GioGiostuck escrita por Strider


Capítulo 14
Get Lucky 3




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Giovana Diamond não prestou atenção na aula do Melchior e achou entretenimento no celular que portava. Enquanto jogava algo idiota nele, recebeu uma mensagem no Pesterchum Mobile.

–- phantomBlood [PB] began pestering mischievousBipolar [MB] at 09:45 –

[PB] Hey.

[MB] e aí

[PB] Sua casa explodiu.

[MB]como cê soube?

[PB] Eu vi nas estrelas. Vi também o outro Dave.

[PB] Ele é mais bonito.

[MB] não curto o estilo

[MB] ainda assim ele me salvou, e o Dave normal me ofereceu abrigo aqui na escola.

[PB] Eu vi isso também.

[PB] Mas isso pouco importa.

[PB] Dá uma olhada nisso aqui.

–- You received a video “HOLYFUCKINGSHIT.avi” at 09:46 –

O vídeo começava com uma imagem do céu e ouvia-se pessoas falando em russo. Por um momento nada aconteceu, até que começaram os gritos de despero. No céu surgiu uma grande bola de fogo, que chegava cada vez mais perto. Enquanto era filmada a trajetória, notou-se o visual de Nova Moscou, que não era tão diferente da antiga. O meteoro explodiu (sim, como uma bomba) diretamente na Catedral de São Basílio, destruindo quase todo o visual da estrutura. E logo apareceram mais cinco no céu, e viu-se todo mundo correndo. Então trocou a cena. Agora era Paris. E o céu já estava cheio de bolas de fogo. O cinegrafista quis focar nas ruas parisienses, cheias de pessoas caídas no chão, algumas notavelmente mortas.

E assim foi trocando. Itália, Reino da África, Malta, Império Nipônico: todos com a mesma cena de destruição. Havia pessoas gritando sobre o Dia da Bomba, dizendo que estava acontecendo de novo. E o vídeo simplesmente terminou com um meteoro explodindo bem na frente do cinegrafista.

Meus deuses.

Giovana estava pasma. Aquilo realmente estava acontecendo, como previsto.

[PB] Já estão jogando.

[PB] É melhor começarmos logo.

[MB] santamãe

[MB] como espalhou tão depressa

[PB] Dave explicará.

–- phantomBlood [PB] ceased pestering mischievousBipolar [MB] at 09:54 –

[MB] vadia

–- turntechGodhead [TG] began pestering mischievousBipolar [MB] at 09:56 –

[TG] hey

[MB] sup

[TG] eles tao jogando ne

[MB] sim, já tá cheio de meteoros na porra toda

[TG] ah otimo

[TG] entao a raid que eu fiz deu certo

[TG] boa sessao pra voces

[TG] flw

–- turntechGofhead [TG] ceased pestering mischievousBipolar [MB] at 09:56 –

Que conversa inspiradora, Strider. Giovana tentou pensar algo sobre a situação, mas antes que pudesse, ouviu o barulho de uma notícia.

“NOTÍCIA URGENTE: O Governo Mundial obteve sucesso em ligar os escudos ao redor do sistema terrestre, diminuindo severamente o número de meteoros que estão caindo no planeta. A NASA ainda não tem nenhuma explicação sobre o fenômeno, e diz que a humanidade não deve se preocupar. Em contraponto, a AEB divulgou um vídeo, oficializando a rota de 32.243 meteoros em rota de colisão com a Terra. Os escudos aguentam, diz Alfredo Monarca, gestor de monitoramento espacial, fomos nós que os criamos. Nem Júpiter passaria por aquilo. Porém, recomendamos que todas as casas liguem seus escudos próprios como medida de precaução. O Supremo Imperador José Sarney tomou uma rota de teleporte até Nova Vegas, e terá uma reunião com Presidente Robert House ainda esta noite, para tentar achar uma solução.”

– Ele saiu daqui? – Viktor logo perguntou. – Oh Deus. Vai começar de novo.

– Por que diz isso, professor?

– Porque foi assim que começou da outra vez.

Houve silêncio. Mas não para Giovana. Ela ouviu uma voz dentro da sua cabeça.

– Ei, você.

– Oi? – Todos na sala a ouviram falar e olharam pra ela, porque ela estava falando sozinha.

– Giovana? – Viktor perguntou. – Tudo bem? – Não havia como falar ali dentro.

– Posso sair de sala, professor? Estou com um problema.

– Problema de junta – disse Junior. A sala riu.

– Pode sim. Fique o tempo que precisar. – respondeu.

– Obrigada.

Giovana saiu e andou meio aos corredores do 2º prédio.

O visual dos corredores do Belle-Mèse é tão rústico e atual quanto possível. O parapeito dava vista direto para o pátio principal, e a parede apresentava azulejos portugueses de 1000 anos atrás. O chão era ornado por pisos pintados à mão por escravos africanos a 1500 anos, conservados até hoje. As salas eram da mesma maneira. Porém, enquanto se anda por ele, é normal ver robôs de vários tipos e tecnologias variadas, criando um contraste tão grande como o de um centro de lançamento de foguetes no Vaticano. Caminhou por dois corredores até chegar ao banheiro. Lá, entrou, sentou-se e concentrou-se.

– Estou ouvindo.

Ninguém respondeu.

– Oi?

Será que ela estava ouvindo coisas? Ninguém a respondeu. Assim que se levantou, ouviu o barulho de alguém entrando no banheiro. Giovana saiu e foi lavar as mãos, mas não havia ninguém lá. Provavelmente havia entrado para fazer as necessidades. Esperou a saída da garota (provavelmente era uma). Ao ver a porta se abrindo, ela voltou a pia novamente, para não mostrar interesse. Era a novata. A Jade do presente. Giovana ainda não havia falado com ela, e tampouco Dave, Junior ou Pedro. Então, seria ótimo dar uma primeira investida.

