[CANCELADO] Pokémon Universe escrita por Pedro Verri Barboza


Capítulo 9
O Torneio Começa




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Dessa vez acordei bem de manhãzinha. Dormi mal a noite por causa da ansiedade, então estava cansado. David acordou logo depois de mim.

Havia uma movimentação maior que a de costume no Centro Pokémon esta manhã. Além de David e eu, outros treinadores haviam passado a noite ali e agora esperavam no saguão principal, batendo papo e jogando conversa fora até a hora do torneio. Apesar de estar sem minha Pokédex, um relógio pendurado na parede marcava 9:00h e o torneio estava previsto para começar as 13:00h e durar a tarde toda, sem hora para acabar. Ainda havia bastante tempo para conhecer meus adversários e depois praticar.

Sentados em puffs ao redor de uma mesa de vidro haviam dois treinadores, um menino e uma menina que pareciam ter mais ou menos minha idade. O menino usava um casaco preto -- que era um pouco grande demais para ele -- e uma calça de moletom preta, tinha cabelos castanhos e curtos, olhos verdes e usava um óculos de armação fina. Já a menina, tinha cabelos lisos e encaracolados nas pontas na cor preta que iam até a altura dos ombros, usava uma camiseta sem mangas na cor azul e uma calça jeans desbotada, quase branca, e tinha olhos castanhos claros por debaixo do seu óculos com armadura vermelha. Não sabia se os dois já se conheciam antes, ou haviam se conhecido ali, mas conversavam numa boa, na maior casualidade, então resolvi entrar na conversa e David me acompanhou.

Apolo: Oi, eu sou Apolo, prazer em conhecer vocês.

David: E eu me chamo David, prazer.

Marcy: Olá! Eu me chamo Marcy.

Matheus: Oi, eu sou Matheus.

Apolo: De onde vocês são?

Matheus: Eu sou da Cidade de Aria. Fica a oeste daqui, duas rotas a frente.

Marcy: E eu sou da Cidade de Metis, que fica logo na próxima rota.

Apolo: Que legal! Eu e David somos da Cidade de Hestia, que fica ao norte daqui.

Marcy: Vocês também vieram para cá atraídos pelo ginásio?

David: Sim, nós somos treinadores!

Matheus: Então vocês também vão participar do torneio hoje?

Apolo: Vamos, eu quero aquela Pokédex 6 que vão dar para os primeiros colocados!

Matheus: E quem não quer? É por isso que o torneio atrai tantos treinadores iniciantes. É loucura começar uma jornada sem uma Pokédex.

David: Quer dizer que você não tem uma Pokédex?

Matheus: Eu não, elas são muito caras! Minha família não teve condição de me dar uma.

Marcy: Eu também não tenho, por isso vim participar do torneio.

Apolo: Poxa, eu não sabia que nem todos os treinadores tinham Pokédex...

Marcy: Vocês têm?

Apolo: Eu tinha uma, dada pela Professora Atena, mas ela quebrou...

David: Bom, eu ainda tenho a minha.

Matheus: Então por que você vai participar do torneio se já tem uma?

David: Bom, eu achei que seria uma experiência legal, e também esse meu modelo é ultrapassado. O modelo que oferecem como prêmio do torneio é mais novo.

Matheus: Sério isso? Você vai participar do torneio e talvez tirar a chance dos outros que nem sequer ter uma Pokédex de ganhar uma só porque a sua está “ultrapassada?” Eu daria tudo para ter uma Pokédex, mesmo que fosse um modelo antigo.

Marcy: Calma, Matheus, não precisa ficar nervoso assim. Ninguém disse que quem já tem Pokédex não pode participar.

Matheus: Tá, mas não é justo!

David: Me desculpa, mas-

Matheus: Eu vou te vencer nesse torneio, e acabar com suas chances de ter essa Pokédex, eu juro! Pode ser que eu não vença para conseguir o prêmio, mas também não vou te deixar vencer.

Depois dessa ameaça sobe David, Matheus simplesmente andou para fora do Centro Pokémon. As portas automáticas fecharam e logo sua silhueta sumiu em meio aos prédios e multidões.

David estava sem palavras, é lógico e agora nosso grupo estava em mais puro silêncio quando Marcy finalmente o quebrou.
Marcy: Bom, isso foi... estranho.

