Tema: Harry Potter

Shipper: Harry Potter e Hermione Granger

The Only Exception

Estava correndo pela floresta escura e gelada apenas com minha varinha acesa a procura de Rony. O mesmo acabara de sair atordoado e frustrado, não estava em condições de aparatar sozinho, ainda mais nesses tempos em que estamos, com os comensais e os sequestradores a solta por qualquer lugar.

Corri até os limites dos feitiços de proteção, olhei ao redor e suspirei derrotada tendo a certeza de que ele já havia desaparecido.

Senti as lágrimas correrem pelo meu rosto. Quando eu acho que tudo vai dar certo algo me faz desabar. Porque agora? Porque eles tinham que brigar logo agora? Logo agora que descobri como destruir as malditas Horcruxes!

Voltei para a barraca em passos pesados, batia o pé com força tentando de algum jeito aliviar meu estresse.

Entrei devagar para não assustar Harry, que estava sentado em uma cadeira com a cabeça nos joelhos.

– Ele se foi. – falei limpando as lágrimas.

Ele não disse nada. Ficou ali parecendo que tinha congelado naquela posição nada confortável.

Terei de dar um tempo para ele, afinal eu também não estou com cabeça para consolar ninguém.

– Vou ficar de vigia esta noite. – avisei – Tente descansar. – e sai para fora.

Eu me perdi em pensamentos durante algum tempo, diria que já deviam ter se passado umas duas horas desde que sentei na frente da barraca. Nem mesmo os livros iriam me distrair agora.

Ouvi um barulho dentro da barraca e logo vejo Harry saindo da mesma, vindo sentar ao meu lado parecendo cauteloso.

– Me perdoe. Estava conturbado. – disse olhando para frente.

– Eu também. Não há porque se desculpar. Foi uma noite difícil.

– Está muito triste? – perguntou se virando para mim.

– Não como achei que estaria. – respondi encarando seus olhos.

– Hum. – murmurou – E como achou que estaria?

– Infeliz. – disse suspirando – Ou talvez um pouco mais triste do que com raiva.

– E você não está infeliz? – ele ainda me encarava.

– Não exatamente, estou com raiva... – suspirei me lembrando da briga – dele. – finalizei.

– Hum. E de mim?

Franzi a testa e virei-me para ele. Não estava entendo aonde Harry pretendia chegar com aquela conversa. Seria... Não, claro que não Hermione! Você deve enterrar esses pensamentos de uma vez!

– Um pouco... – ele desviou o olhar triste – na verdade, - ele olhou de volta – não consigo ter raiva de você.

Era a mais pura verdade. Apesar de tudo eu não conseguia ficar com raiva do Harry, ou ao menos pensar em ficar com raiva dele.

– Eu também não consigo ter raiva de você. – o admitiu – Jamais pensaria em ter raiva de você Mione, você é... – ele parou.

– Eu sou? – incentivei.

– Você é... – ele bufou – Eu não consigo, me desculpe! – ele entrou na barraca.

Mas o que? Ele achava mesmo que poderia me dar as costas dessa maneira?! Não, esse assunto não pode ter acabado aqui! Levantei, entrei na barraca e puxei seu braço com força, fazendo-o quase tropeçar e olhar para mim assustado.

– Você começa com um assunto misterioso do nada e acha que pode fugir sem me dar uma explicação?! – disse nervosa.

– Hermione... – murmurou encabulado.

– Hermione nada! Você vai me dizer agora mesmo o que ia dizer lá fora! – exigi.

Ficamos um tempo em silêncio, apenas ouvindo o som da nossa respiração acelerada. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, eu havia decidido que esse assunto estava encerrado e jurei jamais pensar nisso novamente, mas agora tudo reapareceu. A chama de esperança que eu havia perdido alguns meses atrás voltou quando ele sentou e começou a conversar comigo agora a pouco. Poderia? Eu não entendo! Não consigo entender!

– Hermione! – ele me abraçou.

– Harry – choraminguei – Porque esta fazendo isso comigo? – senti uma lágrima escorrer.

Ele se afastou e me olhou confuso.

– Porque esta chorando?

– Eu não aguento mais Harry! Não posso esconder isso sozinha! Por mais que eu tente enterrar esse assunto... Eu não consigo. – coloquei as mãos no rosto.

– Eu também não consigo mais fingir que isso não existe. – disse ele.

– O que? – murmurei tirando as mãos do rosto.

– Nós Hermione. – ele colocou as mãos no meu rosto – Eu sempre fui apaixonado por você.

– Você o que? – balbuciei atordoada.

– Eu te amo. – disse olhando nos meus olhos – Eu achava que você era apaixonada pelo Rony...

– Eu também. – admiti – Harry... – sorri largamente sentindo cair algumas lágrimas de felicidade – Eu também te amo! Sentia-me culpada por isso, e achava que você jamais sentiria o mesmo...

– Ei! – ele passou um dedo pelos meus lábios sorrindo.

Ele limpou uma lágrima em minha face e me beijou delicadamente. O toque dele era algo tão surreal! Nosso beijo era doce e cheio de sentimento puro e verdadeiro. Não era algo comum, uma coisa trivial que se pode esquecer depois, era um beijo entre duas pessoas que se amavam. Jamais pensei que isso poderia ser tão forte!

– Hermione... – murmurou ele.

– Harry. – respondi ofegante.

– Promete que nunca vai me abandonar? – perguntou parecendo angustiado.

– Prometo Harry. Estarei sempre ao seu lado, não importa o que aconteça.

– Eu também Hermione, estarei sempre ao seu lado. Sempre.

Nos beijamos novamente. Comecei a sentir algo dentro de mim crescendo, uma sensação estranha e que não me recordava de ter sentido antes. Eu queria mais, queria senti-lo mais. Involuntariamente minhas mãos começaram a passear por seu peitoral e insatisfeitas começaram a ir por baixo da blusa dele, e assim que senti sua pele quente soube o que iria acontecer, ou o que eu pretendia fazer. Será que deveríamos? Não acho que é certo, talvez seja imprudência demais, devíamos esperar... porém todos esses pensamentos começaram a sumir quando as mãos dele subiram por baixo da minha blusa. Meu corpo se arrepiou com o toque dele, onde ele tocava parecia que começava a queimar.

– Hermione, não precisa fazer...

– Eu quero. – o cortei – Eu quero você, eu preciso de você.

E voltei a beijá-lo com mais voracidade.

Sem muitas cerimonias, caminhamos até a cama de baixo do beliche e deitamos ainda os beijos.

E ali tivemos nossa primeira de muitas outras noites de amor.

– Eu te amo Hermione. – sussurrou em meu ouvido pela manhã.

– Eu te amo Harry. – sussurrei de volta.