Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 44
Problemática?


Notas iniciais do capítulo

GENTEEEEEEEEEEEEE, EU NÃO MORRI! Esse capítulo tá bem grande, só pra compensar u_u Gente, eu ficaria muito agradecida se vocês me mandassem mensagem privada com ideias pra outra fic. Tipo, o que vocês gostariam de ler? Todas as ideias serão bem vindas. Essa aqui tá acabando. Comentem porque o próximo capítulo tá com tudo, tudo mesmo kkkkkkkkkkkkkkkkkk vou até deixar um spoiler nas notas finais pra vcs ficarem mais curiosos. AOS QUE NÃO GOSTAM DE SPOILER: NÃO LEIAM AS NOTAS FINAIS! Querendo mais spoiler é só comentar e eu mando privada. BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS E COMENTEMMMMMMMM!



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O bairro inteiro estava escutando a música altíssima que vinha da mansão, mas tinham dúvida quanto ao paradeiro da mesma. Aquilo não podia ser na mansão, era somente Katy Montini que dava festas, e bom... Ela havia morrido. Ou não?

Alguns vizinhos suspeitaram de que a garota havia voltado, e que de repente ela havia simulado a morte por algum motivo. Uau, esses eram os que costumavam ver muita novela.

Era sim da mansão, se te deixei em dúvida. A festa de Sophie havia começado há alguns minutos, e já estava praticamente lotada. Dan era realmente um ótimo organizador. Baker estava com mais três companheiros na segurança da mansão hoje, e os empregados da casa serviam todo mundo da forma que estavam acostumados a fazer quando festas eram frequentes ali.

Sophie estava linda, é claro. Apesar de não reconhecer qualquer pessoa ao olhar para os lados a festa era dela, precisa estar maravilhosa. Estava com um vestido preto e curto da Versace, uma linda sandália de salto preta e prata Jimmy Choo, um colar e brincos Tiffany e perfume da Chanel. Um trabalhador que tivesse um salário mais ou menos bom não conseguiria comprar o visual da garota em um ano de dinheiro economizado. E isso porque estou deixando de lado as roupas íntimas e a maquiagem, que também eram uma nota.

Ela estava sentada na escada que dava acesso à porta principal da mansão torcendo para que passasse por ali quem ela mais queria que chegasse. Sorriu ao ver pelo menos um rosto conhecido se aproximando.

– Ei, aniversariante!

Sophie levantou e encarou Daniel, que se direcionava a ela com uma carteira na mão. Quando chegou, o rapaz tratou de abraçar a morena.

– Parabéns, eu espero que você goste da festa . - Ele falou. - E do presente que eu trouxe pra você. - Falou, abrindo a carteira.

Opa opa opa, Daniel não estava pensando em dar algum dinheiro para Sophie, estava? O rapaz começou a procurar alguma coisa nas divisões da carteira, e abriu um sorriso assim que encontrou. Tirou dois ingressos dali e deu na mão da menina, que o encarou com o cenho franzido, sem entender.

– Thom me disse que você comeu pizza pela primeira vez a pouco tempo. Não sabia o que te dar, então comprei dois vales rodízio de pizza.

Sophie sorriu e deu um beijo no rosto de Daniel.

– Obrigada, eu adorei.

– Eu odeio a Olivia, foi de propósito que te dei dois. Quer dizer, diga que não pensou em outra pessoa que não fosse Thomas pra ir com você, porque teria que acidentalmente rasgar um deles. - Ele falou, ensaiando pegar um dos ingressos na mão de Sophie.

– Eu tinha pensado em você. - Ela disse. - Foi você quem me deu, o que é mais justo do que você mesmo ir?

– Se eu fosse com você Thomas comeria meu fígado. Não sei que tipo de relação esquisita vocês tem, mas ser fura olho está longe da minha realidade.

– Besteira, eu não tenho nada com ele. - Sophie respondeu, dando de ombros.

– Nem você acredita nisso que disse. - Dan comentou, dando uma risada.

A morena revirou os olhos e sorriu, sem evitar.

– Eu gosto dele, mas...

– E ele gosta de você. - Dan completou, sem deixar que Sophie terminasse.

– Mas ele namora, então tanto faz. - Ela disse.

Dan abraçou Sophie de lado e foi caminhando com ela para dentro da mansão.

– Vamos lá pra dentro, você não pode ficar fazendo papel de boba esperando ele chegar.

– Eu não estava...

