Desejo & Compreensão - HIATUS escrita por Elizabeth Darcy


Capítulo 22
Capítulo Vinte e Um


Notas iniciais do capítulo

Por leve e espontânea pressão, da Vi, estou postando o capítulo aqui. Ficou enorme em relação aos outros, acredito que também ficou melhor escrito, mas isso se deve também pelo fato de que ele é muito interessante e se disserem que não gostaram, eu paro de vez viu u.u



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"Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração."

Emmanuel Kant

"A alma não tem segredo que o comportamento não revele."

Lao-Tsé.

"Três pessoas são capazes de guardar um segredo, se duas delas estiverem mortas."

Benjamin Franklin

Ninguém veio se despedir de Clarisse, ela também não gostaria de uma visita de alguém, por mais querido que fosse, estava sentindo-se cansada, parecia não ser capaz de interagir com os demais, não devidamente, conversa era desnecessária e masante. Sentia no bolso do vestido o peso do anel de rubi, sentia no coração o peso de um amor inexplicável.

Pois amava Edward Manson como quem ama ver o sol brilhar, parecia que faltava-lhe algo quando este minguava com as nuvens. E ouvir dele um pedido, uma correspondência de afeição, a tinha tornado totalmente vulnerável e necessitada dele. Vê - lo com Tânia tinha deixado uma impressão esmagadora em Clarisse, os dois valsando eram de uma perfeição inegável, Clarisse era ali a cor que tornava a pintura grotesca, mas era incapaz de depois de ouvir que ele a amava, deixar seu posto ao seu lado.

Em um dia qualquer, estes pensamentos a teriam levado a questionamentos terríveis e então em meio ao cansaço e algumas lágrimas ela teria dormido para acordar reestabelecida. Mas aquela não era uma noite para se perder um bons sonhos, o anel que girava em seu dedo, lembrava a Clarisse sua missão redentora.

Quando o relógio no corredor bateu o primeiro badalar da madrugada, Clarisse saiu em suas roupas de dormir e sem acender a vela que carregava junto com o papel especial que acendia o palito. Tinha tido o cuidado anterior, de esvaziar toda a jarra de água do quarto, era necessário para o caso de ser pega caminhando pelo casarão mergulho em breu. Quando finalmente alcançou o último degrau da escada ela usou a parede a sua esquerda para se guiar, a primera porta seria uma sala, a segunda dava para o salão, a terceira dava ao pátio de intersecção com a casa dos empregados agregada a principal, se continuasse a seguir, encontraria o canto da parede e então a entrada para a ala leste.

Quando entrou, teve acreditou precisar acender a vela mas fez melhor em seguir o corredor e após a curva, agachar-se e riscar o papel até que a chama emergisse do ar e então acendeu a vela. Agora era possível ver onde realmente estava, faltavam apenas duas portas até o escritório de sir Burghersh. A porta rangeu um pouco quando aberta, isso fez com que Clarisse arfar em desespero, se alguém a visse, estaria morta.

O quarto parecia mais assustador com a pouca iluminação, a menina deixou o anel na ponta da mesa central, mas como era de seu caráter, não resistiu em explorar novamente o cômodo. Rodeou a estantes repletas de sujeira e teria completado a volta sem que nada lhe chamasse a atenção, mas foi o pequeno movimento de algum artrópode que a fez engolir um grito de pavor e se movendo rápido ela esbarrou na mesa. O anel caiu, era de se esperar o barulho de um objeto bem sólido sobre um tapete, aquele seria um barulho mínimo, mas não foi. Sou deveras como o que bate em algo oco, e isso intrigou imensamente Clarisse.

Se agachando, ela pegou o anel e o soltou novamente, e o som soo da mesma forma, tentou em outra posição do tapete, ainda era o som de algo oco e ao tenta então. O outro extremo do tapete, desta vsz, o barulho foi mais consistente com o qual ela esperava.

O chão era oco somente em uma parte, por toda a volta, era firme e aquilo devia ter um significado maior. Levantando o tapete com uma das mãos e com a outra tampando o nariz contra a poeira que era levantada, Clarisse percebeu um recorte no assoalho. Enfiou a unhas para levantar a tábua, mas era pesada de mais, procurou pela sala algo que pudesse auxiliá-la e tentou um separador de livros de metal. A ponta coube perfeitamente na pequena fissura e com muito esforço, conseguiu erguê-la.

Quem diria que Clarisse estava prestes a trazer a vida, antigos segredos.

O compartimento se assemelhava a uma baú embutido ao chão, dentro haviam vários objetos pessoais de Sir Burghersh, como apontava o único livro diferente dos demais. A pilha em um canto de livros marons, se mostraram de contabilidade, os em vermelho Clarisse não compreendeu ao certo, mas não pareciam interessantes, não como o de capa de couro. Era um pequeno livro puido e que tinha em sua primeira folha o nome do dono. Ela não estava enganada em suas suposições.

