Darkness Feed escrita por S A Malschitzky


Capítulo 35
Não tinham flechas, por isso não disse que o amava


Notas iniciais do capítulo

para quem não lembra, no filme da bela e a fera, o Gastão (acho q é assim) atirou nas costas da fera e a Bela disse que o amava e bçlablabla.
Enfim, esse capt ficou bem grandinho, até amanhã.



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Suspiro e bato com o indicador na pedrinha preta e cinza que caiu em cima do capô da camionete, até cair no chão e me fazer encarar as botas quase limpas de Nathan.

Levanto o olhar até seu rosto e sorrio, cobrindo a boca impressionada.

- Eu não acredito. - digo indo em sua direção e passando as mãos em seu rosto, agora sem a barba. - Tirou a barba. - digo segurando seu rosto.

Ele sorri.

- Noventa por cento? - ele pergunta rindo.

- É. - digo rindo também. - Finalmente. 

- Estava começando a me incomodar. - Continuo tocando seu rosto, se acreditar. - Pare! - Ele ri e segura meus pulsos. - Então. Já está quase noite, melhor você começar.

- Preciso de uma arma. - digo encarando seus olhos.

Ele tira a arma do bolso, destrava-a e me encara, colocando a arma gelada em minha mão.

- Ok. - Ele segura meus ombros, me virando para a camionete e dando passos para trás, levando-me junto. - Está vendo aquela árvore?

Encaro a floresta pouco iluminada cheia de árvores e encaro seus olhos. 

- Qual delas?

-Aquela ali, perto do carr... - Ele para e gira meus ombros para outra árvore, na direção oposta do carro. - Aquela ali, bem longe do carro.

- Fala sério. - digo. - Você não confia em mim?

Ele ri.

- Em você sim, mas não na sua mira. - Ele sorri e estica meus braços na direção da árvore. - Agora...

- Oi. - diz Carter me dando um susto e me fazendo atirar no chão.  

Nathan suspira, pressionando os dedos contra os olhos.

- Carter. Aprenda, quando alguém está com uma arma, nunca dê um susto. Principalmente se for a Shannon.

Carter ri e me abraça.

- Desculpe. – diz ele.

- Só espero que ela atire em seu pé. – murmura Nathan.

- Eu ouvi. – cantarolo, mirando na maldita árvore.

- Que bom. – ele cantarola. – Não me importa ok? Desde que não atire em você mesma, em mim ou em meu carro.

- Você ama mesmo esse carro. Porque? – pergunta Carter.

- Você ama mesmo a Shan. Porque? – pergunta Nathan de braços cruzados.

- Porque alguém não gostaria de comer você? – murmuro com uma voz esganiçada, lembrando-me do eu Nathan disse.

- Como? – pergunta Carter e eu abaixo a arma, encarando-o.

- Hã? – pergunto.

- O que você disse? Eu não escutei.

- Não importa. – diz Nathan. – Vai atira ali na terceira... Não. Na quarta árvore depois do carro, para a direita.

Conto as árvores e miro na árvore.

Escuto um barulho alto e levo um susto, puxando o gatilho e ouvindo um vidro se quebrar.

- E você certou em cheio. – diz Nathan.

- Para-brisa? – pergunto de olhos apertados.

- Aham. – diz ele um tanto calmo de mais.

- Você está calmo demais. – digo.

- Tudo bem. – diz ele. – Georgia. Está vendo aquele carro?

- Estou. É o seu carro.

Abro os olhos e vejo o vidro quebrado com a marca da bala.

- Não está notando nada de diferente? – Nathan segura os ombros de Georgia, apontando para o carro. – Shan atirou no para-brisa. Porque você bateu a porta. Eu estou dizendo, isso não vai dar certo.

Ele anda até a mansão.

Deixo a arma cair na grama e ando atrás dele.

Corro até seu quarto e ele encara a parede.

- Desculpe. – digo fechando a porta. – Eu dou um jeito. Peço para Howard me levar na oficina abandonada.

