Salva-me Da Escuridão escrita por FaberryAchele


Capítulo 1
360° uma volta sob o eixo


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo, espero que vocês gostem e saibam que todo o tipo de critica é construtiva, então comentem a vontade e podem criticar se acharem algo ruim, eu realmente não sei se consegui escrever bem esse primeiro capítulo. Enfim, Boa leitura.



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Sua pequena altura não lhe impediu de voar, sua perseverança e talento a levaram para aonde seus sonhos sempre a manterá, no topo. Flash, holofotes, luzes, aplauso, tudo isso fazia parte da rotina de Rachel Barbra Berry, ou simplesmente, Rach Berry, um nome aclamado por fãs no mundo inteiro e pela mídia. Ela brilhava dia após dia, porém quando a cortina do teatro fechava ou quando o diretor gritava ‘- Corta, por hoje é só.’, seu brilho se apagava e ela sabia que a escuridão seria sua companhia ate o dia seguinte. Não era drama, nem depressão, era apenas a solidão, uma companheira que se mostrava cada dia mais presente em sua vida.

Foi ainda na faculdade, ela estava fechando seu segundo semestre em NYADA, nesse ponto ela ainda era uma menina, com sonhos, esperança, amigos e acima de tudo, com felicidade. Era final de aula e um homem de boa aparência adentrou a sala: alto, pele morena, olhos verdes, cabelos negros e lisos, trajava um terno e sua idade girava entre 40 anos, seu nome era Rafael Miller, ele se aproximou dela, que não pode deixar de notar quão boa aparência ele tinha. Rafael se apresentou como diretor comercial da Broadway, ele lhe disse que sabia identificar grandes talento de longe e, Rachel, era um, ela só precisava focar e se aperfeiçoar mais, que ela chegaria ao topo e sua carreira seria ilimitada.

Rachel era só uma menina, e a principio aquilo lhe foi tomado com um desaforo, desde que ela se lembre, sempre focou em sua carreira e buscou a aperfeiçoar seu talento, Rafael no entanto, lhe disse que ainda era pouco, NYADA e qualquer outra faculdade não fabricavam e, nem ao menos ajudavam, a aperfeiçoar estrelas, eles apenas fabricavam robôs, que seriam excelentes figurações e peças extras, porém ainda não o principal, já ele saberia como a fazer ser a estrela, a peça principal de todas as produções.

Um café foi tudo que o maduro homem precisou para convencer Rachel a deixar ser levada por ele, foi nesse momento que sua vida girou 180°, Rafael nunca mentiu para ela, ele estava certo, ele fez dela uma estrela, todos seus amigos em NYADA eram apenas elenco de apoio em produções, ela foi a única a virar estrela, e tudo graças ao homem que lhe lapidou. Sim, lapidou como um diamante.

Amigos era algo que não tinha espaço na sua nova rotina, era tudo tão exaustivo, ela ainda continuava na faculdade, porém logo após esse encontro com Rafael ela já começou a ser preparada para protagonizar uma peça na Broadway, assim, sem testes nem nada. Rafael lhe preparou para ser estrela e confiou no seu talento, naquela mesma semana ela se mudou do apartamento que dividia com Kurt e Santana, era difícil treinar em tempo integral quando se morava com mais alguém, ao menos, mais alguém que não entendia o porquê precisava treinar canto às  uma hora da manhã ou dança às quatro da manha. Essa passou ser sua nova rotina, treinar em cada hora do seu dia.

Rachel e Rafael, nomes rítmicos que se completavam, o amor nasceu de forma óbvia, afinal ela era uma jovem mulher com seus dezenove anos, quase vinte, ele, um homem de quarenta anos que mais parecia um Lord, o casamento veio em menos de um ano, uma cerimonia simples apenas no cartório, assinada no dia da estreia de sua primeira peça, na qual ela já era à protagonista. A critica teceu elogios, e não era para menos, ela foi perfeita no palco. Um ano e meio da peça em cartaz, um ano e meio de sucesso e glória, após a peça já veio sua primeira produção no cinema, mais um sucesso em sua lista. Como seu marido lhe dissera no primeiro encontro, sua carreira era ilimitada, depois do filme ela já começo a se preparar para uma nova peça e assim o fez.

Rachel levava uma vida completa, ela tinha o sucesso que sempre sonhou, um marido perfeito e já começava a planejar filhos. Ela não tinha mais amigos, nenhum praticamente, todos eram apenas conhecidos, mas naquele ponto, ela não sentia necessidade disso, Rafael lhe preenchia, ele era seu amante e seu melhor amigo, não havia espaço para ninguém mais.

