Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 45
Apanhador de Sonhos


Notas iniciais do capítulo

GENTE! ESTOU AQUI E POSTANDO SUPER RÁPIDO! Tive que dividir esse capítulo em dois, porque estava muito grande. Então, quando acabar de ler esse, o próximo já estará disponível. Eu espero MUITO que vocês gostem, porque o capítulo é MUITO importante pra fic!



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Por que Sophie havia aceitado fugir de Thomas se os dois haviam acabado de discutir? Não, na verdade ela discutira sozinha, porque Thomas não havia sido homem para falar qualquer palavra em sua defesa, ou mesmo acusando a si mesmo. De qualquer forma, o único motivo pelo qual Sophie se rendeu ao convite foi o remetente. Fora Thomas que a tinha chamado, e ela iria com ele para o inferno. Até porque sua vida não era muito diferente daquilo.

Ela era uma boba apaixonada, daquele tipo de filme mesmo. Em que o cara podia fazer o que quisesse com a mocinha porque ela se renderia.

— Desculpa. - Thomas falou quase num sussurro, num momento em que os dois andavam pelo escuro bairro indo em direção a vila. Sophie o encarou, esperando que ele continuasse. — Eu queria falar com você, mas a Olivia não deixou de jeito nenhum. Ela ficou me apertando.

— Ela tem mais força que você? - Sophie perguntou debochada.

Droga, Thomas estava de novo na estaca zero? O rapaz bufou e ignorou o comentário da garota.

— Você deve me achar um grande babaca, né?

— Eu não acho, você é. - Sophie falou.

— Então por que quis vir pra cá comigo?

Sophie deu de ombros.

— Porque sou mais babaca ainda e continuo gostando de você.

Gostando? Jura, Sophie? Gostar era um verbo fraco, muito muito fraco. Não era isso que ela queria dizer, mas não era hora para declarações.

— Você reparou no que eu estou vestindo hoje? - Thomas perguntou, pegando no blazer que vestia e fazendo com que a menina olhasse.

Um sorriso surgiu nos lábios da morena.

— Armani, claro. - Ela reconheceu enquanto sorria. — Como conseguiu?

— Dan comprou pra mim num brechó dos Estados Unidos. Vim com ele em sua homenagem.

Mais uma vez Sophie sorriu. E talvez tivesse sido daquela maneira que Thomas a havia ganhado outra vez. A expressão de poucos amigos que ela estava desde que saíram da mansão havia sido trocada por um sorrisinho tímido. Tímido, quase não querendo aparecer. Mas ainda assim era um sorriso.

Chegaram na vila num silêncio confortável. O relógio havia acabado de marcar oito horas, o aniversário de Sophie ainda tinha muito tempo para ser salvo.

— Meus pais não estão, eles foram visitar uma tia que mora numa cidade bem longe daqui. Só voltam amanhã a noite. - Ele falou assim que passou a chave na porta. — Fique a vontade.

Sophie observou a casa do rapaz por um tempo, prestando atenção em cada detalhe. Da primeira vez que havia entrado ali, com Meredith, estava tão cheia de pensamentos que não reparou muito bem no lugar.

— Eu gosto daqui, me sinto bem. - Ela falou.

— Muito bom, isso significa uma chance maior de salvar seu aniversário. - Ele falou. — Eu comprei um presente pra você, só que saí daqui meio que correndo e não peguei quando saí. - Thomas explicou. — Vem cá.

Os dois foram juntos para o quarto do garoto. Sophie sentou na ponta da cama, e o garoto, após pegar o embrulho em cima da prateleira, sentou na frente dela, que parecia um tanto curiosa.

— Eu não sabia o que te dar. Você é uma garota difícil, tem que admitir. - Thomas falou, fazendo com que a garota estampasse um pequeno sorriso no rosto. — Eu queria alguma coisa que te fizesse ficar bem quando você ficasse mal. Que te fizesse esquecer tudo que te atormenta, sabe? Eu não conheço nada capaz de fazer isso, então pedi ajuda à uma amiga minha. a Amanda. Abra. - Ele falou, esticando o embrulho para que Sophie pegasse.

A morena imediatamente rasgou o papel de presente e uma caixa não muito grande com alguns desenhos abstratos foi revelada. Sophie a abriu a caixa e puxou o objeto que estava dentro dela. Parecia um objeto decorativo. Se tratava de um aro com algumas coisas dentro, com buracos que faziam lembrar teias, algumas penas coloridas penduradas enfeitavam o objeto. Era lindo, mas do que se tratava?

