A Rosa Serpenteada escrita por Prince Salazar


Capítulo 30
Volta à Hogwarts




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29 de dezembro

POV SCORPIUS

O trem já havia atravessado metade do país quando todos os estudantes se despiram de suas vestes casuais e trocando pelas tradicionais vestes de Hogwarts. O fluxo de estudantes era pequeno naquele ano, muitos alunos preferiram passar o Natal em Hogwarts, aparentemente, viagens de férias para outros países estava em alta entre os pais naquele ano. Estava patrulhando os corredores e repreendendo um ou outro estudante que usava uma Gemialidade Weasley aparentemente perigosa demais para incendiar o trem. Muitos aproveitavam o tempo para exibir seus novos presentes, desde joias a objetos mágicos excêntricos.  Um quintanista corvino mostrou aos seus amigos uma máscara tribal africana que falava sozinha, a questão é que ninguém entendia o que ela dizia.

Vi os irmãos Scamanders narrarem juntos a curta viagem que fizeram com os pais para algum lugar ao norte do Peru. Quem escutava parecia encantado ou desconfiado com a veracidade da narrativa.

— Malfoy! – os gêmeos cumprimentaram-me assim que passei em frente a sua cabine. Acenei a cabeça em resposta.

Não tardei para retornar para minha cabine quando a hora de minha ronda havia terminado. Sentei-me ao lado de Alvo que conversava sobre alguma coisa com Louis. Hugo lia um livro grosso sobre a história da transfiguração. Lily cochilava com a cabeça apoiada no vidro da janela.

— Onde está Rose?

— Pensei que estava com você no serviço de monitor... – falou Alvo interrompendo sua conversa com Louis.

— Sim, estávamos, mas tivemos que patrulhar vagões diferentes. Não tem problema, acho que ela deve estar chegando.

Rose não voltou tão cedo. O dia pouco tempo depois mudou de cinza claro para um cinza escuro, a neve começara a cair com força do lado de fora.

— Eu vou ver onde ela pode estar. – falei erguendo-me da poltrona.

— Vou com você. – disse Alvo que seguiu meus passos.

Estávamos no último vagão de passageiros, caminhamos por outros vagões a procura de Rose, mas nenhum a tinha. Paramos no vagão onde Roxane estava com alguns de seus amigos, mas ela não estava lá e ninguém sabia onde a encontrar. Fomos até o vagão dos monitores, porém só eu entrei, Alvo esperou emburrecido do lado de fora. Ela estava lá, completamente desmaiada sobre um sofá. Finnigan estava ao seu lado.

—  O que está acontecendo? – perguntei indo em direção à Rose. 

Finnigan virou-se para mim e afastou-se de repente de lá.

— Quem fez isso com ela? – toquei a pele pálida de Rose, estava fria.

— F... fui... eu. – disse ele trêmulo.

Eu o olhei perplexo e sem piedade. Saquei minha varinha e ele tentou fugir, mas fora impedido por Alvo entrou correndo na sala e vinha acompanhado de Cath. Agitei a varinha tão rapidamente emitindo dois fechos de luz que Fergus não pode se defender ou esquivar-se, seu corpo ficou completamente imóvel na parede do vagão.

— Fique aí... seu imundo.

— Malfoy, o que se passa? – perguntou Cath. Alvo parecia surpreso demais para perguntar alguma coisa.

Apontei a varinha para o peito de Rose e pronunciei: “Enervate”

A Ruiva abriu os olhos instantaneamente, mas não expressou reação alguma. Permaneceu muda e imóvel. Alvo e Cath se aproximaram de nós.

— Rose... Rose... diga alguma coisa... – falei calmamente.

— Por Merlin, o que será que ela tem? – perguntou Cath.

— Isso não é normal... – foram as primeiras palavras de Alvo.

— Potter, do que está falando? – perguntou Cath enquanto eu passava a mão no rosto de Rose.

Alvo foi até Fergus e o olhou nos olhos.

— Que feitiço você usou nela, Fergus? – perguntou ele rispidamente. O loiro cor-de-palha podia falar muito bem, o feitiço apenas impedia que ele se locomovesse, mas nada expressou. - Cath, procure a varinha dele...

A sonserina tratou de procurar a varinha de Fergus por toda a sala enquanto Alvo permanecia a frente de Fergus e mantinha um prolixo interrogatório. Mantive-me ao lado de Rose e buscava de qualquer forma reanima-la.

