GioGiostuck escrita por Strider


Capítulo 15
Get Lucky 4




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Ela era rápida. Bem rápida pra uma garota de 16 anos. Mas Dave era bem treinado, por assim dizer. Dave viu que os raios em seus braços eram Hamon, mas não sabia dizer se ela havia sido treinada ou se aquilo tinha despertado naquele momento. Porém, não se fica na frente da investida do touro com raiva. Dave desviou no momento exato para a direita. E o soco da garota acertou diretamente a parede. Ele olhou pra trás, e a parede estava despedaçada. A sala ao lado estava cheia de escombros, mas por sorte, estava vazia. Não sobrou absolutamente nada da parede no lugar. Apenas entulho. Todos se assustaram com o que a garota pôde fazer.

Nota mental: FORÇA DESCOMUNAL.

Por um momento, passou pela cabeça de Dave uma memória. De seu treinamento, há 5 anos. Estava no dojo da escola, sozinho com seu irmão. Estava sangrando muito, cansado, e aparentemente derrotado. Porém, parecia satisfeito.

– Muito bem, Dave. Nível 1 com 11 anos, está me impressionando. Nem eu mesmo consegui isso.

– Obrigado, irmão! Vou me esforçar mais! – respondeu o pequeno Dave. Não usava cabelos compridos nem óculos escuros.

– Mas lembre-se, pequeno. Este poder é proíbido. Não use-o se não precisar. Se puder perder uma luta sem maiores consequências, perca. Use apenas se sua vida depender disso. Ou para salvar a vida de alguém.

– Mas e se o adversário for realmente forte?

– Não fuja do conceito.Use apenas nessas condições.

– Sim senhor! – Ele estava feliz, transbordando a inocência de uma criança.

Voltando à realidade, Jade já estava virada de volta pra ele. Ela ia atacar novamente, provavelmente não iria errar. As lendas sobre a família Schuldiner eram numerosas. Era escolha dele torná-las fatos ou deixá-las como estão.

Dave decidiu torná-las fatos.

O uso de Hamon não era proibido, mas tornou-se convenção não usá-lo, devido ao pequeno número de pessoas que o dominavam. Mas ali, era uma luta de igual. Não havia porque não usar.

Dave fez suas mãos faíscarem, como as dela. Algumas pessoas já haviam visto ele fazer aquilo, mas achavam que era algum truque, alguma peça robótica dentro do seu braço. Mas essas coisas aparecem no braço. Ali, não havia nada, apenas um braço faíscando.

Ela veio de novo, mais rápida e forte. Dave decidiu encarar o touro. Ela mirou seu soco diretamente no nariz dele, mas ele aparou o soco com a mão. Ou pelo menos tentou.

Ele agora experimentava a verdadeira força da garota. O soco o empurrou cerca de 3 metros pra trás, mesmo que sua base estivesse firme. Só que, por um momento, eles se olharam nos olhos novamente. Essa foi a falha de Dave. Nessa hora, a garota usou sua mão esquerda livre, e acertou-lhe um gancho direto no estômago. Dave caiu, e cuspiu sangue. Ela aproveitou isso também, e o chutou pro lado. Dave bateu direto contra a parede, e caiu no chão de novo. Jade não esperou, e foi pra cima dele, querendo piorar a situação do rapaz.

– Não deixe nenhum pedaço pra contar história.

Ela tentou pisá-lo enquanto estava no chão, com toda a força que tinha. Já estava fora de si a muito tempo. Porém, sua pisada elétrica foi segurada por uma mão também elétrica. Só que com raios bem mais fortes. A mesma mão empurrou o pé para trás, e ela foi jogada contra a parede oposta, que ainda estava de pé. Dave se levantou. Uma espécie de campo elétrico foi sentida por todos os alunos que não haviam fugido pelo buraco na parede, buscando se salvarem. Era como um clima ruim no ar, mas algo bem mais forte que isso. Dave se levantou. Seus óculos estavam rachados, mas ainda não conseguiam ver seus olhos. Coisa que alguns queriam, porque ninguém nunca havia visto. Havia raios correndo em volta do seu corpo e seus sangramentos haviam cessado.

Roberto e Pedro ficaram pasmos e alegres, em um canto da sala. Ver Dave em batalha era sempre legal, pois sabiam que ele era um bom lutador. Ele, um dia, falou-lhes dos níveis de batalha do clã Schuldiner, mas achavam que aquilo era mais uma lenda antiga do que de fato realidade. Mas eles sabiam o que era aquilo. 15 vezes a força de um homem normal. 5 vezes a agilidade. Apuração nos 5 sentidos.

O primeiro nível.

– Minha vez, olhuda.

Dave fechou seus olhos. As pessoas não podiam ver, claro. Mas aquilo seria o que decidiria a batalha. Se sua mão direita lhe faz perder, corte-a e vença. Ele sabia onde todos estavam, pelos ruídos que faziam. E agora, foi ele que atacou.

A garota mal conseguia defender qualquer ataque. Seus socos a acertaram friamente, e ela caiu no chão. Dave nunca atacaria alguém no chão, então ele esperou. Se nada acontecesse, ele voltaria ao normal e a levaria à enfermaria.

Mas ela se levantou. E aparentemente mais forte.

Logo que o fez, ela voltou a lhe atacar. Dave agora conseguia acompanhar seus ataques. Ela tentou socos e chutes por vários ângulos e sentidos, mas nenhum lhe acertou. Até que seus sentidos aprimorados o traíram outra vez.

Dave tentou um contra-ataque contra um dos socos, onde ele parou o soco baixo que a garota tentou, e iria jogá-la no chão usando seu próprio corpo, aplicando depois uma imobilização. Porém, a manobra aproximou seu rosto demais do pescoço dela. E aí, foi o perfume da morte.

Não havia perfume ali. Era um cheiro natural, humano. O cheiro inebriante de uma mulher. Aquilo provavelmente já levaria um homem à loucura. Agora, quando você está lutando contra uma garota que você gostou à primeira vista (embora ela agora queira matar você) e você está com os sentidos 5 vezes mais fortes, isso pode ser fatal.

O tal cheiro levou Dave a total inércia dos seus sentidos, e Jade não deixou isso passar batido. Ela acertou-lhe outro soco no rosto,o arremesando novamente à parede. Mas dessa vez, Dave resistiu à pancada.

E então ele decidiu que estava na hora de acabar com isso.

Jade voltou a atacá-lo, mas dessa vez não houve conversa mole. Dave parou seu soco, pegou o braço e o segurou no alto. Ela tentou socá-lo com o braço livre, mas ele segurou este também. Então, ele virou o corpo dela 180 graus, empurando-a contra a parede, com os braços abertos, como uma cruz. Seus rostos ficaram tão próximos que os alunos acharam que ia rolar algo ali mesmo. Roberto logo pensou: “Nada como terminar uma luta agarrando sua adversária.”

Mas não foi isso que aconteceu.

Ele abriu os olhos, e viu o ódio nos olhos da garota. Mas do nada, os olhos dela mudaram. Todo o ódio sumiu. Sua face raivosa foi substituída por uma face que não sabia o que estava acontecendo. Era agora uma garota normal, forçada contra uma parede por um homem cujos lábios estavam a 10 centímetros dos seus.

E então, o vento soprou pelas janelas. Os óculos escuros de Dave não resistiram à força do vento e foram levados por ele.

E então, os dois se olharam nos olhos.


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