Capítulo Quinze

Tripping out

(Assustada)

Spinning around

(Andando em círculos)

I'm underground

(Estou debaixo da terra)

I fall down

(Eu caio)

Yeah I fall down

(Yeah, eu caio)

Gaara acompanhava Sasuke e Naruto com certa distância, dividia sua atenção com a rosada que dormia pesadamente em seus braços. Ela tinha suas mãos agarradas à camisa dele e sua aparência era de cansaço.

Já Sasuke olhava para trás com a cara fechada. Mas que diabos esse cara estava fazendo com ela? O olhar dela ao vê-lo na caverna o incomodava. O jeito com que ele a tratava o incomodava. Vê-la feliz estava lhe incomodando. E ele sabia que não podia sentir-se assim... Afinal, por que se incomodar? Nem ele mesmo sabia o motivo.

Acelerou o passo ao ver que a vila se aproximava. Temia por seu filho, estava tão preocupado com Sakura que não imaginou nessa possibilidade. Droga. Pela primeira vez ele parecia sentir medo, como protegeria alguém sentindo medo? Estava fora de si.

Quando se aproximaram dos portões, Kiba já estava a sua espera.

– Ainda bem que vocês chegaram! – ele exclamou

– Onde está meu filho? – grunhiu Sasuke

– Calma Sasuke! – Kiba gritou – Não deu tempo de eles fazerem alguma coisa... Hinata estava com Neji, tentei segui-los, mas Tsunade ordenou que ficasse e esperasse por vocês. Ele está um pouco assustado...

Dito isso, viu todos respirarem aliviados enquanto entravam na vila e iam em direção ao hospital. Tsunade os esperava na porta, percebia-se sua inquietação de longe.

– Ah minha menina... – ela disse ao se aproximar rapidamente enquanto Gaara a levava para dentro do hospital. – Temos que colocar Sakura em um quarto antes que...

– Tia Sakura...? – viu o pequeno parar todos quando ficou no meio do corredor.

– Antes que ele a visse. – completou a Godaime.

– Desculpem-me... Eu não consegui evitar! – disse Hinata ao aparecer por trás do menino, com aparência de cansada.

– Ela morreu? – perguntou para Sasuke, com os olhinhos marejados.

– Não filho, ela vai ficar bem... – Sasuke o pegou no colo enquanto Gaara a levava para o quarto mais próximo.

– Eu vi a tia Sakura morrer papai! – ele choramingou deitando a cabeça no ombro de Sasuke.

– Mas ela está viva! – disse Naruto

– Kabuto o colocou em transe, mostrou imagens de Sakura sendo torturada. – explicou Tsunade – Foi tão rápido. Não sabemos nem como ele conseguiu entrar na Vila.

Sasuke olhou para o filho e o abraçou fortemente. Como apagar essas imagens de sua cabeça?

– Por sorte, não conseguiram o que eles queriam. – disse Naruto ao abraçar Hinata – E vamos ter que reforçar a segurança, vou cuidar disso.

Sakura

Meu corpo todo ainda doía e minha cabeça latejava, mas algo dizia que eu precisava acordar. Abri os olhos e encontrei Gaara, para minha surpresa. Sorrindo, ele veio em minha direção e beijou minha testa.

– Que bom que acordou. – sentou-se na cadeira ao meu lado. – Você dormiu demais. Dois dias para ser exato.

– Nossa... – sussurrei – Como Ryo está? Como você soube?

– Calma... Uma coisa de cada vez. Antes que ele apareça e isso vai acontecer logo, preciso lhe explicar algo... Ryo está emocionalmente frágil... Kabuto o torturou com imagens suas na caverna e por pouco não conseguiram o que queriam...

– Por Kami!

– E eu iria vir de qualquer jeito. Precisava falar com você. – ele sorriu – E agora vou ficar.

Logo a porta se abriu e por ela passou uma pequena cabeleira preta correndo.

– Tia Sakura! – Ryo sorriu – Você tá viva!

– Lógico que estou! Sempre irei te proteger, esqueceu? Vem aqui... – disse enquanto ele subia na cama para se deitar no meu lado.

– Ryo-kun... Não está vendo que ela está machucada? – Sasuke ralhou

– Não! Está tudo bem... Deixa-o aqui. – respondi, mentindo. Cada parte do meu corpo doía.

– Como se sente?

– Bem melhor. Quero ir pra casa.

– Tsunade imaginou que você falaria isso. – Sasuke riu – Levarei você hoje.

– Eu vou levá-la. – Gaara se levantou – Irei cuidar de Sakura.

– Calma aí, acho que você não tem esse direito sobre ela. – disse Sasuke bravamente.

– Parem com isso, por favor. – gritei tapando os ouvidos de Ryo. – Ai, ninguém merece! Gaara irá me levar para casa sim.

– Eu quero ir junto com a tia Sakura... – Ryo pediu

– Não é hora filho. Ela precisa se recuperar...

– Prometo que vamos brincar muito quando eu estiver boa! – disse passando as mãos em seu cabelo. Ele concordou tristemente e afundou a cabecinha em meus cabelos.

. . .

Um silencio perturbador. Assim que ficou minha casa quando chegamos naquele anoitecer. Gaara estava querendo me matar desse jeito. Ele foi para a cozinha com a desculpa de que iria fazer algo para nós e que eu estava com cara de fome. Estava feia por um acaso?

Acabei adormecendo no sofá.

Kabuto caminhava pelos telhados da Vila tranquilamente. Não tinha pressa pelo visto e tinha um destino em mãos...

A casa de Naruto.

E como ele estava em seu dia de sorte, logo viu o pequeno Uchiha brincando no quintal... Que presa fácil. Estava cego de desejo pelo menino, toda sua vingança e ódio por Sasuke se materializando naquela pequena pessoa.

Aproximou-se de forma brusca, fazendo o menino dar alguns passos para trás, largando suas kunais no chão.

– Quem é você? – perguntou sem se intimidar.

– Sou um velho amigo de seu pai. – ele sorriu – Mas você não vai querer saber o meu nome... Quero apenas lhe mostrar algo.

O menino arqueou a sobrancelha e continuou mantendo distância. Kabuto fez alguns sinais com as mãos e logo manteve Ryo em estado de hipnose onde só o viu pronunciar algumas palavras:

– Tia Sakura...

– Querido, venha jantar... Ah? Como você? – Hinata gritou – Neji!!

Antes que ela pudesse terminar, foi arremessada para longe. Logo Neji apareceu, surpreendendo-se com o poder em que Kabuto se encontrava. Não demorou muito para que ele atacasse, mas nada surtia efeito em Ryo. Continuou tentando atacar Kabuto, que se defendia enquanto estava concentrado em torturar o pequeno que gritava e chorava.

– Tire-o daqui, Hinata!

Vendo que iria se prejudicar se ficasse, desfez sua hipnose e desapareceu deixando Neji no chão.

– Droga! – ralhou ele – Vou atrás de Tsunade agora! Preciso que Kiba rastreie esse vagabundo!

– Tia Sakura! Tia Sakura! – o pequeno chorava compulsivamente e tremia – Ela morreu... Ela tá morta e tinha sangue... Correntes...

– Sakura? Sakura? – acordei com os olhos assustados de Gaara a me chamar – Você está chorando e gritando há tempos! Sakura? – Eu estava em choque. Não conseguia responder. Abracei-o fortemente enquanto chorava. Nada tirava Ryo sofrendo da minha mente. Meu coração estava doendo mais que tudo em meu corpo. Eu precisava ir até os Uchiha.