A Rosa Serpenteada escrita por Prince Salazar


Capítulo 31
Ela era minha e eu era dela


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma boa leitura.



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3 de janeiro

Havia apenas boatos incertos sobre o ocorrido da noite passada, sobretudo pelo fato de todos os diretores das casas e a diretora da escola não estarem presentes no jantar de boas-vindas. Nem mesmo os Weasleys sabiam o que havia acontecido para que Alvo, Scorpius e Rose terem desaparecido desde a metade da viagem. Hugo apenas ficara sabendo que sua irmã se encontrara na ala hospitalar e que seus pais haviam estado junto a ela.

Scorpius e Alvo foram as aulas daquela manhã não antes de tentarem ver Rose, mas Madame Pomfrey fora firme e inflexível, os proibindo de vê-la. O fato é que Rose já estava plenamente acordada, embora desnorteada e oscilante. O professor Price, como mestre em compreender as artes das trevas, diagnosticara os feitiços que foram lançados em Rose como a Maldição Cruciatus e a Maldição do Morto-Vivo – que, segundo ele, faz com que a vítima fique em estado vegetativo por cerca de quarenta e duas horas. Ele lançara sobre Rose uma série de feitiços para que a Maldição fosse interrompida, por isso a ruiva começara a dar sinais de melhora.

Fergus foi removido da ala para um quarto reservado no sétimo andar. Barry Coner fazia a guarda dele. Há tarde, recebeu a visita da professora McGonagall e do professor Longbottom, eles tentaram um interrogatório que fosse por livre espontânea vontade do estudante, mas a relutância beirava a teimosia. Logo foram obrigados a usar a Poção da Verdade que derramaram em seu chá. O interrogatório estava no fim quando Fergus já havia relatado tudo de que os professores precisavam.

Não descobriram mais do que já sabiam. Fergus, no fim, admitiu que não queria ter feito nada daquilo, que sentiu-se obrigado e tentou relutar, mas não conseguiu. O que deu comprovação a Maldição Imperius. Disse não saber quem o enfeitiçou e nem quando isso pode ter ocorrido. Porém, eram poucas as coisas de que ele se lembrava e quando tentava sua cabeça doía. Fora perguntado também se ele ainda se sentia sobre o efeito da maldição, ele demorou para responder à pergunta, mas não manifestou contrariedade.

No final, os dois professores se olharam e cochicharam palavras que somente os dois puderam ouvir, Fergus desejou saber o que era. Quando eles fizeram menção de se retirar da sala o loiro os interrompeu.

— Senhora! Senhor! – disse ele.

— Sim, Finnigan? – perguntou a diretora sem olha-lo.

— Minha varinha.... digo, onde está minha varinha?

— Receberá assim que for confiável. – disse ela e se retirou com o professor Longbottom. Barry retornara ao quarto, ele ainda mantinha uma desconfiança em Fergus e relutava acreditar que Fergus não fizera aquilo por conta própria. A diretora incumbiu a tarefa ao monitor-chefe de reparar Fergus somente sobre a explicação de que ele havia sido enfeitiçado e por isso atacara Rose Weasley.

POV SCORPIUS

Pensei mandar uma carta para casa para contar aos meus pais sobre o ocorrido, mas achei que eles poderiam ficar muito preocupados e querer me afastar da escola ou algo do tipo. Apesar de eles terem passado, junto com meus avós, uma semana me treinando em duelo, sinto que eles ainda assim querem ser sozinhos os autores de minha proteção e não gostariam de dividir essa “glória” com mais ninguém. Muito menos que fossem meus professores.

Cotentei-me em mandar notícias de minha chegada, nem disse que estava tudo bem, nem que estava tudo ruim. Convenci o professor Slughorn, como diretor da sonserina, a não enviar cartas algumas, dei-lhes motivos simples, mas que pareceram concretos o suficiente para ele.

POV ALVO

Meus primos não saíram de trás de mim o dia todo para saber o que havia acontecido de fato. Contei-lhes que não era nada sério e que Rose melhoraria logo mais, mas não poderia falar mais nada além daquilo. Porém, estas não foram as palavras que eles gostaram de escutar e, dessa forma, mantiveram-se insistente e perseguiram-me até mesmo dentro do dormitório do sétimo ano. Hugo e Rox eram os mais insistentes.

