Já se passara um mês desde a reconciliação de Austin e Ally, e a vida deles estava tão boa que era impossível ficarem melhores. No mesmo dia da reconciliação eles não ficaram um longe do outro. Estavam com muita saudade dos dias em que passavam o tempo inteiro juntos. Austin ficara no quarto de Ally conversando com a mesma. Estavam abraçados, deitados na cama, e um fazendo carinho no outro e se beijando de vez em quando, mas somente beijos simples.

Trish e Dez não ligaram nem mandaram mensagem para não perturbar ambos. Só no dia seguinte, na escola, que falaram com eles. Estavam felizes com a felicidade dos amigos que nem ficaram brigado, quer dizer, Trish nem se importou com todas as coisas idiotas que Dez dizia e nem brigava com ele.

E os dias foram se passando. Austin e Ally voltaram a ser como era antes. O tempo inteiro um grudado no outro. Voltaram a estudar juntos porque na outra semana começaria a semana de provas. Austin pegou firme nos estudos, porque tinha que tirar boas notas para ficar em Miami, e Ally o ajudou da melhor forma possível, mesmo que para ambos fossem difícil parar de se olharem ou se acariciarem ou até mesmo se beijarem.

Quando a semana de provas terminou os quatro saíram para comer pizza, e relaxarem, depois da semana cansativa que tiveram. Sentiam também saudades de saírem todos juntos. Quando Austin e Ally estavam brigados somente saíam com Dez e Trish, respectivamente. Então aquele dia da pizza fora muito especial.

Mas foi ainda mais especial, porque na hora que foram embora e chegaram em frente a casa de Ally, Austin a pedira em namoro, dando um lírio arrancado de um jardim, sem que a dona soubesse. Ela não conseguiu parar de sorrir e sua resposta foi um beijo bem demorado e intenso. No outro dia seu pai, Trish e Dez ficaram sabendo, e fizeram uma maratona de filmes em sua casa, mesmo que o Sr. Dawson dormira no meio do primeiro filme.

Depois que todos foram embora os dois foram para o quartinho do lado do quarto de Ally. E pela primeira vez cantaram juntos. Ally tocava o piano e Austin cantava. Em algumas partes ela também cantava, e em outras ambos cantavam.

– Nós cantamos muito bem. Deveríamos usufruir disso – Austin dissera naquela noite.

– Não consigo me apresentar pra ninguém Austin – Ally disse sorrindo triste.

– Bom, eu amo me apresentar – ele sorriu maroto – e você gosta de escrever músicas né? – ela assentiu. – Que tal você escrever as músicas e eu cantá-las? – Ally ficou pensativa, mas logo concordou, e Austin abriu o maior sorriso do mundo.

Nessas duas últimas semanas eles passavam praticamente o dia inteiro escrevendo as músicas e compondo as melodias. Eles escreviam na loja, enquanto trabalhavam, e compunham antes de irem dormir. Algumas vezes foram dormir bem tarde com conta disso, e depois no outro dia não queriam acordar. E o pai de Ally tinha que tirá-la cutucando-a, e Ally empurrando Austin da cama.

E naquele momento, como nas outras semanas, ambos estavam na loja olhando para o diário de Ally, onde ela escrevia as músicas. Não tinha ninguém na loja. Logo Dez e Trish chegaram e foram até o balcão, onde estavam.

– E ai pessoas – Trish disse se encostando no balcão. – Estão ainda compondo?

– Sim – Ally disse sem olhá-la.

– Quantas já fizeram?

– Umas seis já. – Austin disse, imitando sua namorada.

– Nossa, foram muitas já – Dez disse. – Estão fazendo outra?

– Uhum – ambos disseram, ainda sem olhá-los.

– O caderno tá ótimo né? – Trish disse irônica.

– Hm? – Ally perguntou sem entender.

– Até agora vocês não olharam pra gente.

– Ah desculpa – Ally sorriu, e finalmente ambos olharam – é que estamos pensando no próximo verso.

– Como está a estrofe? – Trish disse olhando o caderninho.

– And you gone, and taken me with you, not my whole self, but only my heart – Ally leu o que havia acabado de escrever. Olhou para Trish e Dez, esperançosos.

