Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 58
1+1=2, mas talvez não queira saber


Notas iniciais do capítulo

Ok. Todos entenderam que tem a ver com o Nathan neh?



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- Porque você ligou para meu pai? - Nathan berra, batendo com as duas mãos fechadas em punho em cima da mesa onde Meg está sentada com dois caras da idade do pai de Nathan.

Ela larga o pedaço de cenoura que estava segurando, m cima do prato de plástico.

- Olha aqui, eu sei que você adorou a noitada com ele, mas esse motivo pra escutar a voz dele não foi nada convincente. - completa ele.

- Seu pai é um cara esperto Nathan. - Ela ri. - Pense um pouco. É meio óbvio que ele sabe onde você está. E antes que você comece a berrar comigo e me culpar de coisas que você nem ao menos sabe como qualquer Nathan Jones, eu não liguei para seu pai.

- Mas ele disse na carta que você falou com ele. - diz Nathan mordendo a pele solta perto de sua unha do dedão da mão esquerda.

- É, mas não fui eu quem liguei. - Ela coloca as pernas em cima da mesa e nos encara. - Deveria prestar mais atenção nas coisas que seu pai fala.

- Ele matou minha mãe na minha frente e anos depois disse que estava bêbado e drogado. Não vou confiar nas coisas que ele faça até que ele me prove ser digno disso.

- Pois então me diga senhor ele não é digno para que eu acredite nele, Quem se deu mal dentro daquela mansão? Ele avisou você. Fique longe e por causa de uma loira que fingia ser humana, vocês dois quase morreram.

- Não foi por causa da Georgia. - berra ele socando a mesa mais uma vez. - Não fale coisas das quais você não sabe.

Ele puxa meu braço e começamos a andar na direção da saída. 

Meg se levanta da mesa e fica parada ao lado dela. 

- Ora, vocês dois cometeram os mesmo erros. Seu pai já esteve naquela mansão! - grita ela. - Comigo!

Nathan para de andar e nós dois nos entreolhamos.

- Como é que é? - Ele olha para trás, encarando-a com os olhos estreitos.

- Eu e seu pai estivemos naquela mansão quando tínhamos dezessete anos. Alguns anos antes de ele conhecer sua mãe. 

- Foi ai que...

- Não. Não foi. - Ela cruza os braços. - Nós tentamos fugir no primeiro dia e  no primeiro dia Carter mordeu minha coxa e nos prendeu naquela droga de adega. Nathan, aquilo acontece várias vezes por ano. Não é diferente do que aconteceu com vocês.

- Pera ai! - grita Nathan. - Georgia é...

- Sim Nathan. Georgia e Carter são mais velhos do que seus avós. - Ela cruza os braços.

- Shan. - Ele engole em seco e segura meu braço. - Eu vou vomitar. 

- Está vendo?Eu não estou falando coisas de que não sei. Estou falando das coisas que aconteceram comigo, com você, com seu pai e com a Shannon. E o que aconteceu com muitas pessoas. E acho que somos umas das únicas que sobreviveram. Seu pai quer achar a cura.

- Ok. Está fazendo do jeito errado. - Ele larga o pacote com a maleta de metal em cima da mesa ao seu lado. - Ele sabe que não faço ideia de como fazer isso. 

- Tem certeza? - Meg cruza os braços. - Tem certeza de que não faz ideia? Você pelo menos tentou?

- Sabe o que é discaulculia? No pior nível possível? - Nathan deixa a mão reta de lado, na altura de sua cabeça. - Discalculia léxica, gráfica operacional, ideognóstica. É. Tenho certeza. 

* (Ok. É a Sofia. Á um tempinho, quando comecei com essa história da dificuldade do Nathan com números e cálculos, não sabia ao certo se tinha um nome específico ou era só dislexia. E também eu estava mais preocupada em escrever do que saber sobre isso, mas então pesquisei um pouco e vi que se chama discalculia. E pode ser destes tipos, incluindo o que Nathan possui: Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos; Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos. Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos; Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos; Discalculia practognóstica: dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens; Discalculia ideognóstica: dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos. E isso eu poderia ter colocado nas notas finais, mas como já tá aqui, vamos lá. Ok. Prometo que não vou invadir mais os capts, agora adels e até as notas finais) 

Meg encara o chão e suspira.

- Seu pai não havia...

- É. Não é uma coisa para se orgulhar. - diz Nathan. - Agora que já sabe. Sabe que não foi por falta de tentativa. Mande isso para ele, mas eu não vou para aquela casa novamente para ouvir ele dizer que tenho que tentar mais. Porque eu já cansei de ouvir isso. - Nathan suspira aliviado e pisca algumas vezes, respirando devagar. Ele encara o celular em cima da mesa e corre até lá. Ele segura o celular e leva até a boca. - Ouviu isso? Não finja. Sei que sim e espero que tenha entendido. 

Ele larga o celular em cima da mesa novamente.

Meg aperta os lábios, aparentando estar mesmo constrangida com os berros de Nathan. Nos entreolhamos e suspiro, escutando os passos de Natan na direção da cerca. 

- Eu realmente não sabia. - diz ela gaguejando, como se estivesse se desculpando comigo.

- Não sou eu a quem deve pedir desculpas. Não se meta na história deles ok? Eu não vou mais fazer isso a partir de agora e espero que também o faça.

- Não vou mais falar nisso.

- Ótimo. - digo andando na direção de Brook, que me encara com o cenho franzido. Puxo seu braço e ela me encara. - Cale-se e tente não tocar no assunto.

- Eu quero saber o que aconteceu aqui. - sussurra ela. Encaramos a nuca de Nathan de longe, que anda até a cerca em passos lentos.

- John conseguiu vários cálculos para a cura e cobra que Nathan consiga resolver, ao invés de fazer isso sozinho. 

Ela segura meu braço, me parando e encara meus olhos.

- Olha, eu sei que não nos conhecemos muito bem, mas consigo ver que não é porque ele não queira, e sim porque não consegue. Nathan tem discalculia, não é?

- É. - diz Nathan nos encaramos. - Eu não me importo que fale ok? Só não quero resolver aqueles números. 

- Ninguém de nós quer.

- É, mas vocês podem. Quando quiserem. - Ele balança a cabeça e continua andando. - A maioria das pessoas muda comigo ao saber disso então... Dane-se.

- Eu não me importo. - digo esboçando um sorriso. - São só números.

Ando até ele.

- É, que podem salvar todo mundo. - Ele se afasta. - Não venha atrás de mim. Eu preciso esquecer um pouco disso. 

- Ok. - digo e volto para o lado de Brook que balança a cabeça. - Viu?

- Ele é o vagabundo mais sentimental que eu já conheci. - Ela ri. - Você se importa? 

- Não. - digo sorrindo.

- Mas poderia salvar...

- Eu não quero saber. Não vou mudar o jeito de olhar para ele só poruqe ele não sabe fazer cálculos. 


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Notas finais do capítulo

Enfim. Dane-se que o Nathan não sabe as contas (não especifiquei 1+1=2 ok? Só foi a uma conta que veio em minha cabeça. Não estou julgando ninguém, sei que isso é bem sério e enfim...) ele continua sendo o Nate ♥