Calígula - Fanfic Interativa escrita por Marymee, Duquesa de Káden


Capítulo 2
Auferstehung - Os Reis da Alemanha.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeente, mil desculpas pela demora. Nem sei se ainda tem gente lendo essa bagaça aqui, mas enfim. Tenho que dizer que estou de castigo porque fiquei de recuperação e tenho um milhão de coisas para fazer, por isso estou passando as atualizações para a tia Káds. Os capítulos vão ser postados em dia agora, fiquem tranquilos.
Acho que eu tinha mais alguma coisa para falar, mas esqueci :)



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Grace Miller entornou mais um copo de vodka, tentando afastar os pensamentos nebulosos da cabeça. Por Deus!, o sol tinha acabado de nascer e ela já estava bebendo. Era a única coisa que conseguia acalmá-la. A única coisa que apagava as memórias daquele dia.

Grace bagunçou um pouco os cachos desmantelados do cabelo, sentindo-se mais confortável com esse ato. Era uma mulher muito bonita e costumava chamar a atenção por isso. Dona de uma pele clara, olhos verde escuro, envoltos por cílios volumosos, lábios rosados e finos e um corpo esguio, o seu rosto transparecia uma força e determinação que parecia exalar por seus poros. No entanto, tinha a voz mansa.

Sentiu o celular vibrar no bolso da calça jeans e tratou logo de pegá-lo. Era uma mensagem.

Papai te chamou para você pegar os convites da festa.”

Demorou meio segundo para captar a informação e perceber que se tratava de uma mensagem subliminar. Era assim que os Leões se comunicavam, através de códigos, para evitar que o conteúdo vazasse caso os celulares estivessem grampeados. E sim, ela era uma Leoa. Na verdade, bem antes de sequer saber que uma facção do tipo tinha sede na Alemanha, o seu país de origem, de onde não saiu até a adolescência. A sua mãe, Mary, era uma e nunca lhe escondeu isso. O épico nisso tudo era que Mary havia se casado com um Dragão, e isso nunca interferiu na relação deles. Muito pelo contrário. Grace não se lembrava de ter visto um casal mais apaixonado que eles. Mas convenhamos, na época as facções não eram tão rivais assim. O que estragou com tudo foram os malditos americanos e o seu Ouro de Marte.

Parou de divagar por um instante e saiu, levando consigo apenas a sua inseparável pistola AP-30. Entrou no carro, pondo os óculos escuros nos olhos antes de partir em direção ao QG dos Leões, que ficava no coração de Berlim. Teve que tomar cuidado para cortar caminho em vielas e becos, sempre verificando se estava sendo seguida por alguém. Em quarenta minutos dirigindo em círculos, ela acabou chegando à sede.

O QG dos Leões era uma coisa de louco, de verdade. Era disfarçado, passando-se por uma catedral estilo gótico em que normalmente tinham cultos de noite, mas que era lotada de espiões e mafiosos pela manhã. Quando chegou lá, o seu parceiro já estava esperando-a na entrada displicentemente, com uma das pernas escoradas na parede e os braços cruzados sobre o peito.

Meine Liebe*, como você demorou. Pensei até que tinha caído um bofe pela chaminé de sua casa e você resolveu ficar por lá mesmo. – comentou Klaus, risonho.

Klaus Wirths não foi exatamente o parceiro que Grace pediu a Deus. Na verdade, parece até que ele caiu de pára-quedas tanto em sua vida quanto na facção. Em um dia ele não estava lá e no outro, THANRAM! Ele simplesmente apareceu. O responsável foi o retardado do Bruce, um brutamonte de dois metros de altura que o recomendou para o Dieter Welch, o padrinho dos Leões. Quando menos esperava, ele já era o seu parceiro, uma vez que ambos eram Júniors e almejavam subir de nível rapidamente.

– Se tivesse caído um bofe pela minha chaminé eu nem precisaria vir aqui. Você já teria corrido direto para a minha casa.

Klaus riu todo cheio de dentes, salientando ainda mais as bochechas carnudas. Grace não podia negar que ele era (como se dizia mesmo?) um pitelzinho, e ela até tinha umas quedas básicas por ele, mas preferia deixar isso de lado e ser profissional. Isso porque, mesmo se ela quisesse, não ia dar muito certo. Apesar de Klaus não se portar como uma gazela saltitante, ele jogava sim para o outro time. E também nem precisava se afetar demais. Só com aquele rostinho de menino, os cabelos cor de chocolate e os olhos azuis que pareciam dizer “Me Adote”, era impossível não desconfiar que ele fizesse parte do lado rosa da força.

– O que temos para hoje? – Grace perguntou, enquanto abria a porta de madeira e caminhava saguão adentro.