– Estava sim. - Ele a interrompeu. - O errado nessa história toda é ele, porque ele gosta de você mas namora outra. Será que ele não conhece o verbo "Terminar", meu Deus? Enquanto isso você dança e se diverte, ele é quem tem que vir atrás de você. Depois mando uns papos pra ele, eu prometo.

Sophie esperava que o melhor momento de sua festa fosse quando visse Thomas entrando em sua casa com aquele sorriso que ela amava. Depois ele a abraçaria e passaria a festa inteira com ela, talvez dançando. O que ela não esperava era que o rapaz levasse à festa o seu par principal para dançar, que ele passaria sim a festa inteira dançando, mas com sua companheira oficial. Então ele achava que ela dançava melhor, ou talvez a sintonia musical deles fosse melhor. De qualquer forma, a única vez que Thomas se aproximou dela foi quando chegou, e mesmo assim junto com a namorada. Não a abraçou, deu aqueles famosos beijinhos no rosto, a mesma coisa que a namorada dele fez. Depois ele se afastou, e o casal ficou dançando grudadinho até as músicas lentas. Olivia fazia questão de segurar o menino tanto a ponto de dificultar sua respiração.

Olivia estava provocando de propósito, Sophie tinha certeza. A morena não conseguia ao menos se aproximar do meio onde todos dançavam, aquela ceninha era demais pra ela. Era aniversário dela, por que droga Thomas havia convidado sua namorada?

Quieta num canto, Sophie estava com o olhar fixo em uma foto na estante. A mansão dos Montini era tão luxuosa que até mesmo um porta-retrato, o mais banal dos artigos de decoração, era praticamente uma obra de arte. Seu formato era retangular, porém as bordas eram arredondadas, e a moldura era formada por desenhos de flores de prata, atribuindo ainda mais elegância ao objeto. Ao invés de estar aproveitando a festa que havia sido preparada para ela, Sophie estava com os olhos vidrados ali, e Daniel não pôde ignorar isso.

– Ei, você não vai ficar a festa inteira escondida nesse cantinho! - Disse Dan segurando a mão da garota e puxando-a para dançar. - Todos estão se divertindo!

– Desculpe Dan, eu sei que deveria estar animada... - Lamentou ela tentando se soltar do garoto.

– Não, acho que o pedido de desculpas tem que partir de mim. - Reconheceu Daniel ao perceber que Sophie não estava bem. - A foto que está nesse porta-retrato significa muito pra você, não?

– Não a foto em si, mas... - Iniciou Sophie ainda um pouco hesitante. - Enfim, minha família.

– Quem é essa garota do seu lado? - Ele perguntou apontando para a imagem de Kate com um sorriso cafajeste.

– Minha irmã. - Respondeu Sophie um pouco desconsertada.

– Como você tem uma irmã tão linda e o babaca do Thomas não me apresentou? - Falou Dan indignado.

– Só se ele tivesse poderes paranormais. - A voz se Sophie se entristeceu ao lembrar da irmã. - Kate teve anorexia e bulimia. - Ela disse em tom baixo. - Chegou a um ponto que ela foi consumida por isso e não conseguiu sobreviver.

Daniel encarou Sophie um pouco abalado, mas a menina soltou um sorriso torto, apenas para que ele entendesse que tudo estava bem.

– Uau! - Falou ele um pouco sem graça. - Ela parecia tão feliz nessa foto, mas quem sabe o que se esconde atrás de um sorriso, não?

– Principalmente quando a pessoa em questão é depressiva, ou digamos que um pouco problemática... - Sophie se virou imediatamente reconhecendo aquela voz. Era Olivia Le Blanc destilando todo o seu veneno.

– A minha irmã NÃO era problemática. - Montini falou firme e furiosa, enfatizando o não.

– Claro que não, era uma pessoa super equilibrada, por isso que decidiu se matar. - Ironizou Le Blanc cruzando os braços para que Sophie percebesse que não estava intimidada. - Vamos ser honestas, ela nasceu em uma família riquíssima, o que é que estava faltando?

– Kate não se matou, ela estava doente. - A garota respirou fundo, tentando resistir às provocações e manter-se educada. - Não fale do que você não sabe, sério.

– Doente da cabeça, só se for. - Olivia soltou uma gargalhada maldosa. - Vamos encarar a realidade, sua irmã se matou mesmo...

– Por favor, pare de falar besteira. - Repetiu Sophie. - Ela tinha bulimia e anorexia, você como estudante de medicina deveria saber que são distúrbios que matam, são problemas graves.