Apolo: Você não vai com ele?

Marcy: O que, por que eu iria?

Apolo: Oh, eu achei que vocês estivessem juntos. Digo, er, sabe, na jornada.

Marcy: Ah, não. Nós nos conhecemos ontem quando chegamos no Centro Pokémon ontem a noite.

Apolo: Hm, me desculpe por isso.

Marcy: Magina! Ei, David, você tá bem?

David parecia estar perdido em um mar de pensamentos. Voltou a si assim que Marcy chamou por ele, mas ainda parecia abalado com tudo aquilo

Marcy: Não leva muito a sério o que Matheus falou. Você deve aproveitar o torneio mesmo assim.

David: V-vou tentar.

David e eu nos despedimos de Marcy com a desculpa de que íamos sair para treinar para o torneio. Digo desculpa porque, embora fosse nossa intenção, achar um lugar para praticar uma batalha Pokémon no meio de uma cidade grande é uma das coisas mais fáceis.

Procuramos não sei por quanto tempo, quando percebi que o Sol já estava no meio do céu, apontando que já eram meio-dia. David concordou que não acharíamos um lugar a tempo e que a coisa mais sensata a fazer era voltar para o Centro Pokémon para um almoço.

Marcy ainda estava no Centro Pokémon quando voltamos, estava deitada no sofá que fica no canto oposto ao da mesa de vidro com os puffs. Quando nos viu entrar, abaixou o livro e nos cumprimentou de volta com um sorriso.

Marcy: E aí, treinaram muito?

Apolo: Quem dera, não achamos lugar algum para treinar. Vai ter que ser no improviso mesmo.
Marcy: Puxa, que saco.

David: Mas e você, ficou aqui lendo?

Marcy: Ah, sim! Como eu não tenho uma Pokédex, eu aprendo sobre os pokémons lendo.

Apolo: Quanta dedicação.

Marcy: A gente se vira com o que tem.

A Enfermeira Joy nos chamou avisando que o almoço estava pronto. Depois de almoçar concordamos em ir até a área onde o torneio seria relizado todos juntos. Para nossa surpresa, quando chegamos no local indicado pela Joy, nos deparamos com o Ginásio de Zeon, que era uma construção grande o suficiente para ocupar o quarteirão todo. Bom, fazia total sentido que o torneio fosse realizado ali, afinal era uma arena bem grande e coberta contra possíveis mudanças climáticas; tinha uma arquibancada enorme para várias pessoas assistirem as batalhas; e o juíz das lutas seria ninguém menos que o Líder de Ginásio.

Na hora em que chegamos, várias pessoas já estavam ali, mas com certeza nem todas estavam ali para participar; muita eram idosos ou crianças novas demais para estar em uma joranda. Acima da arena de batalha havia um telão enrome que mostrava as chaves do torneio e quem iria lutar com quem.

David: Eu vou ter que lutar com ambos Matheus e Kyle?! Eu tô ferrado...

Apolo: Nossa, David, nessa você deu sorte. Se eu for enfrentar o Kyle, vai ser só na final do torneio.

Marcy: Quero ver você chegar até a final tendo que me enfrentar, Apolo!

Apolo: É verdade, nós teremos que batalhar na semifinal.

Um jovem que talvez fosse alguns anos mais velhos que a gente se aproximou, dizendo ser da organização do torneio. Primeiro ele perguntou se eramos participantes e depois nos encaminou para uma sala aos fundos onde os outros participantes esperavam pelo começo do torneio.

A sala estava um silêncio só, não fosse pelo falatório dos espectadores do lado de fora que entrava na sala com um ruído abafado. Logo de cara reconheci dois rostos naquela sala, um deles era Matheus, o outro era Kyle. Quando Matheus nos viu entrar, ele virou a cara.
Marcy: Eu vou falar com ele, tentar alcama-lo para o torneio...

E ela foi, se encostou na parede ao lado dele e começaram conversar algo que eu não ouvia dali, por causa do ruído de fora.

Kyle também nos viu, diferente de Matheus, ele se levantou e veio até nós.

Kyle: Ei, Apolo.

Apolo: Oi, Kyle.

David: Uh, oi, eu sou David.

Kyle: Ah. Oi, David. É com você que Apolo á em jornada agora?

David: É, isso mesmo.