Giovana tomou as feições dela e notou que era bem mais jovem do que a Jade que conheceu anteriormente, mais do que esperava. Ainda era menos desenvolvida, mas conservava o corpo e os olhos da outra.

– Oi, qual é seu nome?

Ela não respondeu de primeira. Era estranho qualquer outra pessoa falar com ela, fora o próprio pai. Embora ainda cedo houvesse passado por uma situação parecida, o Dave do futuro a proporcionou uma imensa sensação de segurança (embora tenha ficado assustada a princípio), coisa que ela não sentia com a ruiva que estava ao seu lado. Então, ela tentou falar.

– M-Meu nome é...Ja-Jade.

– Não é preciso ter vergonha. – Tentou mostrar o máximo de simpatia possível. – Posso ser sua amiga aqui.

– É que...

– Pode falar.

– É que eu não tenho muito contato com pessoas...

– O que? Como assim?

– B-Bem...

– Vamos pra sala, você me explica no caminho.

– Tá...

Saíram do banheiro, e viram duas pessoas se aproximando. Ou uma só.

Nessa hora, elas ouviram passos no corredores.

–-

–-

– Então ele está vivo. – Disse Dave.

– Suponho que sim. – Disse Jade. – Acho que isso é bem claro pra você, se não estou enganada. Você sobreviveria àquela explosão?

– Claro que não. Sou só um cara normal.

– Alto lá, Schuldiner. – Ela pronunciou seu sobrenome. Não devia ser boa coisa. – Eu. Conheço. Você.- Falou pausadamente, enquanto apertou o peito de Dave em cinco pontos, formando uma cruz.

– ...Ainda tem essa.

– Sim. Ainda, você não pode comigo nessa idade. Tenho mais idade e experiência.

– Mas eu ainda não sou tão bom. Eu ainda posso morrer, diferente do meu irmão. Eu ainda perco lutas no dojo. Nem controlo esse Hamon direito.

– Você me falou isso uma vez.Você precisa despertar, não?

– É. Mas tá longe de acontecer.

Ao falar isso, estavam se aproximando do banheiro feminino, e viram duas garotas saindo de dentro. Jade olhou mais que Dave e parou antes, falando baixo:

– Merda. – Ouviu-se um estalo e Jade do futuro sumiu dali.

– Puta que pariu. – Disse Dave. Ao olhar novamente pra frente, distinguiu quem eram as garotas.

Dave ignorou completamente a presença de Diamond ali do lado. Seus olhos foram imediatamente ao encontro da novata. Encontrava-se novamente paralisado. Estava perto demais.

Do outro lado, a reação foi diferente. Esse cara de novo. Só pode ser esse cara. São muito parecidos pra não serem iguais. E então, ela correu. Sem nenhum motivo. Apenas correu pelo corredor, afastando-se de ambos.

– Ei, espera! – Disse Giovana. – Que porra foi essa?

– Eu... Eu... – Ouviu-se o estalo de novo, e Future!Jade voltou, acertando um tapa no rosto de Dave.

– Ei! – gritou Dave.

– Acorda, mané. Ela não é isso tudo.

– Porra, belos olhos... – falou Dave, ainda passando a mão no hematoma.

– É bom irem atrás dela. Porque esse dia vocês não vão esquecer.

Giovana e Dave se olharam, consentiram e foram atrás dela. Procuraram nos corredores, mas não acharam ninguém. Então, decidiram voltar pra sala. Chegando lá, ela não estava lá, então sentaram-se, esperando pelo menos que ela aparecesse.

E apareceu.

Cerca de dez minutos depois, Jade entrava pela porta. Ela andou 2 metros a partir da porta e foi acolhida por Viktor. Porém, ela parou e ficou olhando pra Dave, que sentava no fundo da sala.

–-

No telhado do prédio, Future!Jade observava a Montanha, com um olhar que explodia em nostalgia. Então olhou pra baixo e fechou os olhos, e pronunciou baixinho:

– Mate-o. Mate-o agora. Não deixe nenhum pedaço pra contar história.

E depois disso, deu um sorriso, lembrando do tempo que não volta mais.

–-

– Mate-o.

Jade ouvia uma voz obscura dentro da sua cabeça.

– Mate-o agora.

– Eu... eu não vou matar...

– Querida? – Disse Viktor. – Está tudo bem?

– Eu...eu não...

– MATE-O AGORA!

– NÃO! NÃO NÃO NÃO!!! – gritou tão alto que todo o andar ouviu.

Mas isso não foi o pior.

Ela se desesperou, e começou a soltar raios pelo seu corpo. A força elétrica foi tão forte que arremesou o professor Viktor longe. Caiu no chão com as mãos na cabeça, ainda gritando em negação.

Dave foi esperto, e olhou para Junior e Pedro na mesma hora. Eles entenderam o aviso, e jogaram todas as cadeiras que podiam para a parede da sala, já que todos os alunos começaram a correr pros cantos. Alguns tentaram sair, mas a porta não abriu. Viktor colocou-se na frente de um punhado de alunos, os protegendo da eletricidade.

Até que ela se levantou.

Não havia mais cadeiras no meio da sala. Ficou apenas Dave, e a garota, quatro metros a sua frente.

– Desculpa... Eu não tenho escolha... – ela falou, com raios emanando de suas mãos.

Então, ela avançou para Dave com uma velocidade incomum.


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