Clarisse se sentou na poltrona, apoiando a vela em seu colo e tentou analisar o livro, haviam muitas páginas rasgadas no início, outras eram rabiscos sem significado expressivo, mas ao fim do caderno, o que seria um relato pessoal de Sir Burghersh em uma letra as vezes legível, mas não sempre. Com pressa e medo que o dia logo amanhecesse, a menina pouco tentou desvendar as partes que tinham se desfeito ou danificado pelo tempo, mas encontrou partes bem satisfatórias a sua curiosidade.

" Hoje se faz dez lentos anos que minha esposa partiu. Minha Cathdrine anda muito bem e já debutou e terei que lhe arranjar um marido, pensei no filho do sr. Manson, mas não tenho a opinião dela sobre este assunto. " Clarisse não sabia muito sobre a antiga srta. Burghersh, mas se arrepiou ao saber que mesmo sr. Manson que ela amava e se Deus a permitisse, a desposaria, uma vez tinha sido um provável noivo para a mulher que seria uma prima sua.

A próxima anotação, de meses depois, chamou mais a atenção de Clarisse. " Acredito que apaixonei-me por uma senhorita wue vi em alguns bailes, nunca tive, antes de ontem, o oportunidade de ouvir-lhe suas ideias, mas quando o fiz, senti me encantado. A srta. Hill é com certeza dona de um belo sorriso e esperarei vê-la por mais algumas semanas antes que eu talvez lhe peça para ser minha segunda esposa...O sr. Manson parece ter convencido minha filha de sua afeição, mas não creio que lhe seja o par ideial, soube que seu pai está envolvido com especulações*!"

Clarisse precisou passar apressadamente as páginas em busca da continuação daquela narrativa, estava entretida de mais para largar o pequeno diário e tinha consigo menos vela do que desejava para uma leitura minuciosa. Correu então o que teria sido um mês. "A srta. Hill aceitou-me hoje como seu esposo, tenho que dizer que se trata de uma figura muito agradável e uma criatura de senso e bom coração, mesmo que não comparada a Marília, minha querida só conservou em mim memórias boas e não serei capaz de encontrar outro anjo como aquele que se foi."

"Tenho tentado resolver os assuntos que descobri envolverem minha filha e aquela horrível prole dos Manson da melhor forma" Clarisse não sabia de que se tratava o assunto anterior, o problema que envolvia o sr. Manson e Catherine Burghersh, as páginas anteriores pareciam ter sido brutalmente arrancadas para proteção da menina. "... É de fato um desastre o que aconteceu, mas encontrei um moço de bom coração e que desconhece totalmente o acontecido e 1ue ficará feliz em ter minha querida filha como esposa, o sr. Lanford deve com o tempo consolar o pobre coração partido dela por aquele ladrão como o pai."

Clarisse parou por um momento, atônita por aquilo que lia, o sr. Manson, segundo o relato de Sir Burghersh, tinha sido capaz de seduzir uma jovem para pregar-lhe um golpe, aquilo parecia irreal e ela não queria acreditar naquelas palavras. Continuou a procurar por mais informações, talvez aquilo fosse um grande mal entendido, mas era fato que Catherine Burghersh era agora a sra. Lanford e isso apavorou ainda mais Clarisse. Novsmrntr faltavam muitas páginas, havia somente mais uma completamente escrita e tudo que a sucedia eram folhas limpas manchadas pelo tempo.

" Estou casado a mais de um mês e digo quão errado agi, agora wue tenho somente minha esposa para me preocupar, investiguei seus atos e descobri a mais odiosa traição. Anna vinha mantendo até estes dias cartas românticas e encontros com meu irmão, fatos que nunca compreendi verdadeiramente, mas agora compreendo, sua pureza é meramente exterior. Não posso então trazer o caso a público por minha própria reputação, nem posso trazer meu irmão a um duelo por minha esposa, eka pertence a mim e acredito que há somente uma escapatória. Iremos para o exterior na próxima semana, não me agrada, sua presença, mas sinto que não devo deixá - la como minha mulher. Defendo agora minha total antipatia e inimizade que nutro por aquela mulher que em enfeitiçou certa vez."

Deus, aquilo era muito para a mente de Clarisse, a vela estava para se extinguir e de pressa, a menina recolocou o livro, fechou o alçapão e cobriu-o com o tapete. Apagou o resto da vela no corredor, o dia amanheceria em alguns minutos e ela subiu apressadamente as escadas antes que a empregada vinda da cozinha a visse. Alcançou o quarto momentos antes da empregada virar no corredor dos quartos.

Dormiu pesadamente pelas poucas horas que lhe sobraram assim que encostou a cabeça em seu travesseiro, mesmo que sua cabeça estivesse latejando por causa sa aventura.

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Notas finais do capítulo

Vi, sua recomendação nao chegou, se der, reescreva! E comenta também. Beijos e até logo!