– Exato, se ela tinha esses problemas ela não era uma problemática?

Thom havia ido ao banheiro e deixara a namorada o aguardando. Ao sair observou que ela havia ido conversar com Sophie e Dan. Mesmo de longe, percebeu pela expressão raivosa da morena que algo muito ruim estava prestes a acontecer se ele não contivesse Olivia. Sabia que a namorada tinha um humor extremamente controverso e uma língua afiada que poderia deixar Sophie magoada facilmente, e ele não queria isso, de jeito algum. Sendo assim, resolveu se apressar para evitar uma tragédia.

– Olivia, a gente precisa conversar agora. - Disse Thom aparecendo por trás da ruiva e a segurando pelo braço. - Vamos?

– Controle sua namorada, Thomas. - Disse Daniel um pouco enraivecido. - Ela deve ter bebido, está falando coisas que não deveria. - Ele concluiu, recebendo de Thom um olhar um pouco confuso. Por que elas estavam discutindo, afinal?

– Vocês são muito engraçados. - Afirmou a ruiva debochadamente. - Kate realmente se matou, foi ela quem quis forçar um vomito no banheiro quando comia, ela decidiu parar de comer, foi ela quem quis ficar doente. Foi ela quem provocou. Eu considero isso suicídio.

– Ela não se matou, será que você não entende? - Sophie berrou. - Ela não fazia isso porque queria, fazia porque não estava se sentindo bem com o que ela era. Ela se via diferente do que realmente era, ela tinha problemas de auto estima, não estava bem. Ela não queria morrer, não tinha consciência do que estava fazendo, era mais forte do que ela, não era nada que ela pudesse controlar. E quando ela se deu conta do que estava acontecendo já era tarde.

O ódio de Sophie era tanto que a garota não havia deixado cair uma lágrima sequer. Sua voz traduzia muito bem o que ela estava sentindo, a maneira firme como ela falava deixava claro que naquele momento tudo que sentia era raiva.

– Você não deveria estar falando essas coisas, Olivia. - Thomas falou. - Vamos, eu vou te colocar num táxi. - Ele falou, puxando a namorada.

– Mas pensando bem, acho que fui um pouco injusta, Kate tinha toda razão. - Olívia pôs as mãos na cabeça fingindo estar pensativa, se soltando do Thom. - Também me mataria se tivesse pais como os seus, que fizeram questão de viajar no dia do seu aniversário.

A garota com certeza já havia ultrapassado todos os limites do bom senso e a paciência de Sophie também já havia se esgotado. Sua família podia não ser perfeita, mas não era Olivia que deveria julgar isso, e apesar dos problemas, ela os amava. Kate era mais do que uma irmã para ela, era seu referencial, sua confidente, sua amiga, seu porto seguro. Montini nunca havia brigado antes, mas ninguém entraria em sua própria casa e falaria assim de sua família, ninguém brincaria assim com a morte de sua irmã.

– Não se meta com a minha família! - Berrou ela atingindo Olivia com um tapa certeiro no rosto. - Você não tem esse direito. - Ninguém esperava por aquilo, e estavam todos tão chocados que ninguém conseguiu ter uma reação.

– Quem você pensa que é para me bater? - A ruiva pôs a mão no rosto, que estava avermelhado por conta do tapa, para amenizar a dor. - Vou te colocar no seu lugar, menina mimada. - Olívia decidiu revidar, fazendo rapidamente um movimento para estapear Sophie. A morena, porém, conseguiu ser mais rápida e segurou o braço de Le Blanc.

– Eu é que vou te ensinar a ter educação. - Montini então ergueu a lateral do vestido e pôs seu corpo sobre o de Olívia, empurrando-a no chão. - Não mencione a minha irmã outra vez. - Berrou enquanto acertava furiosamente uma sequência tapas no rosto da ruiva, que não conseguia se defender. - E nem a minha família.

Sophie levantou e olhou para Baker e outros dois seguranças que ela não conhecia.

– Tirem essa garota daqui. - Ela falou antes de deixar a sala de estar, onde todos prestavam atenção na briga descaradamente.

Sentou-se em um banco no quintal dos fundos, naquele em que ficava a piscina, no momento interditada com um cercado. Tinham algumas pessoas ali conversando, alguns casais, mas nada que a incomodasse. Respirou fundo e se permitiu chorar. Toda a vontade de chorar que não havia sentido quando estava brigando havia vindo agora. Ela queria Thomas ali com ela, mas ele provavelmente estava com a namorada. Ela queria a mãe e o pai ali com ela, mas eles estavam aproveitando o final de semana viajando. Ela queria a irmã ali, mas ela havia sido tomada pela morte.