– And destroyed him too? – Trish disse esperançosa.

– Boa Trish – Austin disse sorrindo, e Ally escreveu. Fechou seu diário.

– Parou – Dez perguntou.

– É, depois a gente termina – Ally disse.

– Pera, deixa eu ver aqui o come... – Austin falando, pegou o diário de Ally, mas não foi uma boa ideia. A garota o puxou, e o apertou contra o peito. Ele levantou a mão na hora. – Que foi? – deu um risinho nervoso.

– Nunca toque no meu diário – ela disse pausadamente, olhando-o bravo.

– Por quê? – perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Ela tem disso – Trish disse, rindo da situação.

– Não deixa ninguém pegar seu diário. Só ela pode – Dez complementou.

– Eu só queria ver o começo da música. – Austin se justificou.

– Era só ter pedido – Ally disse como se fosse o óbvio. Abriu a página em que estava o começo da música e deu pra ele olhar.

– Nossa, se eu pensasse que você fosse assim nem tinha te tocado – ele disse rindo. Ally mostrou a língua.

– Lindo o relacionamento de vocês – Trish disse rindo.

– O melhor – Dez concordou. Todos riram.

– Tá, nós viemos aqui pra chamarmos vocês pra sairmos. Que tal?

– Bom, eu e a Ally queríamos ir no cinema – Austin disse, passando o braço pela cintura da garota.

– Ah que isso. Vocês passam o dia inteiro juntos – Trish reclamou. – Vai, sai com a gente – pediu manhosa.

– Tá bom, a gente sai – Ally disse.

– Mas... – Austin começou, mas foi cortado.

– Nada de mas. Nós não saímos juntos faz tempo. – Ally disse olhando significadoramente para ele.

– Tudo bem – disse derrotado. – Mas depois você é minha – ele sorriu de lado e se virou ficando frente a frente dela.

– Ah não, melação na nossa frente não dá – Trish disse revirando os olhos.

– Por que Trish? É tão lindo. É tipo filmes de romance – Dez disse sonhador. Austin e Ally riram.

– Eu vou embora – Trish disse revirando os olhos – Então tá marcado. Na pizzaria às oito. – ela disse sob o ombro.

– Dez? – Austin disse olhando para o amigo que ainda os olhavam abraçados sonhadoramente.

– Hãn? – disse bobamente.

– Pode ir agora.

– Ah, claro – ele despertou e Ally e Austin riram. Foi embora.

– Você é muito possessivo – Ally disse olhando para seu namorado e sorrindo minimamente.

– Claro que não. É ruim querer ter você só pra mim? – disse travesso rindo, puxando ela mais para perto de si. Ela riu. – Tá bom, falando alto parece isso mesmo. – ela riu novamente. – É que a gente ficou tanto tempo separados que agora eu quero aproveitar o tempo perdido.

– Tá bom, se for isso eu aceito – ela sorriu para ele, e ele sorriu, acompanhando-a. Ele subiu uma das mãos até o cabelo dela, acariciando. Aproximou-se e beijou seus lábios tão pequenos, rosas e carnudos. Ela sorriu. Não conseguiu conter esse sorriso. E ele também. Pensava que era a pessoa mais sortuda do mundo por ter a garota mais linda, mais meiga e mais maravilhosa. Ele continuou com o sorriso, ainda encostado nos lábios dela – o que foi? Por que todo esse sorriso? – ela perguntou, achando graça. Ele se afastou dela só um pouco, e olhou bem no fundo de seus olhos.

– Só pensando na vida maravilhosa que tenho, por você estar do meu lado. – ela sorriu ainda mais, corando. Ele riu do ato involuntário do corpo dela e beijou-a novamente, mas desta vez aprofundando logo. Ele voltou a colocar as duas mãos na cintura dela, passando-as para as costas, e apertando um pouco. Ela colocou as duas mãos no pescoço dele, mas logo passou uma delas para seu cabelo, acariciando-o devagar, e passando entre seus dedos, sentindo a maciez. Austin passou uma de suas mãos por baixo da blusa dela, sentindo-a arrepiar por algo gelado passar por seu corpo quente.