— Deixem-me em paz, já disse que não posso dizer. – gritei para os dois em pleno salão principal quando estávamos entrando para o jantar. Muitas cabeças curiosas se viraram para ver o que se passava.

Os dois Weasleys se sentiram constrangidos o suficiente para desistirem por hora e derrotados foram sentar-se a cinco alunos de distância de mim. O banquete não havia começado quando Demétria se sentou à minha frente. Ela sorriu para mim enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo.

— Como está Rose? – perguntou se referindo a mim.

— Bem. – monotonguei a fala esforçando-me para que ela tivesse escutado em meio a tantas outras vocês do salão.

— Ótimo... – respondeu e ficou em silêncio. Nem um dos dois pode continuar a conversa, a diretora levantara-se de sua cadeira na mesa dos professores para fazer algum pronunciamento útil a todos naquela noite – mas nem uma menção dos fatos recentes -, depois fez sinal para que o jantar fosse servido.

Foi muito difícil tanto para mim quanto para Demétria continuar a falar, o jantar naquela noite estava realmente apetitoso e farto. Cada um comeu em silêncio e respeitando o tempo do outro. A sobremesa chegara quando eu havia terminado de dar a última garfada, havia vários sabores de sorvetes e bolos, tortas e cremes.

— Que pena, eu esperei o dia todo para comer um pudim... – disse Lorcan alto da mesa da Corvinal.

A comida dos elfos era sem dúvida a melhor comida do país, até mesmo a vovó Molly admitia que todo o seu bom trabalho na cozinha é imitar a metade do que os elfos da cozinha de Hogwarts produzem.

No final do jantar, todos fomos dispensados para nossos salões comunais. Demétria e eu saímos paralelamente juntos do salão, de acordo com que a multidão de alunos permitia, mas no final eu me afastei para me despedir de Scorpius na saída antes que fosse cumprir seu dever como monitor. Segui sozinho para as escadarias com alguns dos meus primos a frente, senti-me solitário, mas acredito que essa era minha vontade. Quando eu estava tomando o primeiro patamar das escadarias alguém puxou o tecido do uniforme.

— Ei, onde você estava? – era Demétria.

Não respondi, não entendi a pergunta.

— O que você disse? – fiz que não tinha escutado que ela dissera.

— Eu disse: onde você estava? – ela deu uma pausa antes de se concertar. – Você sumiu do salão?

— Ah, sim. Desculpa, eu tinha ido falar com Scorpius e me desencontrei de você. Mas eu não sabia que você queria falar comigo. – voltamos a subir as escadas.

— Mas não quero...

— Então por que você se importa se eu fiquei ou não no salão?

— Eu disse que não tinha nada para falar com você, mas eu esperava que subíssemos juntos. – ela soltara os cabelos e guardara o prendedor no bolso da saia.

— O.K., então. – falei com indiferença.

— Você está estranho Alvo, o que tem com você...

— Só estou cansado desse seu joguinho, Demétria. – falei ríspido.

— Mas, que joguinho? – ela parecia surpresa.

— Não se faça de tonta...

— Alvo, eu sinto muito, eu não sei do que você está falando...

— Então me esquece. – aprecei os passados deixando-o para trás.

Não voltei tão cedo naquela noite para o salão comunal. Procurei esconderijo no quarto andar onde há uma passagem secreta para uma sala antiga de algum professor, usei-a tantas vezes que a sala parecia gora bem mais limpa do que da primeira vez que eu a encontrara, deitei-me no divã velho que lá havia e tentei não pensar em Demétria Robins.

POV DEMÉTRIA

Sem com preender o que havia se passado, voltei para o salão comunal logo depois. Tentei me distrair fazendo a redação para a aula da semana que vem de Herbologia, mas foi inútil. Percebi que Alvo não retornara ainda por isso continuei na sala até que todos os demais grifinórios haviam ido se deitar. Tirei os sapatos e suspendi as pernas para cima da poltrona. A sala estava escura, a não ser pela lareira que emanava pelo quarto uma luz amena. 

