Salva-me Da Escuridão escrita por FaberryAchele


Capítulo 2
E de surpresa em surpresa, o inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente nem acreditei quando vi os comentários de vocês, fico muito feliz que vocês tenham gostado e entendido a história, fiquei com medo de estar tudo muito confuso. Eu espero que esse segundo capítulo também seja tão bem recebido quanto o primeiro. Boa leitura a todos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374429/chapter/2

Quinn Fabray tinha superado sua turbulenta infância e juventude, quem olha aquela doce médica de jaleco rosa e rosto suave, não pode sequer imaginar que um dia ela foi conhecida como ice girl. Quinn teve uma infância difícil, cresceu em uma família verdadeiramente tradicional, tão tradicional ao ponto do seu pai ainda se achar nos primórdios da civilização e bater em sua esposa e filhas, ela cresceu no meio da tensão, tinha medo de aborrecer seu pai e acabar apanhando, tinha pena de sua mãe quando a via sendo agredida por aquele homem. Sua adolescência foi como um refugio, ela lhe criou uma capa, no colégio ela dominava tudo e todos, era o lugar aonde ela podia se sentir segura, sabia que ninguém lá faria nada contra ela, afinal ela era Quinn Fabray e estava no topo da pirâmide social. Até aquela noite, aquela noite deveria ser esquecida, afinal, ela sequer era para ter existido, perder a virgindade deveria ser algo mágico, no mínimo, algo bom. É assim que revistas, filmes, novelas, seriados e todos dizem que é, mas para ela foi o oposto disso. Ela só se lembra de ter acordado com uma forte dor de cabeça e sem suas roupas cobrindo seu corpo, ao seu lado Puck, o então melhor amigo do seu namorado e pegador da cidade. Muitas bebidas e o inicio do caos, uma gravidez na adolescência. Seu pai ficou incontrolável. Sua vida tinha virado um inferno.

Não se tem como ficar gravida e não amadurecer, não importa se ela tinha apenas dezesseis anos, a gravidez lhe deu dez anos extras ou até vinte, sua maturidade foi tanta que ela fez o gesto mais difícil que uma mãe pode fazer, abrir mão de seu filho,  e não foi da maneira fácil como um aborto, não, ela gerou a criança, sentiu dores do parto e assim que nasceu deu-lhe para uma pessoa que ela sabia que iria criar bem sua menina. No meio do caos ela conseguiu se reerguer, de fato Rachel Berry foi uma das pessoas mais importantes para essa etapa de reconstrução da sua vida, ela estava lá, no momento mais difícil e a apoio, sem pedir nada em troca, fez simplesmente para ajuda-la e, ela sabia que sem as palavras e apoio de Rachel ela provavelmente não teria chegado tão longe, não teria entrado em Yale e nem se tornado uma médica. A amizade das duas acabou com o tempo, triste, porém corriqueiro. Muitas foi às vezes que ela pensou em procurar a morena para uma simples conversar, mas ela não sabia nem o que conversar com ela, Rachel estava sempre tão cercada de gente e junto ao marido, elas viviam em vidas opostas, uma era uma médica envolta de doenças e vivendo em uma pequena casa em Ohio, que se descobriu gay na faculdade e junto com isso, descobriu que nasceu para ser solteira, a outra, era uma celebridade, casada e com uma vida de glamour, realizando todos os seus sonhos e desejos de uma vida inteira.

A campainha tocava insistentemente, isso era típico de Santana, mas dessa vez a latina estava inocente, não era ela.

“Já vai” A pressa foi tanta que ela abriu a porta sem olhar para conferir quem era, um gesto simples que poderia ter evitado o susto, ou não, na verdade não, era impossível Quinn não se assustar ao ver Rachel em sua porta, a olhando com grandes olhos castanhos de pânico e segurando um menino nos braços. Quando foi a última vez que ela viu Rachel? Dez anos. Não, era algo em torno de seis, cinco talvez, porém ela sentia como se fora dez.

“Eu – eu, eu acho que preciso da sua ajuda” A morena gaguejou, Quinn ainda estava sem reação. Demorou um tempo até a loira voltar a realidade e encarar os fatos, Rachel estava em pé na sua frente e precisava de ajuda, óbvio que ela iria ajudar.

“Entre” Ela deu espaço e a outra entrou, a pequena criança em seu colo tinha o rosto escondido no vão do pescoço de Rachel, suas roupas era tão sujas e ela podia ver um pouco de sangue “O que aconteceu?” Sua voz saiu mista de preocupação, curiosidade e saudade, era tantos sentimentos, era um milagre seu corpo não estar zonzo.

“Meu amor, eu preciso que você pare de se esconder” Rachel disse suavemente para o menino enquanto acariciava suas costas “Você está seguro aqui, Quinn é uma médica, ela precisa te ver” O menino agarrou mais em Rachel, ele era tão frágil, mas a apertava o mais forte que conseguia, queria se manter grudado aquele corpo, se manter aquecido no calor que ele irradiava e na segurança que lhe passada “Por favor pequeno, ela precisa te ver, ela não te fará mal algum, eu vou estar aqui com você” Quinn apenas observava a cena em terceiro plano, sem se intrometer na didática deles, ela não sabia quem era aquela criança, o que ela sabia era que ele não era filho de Rachel, a morena nunca ficou grávida, seria impossível ela ter tido um filho sem sair por toda a impressa tal noticia “Você confia em mim, certo?” Ela perguntou para o menino que não esboçou reação “Confia em mim, eu vou te proteger e Quinn vai nos ajudar” Ela encarou Quinn que entendeu que era hora de entrar em cena, ela se aproximou dos dois e passou levemente sua mão pelas costas da criança, o simples toque fez o menino tremer.

“Você sente dor?” Ela perguntou ao menino que nada disse ou se moveu “Será que você não quer brincar comigo? Eu tenho muitos brinquedos e conheço tantas brincadeiras” Ela manteve sua mão nas costas do menino, era preciso o contato para estabelecer confiança na conexão “Eu poderia fazer uma rápida consulta com você, aqui mesmo e depois iríamos brincar, o que você acha?” Mais uma vez o menino continuava imóvel, se não fosse sua respiração arrítmica ele poderia se passar por um boneco.

“Por favor querido, deixa Quinn te olhar e fazer alguns exames” A voz de Rachel era uma suplica, ela estava desesperada, sua vontade era chorar, gritar, sua mente não raciocinava a quase cinco horas, o menino pareceu entender e aos poucos foi afrouxando o aperto, ele olhou bem nos olhos de Rachel. Para ela era angustiante olhar para o rosto daquele pobre menino, Rachel sentou se no sofá de Quinn e virou o menino o deixando de frente para a médica, foi preciso serenidade para ela não dar um grito de susto ou desespero ao ver o rosto do menino e suas roupas. Era tudo tão ensanguentado, sua testa era coberta por um sangue que já estava duro e entranhado nela, suas roupas eram uma mistura de sangue com sujeira. O menino não a encarou, pela avaliação médica dela ele tinha em torno de dois anos.

“Rachel quem é esse menino?” Sua voz mostrava toda sua preocupação, até agora Rachel apenas tinha entrado na sua casa e nem ao menos tinha lhe dirigindo a palavra.

“Eu não sei Quinn” Foi a resposta sincera acompanhada por um olhar de pânico que ela recebeu, uma enxaqueca tomou conta da médica, não era preciso ser médium nem gênio para saber que aquela situação toda estava errada demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!