Era bom sentir todos esses sentimentos confusos em um único beijo. Fazia ambos se sentirem vivos, felizes, amados. Fazia-os sentirem como se fossem únicos e sozinhos nesse mundo tão vasto, tão grande, em que todos se machucavam, todos sofriam menos os dois, porque eles se amavam, e ninguém poderia tirar esse amor que um tinha pelo o outro.

Eles eram felizes mesmo que o mundo ao seu redor não fosse o melhor. Um tinha o outro. E isso bastava para ambos. Nunca em suas vidas sentiram algo tão profundo, intenso, forte. Por nenhuma outra pessoa. Eram as pessoas mais sortudas por sentirem o que sentiam.

Separaram-se. Austin logo abriu seus olhos, mas Ally ainda não abrira. Estava ainda sentindo o gosto do beijo dele, sorrindo. Mas teve que abrir, vagarosamente, e encontrou dois lindos olhos marrons brilhantes a observando. Olhou para a boca dele e lá estava aquele sorriso grande em que mostrava todos os seus dentes brancos, e que ela tanto gostava.

– Sabia que eu amo esse seu sorriso? – ela disse.

– Sabia. Todos amam – ele disse convencido, e ela revirou os olhos. – Mas ele é especialmente pra você – continuou, sorrindo, e dando um selinho demorado nela.

X

– Sabia que daqui uma semana completa um mês do nosso namoro? – Austin perguntou, olhando parar Ally. Estavam andando até a pizzaria, pra encontrar Dez e Trish.

– Sabia. Você acha que vou esquecer isso? – ela riu.

– Claro que não. Só queria lembrar. – voltou a olhar pra frente. – O que vai dar pra mim?

– Ah, eu tenho que dar alguma coisa? – disse, fingindo surpresa.

– Claro que sim né – ele disse, não percebendo o fingimento dela.

– Eu sei né – ela riu, e ele revirou os olhos, em sinal de impaciência. – Eu já tenho tudo planejado.

– E não vai me falar?

– Claro que não. Surpresa né. – ela riu da cara brava que ele fez.

– Eu também não vou te contar a minha surpresa. – olhou para frente novamente.

– Tá. Senão não seria surpresa né? – ela riu, novamente, e ele a acompanhou. Chegaram na pizzaria e seus amigos já estavam lá.

– Demoraram hein – Trish disse, assim que chegaram.

– É, já até to com fome – Dez disse passando a mão na barriga.

– Por que já não pediram? – Ally disse, como se fosse o óbvio.

– Verdade né. Como você é burro Dez – Trish disse, dando um tapa no braço do amigo.

– A culpa não foi minha. Você também é culpada – Dez disse se defendendo.

– Por favor, sem brigas – Austin interveio.

– Tá bom – eles disseram em uníssono. O garçom veio e eles fizeram o pedido. Havia poucas pessoas na pizzaria, já que era sexta-feira, e a maioria da cidade estava em festas, ou barzinhos, ou boates.

– E então Austin, quando vai querer começar a fazer o vídeo? – Dez disse.

– Que vídeo? – Ally perguntou, olhando de Dez para Austin.

– Bom, eu pensei que poderia gravar eu cantando suas músicas, e colocar na internet. – Austin explicou.

– Boa ideia. E eu posso ser a empresária que tal? – Trish se pronunciou animada.

– Espera ai. Vocês pensaram nisso sem meu consentimento? Aliás são minhas músicas – Ally disse. Todos engoliram em seco. – É brincadeira. Adorei essa ideia – ela disse rindo das caras de todos.

– Você quase causa um infarto em mim – Austin disse, pondo a mão no coração.

– Vai ser bom isso. Pelo menos estou mostrando minhas músicas, mesmo que indiretamente – Ally sorriu.

– Vai ser muito bom. Eu sou um ótimo cinegrafista – Dez disse convencido, fazendo todos rirem.

– Quando vão começar a gravar? – Trish disse.

– Amanhã – Austin respondeu.

– Já vai pegar uma das minhas músicas? – Ally pergunou.

– Claro. São as melhores – Austin disse, e sorriu, fazendo Ally sorriu.

– Ai que melação – Trish disse revirando os olhos. A pizza chegara naquele momento.