemunha de defesa.

Harry alegou que a lealdade da família Malfoy não estava mais com o Lord das Trevas muito antes da guerra acabar, e novamente com Narcisa, Harry testemunhou que se ele estava vivo naquele momento, era tudo graças a ela. E quem poderia contestar o menino que sobreviveu? O menino que derrotou Voldemort. Assim, Lucius e Narcisa foram absolvidos, não seriam mandados para Azkaban, mas seriam vigiados e teriam que explicar cada ação futura e esperar serem autorizados a elas pelos próximos 18 meses.

Era a vez de Draco, ele estava a cópia perfeita do pai, imponente e altivo, quando um bruxo começou a ler as acusações Arya prendeu a respiração de nervosismo, ele não podia ser condenado.

Acusações de tentativa de assassinato, filiações a Lord Voldemort... Draco apenas queria que aquilo tudo acabasse, enquanto o bruxo continuava a ler as acusações ele correu os olhos pelas pessoas que ali se encontravam. Avistou-a quase que imediatamente, estava em um tom estranho de verde, ele quis rir, ela estava nervosa por ele?

Ele não iria implorar para não ser preso, jamais faria isso, estava quase certo que talvez fosse condenado, mas então, apareceu Harry Potter. Draco não sabia o que sentir em relação a isso, Potter tinha salvado seu pai e sua mãe de Azkaban, deveria se sentir grato por isso, mas estava entorpecido.

Harry testemunhou que Draco fizera aquilo apenas pela ameaça de Voldemort de matar ele e sua família, não tinha escolha quando cometeu seus crimes.

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Arya estava finalmente aliviada, graças ao menino que testemunhou pelos três Malfoy. Lucius e Narcisa não iriam presos e a sentença de Draco foi a de terminar o sétimo ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts além de ter sua varinha sob o risco de ser confiscada se ele cometesse a mais simples infração, o loiro não parecia feliz com isso, mas ela não se importava, podia ficar feliz pelos dois.

Ela se dirigia a saída quando foi interrompida pelo menino de óculos. Harry Potter ela se lembrou imediatamente. Os sereianos do Lago Negro só falavam dele.

_ Oi. – ele disse ajeitando os óculos. _ Sou o afilhado de seu tio. Harry Potter. – ele estendeu a mão.

Arya o cumprimentou rapidamente. Não sabia muito sobre seu tio, muitos menos que ele tinha um afilhado.

_ Arya. – ela disse timidamente. _ Muito prazer.

_ A Professora McGonagall me falou sobre seu pai. A herança dos Black veio para mim, mas acho que agora a verdadeira herdeira apareceu, não é mesmo? – ele riu de forma cansada. _ Talvez você possa marcar um outro dia para eu lhe mostrar o Largo Grimmauld e te dar a chave do banco.

Ele olhou para trás da sereia e pareceu surpreso. Despediu-se rapidamente e se encontrou na saída com uma ruiva. Eles saíram abraçados. Arya estava animada, finalmente iria conhecer a casa que seu pai passou a vida dele. Não fazia questão de ficar com o imóvel, talvez esse Harry Potter tivesse memórias nesse lugar que ele não queria perder.

Foi interrompida de seus pensamentos quando escutou uma voz fria atrás de si.

_ Porque Harry Potter estava falando com você? – perguntou ele em tom gelado.

Ela virou-se surpresa.