Até Parece Conto De Fadas escrita por broken angel


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

PESSOAAAAAAAAAAAAAAAAAL I'M BACK. Me desculpem, ufa, um mês longe disso aqui, eu estava super triste com isso, mas tem uma razão. Aquelas semanas foram decisivas pro Enem, e eu tava atolada, minha cabeça explodia, não conseguia pensar em nada, e juro que tentei. Então hoje sei lá que me deu que eu comecei a escrever e BAM saiu essa coisa de capítulo. Não sei se ficou bom, mas sinceramente espero que gostem.



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Ally chegou em seu quarto, ofegante. Veio correndo, sem parar pra respirar. Fechou a porta atrás de si, respirando fundo. Mas no momento em que se viu em seu quarto, começou a chorar. Não sabia o real porquê de estar fazendo aquilo, mas estava.

Ela estava confusa sobre seus sentimentos, e não queria tomar nenhuma atitude antes de entendê-los. Não podia ter beijado Austin sem ao menos saber se o que ela sentia por ele era uma atração, uma paixonite passageira, ou se era realmente algo mais sólido, se ela tinha sentimentos fortes por ele. Ela não sabia responder, e ter feito o que fez alguns minutos atrás não estava ajudando-a naquele momento.

Se jogou na cama, de bruços, e continuou a chorar. Chorava ainda mais, soluçando, se chacoalhando toda. Ela queria ficar naquele quarto até Austin ir embora pra sua casa, porque com certeza algum dia ele iria voltar pra Califórnia, não iria ficar o tempo todo lá, e ela bem que podia ficar lá sem ninguém perceber nada. “Ideia estúpida”, ela pensou.

Era óbvio que ela não podia ficar muito tempo ali, todos iriam perceber, mas pelo menos até amanhã ninguém iria notar. Era só dizer que estava cansada, para seu pai, que ele a deixava quieta. Agora, se Austin quisesse falar com ela, poderia se esconder, ou fingir que não estava lá, ou sair correndo. “Outra ideia idiota. Enfrente seus problemas Ally Dawson. Seja forte”. Respirou bem fundo, se levantou, secou suas lágrimas, e respirou, novamente. Abriu a porta de seu quarto e começou a descer as escadas, mas parou. A cena que viu foi como se alguém jogasse água fria nela do nada. Foi como se socassem seu estômago. Foi como se perfurassem seu coração com uma faca bem afiada. Ela não queria acreditar que aquela cena estava realmente aconteceu. Quando viu, estava chorando novamente.

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E mais uma vez Austin a vira partir. E não fez nada para impedir. Mas o que mais ele poderia fazer se ela queria daquele jeito? Se ela queria dificultar as coisas? Se ela não queria admitir que tinha algo entre eles, algo inexplicável, mas algo forte? Ela era a pessoa mais difícil de se entender, isso ele já tinha percebido desde o primeiro dia em que conversou com ela.

Respirou fundo, e esperou alguns minutos, era o que ele podia fazer naquele momento. Passados dois ou três minutos saiu de lá, e foi direto pra Sonic Boom. Não iria chateá-la porque ele tinha certeza que não abriria a porta, e se abrisse não iria querer falar do beijo ou fingir que realmente aconteceu.

Tinham fechado a loja, já era mais de oito horas da noite. Sentou-se no banco e colocou as mãos no rosto, e apoiou o cotovelo no balcão.

– Ora, ora, quem está aqui, se não é Austin Moon. – disse uma voz fina e irritante. Ele revirou os olhos. Sabia quem era.

– Oi Kira – se virou para olhar a morena que estava em pé, a sua frente.

– Nossa, que oi seco – disse erguendo a sobrancelha. Ele revirou os olhos novamente.

– O que quer Kira?

– Parece que alguém não está com bom humor não é mesmo?

– Se parece isso por que vem me chatear? – Se levantou e cruzou os braços, olhando-a.

– Eu só vim aqui conversar com você e é assim que me trata?

– Você nunca vem aqui só pra conversar Kira. Sempre tem algum plano na mente, e sempre vem pra causar confusão com a Ally.