– Olivia mereceu mesmo aqueles tapas.

Sophie olhou em direção a voz e sorriu. Daniel sentou ao lado dela no banco e a encarou.

– Eu acho que nunca odiei alguém tanto. - Ela desabafou enquanto secava as lágrimas.

– Você acabou com ela. - Ele falou, com uma expressão de sonho realizado. Bem, se essa expressão não existir apenas imagine um sorriso bobo. - Se fosse numa competição de beleza você a esmagaria, seria uns mil a zero.

Sophie riu, e antes que pudesse responder qualquer coisa a voz que ela tanto amava a chamou.

– Sophie. - Interrompendo a conversa dos dois, Thomas chamou a garota.

A garota, assim como Dan, virou o rosto para Thom.

– Posso falar com você ou estou atrapalhando? - Thomas perguntou, mostrando na voz uma pontinha de irritação.

Daniel sorriu divertido e levantou. Bateu nas costas do amigo e desapareceu dali.

– Sua namorada ainda está aqui? - Sophie perguntou, sem encarar o rapaz.

– Acho que você deixou claro para os seguranças que queria ela bem longe daqui, não? - Thomas sorriu um pouco. - Desculpa por ter trazido ela, não foi o planejado.

– Você me ignorou o tempo todo. Eu não estava entendendo se a festa era pra mim ou pra ela. - Ela ironizou. - Você era quem eu mais estava esperando, e aí você vem com ela e nem me dá atenção. E ela ficava te agarrando como se fosse te enforcar, provavelmente só pra marcar território. Deixa eu te fazer uma pergunta?

Thomas, sem dizer uma palavra, apenas assentiu com a cabeça.

– Por que você dá todos os indícios de que gosta de mim e continua com ela? - Ela perguntou. - Eu não entendo, você já fez questão de deixar claro que gosta de mim, ontem faou que eu era a segunda mulher mais importante da sua vida. A primeira seria a sua mãe ou ela?

– Minha mãe. - Ele respondeu sem pestanejar. - Eu não planejei trazer ela, sério.

– Esse não é mais o assunto, Thomas! - A garota falou aumentando o tom de voz. Respirando fundo, ela tentou se acalmar. - Esquece isso, vai. - Ela falou. - Eu espero ter deixado uma boa marca no rosto daquela garota. - Sophie falou. - Você não tem ideia da raiva que senti. Está vendo esse vestido que estou usando? - Perguntou, apontando para o lindo vestido preto que estava vestindo.

Thomas confirmou com a cabeça.

– Isso é Versace, se sua namorada tivesse feito com que ele tocasse no chão a faria comprar outro. Quis morrer quando ela tocou nele. - Ela falou sério. - Você escolheu a pior namorada do mundo. - Disse, começando a deixar a voz firme vacilar. - Não consigo te descrever como a odeio, mas é muito. - A voz tremia, Sophie estava tentando segurar o choro até onde podia, estava tentando ser firme, tentando deixar claro que não estava nem aí para garota, para o que acabara de acontecer. O choro a invadiu completamente, evitar já não era mais uma opção. Agora estava ela ali, com a voz completamente chorosa. - Ela não tinha o direito de falar da minha família, ela não sabe nada sobre como as coisas aconteceram! - Ela reclamou, mergulhada nas lágrimas.

Thomas não falou nada. O rapaz abraçou a menina de lado e encostou a cabeça dela em seu ombro.

– Você quer fugir daqui? - Ele perguntou baixinho. - Sei lá, ainda temos tempo de salvar seu aniversário.

E fugiram juntos dali, deixando a festa apenas para os convidados. É, o aniversário de Sophie não tinha terminado, e a melhor parte ainda estava prestes a acontecer.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM, HEIN! LÁ VAI UM SPOILER PESADO:

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— Você pode achar um absurdo o que eu vou te pedir. - Sophie falou, afastando sua boca da dele. - Mas, por favor, esqueça a Olivia por hoje, só por hoje. - Ela continuou, e o agarrou em um abraço. - Eu quero ser completamente sua essa noite. - A morena sussurrou no ouvido de Thomas. - Por favor, só por hoje! - Ela pediu outra vez, com o olhar fixado nos olhos castanhos do rapaz.