Se descobrir gravida do homem que ama é o melhor sentimento que pode existir, sua própria família agora iria ser encubada. Ela sabia que seu marido iria ficar tão feliz quanto ela com a noticia, um filho crescia em seu ventre, fruto de um amor enorme e profundo. Eles fariam sete anos de casados, planejaram uma segunda lua de mel, e seria lá, no cenário paradisíaco da Grécia que ela iria lhe contar que estava grávida. Rafael organizou tudo, ele como sempre era um príncipe e a mimava e a fazia suspirar a cada gesto, eles iriam no jatinho particular de Rafael, ele iria pilotando como sempre fazia em viagens do casal, porém uma forte tempestade se formou como uma obscura mágica no céu, parecia fim do mundo, em um segundo luz e claridade, no outro, sombra e escuridão. Ninguém sabe ao certo se foi falha mecânica ou humana, porém o jatinho se chocou com o oceano, Rachel teve seu corpo submerso por milagre e mesmo inconsciente boiou até a costa, Rafael não teve a mesma sorte da esposa, se chocou contra uma pedra e morreu, assim como seu filho que estava no ventre de sua mulher e ele nunca sequer soube disso.

Perder o marido e seu futuro filho de forma tão brusca foi como se alguém tivesse apagado uma lâmpada dentro dela, sua luz morrera junto com eles, embora todos a sua volta achassem que ela tinha sido forte e superado, não era assim. Em aparições públicas,  ela continuava brilhando e irradiando luz, seu público jamais poderia desconfiar no quanto sua vida era vazia, mas ela sabia que não poderia parar de brilhar sob os holofotes, ela devia isso a Rafael.

Rachel dirigia um carro popular pelas ruas de Nova Iorque, o carro não era seu, era de um recepcionista do hotel que ela morava, desde o acidente ela não tinha tido coragem de voltar em casa, ela não poderia volta lá, não no lugar que a fazia lembrar de Rafael e a felicidade que os dois viviam, resolveu que um hotel seria o melhor. Os paparazzo ficavam na porta do hotel de plantão, um verdadeiro inferno, os abutres estavam prontos para pegarem qualquer clique, desde um novo romance até ela chegar bêbada ou drogada, porém obviamente ela não fazia nada disso, ao contrário, sempre aparecia bem e sorria e acenava gentilmente para eles, Rafael sempre dizia ‘ - Os paparazzo são amigos, você só tem que saber usá-los.’  e assim Rach fazia.

Eram duas da manhã, as ruas estavam praticamente desertas, era Nova Iorque, então ainda assim existiam carros vagando, algumas lojas abertas e pessoas, porém era tudo calmo e vazio. O carro simples e fume passava sem chamar a atenção, era um ótimo modo de sair do hotel sem ser vista, dirigir lhe dava tranquilidade, no inicio era só vagar sem rumo, porém no final o destino era sempre o mesmo, o Memorial, o local aonde o corpo de Rafael foi enterrado.

“Eu ainda te amo tanto” A sua voz saiu tremula, as lágrimas escorriam pela sua face “Eu sempre vou te amar” Ela sentou sobe o gramado de seu tumulo “As coisas sem você é tão difícil, eu não sei se consigo” Lágrimas em silencio caiam sem pudor “Eu me sinto tão só” O vento bateu em seu rosto e ela sorriu em meio as lágrimas, Rafael sempre dissera que o vento levava tudo, mentalmente ela pediu para o vento levar sua tristeza “Eu espero que você esteja bem aonde está, eu só espero que você esteja bem querido. Você está bem, não está?” Deitar sob o gramado da sepultura poderia parecer fúnebre para qualquer um, porém para ela era um modo de estar perto dele “Hoje eu estou com uma sensação tão estranha meu amor, parece algo parecido com o dia que sai de casa e te encontrei” Ela fez uma pausa sorrindo, lembrando daquele primeiro encontro, quando seu marido entrou em sua sala de aula, ele era tão lindo, tão vivo “Eu estou com medo dessa sensação” Ela ficou quase uma hora deitada de olhos fechados, a um observado desatento ela estaria dormindo, porém ela apenas estava lá, deitada, pensando no nada “Cuide de mim Rafael” Ela se levantou e voltou para o carro. Hoje fazia um ano de sua morte, o dia certamente seria longo e dolorido. Ao menos era o que ela achava ao deixar o Memorial.

Como em um filme de terror, era uma rua deserta e mal iluminada, de tão silenciosa poderia se ouvir os ecos do vento, a freada brusca não provocou só um ruído naquele cenário macabro, mas também acelerou seu coração, ou talvez ele tenha acelerado apenas com a imagem a sua frente, uma criança, um menino, parado no meio da rua como se fora alma-penada, o vidro era fume, logo ela sabia que ele não poderia lhe ver, porém naquele momento ela poderia jurar que aquele menino olhava para dentro dos seus olhos e ela fazia o mesmo, o olhar hipnotizado de ambos dava a impressão que um poderia despir o outro a ponto de enxergar suas almas.

Seu sexto-sentido estava certo, aquele dia não seria um dia comum em sua vida, mais uma vez, naquele momento sua vida tinha virado 180°, com o calor da situação ela não percebeu que, tecnicamente, ela estaria voltando para o mesmo lugar. O lugar que ela tinha abandonado há cerca de oito anos atrás.


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