- Tudo bem. – diz ele ainda encarando a parede branca. – Isso a gente acha pela estrada. Carros abandonados. Fácil. – Ele tira uma caixa azul de baixo do travesseiro e joga para mim. – Sua dose de hoje.

- Já deu para Georgia e para Carter?

- Não. – ele diz. Paro de abrir a caixa e o encaro. – Vem aqui. – Ando até ele. Ele se senta na borda da cama e segura minhas mãos, encarando meus olhos. – Eu não consigo vacinas para nós quatro. Meu pai não vai conseguir tantas. Somos nós dois Shan. Carter tem as fórmulas e Georgia tem imunidade de ferro. Eu só preciso que cale a boca. Ok?

Concordo com a cabeça e abro a caixa preparando a seringa e encostando o metal gelado em meu braço.

- Quer que eu faça? – pergunta ele estendendo a mão.

Concordo com a cabeça e ele tira a seringa de minha mão, fincando-a em meu braço e me deixando tonta. Me desequilibro e ele segura minha cintura.

- É, isso eu sabia que poderia acontecer. Acho melhor tomarmos isso a noite, antes de dormir. – Ele abre uma das caixas e injeta em seu braço. – Então não acordamos a noite.

- Georgia não vai ficar muito feliz com essa ideia. – digo vendo-o fechar os olhos ao tirar a seringa de seu braço, pressionando o dedo sobre o local do furo.

- Dane-se. – diz ele um pouco irritado. – Estamos aqui para sobreviver. Sempre foi assim. Nós nos desviamos. A ideia era dois dias e já estamos a quase um mês. Nós só percebemos agora.

- Acha que seu pai pode estar certo?

- Acho que não. – diz ele encarando o chão. – Ele está certo ás vezes, mas me recuso a acreditar que ele está certo agora, sairmos daqui sem ao menos um motivo.

- Mas e se...

- Não vai acontecer nada. – Ele balança a cabeça. – Eu estou um pouco tonto, peça para Carter te ajudar a atirar e eu já vou ok?

- Está bem.

Ando na direção da porta e seguro a maçaneta.

- Só fique longe do carro. – diz ele rindo.

Concordo com a cabeça e desço as escadas.

Ando até Carter que analisa a arma e diz alguma coisa para Georgia.

- Nathan disse que vamos amanhã achar outro vidro do carro e que está um pouco tonto. Você pode me ajudar. – diz sorrindo.

- Está bem. – diz Carter segurando meus braços na direção da árvore próxima ao carro.

- Carter, acho melhor não tão perto do carro.

Ele ri. Sinto sua respiração perto de meu ouvido.

- Só atire. Acredite, não acontecerá nada. – Ele coloca meu dedo no gatilho, mesmo comigo tentando mover a arma para outro lugar, sabendo o estrago no carro e o jeito que Nathan gritará comigo se mais alguma coisa acontecer com ele.

Escuto uma arma ser destravada perto de mim.

- Com ela não, mas com você com certeza. – diz Nathan. – Shan, sai daqui.

- Nathan. – digo.

- Sai! – grita ele me empurrando, com pouca força para longe de Carter.

Eu já havia visto Nathan irritado antes, com um cara na rua que tentou roubar o carro.

Não acabou nada bem.

- Você não vai atirar em mim. – diz Carter. – Você só ameaça. Mas nunca me daria nem um soco.

- Eu só não dou um tiro em você, porque estamos na sua casa. Mas se eu pudesse, você já teria morrido quando subiu em cima da Shan.

- Então ta. E se eu fizer aquilo de novo? Estamos na mina casa.

Pigarreio.

- Que foi? – pergunta Carter.

Cruzo os braços e Nathan começa a rir.

- Cara, você é bem mais burro que ela. – Nathan segura a gola da sua camisa, puxando-a e enforcando Carter. – Se chegar perto de meu carro eu atirarei em você em um lugar não muito agradável.

Nathan se afasta e guarda a arma no bolso de trás.

- Então...

Vejo Carter tirando a camisa.

Nathan o encara com os olhos apertados.

