Tema: Percy Jackson e os Olimpianos

Shipper: Percy Jackson e Clarisse La Rue

You Da One

O sol brilhava fortemente fazendo a tarefa ficar ainda mais difícil. Meus braços doíam e sentia o sol queimando minha cabeça, logo meus cabelos poderiam pegar fogo - certo, talvez nem tanto - mas esse era a minha sensação.

Segurei firme na corda, mas meus braços estremeceram e eu acabei caindo no chão pela quarta ou quinta vez. Consegui me apoiar em meus braços para não bater com tudo no chão e depois me permiti esticar-me e fechar os olhos ofegante, deixando que o sol batesse em meu rosto.

Relaxei um pouco e por um momento consegui até imaginar que estava na praia, perto do mar, talvez perto de meu pai. E então o sol desapareceu e uma sombra grande tomou minha frente fazendo-me abrir os olhos preguiçosamente.

– É desse jeito que se comporta o herói do olimpo? – perguntou a garota cujo rosto já havia decorado detalhadamente de tanto pensar nela.

– Heróis não são deuses, precisamos de descanso as vezes. – respondi percebendo que ela estava ajoelhada ao meu lado e curvada sobre mim.

Seus olhos estavam pousados nos meus de uma forma quase gentil, quase mesmo, Clarisse não era o tipo de garota que esbanja simpatia e talvez seja por isso que eu tenha me apaixonado por ela. Ou não, talvez Afrodite esteja apenas se divertindo um pouco comigo depois de ver que Annabeth e eu não temos futuro. Pergunto-me porque sempre gosto de garotas marrentas! Primeiro Annabeth, depois um pouco Rachel e agora Clarisse. Mas tenho que admitir que Clarisse tem algo que nenhuma das outras tem, algo que me faz ficar cada dia mais admirado e encantado por ela. Loucura não é?

– Eu acho que você está sendo preguiçoso! – retrucou com um tom que parecia uma mãe repreendendo seu filho.

– Eu não sou preguiçoso! – bradei me apoiando em meus cotovelos.

Fiquei tão preocupado por um momento em me defender que mal percebi que quando me ergui um pouco quase acabei beijando ela de tão próximo que nossos rostos ficaram. Coramos fortemente e fiquei inebriado quando senti a respiração dela batendo em meus lábios, era um convite quase irresistível, porém no momento em que minha cabeça ia se inclinar para beijá-la ela agarrou-me pelo colarinho da blusa me fazendo arregalar os olhos.

– Então mostre sua força Percy Jackson. – desafiou dando um sorriso irônico e depois me soltando com força, fazendo-me deitar novamente.

Precisei de um momento para respirar e me recuperar por quase beijá-la e depois ser jogado no chão. Aquilo só me fazia querê-la ainda mais! Eu devo ser masoquista, só isso explica o porque de eu me apaixonar justo pela filha de Ares! Quem iria querer Ares como sogro? Estremeço só de pensar, mas isso nem de longe me impedia de amar Clarisse.

Levantei-me depressa. Ela me olhou satisfeita e começou a subir nas cordas agilmente, como se pudesse fazer de olhos fechados. Subiu até o final e depois saltou para o outro lado, depois virou-se para mim encarando-me desafiadoramente.

Passei a mão na boca para me certificar de que não estava babando, porque isso seria muito constrangedor! Mas ainda bem que não havia feito.

– Vamos Jackson! Venha até aqui e lhe darei um prêmio! – incentivou e minha cabeça pensou mil perversidades com aquele tal prêmio, mas obviamente que ela não planejava fazer nenhum.

Respirei fundo e comecei a subir nas cordas, não tão ágil como ela, mas consegui subir mais rápido e sem tremer por causa do sol quente. Cheguei até o topo e saltei para frente dela triunfante. Exibi um sorriso vitorioso e ela um lindo sorrio de aprovação.

– Fui bem? – perguntei colocando as mãos na cintura.

– Razoável, mas logo pega o jeito. – respondeu dando de ombros.

– Você é muito exigente! – acusei cruzando os braços.