— Não acho! – disse a impaciente Cath.

— Deixe que eu mesmo faço. – disse Alvo sacando a sua varinha. “Accio varinha de Fergus” disse em bom som. A haste de vinte centímetros e meio saiu voando pela sala de baixo de um sofá no final da sala. – Há mais de um modo de saber qual feitiço você usou, Fergus.

Alvo apontara a própria varinha para a varinha de Finnigan. Nesse momento saí do lado de Rose e fui até onde Alvo estava, Cath também se posicionou ao nosso lado.

Prior Incantato” ordenou Alvo.

Um grito de horror tomou conta da sala, eram os gritos de Rose. Para nós havia ficado muito claro qual era aquele feitiço. Cath cobriu os ouvidos antes que Alvo pudesse desfazer seu feitiço. Houve um minuto de silêncio em que eu e Alvo nos olhamos.  Ele estava perplexo demais para acreditar naquilo. Meu corpo ardia em raiva. Mas todos fomos surpreendidos.

Barry Coner entrara no vagão, de repente pareceu que ele ia surtar frente ao cenário descaracterístico. Pediu explicações e apenas Cath encontrou forças para responder. Barry parecia agora irado, amarrou a cara e partiu para cima de Fergus, mas nada fez. Ele o encarou. Fergus voltou a gritar.

— Preciso despachar uma coruja o quanto antes para Hogwarts, com sorte, os aurores terão chegado à escola antes que nós atravessássemos o terreno. – o fato é que Barry fora envolto em um grande espírito de revolta e justiça. Seu lhe contara o poder daquela Maldição e não conseguia imaginar como alguém poderia voltar a usa-la um dia.

— Não, por favor... – implorou o loiro. - Eu juro que eu não queria... mas eu não tive escolha...

— Como não se tem escolha de torturar uma pessoa? – braniu Alvo.

— Eu juro...

— Cale a boca, seu monte de bosta. – gritou Barry que começava a escrever sua carta.

— Solte-o e o amarre com cordas, bem apertadas de preferência. – pedi a Alvo, que executou a ação em segundos. Deixei minha atenção recair mais um momento sobre Rose.

— Magia das trevas, talvez... – falou Cath.

— Como? – perguntei.

— Sim, Finnigan deve ter usado mais de um feitiço das trevas... ela parece acordada mais inanimada.

— Mas que tipo de feitiço seria esse? – perguntou Alvo.

— Não sei e nem tenho conhecimento para saber ao certo. – argumentou Cath.

— Vou apanhar a minha coruja e despachar essa carta....

— Não, por favor, tenha misericórdia... eu serei expulso de Hogwarts...

— Silêncio! – ordenou Alvo fazendo com que o loiro cala-se magicamente. Barry não deu mais atenção a Finnigan e saiu do vagão.

Esperamos impacientes a locomotiva por fim chegar à estação de Hogsmead. Barry havia retornado dez minutos antes, pois pedira reforços aos outros monitores para esvaziar a plataforma o mais rápido o possível assim que os alunos desembarcassem. Vimos pelo lado de fora da janela do vagão a silhueta escura do professor Longbottom e algumas auxiliares da madame Pomfrey do lado oposto em que a maioria dos estudantes seguiam para apanhar suas carruagens.

Eles entraram o quanto antes no vagão assim que puderam. O professor mantinha-se sério e preocupado, examinou Rose cautelosamente e murmurou duas palavras que não tenho como dizer se eram feitiços. Não olhou em momento algum para Fergus, Alvo, Cath, Barry ou a mim. Em seguida, ele pediu para que as duas enfermeiras que o acompanhavam locomovessem Rose até o castelo. As moças agitaram suas varinhas e Rose ergueu-se no ar como se fosse uma folha de papel.

— Vá na frente, Sr. Conner e Srt. Vaisey acompanhe-o. – solicitou o professor. Eles atravessaram a porta que dava para a plataforma e foram seguidos pelas enfermeiras que – com muita cautela – levaram Rose. Fiz menção de acompanha-los, juntamente com Alvo, mas o professor Lognbottom pediu para que ficássemos.

— Professor!

— Esperem, Potter e Malfoy! – ele então virou-se para Fergus. Foi quando nos convencemo-nos a ficar.