- Porque fez isso? Agora, Shan, eu pergunto de novo. Ele é gay?

- Não é. – digo. – Sério, porque está sem camisa?

- Quem tem mais músculos? – pergunta Georgia encarando Carter. – Ele é muito idiota.

Nathan revira os olhos e me entrega a arma. Puxando a camisa pelas costas e encarando Carter.

Obviamente, Nathan tem mais músculos, sendo três anos mais velho e sendo o Nathan.

- Quer que acenda as luzes? – Ele sorri para mim e morde o lábio inferior.

- Não. – digo.

Carter recoloca a camisa e encara Nathan.

- Pode colocar de volta. – diz Carter encarando-o com os olhos estreitos.

Nathan o encara.

- Vou ficar sem camisa só para esfregar na sua cara. – diz Nathan vindo até mim. – Ok. Naquela árvore ali. – Ele aponta para a árvore bem longe do carro dele. – Aquela ouviu bem?

- Eu não vou atirar no seu carro de novo. – digo encarando o ponto que seu dedo estava apontado. – Pelo menos, não é o que eu pretendo.

Aproximo mais o rosto dos braços, vendo a mira e atirando na árvore.

- Ok. – diz ele como se fosse um professor exigente e chato, o qual você não espera a hora de acabar o ano e poder nunca mais ver seu rosto. – Nada mal.

- Foi um elogio?

Ele me encara.

- Como quiser pensar. – Ele franze o cenho e olha rapidamente para Georgia e olha para mim. – Pode pegar a arma que eu deixei em cima da minha cama?

- Porque você não pega? – pergunto cruzando os braços e encarando seus olhos.

- Porque... – Ele engole em seco. – Por favor?

- Nathan pedindo por favor? – pergunto sorrindo. – Isso é histórico. Eu vou.

Ele balança a cabeça e ri.

Ando até seu quarto e vejo a cama vazia. Franzo o cenho e olho em volta, procurando a maldita arma.

Vejo algo se movimentar pela grama.

Desço as escadas e ando até o jardim, escutando alguém bater em alguma coisa.

Abro a porta e vejo Carter e Nathan no chão, se dirigindo socos e chutes, enquanto Georgia está sentada no capô do carro, com as mãos para trás e pernas balançando.

Ando até ela.

- Georgia, você não viu que eles estão quase se matando? – pergunto.

- Ah. – Ela observa os dois e sorri. – Sim.

- E você não vai fazer nada? – pergunto.

- Deixa os dois. Se querem se matar, que se matem. Nathan bem que merece alguns socos. – Ela sorri.

- Ele é seu namorado.

- Carter também é seu namorado e enquanto estamos aqui, Nathan está socando a cara dele. – Ela aperta os lábios, esboçando um sorriso e arqueando as sobrancelhas.

Corro até eles e empurro Carter, perdendo o equilíbrio e praticamente ficando deitada em cima de Nathan.

Parece que Carter não percebe que eu estou aqui e continua socando Nathan.

- Para! – grito sem sucesso e sinto um soco em minhas costas.

- Shan está aqui! – grita Nathan. Sentindo a mão de Carter passar raspando em minhas costas. – Para Carter!

Carter lança um soco no queixo de Nathan, ignorando completamente minha presença entre eles.

A cabeça de Nathan se volta para trás.

Nathan soca a costela de Carter, mas até parece que ele não sentiu nada, continuando com os socos em Nathan.

- Georgia! – grito para que ela faça alguma coisa.

- Você também merece alguns socos! – diz ela totalmente despreocupada.

Alcanço a arma no bolso de Nathan e aponto para o céu, mas Carter dirige um soco na barriga de Nathan, fazendo a arma voar de minha mão.

Nos levantamos do chão e Carter pega a arma do chão, apontando para Nathan.

- Prometa. – diz ele ofegante.

- Nunca. – diz Nathan esfregando a testa com as costas da mão.

- Eu vou atirar.

- Dane-se. – diz Nathan rindo. – Eu nunca vou prometer isso. Nunca.

