Forbidden Fire escrita por Victória Miranda


Capítulo 1
29 de maio de 2010


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o primeiro capítulo :) Realmente espero que gostem! Imaginei o Klaus de forma muito sedutora nesse primeiro capítulo KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK OH GOSH



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Capítulo 1 - Caroline POV
 

O despertador, que estava no criado-mudo ao lado da minha cama, começou a tocar. Respira fundo, é só um pesadelo. Eu abri os olhos lentamente, ainda meio confusa com tudo o que estava acontecendo. Foi então que eu percebi que não era um pesadelo. Era a realidade. Um frio passou pela minha barriga, de tanto nervosismo que eu estava sentindo naquele momento. Esse dia era a prova real de que minha vida poderia sim ficar pior do que ela vinha sendo nos últimos meses.

Fiquei sentada na cama por alguns minutos, esfregando os olhos que cismavam em ficar fechados. A primeira coisa que vi quando abri meus olhos foi o meu quarto praticamente vazio. Todos os móveis haviam sido levados embora, para o nosso “futuro apartamento de luxo”, exatamente como mamãe dizia. As paredes pintadas de branco, com alguns detalhes em vinho; o piso de madeira, que costumava estalar quando alguém passava sobre ele; uma muda de roupa, contendo um vestido da cor nude que ficava exatamente na metade das minhas coxas e um casaquinho branco.

Àquela hora, minha mãe, ninguém menos que Elizabeth Forbes, uma das estilistas de moda mais consagradas de Nova York deveria estar indo à loucura com o preparo para o casamento. Bom, para aqueles que ainda não estavam sabendo, aquele seria o ensaio de casamento da minha mãe. E se me perguntarem se eu estava feliz com essa decisão dela, obviamente eu diria que sim, mas por dentro.. Ah! O que eu sentia de verdade era totalmente diferente! Eu realmente não queria que ela se casasse. Pode parecer meio egocêntrico da minha parte, mas minha mãe raramente tinha tempo para mim. Imagina agora com um marido novo? Ela nem iria lembrar-se da minha existência.

Peguei meu celular que estava posicionado bem ao lado do meu travesseiro. Cinco ligações perdidas da minha mãe e três mensagens não lidas. Uma delas era da minha melhor amiga, Elena Gilbert. A mensagem dizia: “Não vou poder ir ao ensaio hoje, me desculpa. Me liga mais tarde, está bem? Vai dar tudo certo!”

Que maravilha! Pensei ironicamente. Era só o que me faltava. Comecei a me arrumar rapidamente, já me preparando psicologicamente para o inferno que eu iria viver naquele dia. O ânimo era tão escasso que eu praticamente nem me importei em passar muita maquiagem, o que era bem incomum, já que essa era uma das minhas paixões.

 [...]

- Filha, eu sei que está sendo difícil pra você toda essa história de casamento.. Então eu quero te agradecer por estar se esforçando. De verdade, obrigada! - minha mãe me disse quando já estávamos dentro do carro há alguns minutos.

- Tudo bem mãe - eu forcei um sorriso - Eu só quero te ver feliz.

- Tem mais uma coisa que eu preciso te dizer - ela ficou em silêncio, esperando que eu fosse respondê-la, mas como eu não disse nada, ela continuou - Você conhece o filho do Henry, não conhece?

- Pessoalmente, não. Eu acho isso bem estranho. Você namora esse cara há três anos e até hoje eu não conheci o filho dele.

- Caroline - ela falou meu nome do jeito mais meigo possível - Você sabe muito bem que eles são britânicos. O Henry só está aqui na América por causa do serviço, mas o Niklaus, filho dele, está terminando um curso muito importante e não tinha condições de ficar vindo para cá sempre.

- Já entendi, mãe. Só acho estranho, não posso achar?

- Claro que pode, é um direito seu - ela fez outra pausa - Mas só quero avisar que ele será o seu par para o meu casamento.

- COMO ASSIM? - eu arregalei meus olhos, em demonstração de espanto - MÃE! Você sabe que eu não gosto desse garoto!

- Mas você nem o conhece! Em uma semana, eu vou estar casada e esse garoto vai fazer parte da família. Por favor, filha, por mim... - ela deu um sorriso carinhoso, fazendo com que eu me sentisse culpada por estar sendo tão birrenta - Caroline? O que você me diz?

- E eu tenho escolha? - eu fiz uma pergunta retórica, já que, além de já saber a resposta, nós havíamos chegado ao salão onde seria realizada a cerimônia.

[...]

- Eu nem acredito que vou me casar com uma moça tão linda como você, Beth! - Henry começou a galanteá-la assim que entramos no salão.

- Ah, querido. Há tempos que não sou mais uma moça! - ela riu graciosamente. Mesmo aos quarenta anos, minha mãe tinha a aparência de uma adolescente. Seu corpo era incrivelmente conservado e seu rosto continha traços bonitos, sem nenhuma marca que demonstrasse sua verdadeira idade. Chegava a chamar mais atenção do que eu, em plena juventude.

- Bom, eu gostaria de lhes apresentar meu filho, Niklaus - ele olhou para trás, procurando pelo rapaz, que estava de costas para nós, conversando com uma moça alta, cabelos castanhos longos até a lombar, olhos cor de mel, tão bonita que parecia modelo de revista - Querido, venha aqui, por favor! - com isso, esse tal Niklaus virou-se para nós. Terno preto, camisa branco-azulada, gravata azul marinho, sapato social bem escuro e brilhante.

