Forbidden Fire escrita por Victória Miranda


Capítulo 2
30 de maio de 2010


Notas iniciais do capítulo

OH GOSH OBRIGADA POR TEREM DEIXADO REVIEWS PRA MIM UHULLLL ~le eu pulando de alegria
Como forma de agradecimento, vim aqui postar um capítulo antes do prometido hihi :) Ficou bem grande, pois é, estava inspirada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375176/chapter/2

Capítulo 2 - Caroline POV

Acordei com vozes vindas do andar inferior de nossa casa. Eles falavam e riam muito alto. Olhei no relógio ao lado da cama. Meio dia e meia. Fazia calor àquela hora, por isso fui ao banheiro passar um pouco de água gelada no rosto e prender meus longos cabelos num coque.

- Bom dia, meu amor - minha mãe veio me abraçar assim que eu entrei na cozinha - Eu já ia te acordar. O almoço está quase pronto, querida.

- Almoço? Aqui em casa? - eu perguntei assustada. Geralmente, minha mãe estava ausente e eu preparava algo bem simples para mim, como um sanduíche ou algo do tipo.

- O Henry decidiu fazer o almoço hoje para comemorar uma nova fase que irá se iniciar em nossas vidas.

- Nossa mãe, que discurso vergonhoso! - fingi estar falando sério. Não queria admitir isso, mas estava gostando de ter momentos em família, algo que já não tinha há muito tempo - E obrigada Henry, por dar ao meu estômago uma refeição decente.

- É impressão minha ou você está fingindo que não me viu? - Niklaus, que estava lendo um jornal, perguntou do outro lado da cozinha.

Seu cabelo estava completamente bagunçado, como quem acabara de acordar e suas bochechas estavam rosadas. Usava uma bermuda jeans e uma blusa branca, que cai entre nós, deixava o corpo dele ainda mais desejável. Ele estava ainda mais bonito naquela manhã. Mas isso é outra coisa que eu nunca admitiria.

- Na verdade, eu não tinha mesmo te visto. Você é praticamente invisível, sabia?

- Você age que nem uma criança, Caroline. Fala sério! Eu teria vergonha se fosse você... - Niklaus balançava a cabeça repetidamente, tentando parecer bravo.

- Crianças, sem provocações. Quero almoçar em paz, está bem? - Henry olhou feio para nós dois, mas tenho certeza que fez isso apenas para provar à minha mãe que podia ser um bom pai - Agora vamos comer esse prato delicioso que eu fiz - ele sorriu orgulhoso para todos nós, enquanto colocava a panela sobre a mesa.

- Nós vamos começar a comer sem a Meredith? - por mais que não gostasse dela, achava muito desagradável começar o almoço sem ela.

- Ela ainda tem algumas aulas na faculdade e não podia faltar, então pegou o voo para a Inglaterra essa manhã.

- Hum.. - foi tudo o que murmurei, como resposta.

- Só isso? Você não tem nenhuma brincadeira de mau gosto para fazer a respeito dela? - Niklaus perguntou abismado. Esse garoto entendia as coisas rapidamente! A gente só se conhecia há menos de um dia e ele já sabia exatamente como eu era.

- Eu não preciso dizer nada, querido. Você conhece muito bem a namorada que tem.

- Ah, que graça! Olha só você, Caroline, toda enciumada por causa da namorada do seu irmão - o comentário ridículo da minha mãe provocou risos tanto no Henry como (e principalmente) no Niklaus.

- Nossa mãe, sério, nada a ver! Primeiro, ele não é meu irmão. Segundo, que ciúmes? Cara, você brisa demais.

- Fica calma, minha filha, eu só achei fofo. Não precisa ter vergonha de admitir isso!

- Será que a gente pode NÃO falar mais nisso? Que droga! Já me deixou de mau humor. Eu só não levanto da mesa e viro às costas porque há décadas que não tenho um almoço decente... Mas só por isso!

Após algumas risadas dadas no momento mais importuno possível, finalmente pude almoçar em paz. A comida estava, por sinal, excelente. Rocambole de frango com bacon. Meu projeto “ficar com corpo encantador para o casamento da mamãe” já era.

[...]