– Se quiser ganhar uma guerra precisa ser. – falou dando alguns passos na minha direção.

Nossos olhares se encontraram por um breve instante e me permiti sorrir bobamente, e acho que dessa vez não passou despercebido. Ela riu pelo nariz e eu pigarreei desviando o olhar.

– Acho que merecemos um descanso agora né? – sugeri e ela soltou um suspiro cansado.

– Só alguns minutos. – assentiu – Venha, vamos sentar na beira do lago, sei que gosta muito de água. – deu uma risada forte.

Ela se virou e foi andando e eu a segui apressadamente. Fizemos o caminho até o lago em silêncio e quando chegamos nos sentamos perto da água.

Uma leve brisa batia em nossos rostos nos refrescando e uma sombra nos cobria do sol.

Olhei para Clarisse sentada ao meu lado, ela admirava o céu acima com uma expressão doce, como jamais havia visto e aquilo quase me fez suspirar.

Eu não queria mais esconder o que sentia, mas não podia me declarar agora, apesar do momento ser perfeito ainda não sabia se ela gostava do Chris. Na verdade, não sabia muita coisa da vida amorosa dela.

– Porque não está treinando com a Annabeth? – perguntou ela me tirando de meus devaneios.

– Nós brigamos e prefiro treinar sem ela. – respondi lembrando da minha última discussão com a Annabeth.

– Porque vocês brigaram? Vocês não se amam e toda aquela coisa? – indagou ainda encarando o céu.

– Ela vive brigando comigo por motivos que até eu desconheço as vezes. – bufei – E nós não nos amamos. – confessei e ela se virou para mim.

– Não se amam? – indagou franzindo a testa.

– Na verdade acho que nunca nos amamos de verdade, tivemos um lance, mas tenho certeza de que não estava apaixonado. – suspirei.

– Como tem essa certeza? – perguntou parecendo bem interessada.

Olhei para ela e naquele instante sabia perfeitamente como responder aquilo.

– Porque eu estou apaixonado por outra pessoa, na verdade, acho que essa garota foi a única por quem senti isso.

Sua expressão ficou triste por uns instantes, mas logo ela voltou com as feições fortes de antes.

– É a ruiva? A oráculo? – perguntou parecendo tentar lembrar do nome.

– Rachel? – ela assentiu e eu neguei com a cabeça – Não é ela.

– Alguma filha de Afrodite? – tentou mais uma vez.

– Também não. – soltei um riso pelo nariz.

– Enfim, já que não quer contar não conte, nem me interessa mesmo. – deu de ombros e voltou a fitar o céu rabugenta.

Comecei a rir. Não sei se o que estou pensando é certo, mas se há alguma chance de ela sentir o mesmo eu vou tentar.

Clarisse me encarou quase fuzilando-me com o olhar.

– Quer mesmo saber quem é? – perguntei me aproximando.

– Não, mas se quiser falar. – fingiu não se importar.

– Eu vou te dizer agora quem é. – fiquei a centímetros do rosto dela – Ela é linda sabe? E faz meu coração saltar toda vez que me olha.

– Hum. Que bom pra você. – murmurou emburrada.

Sem mais cerimônias eu segurei docemente o rosto dela e a beijei. No inicio apenas colei nossos lábios receoso, mas então ela permitiu que eu aprofundasse o beijo. Meu peito gritava de alegria e agora tinha absoluta certeza de que a amava! E se bobear a amo mais ainda agora!

Nos separamos um pouco ofegantes e ela estava totalmente ruborizada. Aquilo me fez sorrir bobamente. Como ela era linda!

– Então? Ela não é linda? E tem um beijo maravilhoso. – disse e ela começou a rir.

Rimos juntos por um bom tempo até que por impulso eu a deitei no chão e fiquei sobre ela, olhando fundo nos seus olhos.

– Você é um idiota. – disse assentindo com a cabeça divertida.

– Um idiota que te ama. – sorri de canto.

– Gosto disso. Muito. – e ela me puxou para um beijo.