– Então é isso que pensa de mim Austin? – fez cara de coitada.

– É a verdade não é? – ele ergueu a sobrancelha.

– Que pena que pensa isso sobre mim. Eu poderia mudar a sua opinião, se você quisesse – disse as ultimas palavras em um tom malicioso, e sorriu.

– Não quero saber de nada de você Kira. A Ally me contou o...

– Então é por causa da Ally que você está assim comigo? Aquela garota estúpida...

– Não fala assim dela – vociferou.

– Acha que vai me atingir desse jeito? – continuou como se não tivesse sido interrompida.

– Ela não quer atingir ninguém Kira.

– Claro, porque ela é uma santa né Austin? A Santa Dawson, é isso o que ela é. Ela não te contou do passado dela não é mesmo?

– Você tá inventando tudo isso Kira, conheço seus joguinhos.

– Não sou eu quem inventei essa história – disse maliciosa – Sabe aquela frase “Seu passado te condena”? Então. Cabe certinho da Santa Dawson.

– Cala a tua boca Kira – Austin ficara nervoso. Ouviram uma porta se fechando, e Austin se virou pra ver quem era, só que as mãos pequenas e frias de Kira o virou para ela própria, e sem perceber o que estava acontecendo os lábios grandes, carnudos, molhados e quentes de Kira, tinham se apoderado de seus próprios lábios. Ele estava com os olhos abertos, indignado com o que estava acontecendo. Suas mãos paralisaram. Era Kira quem estava fazendo todo o serviço. Ouviu uma voz embargada as suas costas:

– Não.

Ele empurrou Kira e se virou. Era Ally que chorava vendo aquela cena. Se virou para Kira e ela tinha um sorriso triunfante.

– Não, não, Ally, por favor. Deixa eu explicar – disse desesperado indo para perto dela.

– Não tem o que me explicar Austin – ela disse, ainda com a voz embargada – Eu vi tudo.

– Não é isso Ally. Não é o que parece. Ela me forçou quando ouviu baru...

– Você não me deve explicações Austin. Não somos nada. – disse secando as lágrimas. Ela ainda estava no segundo degrau da escada. Austin estava no último.

– Isso mesmo o que ela falou Austin, não deve nada a ela – Kira disse com sua voz irritante e infantil.

– Cala a tua boca Kira, ninguém pediu sua opinião aqui – se virou, dizendo bravo. Suas mãos tremiam de tanta raiva.

– Não Austin, eu não calo. Porque foi agora que você conseguiu algo melhor que isso ai – apontou para Ally, com cara de nojo.

– Com licença? – ela disse, sem entender.

– Toda – Kira disse maliciosa.

– Se tem alguém podre aqui, é você.

– Você tá se confundindo, queridinha. Não sou eu que tenho um passado cabuloso.

– Ninguém pediu sua opinião, queridinha.

– Tá vendo Austin. Tenho certeza que consigo beijar bem melhor que ela, mesmo que ela tenha pegado a cidade inteira. – Kira disse, maldosa. Ally já estava em seu auge. Desceu as escadas apressada, e Austin nem a vira passar por ele. Levantando o braço, tremendo, e com força, deu um tapa na face esquerda de Kira, que virou o rosto, de tão forte e estalado que fora. – Você vai me pagar sua piranha – Ela virou, com a boca espumando de raiva e meteu a mão no cabelo de Ally, puxando-o pra baixo. Ally gritou, de dor, sentindo alguns fios de seu cabelo irem embora. Fechou seu punho e socou a barriga de Kira, que urrou e caiu, puxando-a. Ally estava em cima de Kira, e dava tapas e socos em tudo que conseguia alcançar. Kira também não estava atrás. Deu um soco na bochecha de Ally, perto de sua boca, que fez seus dentes cortarem seu lábio inferior. Ally gritou, com dor. Ainda estava em cima de Kira. Mas duas mãos, grandes, agarraram sua cintura, fazendo-a subir, e sair de cima de Kira.