Logo após o almoço, fui correndo para o meu quarto. Precisava urgente de um banho e um momento para ficar atualizada sobre as notícias do pessoal da faculdade. E para isso, nada melhor do que redes sociais. E não é que eu estava certa? Assim que me conectei a internet, já descobri sobre a festa que o Tyler Lockwood daria naquela noite. Sim, uma festa de arromba em plena segunda, para comemorar seu último ano de faculdade. Meus queridos, isso só acontece nas férias, tão lindas e desejadas férias. Ah, e para aqueles que não sabem, Tyler era o garoto mais popular e gostoso de todo o colégio. Sabe aquele cara que mesmo sem fazer nenhum esforço consegue matar metade da população feminina do coração e deixar a outra metade parecendo retardadas mentais? Bom, ele é esse tipo de cara. Ele tinha uma beleza que só aqueles caras famosos e ricos tinham. Sim, é desse tipo de beleza de que estamos falando.

- Mãe! Preciso falar urgente com você!

- O que é, querida? - minha mãe perguntou, sem tirar os olhos da televisão.

- Tyler Lockwood vai dar uma festa essa noite. Eu posso ir? Por favor, mãe, eu te imploro!

- Desculpe querida. Não acho que seja uma boa ideia. Não que você não mereça se divertir... Mas como essa é a semana do casamento, os paparazzi vão estar loucos por qualquer foto ou informação. É melhor ficarmos em casa, só por essa semana... - como minha mãe era conhecida por seu emprego e, por sermos consideradas uma família de elite, existiam sim, infelizmente, paparazzi que nos perseguiam. Não sei o que viam de tão interessante na vida da minha mãe para ficar atrás de nós!

- Ah não, mãe! Por favor! Eu já tenho dezoito anos, então acho que já posso tomar minhas próprias decisões, não?

- Eu sei disso. Mas enquanto morar sob o meu teto e viver às minhas custas, terá que obedecer às minhas regras. Tenho certeza de que surgirão outras oportunidades, Caroline.

Eu estava quase explodindo de raiva! Minhas notas na faculdade eram praticamente as mais altas da turma, sem contar que eu nunca tinha dado trabalho algum. Mas não, minha mãe não conseguia pensar em nada além dela.

- Elizabeth, desculpa eu me intrometer na conversa de vocês, mas eu não pude deixar de ouvir - a voz de Niklaus, vinda de trás de todos nós, ecoou pela sala - E se eu for junto com a Caroline? Eu já sou maior de idade aqui nos Estados Unidos - ele riu graciosamente - Eu posso ficar de olho nela e evitar que as coisas saiam do controle.

Ficar de olho nela? Como esse garoto é babaca. Eu não preciso de babá!Tenho idade suficiente para cuidar de mim mesma. Meus pensamentos estavam a mil dentro da minha cabeça. Tive que me controlar muito para não soltar nenhum desaforo. O que eu não faço por uma boa festa, hein?

- Mas essa é uma ótima ideia - Henry começou a dar corda na história - Beth, meu amor, essa é uma grande oportunidade para os nossos filhos se aproximarem. Além disso, o Klaus é muito responsável.

- Tem certeza, querido?

- Claro. E por favor, crianças, estejam em casa antes das três horas da manhã - minha boca se abriu, obviamente para reclamar do horário. Era extremamente cedo! Mas antes que eu pudesse soltar qualquer palavra, Henry continuou - É isso ou nada.

[...]

 - Você não acha que essa roupa está um pouco curta, Caroline? - Niklaus começou assim que chegamos ao nosso destino. Tudo bem, minha roupa não era nada adequada para ir, por exemplo, à igreja. Mas estávamos indo a uma festa, juntamente com outros adolescentes. E ele não tinha nada a ver com isso.

Eu usava um vestido tomara que caia preto, dois palmos acima do joelho e com um decote em forma de coração. Na altura do busto, o vestido se enchia de brilhos também da cor prata. Ele podia ser curto, mas como eu tinha seios tão grandes, não chegava a ser indecente. Para combinar com a roupa, calcei um salto agulha preto com detalhes pratas, o que realçava o look.

- Ah garoto, me poupe né! - eu disse revirando os olhos - O corpo é meu; portanto, eu visto o que eu quero.

- Olha só, garota - Niklaus segurou meu pulso esquerdo com força, me impedindo de sair do carro - Você vai se comportar - seu olhar demonstrava frieza - Não quero ter problemas com você essa noite.