– Não estou muito por dentro dos assuntos, mas é alguma coisa sobre aquela tal Blond Oxigenada que traiu a facção.

– A Dragona? – Klaus assentiu enquanto subiam as escadas – Você soube quantas baixas sofremos naquele massacre na ONU?

O Leão não teve tempo de responder, pois Dieter estancou na frente deles assim que alcançaram o último degrau. Ele estava um tanto quanto sério demais e algumas rugas adornavam a sua testa. Os cabelos totalmente brancos pela idade foram penteados para trás com gel e seus olhos azuis denunciavam toda a sua frugalidade. Dieter devia ter cerca de cinqüenta e poucos anos, mas ainda estava muito bem conservado. Grace teve receio de que ele sentisse o cheiro de vodka que ela emanava, mesmo depois de tantas pastilhas de menta. Todavia, foi muito calmamente que ela o reverenciou, beijando-o as costas da mão, sendo acompanhada por Klaus que apenas abaixou os olhos.

– Padrinho.

– Fico feliz que esteja aqui, Srta. Miller. Eu tenho uma missão para você.

Grace anuiu, olhando em volta – um velho costume adquirido quando se tornou detetive há menos de três anos atrás. Dieter deu as costas para ambos, que prontamente o seguiram até uma pequena sala. Havia ali apenas uma mesa de carvalho, uma cadeira atrás dela (onde o padrinho se sentou) e um baú para guardar os objetos utilizados na missa. Grace ficou rente a mesa, com os olhos esquadrinhando a expressão muito sóbria de Dieter, enquanto Klaus fechava a porta.

– Acredito que vocês já tenham ciência do que aconteceu na reunião na Câmara do Conselho de Segurança da ONU semana passada.

– Sim, herr*.

– Ótimo. Então vocês devem saber também que a Rússia declarou guerra aos Estados Unidos por traição à ordem. Devemos assumir uma posição imediatamente, ou seremos alvos fáceis.

– E no que eu poderia ajudar padrinho? – Grace perguntou, embora já soubesse qual era a resposta.

Dieter escorou os cotovelos sobre a tábua da mesa, entrelaçando os dedos bem em frente ao nariz afilado.

– Você é uma Junior, Srta. Miller, e a missão é de classe C. Estou apenas unindo o útil ao agradável.

– Não insulte a minha inteligência, padrinho. – Grace quase sibilou, estreitando os olhos expressivos.

O homem apenas suspirou resignado.

– A sua mãe era uma das melhores agentes da Auferstehung, ela deixou um legado aqui, Srta. Miller...

– Ela está morta. – a Leoa retrucou com os lábios crispados, deixando escapar certo ressentimento – Está morta a muito mais tempo do que deveria ser permitido.

– Eu acredito em genética, Srta. Miller. – Dieter respondeu com simplicidade – E a sua mãe era perita em estratégias de guerra, além de ser uma mulher muito diplomática. Você deve ter herdado isso dela, não é mesmo?

Klaus pigarreou, desconcertado com o climão que se instalou pela saleta. Grace estava com os olhos ameaçadoramente fixos em Dieter, de modo que parecia existir somente os dois na sala. Por causa disso, ele tomou a palavra.

– Estamos sendo designados para uma missão de infiltração numa facção inimiga.

Dieter desviou os olhos para ele.

– Exatamente. Nós somos Leões, não podemos esperar que a guerra venha bater em nossa porta. Daremos o primeiro passo, atacaremos primeiro e manteremos a nossa honra.

– Quem atacaremos? – Klaus perguntou – Se atacarmos um seremos automaticamente inimigos do outro. É um duelo, não uma guerra propriamente dita.

– E quem lhe disse que é um duelo?

– Eu não preciso que ninguém me fale o que está acontecendo bem diante dos meus olhos. – o garoto retorquiu, indignado por ser afrontado.

Dieter apenas sorriu. Ele adorava explorar a natureza dos seus agentes, e os melhores eram como Klaus: duros na queda.

– Então eu receio não poder responder a sua resposta, garoto. A missão é de vocês agora.

Dito isto, Dieter saiu da saleta, deixando para trás apenas dois Juniors a ver navios.

Klaus estava confiante.

Grace apenas esperava que ele fosse confiável o bastante para uma missão tão arriscada.












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Notas finais do capítulo

As decisões do dia:
Grace e Klaus, o que vocês vão fazer da vida, negada? Em qual das facções vocês vão se infiltrar para realizar um ataque? Como vocês farão isso? Como agirão lá dentro? Enfim, qualquer dúvida sobre isso, mandem um MP, tá? ^^

Obrigada para todos que leram. Amanhã tem mais, viu gente?
E ah! Teve gente que não me enviou a ficha. Foi por causa de alguma dúvida ou algo do tipo? Eu ainda estou esperando, viu?