– ME SOLTA AUSTIN – ela já conhecia essas mãos. Se debatia para sair das mãos dele e ir direto para a cara de Kira, talvez puxar seu cabelo, talvez bater sua cara no balcão, ou talvez passar a cara da garota no chão. Mas seus planos foram embora, quando a outra garota se levantou e gritou, com raiva:

–VOCÊ VAI ME PAGAR, ALLY DAWSON. – saiu correndo da loja, e nesse momento Austin a soltou.

– QUAL É O SEU PROBLEMA? – urrou, empurrando-o – EU ESTAVA MUITO BEM, OBRIGADA.

– Você ia matar a menina.

– E AGORA TEM PENA DELA? ELA MERECE TUDO QUE RECEBEU HOJE – ainda tremia de raiva, olhando para Austin. Estava descabelada. Um sapato dela estava perto do balcão, e o outro em seu pé. Sua roupa estava amassada, e fora do lugar. Sua cabeça doía bem onde Kira tinha tirado seu cabelo. Seu lábio ardia. – Quer saber – respirou fundo – que se dane. Nunca mais encoste em mim – apontou os dedos para Austin.

– Você não vai me pedir isso – ele disse se aproximando dela.

– Por que não? – riu desdenhosa.

– Porque eu preciso de você... – seguiu um silêncio de alguns segundos – E você precisa de mim.

– Tá enganado nesta parte – ela passou por ele, só que ele a segurou.

–Ally, você sabe que eu não quis isso. E deve ter deduzido que foi ela quem me beijou, me forçou a beijá-la.

– Quando um não quer beijar Austin, não tem beijo. – disse olhando-o.

– Ah é? E se eu te agarrar aqui e te beijar? Não vai ter beijo – disse erguendo uma sobrancelha, e puxando-a para perto. Ela recuou. Foi pro banheiro lá embaixo, e Austin atrás dela. Se olhou no espelho e riu da sua própria imagem. Arrumou o cabelo, e as roupas, e viu o porque de seus lábios estarem sangrando. Tinha sido cortado. Um corte bem grande por uma simples briga. Olhou o reflexo de Austin, e ele estava preocupado, olhando para o seu estado.

– Vai ficar me seguindo?

– Vou cuidar de você – ele disse puxando-a até a cozinha. Ela relutou, mas ele era mais forte, ou seja, sua ação foi em vão. Fez ela sentar no balcão. Pegou dois guardanapos de papel, um ele molhou. Chegou perto dela. Ela estava na sua altura. Pegou o guardanapo molhado e encostou-o de leve no lábio da garota, que apertou os olhos, e se afastou – Ardeu? – ela assentiu. – Desculpa. – Passou-o de novo, delicadamente, até ela se acostumar. Segurou-o por um momento, até tirá-lo e secar a boca de Ally, com o guardanapo seco. – Não vai me contar a história do seu passado? – ela respirou fundo.

– Não.

– Por quê?

– Porque não te interessa.

– Desde quando? – perguntou surpreso.

– Desde agora. – Fez menção de sair, só que ele segurou em suas coxas, apertando-as, e fazendo ficar no mesmo lugar.

– Isso tudo porque a Kira me beijou? – disse erguendo uma sobrancelha. – Você gosta de mim Ally.

– O quê? Claro que não – disse rapidamente.

– Então porque está brava.

– Você traiu minha confiança.

– Fazendo o que?

– Beijando aquela piranha.

– Ela me beijou Ally.

– Mas você deixou.

– E o que que tem? Não temos nada. Você me assegurou disso lembra? – ele disse bravo, olhando em seus olhos. Ele começara a tremer as mãos. Ally ainda estava com a cara brava, olhando pra ele.

– Lembro. E vou manter minha palavra. – Pulou do balcão e foi pro seu quarto, onde recomeçou a chorar.

Seu coração doía. Um buraco enorme estava nele e não sabia como fazer isso parar de acontecer. Sempre conseguia um buraco em si própria, e ela nunca era culpada por aquilo, ou talvez era, mas naquele momento ela tinha certeza. Ela dissera que não queria nada sólido com Austin, e alguém pegara seu lugar, agora era se contentar com isso, e fazer com que o buraco de seu coração sumisse completamente, e se assegurar de que não iria abrir outro tão facilmente.