Com isso, ele soltou meu pulso e abriu sua porta, descendo do carro antes de mim. Ele logo veio ao meu lado e me acompanhou até a entrada da casa. Conforme íamos entrando, pude perceber o tanto de olhares que Niklaus recebia. Era impressionante! As garotas chegavam a virar o pescoço para poder observá-lo melhor. E o pior de tudo é que não posso culpá-las. Ele usava uma calça branca justa e uma camisa social de cor cinza, também justa. Eu odeio falar isso, mas ele estava gostoso. Seu cabelo continuava num topete bagunçado, da mesma forma como estava naquela manhã.

- Parece que você está fazendo sucesso por aqui - eu falei rindo, observando-o com o canto dos olhos.

- Eu faço sucesso aqui e em qualquer lugar, Caroline. Aprenda isso.

Não sabia se ele estava brincando ou se realmente achava isso sobre si mesmo. Pela seriedade com que havia me respondido, acredito mais na segunda opção.

- Car - Elena me chamou pelo meu apelido - Pensei que sua mãe não fosse te deixar... - ela parou de falar justamente quando olhou para Niklaus.

- Meu nome é Klaus. E o seu? - ele puxou a mão da minha amiga e deu-lhe um beijo suave. Típico dele. Ri nos meus pensamentos, lembrando que ele também havia feito isso com a minha mãe - Sou o filho do Henry, noivo da Elizabeth.

- Elena... Eu me chamo Elena. Então vocês são tipo irmãos agora? - ela exclamou, enquanto o observava da cabeça aos pés.

- Não, Elena, ele não é meu irmão. Já disse que não somos parentes - ela estava prestes a dizer alguma coisa, quando a puxei pela mão - Vem, vamos dançar.

Começamos a dançar no meio da pista. A casa estava lotada e certamente não havia espaço para mais ninguém ali dentro. O calor humano era de longe notado.  Olhei algumas vezes para Niklaus, que então se encontrava perto do bar, conversando com uma loira. Não conseguia ver o rosto dela, já que se encontrava de costas para mim. Eles riam constantemente, enquanto bebiam algum coquetel colorido.

Ele deu um último gole na bebida e virou o rosto para a minha direção. Imediatamente, nossos olhares de cruzaram. Por questão de poucos segundos, ficamos nos olhando. Foi então que eu me toquei do que estava fazendo: trocando olhares com o arrogante do Niklaus. Desviei o olhar. Na verdade, desviei meu rosto inteiro para outra direção. Estava tão absorta nos meus pensamentos que nem me toquei que tinha esbarrado em alguém, no meio da pista de dança.

- Caroline? - um par de olhos escuros passou a me olhar - Fico feliz que tenha vindo. Posso te oferecer uma bebida?

Só então percebi de quem se tratava: Tyler Lockwood. Em carne e osso.

- Ah, Tyler. Uma bebida. É... Claro! - era evidente que eu estava atrapalhada. Tyler riu pelo nariz e esticou a mão para que eu a segurasse.

Pisquei discretamente para Elena, que deu um sorriso malicioso para mim. Coloquei minha mão sobre a dele. Ele entrelaçou seus dedos nos meus, e saiu andando na minha frente, me encaminhando para o bar.

- O que você gostaria de beber, princesa?

Princesa? Repeti essa palavra algumas vezes na minha cabeça, ainda sem acreditar. Enrubesço. Percebendo o efeito que ele me causava, chegou ainda mais perto de mim, propositalmente.

- O mesmo que você - respondi timidamente.

Ele mesmo preparou os coquetéis. Ele colocou alguma bebida alcoólica, da qual desconheço o nome. Em seguida colocou um xarope colorido, fazendo com que nossas bebidas adquirissem uma coloração azul fluorescente.  Por último, colocou gelo e uns canudos diferentes, todos torcidos e coloridos.

- Esse é o meu favorito. Tenho certeza que vai gostar - ele deu um sorriso torto, o que o deixou ainda mais encantador.

- Obrigada Tyler - eu dei meu sorriso meigo, que convence todo mundo de que posso ser doce - Então, o que vai fazer quando terminar a faculdade? Vai ficar aqui em Nova York? - perguntei para tentar acabar com aquele silêncio tedioso.

- Não Caroline, provavelmente vou para Princeton, trabalhar na empresa do meu tio.

- Vai se mudar para Princeton então?

- Vou, mais futuramente. Eu ainda estou procurando um apartamento para morar. Meus pais vão comprar o imóvel e eu vou ficar responsável por todas as despesas.

- Sério, isso é demais! Sempre quis ter um lugar só meu, sabe?

