Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 48
Atormentados pela escuridão


Notas iniciais do capítulo

Bem, já é a segunde vez que posto hoje e espero ter uma terceira. Enfim, boa leitura:



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- Para. – digo empurrando-o.

Ele me encara.

- Porque?

- Eu que controlo isso. – digo descendo do balcão e encarando seus músculos do abdômen. – Isso só acontece quando eu quiser.

- Desde quando você está no controle? – Ele anda em minha direção com um olhar sério.

Paro-o com a mão aberta.

- Quem aqui se importa com isso? – pergunto encarando-o. Ele revira os olhos. – Certo. E você é o homem.

- E?

Ele cruza os braços.

- Vou mesmo ter que dizer?

Ele sorri e se aproxima de mim, segurando meu queixo.

- Se me beijar, eu digo que não.

Reviro os olhos e beijo sua boca rapidamente.

- Fala sério. – diz ele quando eu ando na direção do quarto. – Isso não é justo.

- Isso foi pela garrafa de cerveja! – grito entrando no banheiro e encarando meu próprio reflexo no espelho que surpreendentemente não está quebrado.

Fecho a porta e solto uma risada.

Não acredito que está fazendo isso.

Fecho os olhos e balanço a cabeça.

Mas vai ser divertido.

Com licença? – Ele bate na porta.

- O que foi? – Abro a porta e ele puxa meu braço.

- Vamos colocar ordem nisso aqui.

- Concordo. – digo cruzando os braços.

- Primeiro: Nada de maçãs nessa casa.

Reviro os olhos e começo a rir.

- Tem ciúmes de maçãs? Sério Nathan?

- Não estou brincando.

- Ok. Não como mais maçãs na sua frente. – digo com a mão em sua nuca. – Segundo. Para você tomar leite, não existe mais copo.

- Porque? – Ele franze o cenho.

- Porque eu gosto de ver você tomando direto da caixa. Me ouviu? – pergunto.

Ele concorda com a cabeça.

- Terceiro...

- Eu que controlo.

- Não.

- Sim.

- Não. – Ele me encara.

- Tá bom. – digo cruzando os braços. – E ai. Quem você vai beijar?

Ele segura meu pescoço e se aproxima.

Soco seu abdômen.

- Eu controlo. – digo vendo-o se curvar para frente, soltando um grunhido.

- Tá. – diz ele curvado para frente. – Quem sabe a gente para de fazer mais regras? Antes que dê muito errado?

- Ok. – digo e ele se levanta.

- Se me socar de novo, eu te prendo no banheiro.

- Se eu socar você de novo hoje. – Movimento as sobrancelhas e volto para a cozinha.

- Isso vai dar errado, sabia? – diz ele andando devagar em minha direção. – Você é a Shan. Não consegue controlar nada. Se eu estou certo, daqui a menos de um dia você vai estar implorando para que eu te beije. – Ele cruza os braços e percebo que não é só porque aquilo aconteceu, que Nathan vai deixar de ser o Nathan.

- Eu não sou apaixonada por você Nathan. – Me viro e encaro seus olhos, como se tivesse encarando-o no dia em que ele atirou uma garrafa em mim. - Essa é a diferença.

- Continua sendo estranho. – Ele ri e balança o dedo. – Continua sendo estranho.

- O que?

- Rejeição. - Ele me encara e ri. - Nunca pensei que seria rejeitado por você.

Cruzo os braços.

- Achou que eu fosse fácil? - pergunto.

Ele se aproxima de mim.

- Sabe uma coisa que eu estou achando bem errado? - Ficamos com os rostos em próximos um do outro. - Quando Carter te beijou pela primeira vez, vocês começaram a namorar. E depois de... - Ele suspira. - Não somos nada.

- Talvez porque ele me tratou melhor do que você nesses dois anos. E não estou falando de sobrevivência, estou falando de respeito.

- Eu não queria tocar nesse assunto de novo, mas não vou perder argumento. Fui eu quem mordi sua coxa, prendi você dentro de uma adega com um cara que não respeitou você nesses dois anos, fiz você sangrar, sofrer e depois forcei você a beber duas garrafas de licor para que não sentisse quando costurassem sua pele? - Ele encara meus olhos. - Ou talvez eu fui o cara que sempre gostei de você mas nunca achei as palavras certas para dizer, nunca reclamei por você nunca me dizer nada e me culpar pela morte do seu irmão, que cuidei de você dentro daquela adega, costurei sua perna e quase morri porque Carter não queria que você fosse embora?

Encaro seu corpo cheio de arranhões e cortes, incluindo o perto da sobrancelha.

- Responde. - diz ele calmo. 

Suspiro e encaro seus olhos. 

- Eu sei que você me culpa pela morte do Abe. Nem venha contestar. 

Olho para o chão e tento achar alguma coisa decente para dizer, mesmo sabendo que nada será eficaz suficiente para que ele cale a boca e nunca mais pense em dizer isso.

- Pensou que eu fosse fácil? - repito.

- Nunca. - Ele suspira, encerrando o assunto. - Sinceramente, não achar as palavras para dizer á você era mais fácil do que saber que você olha para mim e vê um brinquedo.

- Eu não vejo você como um brinquedo.

- Ah não? Então o que estamos fazendo aqui? Além de sobreviver. Ok, desculpa pelo o que aconteceu no carro se quiser, vamos fingir que nada aconteceu e que ainda estou tentando manter a promessa de Abe. Você não se lembra mesmo do que aconteceu, mas se tem uma coisa que eu acho horrível, é ter que olhar para você e dizer para mim mesmo: Cale a boca. Não aconteceu nada.

Ele anda na direção do quarto, mas seguro seu braço.

- Eu não quero brigar com você. - digo em um tom baixo. - E... 

- Ok. - Ele coloca uma mecha de cabelo para trás de minha orelha e anda na direção do quarto.

- E. - digo um pouco mais alto, fazendo com que ele pare. - Eu não vou fingir que nada aconteceu. Só acho estranho você me tratar daquele jeito por dois anos e depois dizer que gostava de mim e... Mudar tanto.

- Mudar? - pergunta ele.

- É. Cabelo, barba, sem bebida, gentil e o melhor de tudo: Respeitoso. 

- Você precisa me mandar calar a boca ok? - Ele ri. - Eu acabo falando demais e eu não quero que você escute algumas coisas.

- Ok. - digo indo em sua direção e abraçando-o, encostando a cabeça em seu peito, escutando seus batimentos cardíacos. - Eu nunca escutei os batimentos de Carter.

- Talvez porque ele não fosse humano. 

- Ou talvez porque ele não estivesse vivo.

- Ou talvez porque eu não deixei que você fizesse isso. - Ele coloca as mãos abertas em meu pescoço, perto de minhas orelhas e sorri. - Fico feliz em me livrar da promessa.

- Fico feliz em saber que você não parece mais um maníaco.

Fico na ponta dos pés, me arrependendo de ser tão menor que Nathan e quase chutando o chão ao ouvir uma batida na porta. 

- Você está mais vestida. - diz ele indo na direção do quarto.

- Como assim? - pergunto olhando para mim mesma, na blusa preta apertada e no short minúsculo.

- Só estou com preguiça de atender a porta. - diz ele e escuto-o desabar na cama. 

Ando até a porta e giro a maçaneta, soltando-a logo depois e saindo correndo, gritando feito uma maluca.

- Nathan! - grito correndo até ele e abraçando-o.

- O que foi? - pergunta ele assustado, olhando na direção da porta.

- Carter. - digo ofegante e sem fôlego. 


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Notas finais do capítulo

Tan tan tan taaaaan.
Até depois