Ele levantou o rosto lentamente, permitindo que pudéssemos ver seus olhos esverdeados. Juro que nunca tinha visto um olho como aquele... Eles eram simplesmente esplêndidos. Niklaus parecia fazer o protótipo de homem certinho, julgando pelo traje que usava e pelo cabelo impecavelmente arrumado. Mas tinha alguma coisa nele que dizia o contrário. Talvez aquele sorriso malicioso. Talvez seu olhar profundo. Ainda não sei ao certo. 

Ele se aproximou da minha mãe, segurou seus dedos delicadamente e, num ato de cavalheirismo, talvez, beijou o dorso de sua mão. Era exatamente o que seu pai, Henry Mikaelson, costumava fazer. Em seguida, ele se virou para mim, e veio calmamente se aproximando.

- Caroline, certo? - ele perguntou, enquanto colocava suas mãos no bolso da calça. O certo seria eu responder à pergunta, ou simplesmente balançar a cabeça em afirmação. Mas não. Eu estava tão encantada com a beleza desse jovem que mal lembrava meu próprio nome. Ele, percebendo a minha reação, apenas riu pelo nariz - Meu pai sempre falou muito de você. É um prazer finalmente te conhecer.

- Ah sim - foi tudo o que eu consegui dizer assim que “voltei para a realidade” - Falando nisso, você não acha estranho conhecer a família da minha mãe, sua futura madrasta, uma semana antes do casamento? - revirei meus olhos, deixando bem claro meu descontentamento.

- Caroline! - minha mãe exclamou com um tom de voz alto.

- Mas mãe, foi ele quem tocou no assunto! - falei com uma voz meiga, fingindo ser completamente ingênua.

- Tudo bem, Elizabeth. Talvez eu não devesse ter falado sobre isso.. - Niklaus sorriu para minha mãe, deixando à mostra seus dentes perfeitamente brancos. Ela, por sua vez, cochichou algo para seu noivo, e ambos se dirigiram para seus lugares na mesa central do salão.

- Vai ficar aí parado me olhando mesmo? - olhei seriamente para ele.

- Olha aqui, Caroline... É melhor você me tratar bem, ouviu? Não quero passar os próximos anos aturando uma garota mimada como você! - com isso, ele se virou, me dando às costas e foi atrás da garota com quem estava conversando até poucos minutos antes. 

E lá estava eu, parada feito uma retardada, depois de levar uns dos maiores foras da minha vida. Tudo bem, eu admito, eu estava sendo ridícula agindo daquele jeito, mas quem ele achava que era para falar comigo daquela maneira? Sim, ele era o filho de Henry Mikaelson, um dos cineastas mais bem pagos das maiores potências capitalistas. Mas tirando esse pequeno detalhe, ele não era ninguém importante.

[...]

- Caroline, você sabia que o Klaus é estudante de medicina na universidade de Cambridge? - a garota de cabelos compridos, que, como fui descobrir mais tarde, se chamava Meredith, começou a falar sobre o “namorado de ouro” assim que foi feito o brinde e as fotos dos “pombinhos” foram tiradas. 

- Mas isso não significa nada. Qualquer um que tenha muito dinheiro consegue entrar num curso como esse.

- Mas nesse caso é diferente. Eu recusei qualquer ajuda do meu pai para entrar na faculdade - Niklaus logo argumentou, tentando se defender.  

- Duvido muito - eu sorri cinicamente- Mas que seja, fico muito feliz que você seja pelo menos ético!

- Sabe o que está te faltando? - Meredith voltou a falar, enquanto passava a mão pelo ombro do Klaus - Um namorado. Querida, você precisa de um homem para te acalmar. Talvez agora que seremos cunhadas, eu possa te ajudar a encontrar algum.

- Meredith! Que proposta tentadora! - fui irônica novamente, assim como estava sendo desde o início daquele almoço.

- Vai ser tão divertido, não é? - ela respondeu sorrindo. A princípio, achei que ela estivesse sendo sarcástica, mas assim que vi Niklaus revirando os olhos, percebi que a garota carecia de inteligência mesmo.

- Nem me diga! - eu dei uma risada, a primeira verdadeira contando aquele dia inteiro.

- Estão se divertindo, crianças? - Henry apareceu segurando a mão de minha mãe, me salvando daquela conversa trágica.

- Está tudo ótimo, Henry - dei um sorriso meigo, justamente com o objetivo de agradá-lo na presença da minha mãe.

- Então... Eu estava pensando aqui com a Beth - dessa vez ele se dirigia para o filho - O que você acha de passar a semana conosco ao invés de voltar para a Inglaterra pela manhã? Suas aulas na faculdade terminaram essa semana... Seria ótimo se você pudesse passar o verão conosco. E não só você, meu filho, mas você também Meredith.

Aqueles cinco segundos que se passaram entre a pergunta de Henry e a resposta do filho foram intermináveis. Por favor, diga que não, por favor! Era tudo o que se passava pela minha cabeça. Um verão inteiro. É tempo demais.

- Por que não? - Niklaus olhou para mim, dando um sorriso hipócrita - Acho que vai ser bem interessante.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Por favor, deixem algum comentário para eu poder postar o próximo capítulo, ok?