Os dois começam a se socar de novo e Carter acaba socando meu estômago.

- Para! – grito ofegante. – Pare.

Eles param e Nathan me levanta do chão.

Carter olha assustado para mim e me encara.

Empurro o peito de Carter, fazendo-o soltar a arma e o encaro.

- Vocês dois são muito idiotas. – digo encarando Carter com um corte no lábio. – Vem.

Puxo o braço de Nathan para a cozinha e mando-o sentar.

Abro os armários á procura de um pano e do kit de s primeiros socorros.

- Vocês são muito idiotas. – repito largando a caixa branca de primeiros socorros e pegando o pano de cima da geladeira. – Porque começaram com isso?

- Pode me trazer água? – pergunta ele com os braços cruzados em cima da mesa de vidro.

Abro o armário de madeira e tiro um copo, servindo-o com água gelada.

- Aqui. – digo empurrando o copo em sua direção, fazendo-o deixar um rastro de água na mesa. – Porque começaram a briga?

- Porque eu estava sem camisa e muito perto de você. – diz ele deixando o copo em cima da mesa. – E por outras coisas.

- Outras coisas? – pergunto com as mãos na cintura. – Vocês serem muito estúpidos?

- É. – diz ele encarando o chão.

Puxo a cadeira e sento-me ao seu lado, limpando sua boca e vendo uma mancha roxa se formar na linha de seu maxilar.

- Vai ficar marca. – digo.

- Nem doeu. – diz ele encarando algo atrás de mim.

- Para de ser idiota, óbvio que doeu. – digo passando a ponta do pano cuidadosamente em sua boca.

- Não doeu. – Ele diz. – Achei que ia se machucar.

Me afasto dele e cruzo os braços.

- Desde quando se preocupa comigo? – pergunto.

- Sei lá. – diz ele dando de ombros. – Talvez...

- Por favor, não diga depois da fonte. – digo de olhos fechados.

- Isso. – diz ele. – Acho que foi depois disso. Mas mesmo assim, você continua a menininha do Abe. – Ele sorri. – Vem aqui.

Ele se levanta e segura meu braço, levando-me até uma porta branca.  

Ele abre a porta e acende uma única luz da estreita sala, fechando a porta e me encarando.

Suas mãos movem-se até minha cintura, me puxando para perto e me beijando novamente.

Eu, sinceramente, não sei porque ele faz isso nem porque.

Sinto o gosto metálico do corte em sua boca.

- Nathan. – digo quase sem tempo para terminar, antes que seus lábios se juntem aos meus. – Para!

- Porque? – pergunta ele beijando meu pescoço.

Empurro-o e encaro seus olhos.

- Georgia, Carter...

- Danem-se eles. – diz ele segurando meus ombros. – Eu não quero saber.

Ele continua a beijar meus lábios, mas mesmo gostando do beijo, algo em mim diz que isso não é certo.

- Nathan. – digo.

Ele suspira e se afasta.

- Desculpa.

-Não precisa pedir desculpas, é só que não é certo.

- Eu sei. – diz ele. – Ele vai querer atirar em mim.

- Com certeza. – digo e beijo sua bochecha. – Não faça de novo, ok?

Ele sorri e morde o lábio inferior.

- Não prometo nada.

   

   

    


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Notas finais do capítulo

Beeem, gentem eu esqueci ontem mas enfim:
Ontem faz um mês que eu comecei essa fic.
Quer agradecer á todos os comentários, recomendações, críticas, histerias, apoio a Shatan, recadinhos para os personagens e tudo mais.
Adorei muito esse mês e nem parece tanto e eu espero ter inspiração para não terminar essa fic pq eu adoro muito ela e adoro muito todos vocês que me aguentam fazer com q a Shan diga que não gosta do Nate.
Enfim, obrigada por tudo e vamo que vamo pára os próximos capts.
Obs: Queria pedir desculpas pela treta mal feita para Tiazinha456 eu estava totalmente sem inspiração para essa cena, só sabia q ia ter briga e depois oq teve ai.
Adels