- É... Eu também. Vou precisar de muita responsabilidade - ele fez uma careta, fingindo estar com medo - Mas estou bastante ansioso. Posso? - ele fez um gesto com a cabeça, perguntando se podia encher meu copo com mais bebida.

- Sim, por favor.

- Então Caroline - ele começou a dizer assim que colocou mais bebida no meu copo - Quem é o cara? - ele indicou com o olhar o rapaz de quem estava falando.

Olhei discretamente para o outro lado do bar e me deparei com o Niklaus, que me olhava intensamente, sem nem ao menos disfarçar.

- Ele não parou de te olhar um só minuto - Tyler falou enquanto encarava a bebida.

- Ah - eu passei a olhar para o Tyler - É só um conhecido meu. Apenas ignore.

- Tudo bem - ele soltou uma risada extremamente sensual - Eu ainda não consigo entender por que eu demorei tanto tempo para trocar uma ideia com você. Você é incrível, Caroline.

- Provavelmente porque você estava ocupado demais com todas as meninas da faculdade que se atiram para cima de você - era para ter sido um pensamento, apenas meu. Mas sem querer, eu deixei as palavras escaparem de minha boca. E detalhe: ainda falei num tom sério, como se realmente me importasse o fato de ele ter saído com milhares de garotas.  

Senti minhas bochechas começarem a queimar. Que droga! Eu estava ficando vermelha. Não sei por que meu corpo estava agindo daquela maneira. Fala sério! Não facilitava em nada!

- Você está com ciúmes? - ele riu, provavelmente tirando sarro da minha cara - Acontece que agora eu só tenho olhos para uma garota, sabia?

- É sério? - eu posso ter um lado pueril, mas não sou idiota. Eu sabia que ele estava falando sobre mim. E essa era a chance perfeita de provar a todos que eu já tinha crescido - E eu posso saber quem é essa garota? - passei minha mão delicadamente por seu ombro e, com a unha do dedo indicador, fui traçando uma linha por todo seu peitoral, provocando-o.

Ele abriu um sorriso sacana e colocou seu copo de bebida em cima do bar, bem ao nosso lado. Logo em seguida, levou sua mão esquerda à minha cintura e sem grandes esforços, me puxou para mais perto de si.

- Eu tenho certeza que você já sabe, Caroline - ele inclinou-se, deixando nossos corpos praticamente colados. Uma onda de calor se espalhou por entre nós, fazendo com que meu coração batesse ainda mais rápido.

- Não, não sei - levantei meu rosto um pouco mais para o alto, a fim de poder olhar em seus olhos que brilhavam intensamente - Por que você não mostra em mim o que gostaria de fazer com ela?

O Tyler não respondeu nada, apenas balançou a cabeça, concordando. Ele continuou olhando no fundo dos meus olhos, com uma expressão séria. Eu não conseguia decifrar o que se passava na mente dele naquele momento.

Merda. Acho que exagerei. Pensei durante aqueles cinco segundos em que ele ficou me olhando. Comecei a sentir um frio na barriga desconfortável. Por algum motivo, fiquei com a sensação de que ele fosse me rejeitar. Mas foi então que ele passou a se aproximar de mim, lentamente, acabando com o resto de espaço existente entre nós.

O frio na barriga se intensificou ainda mais. Automaticamente, apoiei uma de minhas mãos em sua nuca. Àquela altura do campeonato, eu já podia sentir sua respiração quente batendo no meu rosto. Por favor, me beije logo! Meu inconsciente gritava dentro de mim. Eu não conseguia acreditar que o garoto mais desejado de toda a universidade na qual eu estudava estava prestes a me beijar. Era surreal.

A música alta vinda das caixas de som e a presença dos outros adolescentes que dançavam freneticamente ao nosso redor pareciam ter desaparecido. Minha concentração estava focada única e inteiramente no Tyler. Pude senti-lo colocar sua mão livre na minha lombar, provavelmente com o objetivo de me impedir de recuar.

Tyler passou a língua por seus lábios, deixando-os bem molhados. Ele sorriu em seguida, o que, de alguma forma, me tranquilizou. Ele fechou os olhos e antes que eu pudesse fazer o mesmo, algo nos interrompeu. Na verdade, alguém.

- Acho que isso já é suficiente por hoje, não é Caroline?

E lá estava o Niklaus. Com a cara fechada e os braços cruzados. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ENTÃO.... O QUE ACHARAM? :))))))))
Bom, eu vou dar uma enrolada nesse rolo com o Tyler lindo rsrsrs
Ah, deixem reviews, pfvr