Por algum motivo aquela conversa tinha um clima pesado, de desconforto. Ninguém queria estar realmente conversando ali e estavamos puramente por educação, ou necessidade.

Kyle: Então, Apolo, você vai participar do torneio por causa da Pokédex ou, sabe, para me enfrentar?

Apolo: Bom, os dois. Mas é mais por causa da Pokédex, porque a que a Professora Atena me deu quebrou.

Kyle: Sério? Como você conseguiu quebrar uma Pokédex, cara?

Apolo: Ah, você sabe, coisas acontecem

A conversa estava aliviando, eu tinha me esquecido que Kyle era, na verdade um cara legal. Apesar de ter sua própria filosofia, ele não parecia ter pego algum tipo de ódio de mim, ou sei lá.

O jovem de antes entrou na sala e nos chamou para ir até arena, onde Marty, o Líder Ginásio começaria oficialmente o torneio e apresentaria os participantes. Agora havia um pódio colocado logo abaixo do telão, onde os três primeiros lugares receberiam seus prêmios. De pé no lugar dedicado ao primeiro lugar no pódia havia umm homem com cerca de trinta anos, tinha cabelos lisos loiros quase brancos, todos jogados para trás. Usava um jaleco laranja com uma camiseta branca por baixa e calças jeans bem azuis.

Ele saudo a plateia e pediu por silência, todos se calaram. Então ele comécou seu discurso.

Marty: Eu sou Marty, Líder do Ginásio da Cidade de Zeon! Hoje eu seria o juíz das batalhas na XXI edição do torneio que recebe treinadores iniciantes de todos os lugares de Greikos. As regras são bem simplês:

Primeiro, cada treinador poderá usar apenas um Pokémon por batalha, então escolham sabiamente.

Segundo, o treinador poderá pedir desistência a qualquer momento da batalha, se achar que assim será o melhor.

E terceiro, quando eu disser que a batalha está terminando, seja por qualquer motivo, a mesma deverá ser encerrada imediatamente.

Ah sim, antes da batalha final, haverá uma repescagem entre os perdedores das semi-finais para decidir quem ficará com o terceiro lugar no pódio. E agora eu declaro este torneio oficialmente aberto!

Toda a plateia foi a loucura, gritavam e torciam por seus favoritos, ou só pelo calor do momento. Marty pediu silêncio mais uma vez e voltou a falar.

Marty: A primeira batalha acontecerá agora mesmo. Eu vou chamar os nomes dos dois primeiros treinadores e os demais, por favor, dirijam para a sala aos fundos. Lá, vocês poderão assistir a batalha através de um monitor.
E os primeiros treinadores são: Apolo e Nico! Por favor, dirijam-se ao campo de batalha e se preparem para a luta!

David, Kyle e Marcy me desejaram boa sorte enquanto eu me deslocava até a arena. Prometi a eles que ficaria tudo bem e que torcessem para mim da sala de espera.

Meu oponente, Nico, era um garoto bem magricela se comparado a mim. Tinha cabelos escuros e sem pentear, usava uma camisa social branca e uma calça jeans preta. Apesar do visual confiante, ele devia ser tão novato em batalhas pokémon quanto eu. Nos posicionamos um de cada lado e ele chamou o primeiro Pokémon para fora da pokébola e fui logo em seguida.

Nico: Pidgey, vai!

Apolo: Dratini, vai!

Pidgey parecia com um pardal, mas era quase do tamanho de um bebê. Ele tinha a cor meio marrom, mas sem minha Pokédex era difícil descrever o pokémon. A única coisa que eu podia ter certeza era que ele era tipo Voador.

Nico: Pidgey, use Whirlind!

Pidgey começou a voar parado cerca de dois metros no ar, então começou a bater as asinhas frenéticamente, logo o vento formado pelo bater de asas se tornou forte suficiente para fazer com que Dratini se deslocasse alguns centimetros para trás e lhe causar alguma dor.

Apolo: Dratini, usa Warp!

Dratini não conseguia se lançar a frente para usar Warp no Pidgey, o vento gerado pelo pokémon continuava mandando-o para trás sempre que tentava.

Nico: Que pena, não consegue se aproximar do Pidgey para atacá-lo.

Apolo: Eu só tenho que distrair o Pidgey para ele dar uma brecha para eu poder atacar...