— Ele não disse nada do que fez, nem porquê...

— Deixemos o interrogatório para a diretora. – ele voltou-se para nós. – Vou precisar da ajuda dos dois para escolta-lo até o castelo.

— Perfeitamente. – respondeu Alvo, eu apenas assenti com a cabeça.

Executamos nós dois o Feitiço Locomotor de Corpos. O professor Longbottom foi o primeiro a sair e nós o seguimos. Fizemos com que a cabeça de Fergus batesse com força na hora de passar pelo portal – evitamos rir.

— Vamos, precisamos nos apressar...

Caminhamos silenciosamente em direção ao portão do castelo, cerca de meio quilometro da estação. Professor Longbottom manteve a todo estante olhando para o céu ou por entre as árvores da floresta. Mandou mais uma vez que nos apressássemos, mas mantínhamos uma certa dificuldade de levar o corpo de Fergus que pesava. Quando atingimos a entrada da propriedade, não havia mais carruagens para nos levar, ficamos cerca de dois minutos esperando que alguma retomasse do portão principal quando fomos surpreendidos por uma figura encapuzada que a nossa frente em um “crack”. Desfizemos o feitiço que mantinha Fergus suspenso, seu corpo caiu como um baque surdo na neve. O professor Longbottom estava em ordem de ataque com a varinha em riste. Repetimos sua ação.

— Por favor, tenham mais cuidado com meu fantoche. – ordenou a voz que saia pelo buraco do capuz, sua voz era familiar, embora estivesse magicamente alterada. 

— Quem é você, covarde? Não gosta de mostrar o rosto? – perguntou o professor.

— Devolvam-me o garoto e tudo sairá bem para vocês... – ordenou novamente. Ele parecia calmo, mas preparado para tudo.

— O que queres com o Sr. Finnigan? – perguntou o professor. O homem não respondeu, mas voltou a fazer suas exigências.

Houve um silêncio de repente.

— Este é um aluno de Hogwarts, como professor desta instituição é meu dever protege-lo. Se quiser pega-lo, terá que passar por cima de mim.

— Tudo bem então.

Não se sabe em que estante começou em que os homens começaram a agitar freneticamente suas varinhas. Jatos e mais jatos de luzes irrompiam de seus condões com toda a potência. Eu e Alvo fomos ao chão para nos proteger de alguns feitiços que passavam raspando, Fergus permanecia onde caíra. O professor executou um feitiço que fez nascer uma série de eras que se prenderam em volta do homem encapuzado, elas o imobilizaram por apenas trinta segundos antes que ele conseguisse evaporá-las com o murmurar de um idioma que não fosse o latim dos feitiços que aprendíamos.

Professor Longbottom parecia surpreso que seu feitiço não tivera muitos efeitos. Houve uma trégua na batalha, antes que tudo voltasse a acontecer. Houve uma segunda trégua em que o professor Longbottom que apoiava um dos joelhos no chão, os feitiços do homem encapuzado eram muito potentes. O homem não descansou, começou a executar uma espécie de feitiço que mais lembrava uma canção, era o mesmo feitiço que executara quando estávamos protegendo a gárgula que dá para a sala da professora MacGonagall.

Ergui-me do chão no exato momento em que começava a me senti sonolento novamente, apontei a varinha na direção do homem e ordenei: “Silêncio”. Ele emudecera como Fergus no trem. Ele se enraiveceu e atacou primeiramente o professor que logo se defendeu, depois jogou uma série de feitiços na minha direção. Levantei a proteção do Feitiço Escuto que rebateu dois dos feitiços. O terceiro passou rapando por baixo do meu braço e quase não acerta Alvo que estava logo atrás de mim.

— Muito bem, Malfoy! -

Professor Longbottom respondeu aos feitiços lançando-lhe labaredas de fogo, o calor que emanava delas parecia que tinha aquecido o ar, até mesmo a neve onde o professor estava derretera. Eram chamas volumosas que cobriam toda a visão de onde o homem encapuzado estava. De repente, as chamas estavam voltando na direção oposta de ataque, novamente o homem utilizava um encantamento diferente. Alvo fora mais rápido que eu e executara uma barreira protetora aprova de fogo que lembrava uma fina camada de água, protegendo a mim e a Fergus que gritava. Nossa visão foi toda impedida pelo fogo antes de vermos o professor ser envolto por elas.

