Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 40
Talvez não seja tão ruim.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 40 povu!!
Á quarenta capts vocês me aguentam e eu não sei porque eu estou tão feliz assim.
Bueno, mais um capt pra vocês e quero avisar que eu estou postando e logo já começo a escrever novamente antes de vocês pedirem para que eu poste mais.



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- Nate. - digo e espero alguns segundos - novamente - esperando que ele responda, sem sucesso. - Nate.

- Eu disse que ficaríamos em silêncio.

- Eu desculpo você. - murmuro.

- Como? - Ele se inclina, mostrando seu rosto pela primeira vez em quase dez horas. Encaro minhas pernas. - Shannon.

- Eu desculpo você.

- Mas eu não pedi desculpa.

- Pediu. - digo encarando seus olhos. - Uma vez, quando estávamos ainda naquela casa. Você atirou uma garrafa de cerveja em mim.

- Eu estava bêbado.  

- É, mas você pediu desculpas de manhã. 

- E você não falou comigo por dois dias. - diz ele rindo.

- Nunca mais falamos nisso. - digo. - Eu desculpo você.

- Ok. - diz ele rindo. - Nem achei que se lembrasse disso.

- E você lembrava? - Apoio a cabeça no barril de madeira quente atrás de mim. 

- Sim. - diz ele encarando as mãos. Ele olha para mim. - Todos os dias.

- E pode me dizer porque fez aquilo? - O encaro com dúvida.

- Foi um teste. - diz ele. 

- Nossa. - digo. - Só para constar, doeu.

- Eu já pedi desculpas. - Ele suspira. 

- E eu já aceitei.  

**

Carter continua batendo com o indicador na mesa, á duas horas e isso já está começando a me irritar.

Bato minha mão em cima da sua, dobrando seu dedo.

- Pare. - digo pausadamente. - Já chega.

Giro o botão da temperatura, baixando dez graus. 

- Porque fez isso?

- Estamos á horas aqui com esses dois. Eles não fazem nada! Pelo menos isso fica um pouco mais divertido.

Cruzo as pernas e encaramos o vidro, esperando que alguma coisa aconteça.

**

- Está ficando frio. - digo. 

- Talvez porque a senhorita esteja só de sutiã. - diz Nathan me encarando. Ele esfrega os braços. - É, você tem razão. Sério? Vão fazer aqui ficar frio?

Vocês não fazem nada! Estamos á ponto de entrar ai e comer vocês vivos. 

- Faça isso. - digo começando a sentir muito mais frio. - Acho que vai ser melhor.

Você quer mesmo morrer virgem? - pergunta Georgia.

- Melhor do que morrer de frio. - murmuro.

Você é muito diferente das outras. - Ela murmura. 

- Shan. - diz Nathan vindo em minha direção. - Vem aqui.

- Hã? - pergunto encarando-o.

- Vem aqui. - Ele puxa meus braços, me colocando em seu colo. - Fique quieta. - Ele sussurra, envolvendo seus braços em minha barriga. - Me escute. Eu vou descobrir um jeito de sairmos daqui, mas você precisa me ajudar. - Sinto seus lábios próximos á minha orelha. - Nós precisamos trabalhar juntos para ou tentar fugir, ou avisar ao meu pai.

- Qual é mais fácil? - sussurro.

- Fugir. 

- Então...

- Então, a única coisa que tem que fazer, é sobreviver.

O encaro um pouco confusa.

- Se você morrer, eu morro. - Ele coloca uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. - Só para constar, não era para ser uma coisa romântica. É  a verdade.

- Imaginei. - digo encarando seus olhos. - Sabe que vou acabar morrendo, não sabe?

Encaro sua perna, a calça marrom já está com uma mancha de sangue.

Olho em seus olhos e ele suspira.

- É. Eu vou tentar. 

- Tente. - Concordo com a cabeça. O lado bom de Nathan é que ele pensa em si mesmo. Ele sabe que é melhor fazer somente ele sobreviver, ao invés de tentar me fazer sobreviver e acabar se matando.

Ao contrário do que qualquer outra garota em minha situação, eu não estou magoada por Nathan dizer que vai tentar sobreviver. 

Ele está certo.

Não há nada mais a fazer.

Somente sobreviver até que Nathan consiga ir embora daqui, antes que eu vire um bicho.

**

Mordo o lábio e tento não bater em mim mesma por fazer isso.

Ok, eu não imaginava que Nathan faria isso.

- Você é realmente idiota. - diz Carter me encarando. - Você fez uma coisa legal e depois fica se corroendo por dentro porque eles estão abraçados?

- Porque eu provoquei esse... Abraço. - digo mordendo meu dedo, ao encarar os dois abraçados e Shannon encarando a parede. - Eu vou entrar lá. Não aguento mais. 

Carter agarra meu braço e me encara com os olhos azuis.

- Se fizer isso, arranco sua cabeça. Pare de ser burra e sente essa bunda na droga da cadeira. - diz ele entre dentes. 

Ele puxa meu braço, me jogando contra a cadeira.

Carter nunca foi um irmão carinhoso. 

Ele sempre me empurrava para fora do berço e já atirou facas em mim várias e várias vezes.

Mas é meu irmão e temos o mesmo gosto e objetivo.

Sangue e carne humana.

**

Escuto algo ser arrastado pelo chão e uma porta se fechar. 

Começo a tossir, mas essa tosse fica tão forte que preciso me apoiar no chão e ficar com a cara quase encostada na madeira. 

Nathan coloca a mão em minhas costas.

- Vem, levanta.- Ele puxa meus ombros e me faz sentar no chão. - Se você vomitar, vou ficar mesmo preocupado.

- Eu vou morrer. - digo encarando o chão. - Vômito não é tão preocupante assim.

Ele encara o prato branco com um sanduíche de queijo e presunto, junto com um copo de leite perto da porta. 

- Não vomite. - diz ele se levantando e pegando o sanduíche e o copo de leite, sentando-se em minha frente e suspirando. - Eu só preciso da carne. - Ele abre o sanduíche, tirando o presunto e engolindo tudo de uma vez. - Coma o resto.

Ele se levanta.

Seguro seu braço.

- Ei, ei. - digo encarando seus olhos. - Como assim? O que aconteceu com eu vou tentar?

- Eu vou tentar fazer você sobreviver. - diz ele segurando meu queixo. - Coma. Você precisa. 

- Mas...

Ele puxa meu queixo e me beija.

- Cala a boca. Coma. - diz ele indo na direção das outras prateleiras da adega. - Coma tudo. Se eu voltar e ainda estiver ai, vou enfiar isso na sua boca. 

Arranco um pedaço do sanduíche e o encaro, começando a rir por causa de Nathan.

Quem diria que ele fosse tão burro? O sobrevivente Nathan, deixando de sobreviver por causa de mim?

Engulo o pedaço de pão branco com queijo derretido e reviro os olhos. 

Se não comerem hoje, amanhã estará vencido. Pensem nisso. - diz a voz de Carter. 

Nathan volta com uma garrafa de licor e me encara.

Arranco mais um pedaço de sanduíche, colocando-o na boca e sorrindo. 

É, talvez morrer ao lado de Nathan, não será tão ruim. 


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Notas finais do capítulo

Já vou começar a escrever outro capt, antes que vocês me peçam outro.