Not really sure how to feel about it

(Não tenho muita certeza de como me sentir sobre isso)

Something in the way you move

(Algo no seu jeito de se mover)

Makes me feel like I can't live without you

(Faz com que eu acredite que não posso viver sem você)

It takes me all the way

(Isso me leva do começo ao fim)

I want you to stay

(Eu quero que você fique...)

Capítulo Treze

Narrado em 3ª pessoa

Caminhava lentamente e com passos curtos, como se estivesse se arrependendo de seu destino final. Agradeceu à Ino pela semana de folga, já passava das duas da tarde quando conseguiu sair da cama. Estava se odiando pelo que iria fazer, sentia que estava regredindo, mas lá estava ela; em frente à casa do Uchiha.

Sakura bateu na porta pausadamente.

Recebeu um olhar de fuzilador de Sasuke ao atender à porta, ele escorou-se nela e colocou suas mãos nos bolsos, esperando que a rosada falasse.

– Ryo não está. – ele disse por fim, chamando sua atenção.

– Eu sei. – ela sorriu fraco – Mas mesmo assim passei para deixar suas coisas. Precisava falar com você.

– Tudo bem. – ele permitiu a passagem da moça e a acomodou em sua sala. Sentou a sua frente, sorriu, embora ela não percebesse. Estava feliz por ela estar aqui. Logo notou que ela também sorria, mas ao olhar ao seu redor.

– Sua casa ter cara de lar...

– Pela bagunça? – Sasuke arqueou uma de suas sobrancelhas

– Também. Mas é tudo tão aconchegante. – Sakura suspirou – Sasuke, eu quero lhe pedir desculpas, não podia ter falado tanta baboseira para você ontem. Eu estava nervosa, não sabia em quem descontar.

– Você tinha razão, Sakura. – ele disse passando as mãos em seu cabelo – Eu não deveria ter atrapalhado sua vida. Se você quiser, posso ir à Suna conversar com Gaara por você.

– Faria isso por mim? – ela perguntou com um ar de desconfiança.

– É o mínimo. – ele disse de cara fechada.

–Acho que você é a ultima pessoa que ele quer ver... Vou dar um tempo para ele pensar um pouco. Como foi sua caçada ao Tobi?

– Não obtive muito progresso, sei que ele está por aqui, mas fui atacado por capangas antes que pudesse o encontrar.

– Você, derrubado por capangas? – ela perguntou incrédula

– Não era qualquer tipo de capanga. E sim capangas do Kabuto. Fui pego de surpresa, conheciam todos os meus ataques.

– Esse louco de novo... – Sakura suspirou – Ele só quer ver o circo pegar fogo. Parece que não cansaram de brigar ainda.

– O problema é pessoal, mas ele quer atingir todos a minha volta.

– Eu não vou deixar que ele faça nada com o Ryo-kun. – Sakura disse, fazendo Sasuke sorrir, isso havia soado tão maternal aos seus ouvidos, tanto quanto uma música.

Sakura

Em minutos, já havíamos esquecidos de todas as nossas tensões passadas, estávamos conversando sobre os assuntos mais diversos quando fui surpreendida por um pedido divertido, agora tinha me tornado professora de culinária para papais desesperados.

– Sasuke, eu falei quatro xícaras de trigo. Cheias. – eu repetia pausadamente. Ele parecia não me ouvir e queria confiar em “seus instintos” inexistentes de cozinheiro. – Tudo bem, não irei mais ajudar. – falei enquanto dava menção que iria sair da cozinha

– Não, não, não! Você, fica. – ele disse enquanto sujava meus ombros com suas mãos fazendo-me sentar em um banco

– Faça o que eu mando.

– Isso não parece um bolo. – ele olhou com desdém para a tigela.

– É porque não está pronto. – suspirei – Mexa. É surpreendente, você tem uma cozinha incrível, e não sabe nem ligar o forno! – eu dizia rindo enquanto o observava. Sasuke logo se estressou, obrigando-me a tomar a tigela de massa dele. Terminei de mexer a massa e a coloquei para assar, enquanto ele fosse buscar o pequeno Ryo, eu iria arrumar a bagunça que Sasuke fizera.

– Ficou muito bom, tia Sakura! – Ryo sorriu após comer o seu bolo pedindo mais um pedaço

– Foi seu pai quem fez. – eu sorri

– Mentira? – ele arregalou os olhinhos fazendo Sasuke e eu rir.

– É sério, filho! Ela só me ensinou. – Sasuke se vangloriou – Sou ou não sou o melhor pai do mundo?

– Claro que é! – o pequeno sorriu – Mas eu ainda acho que foi a tia Sakura quem fez... – logo o sorriso de Sasuke se desmanchou e eu debochei dele rindo.

Despedir-se de Ryo era sempre algo complicado, ele me lançava um olhar de como se eu nunca mais fosse vê-lo, mas para que isso não acontecesse, Sasuke tratou de manda-lo para o banho.

– Sakura... Obrigado. – ele disse enquanto abria a porta

– Não precisa agradecer. – disse olhando para o horizonte.

– Precisa. – ele riu – Quero que fique, não se distancie de nós.

– Você sabe que eu não o faria nem se quisesse. – disse sorrindo para ele, que por fim retribuiu me abraçando, me confundindo, querendo me matar de agonia, não é? Que droga, Sasuke!

– Preciso ir. – disse enquanto me distanciava dele – Está anoitecendo. Até mais.

– Até mais. – ele sorriu com minha reação e depois acenou. Dei-lhe as costas e comecei a caminhar, abraçando meu próprio corpo e sentindo o seu perfume que ainda restava, tão bom... Droga, Sasuke.

Estava anoitecendo quando sai da casa de Sasuke, me sentindo bem leve, mas por outro lado mal, por saber que nada daquilo me pertencia. Ryo me fazia feliz, vê-lo sorrir me fazia bem, mas saber que ele não tinha nada de mim era o pior. Já era para eu ter aprendido a conviver com isso, mas droga, por que era tão difícil? Tudo relacionado à Sasuke sempre é muito difícil.

Fiquei horas amargando na rua e depois em um parque onde costumávamos brincar quando éramos mais novos. Decidi voltar para minha casa quando vi que já era noite e não tinha quase ninguém na rua, havia ficado tão medrosa de uns tempos pra cá.

Começava a esfriar em Konoha e ventava forte, caminhei rapidamente até chegar a minha casa, encontrando um bilhete na porta:

“Preciso falar com você. Encontre-me na saída de Konoha. Gaara.”

A grafia não negava, era realmente Gaara. Ele queria me ver? Por quê?

Entrei em minha casa e procurei por uma blusa de frio, vesti-a rapidamente e logo sai de lá. As ruas estavam vazias e logo avistava os portões e um vulto alto e à medida que eu me aproximava, mais semelhante com Gaara ele era. Chamei por seu nome e ele se distanciou, como se me quisesse fora de Konoha, seus olhos chamativos me convidavam para uma conversa lá fora e eu o segui.

Pude vê-lo desaparecer nas folhagens enquanto ignorava os chamados dos guardas e eu continuei a seguir ele chamando seu nome... Até que ele desapareceu e instantaneamente, um gás começou a brotar da terra rapidamente, deixando minha visão turva e tudo ao redor de mim foi ficando maior, onde percebi que estava no chão.