Não mais existiam chamas, o professor Longbottom cessara todas. O homem encapuzado logo desaparatara percebendo que não tinha êxito insisti naquela batalha. Mas não tínhamos percebido que o restante dos diretores das casas desciam apressados uma carruagem que parara a nossas costas.

— Vocês estão bem? – perguntou a diretora vindo até nós com os demais.

— Sim... – foi o que respondemos.

— Neville, o que se passou aqui? – ela olhou para o herbologista de cima a baixo, suas vestes estavam chamuscada e ele parecia exausto.

Não nos foi exigido uma longa explicação antes mesmo que estivéssemos de volta ao castelo, onde era mais quente. Fomos levados a sala de aula mais próxima para que o professor Longbottom por fim explicasse o que se sucedera. A diretora não deixou de se mostrar perplexa mediante ao ocorrido e que o ladrão do grimório retornara a Hogwarts em busca de algo mais.

— Minerva e o menino Finnigan? – perguntou o professor Hagrid que fora o único que não tinha voltado de carruagem, seus cabelos e barbas estavam cheias de neve.

— Não sei, meu caro. – respondeu ela olhando para Fergus que fora solto e obrigado a se sentar em uma cadeira de aula, ele tinha o rosto escondido nas mãos.

— Ele está sobre o efeito da maldição Imperius, professora. – falei.

— Como você sabe disso, Malfoy? – perguntou o professor Slughorn.

— Bem, professor Longbottom e Alvo podem comprovar que a figura encapuzada veio resgatar Fergus, pois não esperava que ele fosse pego tor... fazendo o que fez com Rose. – de repente me lembrei de Rose e desejei que ela estivesse bem nas mãos de Madade Pomfrey. -

— Sim, de fato. Lembro-me do homem chamar o Sr. Finnigan de “meu fantoche”. – argumentara o professor Longbottom.

— Então este jovem o ataque a menina Weasley tem ligação com os últimos acontecimentos? – perguntou o professor Flitwick.

— Creio que sim, professor. – falei.

— Bem, isso explica basicamente tudo. – falou a professora McGonagall.

— Na verdade não, professora. – fora a primeira vez que Alvo falara. – Estamos deixando de ligar todos os fatos...

— Como assim, Alvo? – perguntei antes que todos pudessem.

— Professora McGonagall, Scorpius é o herdeiro de Merlin e o único que pode abrir o grimório roubado. Se Fergus fora enfeitiçado para conseguir alguma informação a respeito disto? – o moreno manifestara sua reflexão.

— Sim, Potter, você tem razão... mas, se Malfoy não saiu espalhando pela escola sobre ser quem é, como alguém além dos professores pode saber sobre isso, muito mais que Rose Weasley poderia ser um alvo para responder as perguntas desse homem... – a diretora procurara uma cadeira e fitara Alvo.

— Não contei... com a exceção de meu pai e avô, apenas Alvo e Rose sabem...

— Meus caros, eu tive que reportar ao ministro da magia sobre o ocorrido. Não saberia dizer quem dos funcionários do ministério sabe de alguma coisa.

— Mas se o homem encapuzado não for de fora do castelo, mas de dentro? - perguntou o professor Longbottom.

— Você quer dizer quem algum dos professores tem feito esses ataques? – disse o professor Slughorn incrédulo.

— Era o que eu temia. – disse a diretora. – Já ocorreu mais de uma vez que um seguidor do Lorde das Trevas se infiltrasse na escola mesmo com a direção do prof. Dumbledore, pode muito bem ter acontecido dessa vez com alguém do Círculo de Morgana.

— Mas quem, Minerva? – quis saber o professor Flitwick que manifestava um olhar de pesar e preocupação.

— Por hora, Fílio, vamos ficar sobre alerta. – estas foram as últimas palavras da professora McGonagall antes de dispensar todos.

Alvo e eu não recebemos permissão para visitar Rose na ala hospitalar, mas fomos conduzidos cada um por seu diretor da casa para os dormitórios. A diretora e os demais diretores das casas retiraram qualquer feitiço que estivesse sobre Fergus, levando-se em consideração o Feitiço Imperius e outros feitiços que poderiam estar obscuros à compreensão dos professores. Em seguida, ele fora levado para a ala hospitalar onde Hagrid ficara destinado como seu guarda por hora.


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