— Chama-se apanhador de sonhos, caçadores de sonhos, eu não sei. As pessoas chamam de muitas coisas. A Amanda me contou a história, só que eu não lembro bem. Eu só sei que é de cultura indígena, e era pendurado na cabana onde as crianças dormiam para que elas ficassem protegidas das energias ruins, maus momentos e pesadelos. Coisas ruins, sabe? Essa parada que tem dentro do círculo é tipo uma teia, sabe? Acreditava-se que as energias ruins ficavam presas aí, e as boas passavam entre elas. Achei legal pra você, você pendura no seu quarto e afasta todos esses pensamentos ruins que eu sei que você tem.

Sophie, que examinava o objeto em sua mão, olhou para Thomas com um sorriso. Thomas amava aquele olhar tanto quanto amava andar de skate, e ainda mais. Nick, seu amigo skatista e namorado da amiga Amanda, sempre disse: “Eu sabia que amava Amanda no momento em que comecei a preferir passar uma sexta a noite em casa com ela vendo um filme de romance a andar de skate com meus amigos.” Aquela frase o deixou pensativo.

A garota o puxou para um abraço. Perigoso, muito perigoso. O contato entre eles era algo parecido com uma pessoa na beira de um precipício. A sensação era libertadora, maravilhosa, encantadora, indescritível, na verdade. Mas era arriscado. A respiração de Sophie batendo no pescoço de Thomas, o que era consequência do abraço, fez com que o garoto ficasse arrepiado da cabeça aos pés. Sophie, por outro lado, sentia seu corpo tremer cada vez que Thomas apertava mais as mãos em sua cintura. Que tipo de sensações eram aquelas vindas de atitudes tão normais?

— Alle. - Thomas a chamou em voz baixa.

Sophie murmurou qualquer coisa em resposta, simplesmente para que ele continuasse o que queria dizer. Não deixou de abraçá-lo. As sensações eram estranhas, mas maravilhosas. E se pudesse, continuaria o abraçando até que o mundo acabasse.

— Eu gosto mais de você do que de andar de skate. - Ele falou.

Sophie, desfazendo o abraço, o encarou com um sorriso divertido.

— Também gosto mais de você do que de andar de skate. - Sophie brincou, colocando o óbvio em evidência.

— E de fazer compras? - Ele perguntou.

A garota sorriu com a pergunta e deu um beijo no rosto do rapaz.

— Eu gosto mais de você, sabe disso.

Um silêncio se fez junto aos dois sorrisos que se formaram naquele quarto. Silêncio agradável, que apenas foi interrompido com o barulho do telefone da casa.

— Pera aí, eu preciso atender. - Thom falou, saindo do quarto correndo.

Sozinha no quarto, Sophie começou a pensar em seu dia. Havia começado com Thomas e estava prestes a terminar, também com Thomas. Sorriu sozinha. Aliás, quantas vezes ela havia sorrido mesmo naquela última hora? Milhões? Bilhões? Trilhões, talvez?

Tudo que faltava para que ela se sentisse ainda melhor eram os pais. A presença deles era importante, eram sua única família. Queria falar com eles, queria ouvir os dois pelo menos uma vez dizendo um “Parabéns filha, amamos muito você.”

Encarou seu celular, que estava em sua frente na cama. Pegou o aparelho e ligou para mãe, quem sabe a distância que estavam da filha tenha deixado o casal mais sensível?

— Qual é o problema, Sophie? - Sarah, do outro lado da linha, resmungou. — Será que é alguma coisa tão grave pra você atrapalhar a minha viagem com seu pai? Você não sente pena da gente?

— É meu aniversário. - Sophie lembrou à mãe. — Você não se lembra?

— Lembro. - Ela disse. — Eu te pari nesse dia, é claro que lembro! O que espera? Que eu te dê parabéns? O que tem feito de bom pra eu te parabenizar?

Sophie respirou fundo e fechou os olhos, e antes que a mulher falasse mais alguma coisa a garota jogou o celular na parede. Se sentia a garota mais idiota do mundo, e talvez ela fosse. Sua vida estaria bem melhor se não levasse em consideração a opinião da mãe sobre Thomas, a única pessoa que realmente se importava com ela. O único motivo que a fez descer naquele dia e falar aquele bando de besteiras para o garoto foi a importância que ela dava à felicidade da mãe, mas em momento algum a mulher pensou na felicidade da filha, em momento algum ela se importou com os sentimentos da morena. E depois disso, na casa de Daniel, Sophie não quis dormir na mesma cama que Thom em respeito a namorada dele. Mas por que ela deveria respeitá-la se ela não havia pensado duas vezes antes de falar aquelas besteiras sobre sua irmã?

Thomas foi correndo até Sophie assim que chegou no quarto e viu seus olhos cheios d’água. Sentou em sua frente na cama outra vez e a abraçou, sem pensar duas vezes. Não tinha ideia do que estava acontecendo, mas queria que ela soubesse que ele estava ali, e estaria sempre que ela precisasse. Ver Sophie chorar o despedaçava.


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Notas finais do capítulo

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