O quadro da mulher gorda só abrira mais uma vez naquela noite por volta das onze e quarenta-cinco, era ele. Vinha distraído o suficiente para não me percebe sentada.

— Al, por favor! – disse saindo da poltrona indo na direção dele que parara de andar, mas não olhou para mim.

— Al, por favor... me diz o que eu fiz para você agir desse jeito.

Ele não respondeu. Eu segurei no seu braço e apertei. Ele não esboçara nenhuma reação.

— Se não vai falar comigo, então vai para o seu dormitório e me deixa em paz. – falei rudemente.

— Não me dê ordens... se eu quiser ficar aqui... – ele foi até a poltrona em que eu estava minutos atrás e se sentou. – eu vou ficar.

— Não seja infantil, Potter...

— Você deveria olhar para trás e ver que a infantil é você, Robins. – disse ele agitado.

— Escute aqui, Potter, eu não vou ficar me doendo por algo que eu não sei se fiz, para um idiota como você me tratar assim. – falei sem levantar a voz apontando o dedo em sua cara.

— Então, Robins, não vai ser o idiota que aqui que vai lhe contar. – ele entrelaçou os braços e virou o rosto para o lado.

— Desculpa, eu não queria chamar você de idiota. – desculpei, não era do meu feitio ofender assim os outros, sobretudo de quem eu gostava. Sentei-me no sofá a frente de onde ele estava. Por um momento ninguém falou ou se olhou.

— Eu vou me deitar... – falei levantando-me quando percebi que a conversa não teria continuidade. Estava virei-me de costas para ele e quando eu ia saindo...

POV ALVO

Quando percebi que ela se retiraria, segurei sua mão o mais depressa que eu conseguir, pedi para que ela esperasse. Ela virou-se para me olhar e eu pude olhar as chamas da lareira que agora ardiam com menos intensidade.

— O que foi? – disse ela.

— Você precisa me dizer uma coisa...

— Não sei se quero...

— Por favor, eu insisto...

Ela permaneceu em silêncio. Agora era sua vez de olhar-me nos olhos, sentia que ela esperava o pior.

— Diga-me que nunca gostou de mim, que tudo não passou de minha imaginação. – disse com firmeza sem titubear.

— Não posso... – disse ela, seus olhos estavam marejados.

— Por que, não?

—  Porque não é verdade... – ela segurou o choro. -, eu gosto de você, Alvo Potter.

Envolvi-a nos meus braços, senti seu corpo contra o meu e o calor que compartilhávamos.

— Por que você nunca disse? Eu estava começando a achar que você não gostava de mim... que nunca tinha entendido as minhas indiretas... desculpa se não fui franco desde o início e contei para você... – sussurrei em seu ouvido.

O fato é que os sentimentos que nutri por Demétria Robins foram acompanhados de uma profunda vergonha na ora de serem exteriorizados e manifestos. Meu medo estava repousado no fato dela ser mais do que eu poderia desejar. Se todo têm seus parâmetros para encontrar o amor perfeito, Demétria Robins era o meu.  

Ela permaneceu em quieta e se afastou para sentar-se no sofá, sua expressão era de hesitação. Juntei-me a ela e segurei suas mãos, estavam frias.

— Eu não tinha certeza... antes que eu tivesse, entende? – disse ela fitando o chão.

— Para ser sincero, não. – rimos.

— O que eu quero dizer é que eu o respeitava antes de tudo e não queria ser instigante com você antes de ter certeza...

—  Bem, obrigado por dizer que me respeita, eu também te respeito.

— Por que você ficou tão chateado comigo nas escadarias?

— Não sei, acho que eu estava muito tenso com tudo o que aconteceu com Rose, também estava...

— Carente? – perguntou supondo o que era de fato.

— Não, não só isso... – voltamos a rir. – Mas sentia um sentimento de saudades, por você, acho que eu queria você mais do que  nunca e acabei bagunçando tudo...

— Não tem problema agora, no fim acho que estamos bem. – puxei-a para perto de mim e nos beijamos.

Quase perdemos as horas de quanto tempo ficamos sentados naquele sofá. Só subimos para os nossos dormitórios quando nós não conseguíamos mais suportar o sono.

Ela era minha e eu era dela.


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