Ally acordara cedo naquele dia, e não estava com vontade de fazer nada, nem de ir pra escola. Evitara Austin por mais de uma semana, e isso estava torturando-a, mesmo que não queria admitir. Trish estava brava com ela por ter feito o que fez, mas mesmo assim estava ao seu lado, conversando, mesmo que poucas coisas. Austin, sempre que a via, olhava-a triste, e desviava do caminho. Ela se arrependeu de ter dito aquilo para ele, e parece que ele tinha entendido, afinal, tinha se distanciado dela. Só restara novamente Trish e Dez.

Ela estava solitária, triste, queria ter Austin de novo em sua vida mesmo que isso doesse quando ela pensava. A ferida em seu coração não curara, e estava longe de acontecer. Ela sabia que se curaria se, e somente se, Austin estivesse ali, ao seu lado, mas como ela dissera antes, não queria nada com ele. Trish dera os parabéns para ela por ter batido em Kira. Desde esse episódio toda vez que Kira vira Ally, tinha um olhar de assassina, e ela procurava por furinhos em sua blusa, porque tinha certeza que a metralhadora imaginária de Kira tinha atingindo-a.

Ela ficou infeliz pela Kira ter contado, ou ao menos mencionado, seu passado para Austin. Era passado, não queria ter falado nada para Austin. Ele era seu novo amigo, não era necessário ele saber de suas burradas antigas, não tão cedo, mas Kira fez questão de trazer isso à tona. Nunca se orgulhara do que fazia antigamente, mas o que foi feito já passou, ela nunca iria poder mudar isso. Estava para sempre em sua memória, e na das outras pessoas. Mas com o tempo, essas pessoas esqueceram, ou fingiram esquecer, ou estavam cansadas de fazer Ally lembrar.

Mas o bom disso tudo, se tinha algo bom, era que Austin não voltara a falar com Kira. Bem que ela tentara falar com ele, mas ele deixava-a falando sozinha. Como Ally sabia? Simples. Ela ainda seguia Austin, com o olhar. Ele só andava com Dez e com os garotos do time de basquete. Ele tinha parado de andar com esses últimos por causa dela, mas agora, também por causa dela, voltara a andar. Quase foi expulso por não comparecer nas reuniões e nos treinos, por ficar tempo demais com Ally.

Vez ou outra ela via Austin tocando o piano, e cantando baixinho. Algumas pessoas na loja paravam e ouviam, e ele nem percebia-as, ou fingia não perceber. Ele estava muito triste, era visível isso para todos. Andava sempre cabisbaixo, nunca sorria por muito tempo, não fazia mais suas graças, e não ficava perto de Ally. E isso estava consumindo-o também, mas se ela queria daquele jeito quem era ele pra mudar alguma coisa?, ele pensava. Estava muito triste e deprimido. Seu rendimento escolar também não estava muito bem. Essa semana era de prova, e ele não tinha estudado. Quando tinha prova estudava com a Ally, porque conseguia entender se fosse ela que explicava, mas eles não tinham estudado, e ele tinha certeza que iria se dar mal em todas essas matérias.

Veio para Miami com uma condição: Tirar sempre boas notas. Se ele não cumprisse essa promessa, seus pais o levariam de volta para Califórnia e ele nunca mais iria ver Ally. Talvez isso seria uma coisa boa, mas mesmo doendo seu peito sempre que olhava pra ela, era bom olhar aqueles olhos castanhos, aqueles cabelos castanhos e ondulados, e com as pontas loiras. Aquela boca pequena e carnuda, que queria beijar, e beijar, e continuar a beijar, até que o mundo acabasse. Mesmo que machucasse, gostava de “cuidar” de Ally a distância. Tinha esse trato com o Sr. Dawson, e estava ainda tentando cumprí-lo.


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Notas finais do capítulo

Acho que não respondi ninguém, mas juro que irei, e também postarei um gif. To no computador que não tem photoshop pra eu fazer o gif, então é impossível. Anyway, espero comentários de vocês, pelo menos da maioria.