Me lembrei da minha primeira batalha, lá no jardim do laboratório da Professora Atena contra Kyle e como havia tirado a concentração de Ralts do seu golpe usando o Leer do Dratini. Bom, podia muito bem funcioanr de novo.

Apolo: Dratini, use Leer!

Dratini se concentrou em Pidgey, que não parava de bater as asas nem por um instante, e fez um olhar desafiador e ameaçador para o pássaro. Infelizmente parecia não estar surtindo efeito.

Apolo: Eu não entendo, por que não funciona?

Nico: Trata-se da habilidade do meu Pidgey, que não deixa que a defesa dele seja reduzida.

Apolo: Habilidade, o que é isso?

Nico: O que, você não sabe? Que tipo de treinador não sabe nem sobre habilidades dos pokémons?

Apolo: Não sei mesmo, e daí? Não vai me impedir de te vencer, seu arrogante!

Nico: Veremos.

Apolo: Já que o Leer não funcionou... Dratini, use Thunderwave!

Dratini disparou uma onda elétrica que percorreu o campo de batalha toda até chegar em Pidgey, no mesmo isntate em que a onda passou por ele, ele cessou o ataque e caiu no chão.

Nico: Pidgey!

O pardal, apesar da queda, já se levantava com certa dificuldade, mas parecia que não estava mais apto a voar por causa do ataque paralisante de Dratini.

Apolo: Agora é nossa chance, Dratini. Warp nele!

Sem o vento para atrapalhar a movimentação de Dratini, ele avançou com velocidade na direção do pardal, que estava paralisado e eu achei que estava virando o jogo, quando...

Nico: Pidgey, Quick Attack!

Mesmo paralisado e sem poder voar, Pidgey se movia como o vento quando usando Quick Attack. Ele foi de encontro com Dratini e deu uma investida potente, que o mandou longe.

Apolo: Mas como assim, como eu vou atacar um inimigo que mesmo paralisado se move tão rápido? Que seja, Dratini tente Warp mais uma vez!

Nico: Quick Attack!

Dessa vez Pidgey não pareceu se movimentar tão rápido, na verdade não se movimentou nem um pouco. O efeito do thunderwave parecia estar se intensificando, impedindo inclusive seus movimentos. Dratini não perdeu tempo e envolveu Pidgey com seu corpo, imobilizando-o

Nico: Não!

Apolo: Agora faça aquela nossa jogada de sempre.

Dratini deu um salto usando a ponta de sua cauda como mola e no ar, se desenrolou do corpo de Pidgey, jogando com uma força cinética incrível no chão. Como dessa vez o chão era de concreto, e não grama, ou terra batida como das outras vezes em que Dratini havia usado essa estratégia, nenhuma fumaça se levantou, mas eu acredito que havia causado um dano muito maior no passarinho.

Nico: Pidgey?

O pokémon não respondeu de volta, Pidgey havia sido nocauteado. E Marty deu o veredito final da batalha.

Marty: Pidgey está fora de combate. O vencedor da primeira batalha é Apolo Ladon!

A platéia me saudou enquanto o Nico chamava Pidgey de volta para a pokébola, com um olhar meu decepcionado. Ele já estava caminhando de volta para a sala de espera, quando Marty chamou os dois próximos participantes: Marcy e Robert. Resolvi acompanhar Nico de volta à sala de espera.

Apolo: Ei, boa batalha.

Nico: Ah, obrigado. Mas eu estava tão confiante que não pensei que o efeito de paralizado estivesse fazendo Pidgey sofrer.

Apolo: Ah, é normal. Eu já fiz isso também.

Nico: Sério? Bom, que bom que não sou só eu quem faz essas coisas. Obrigado pela batalha.
Apolo: Magina, foi um prazer ganhar de você!

Nico: Hahaha, na próxima você perde.
Apolo: Então, será que você pode me contar um pouco mais dessas... habilidades?

Nico: É claro.

Nico me contou no caminho de volta à sala de espera que habilidades se tratavam de poderes especiais que cada pokémon tinham que não se tratavam de golpes e que podiam ajudá-los durante as batalhas, bastava usá-las da maneira certa. Fiquei curioso para saber qual era a dos meus pokémons, mas isso teria que esperar até que eu ganhasse aquela Pokédex 6 no torneio.


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