Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 26
Jantar Desconfortável


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, estou viva! Espero que vocês gostem do capítulo, não vou demorar pra postar o próximo. Comentemmmmmmmmm!



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Apesar de maravilhosa, Thomas via naquela mansão algo triste, um tanto sombrio. Com certeza não era por causa da decoração impecável, notava-se o trabalho de um ótimo profissional, mas aquele lugar lhe causava uma sensação estranha.

– Posso te pedir um favor? – A menina perguntou, tocando o ombro do amigo.

– O que quiser! – Ele respondeu, em tom de brincadeira.

– Tenha paciência com a minha mãe, ela é uma pessoa difícil de se lidar. – Sophie pediu, séria.

Thomas assentiu. Havia ficado nervoso, droga!

Sentados à mesa que, aliás, estava com uma decoração perfeita, estavam um homem e uma mulher. Os pais de Sophie, provavelmente. A garota puxou o amigo pelo braço e o levou para mais perto do casal.

– Pai, mãe, esse aqui é Thomas. E Thomas, essa é Sarah, minha mãe, e esse é Adam, meu pai.

O Sr. e a Srª Montini levantaram, e imediatamente Thomas cumprimentou o homem, com aquele famoso aperto de mão que todos nós conhecemos. Ao fazer o mesmo movimento para cumprimentar a mãe da garota, foi surpreendido com a falta de receptividade da mulher, que nem ao menos ensaiou uma resposta para o cumprimento do garoto.

– Como você disse que se chamava? – Ela perguntou, séria.

– Thomas. – Sophie respondeu friamente, antes que o amigo pudesse falar qualquer coisa.

– Sophie, eu não acredito que você possa ser tão burra! – A mulher exclamou, revirando os olhos. – Quando perguntamos como alguém se chama queremos saber a identidade da pessoa, o nome completo!

– Löhnhoff. Thomas Löhnhoff. – O garoto se pronunciou.

Sarah bufou e sentou à mesa outra vez, ignorando a resposta do garoto. Os outros três sentaram também, e num total silêncio o jantar iniciou.

Era perceptível de onde as irmãs Montini tinham herdado tanta beleza. Sarah, apesar de mais velha, era de uma beleza estonteante. Os olhos eram azuis, diferentes dos de Sophie, Katy e Adam, que eram verdíssimos. O cabelo era na altura dos ombros, liso e pintado com um loiro um pouco acinzentado.

Apesar de completamente bela e rica, a mulher era um tanto esnobe, e não fazia nenhuma questão de esconder isso. Thomas estava sem graça, naquela mesa era puro silêncio, ouvia-se apenas o barulho dos talheres encostando no prato. Na certa a mulher estava olhando o jeito que ele segurava o garfo, ou como ele mastigava, como cortava. Aquilo era desconfortável.

Ao lado de Adam, na frente de Sophie, havia um lugar vazio com um prato, também vazio. Os talheres estavam na mesa, parecia que esperavam outra pessoa para sentar ali. A empregada chegou trazendo numa bandeja uma refeição diferente da que eles estavam fazendo, e serviu aquele prato. Era uma situação estranha.

– Com licença. – Sophie pediu em voz baixa, antes de levantar e se retirar do local.

– O que aconteceu? – Thomas perguntou aos pais da garota, sem entender.

– Sophie é um pouco temperamental. – Sarah explicou.

A mulher revirou os olhos e voltou a comer, ignorando a situação.

– Com licença. – Thomas repetiu as palavras da garota, e saiu da sala de jantar atrás da mesma.

Sophie havia ido para os fundos da casa, o mesmo lugar onde ela havia desabafado com Thomas a respeito da irmã. Lá estava ela, sentada na borda da grande piscina com o sapato de salto ao seu lado e os pés descalços dentro da água. As mãos estavam apoiadas no chão, atrás de si, e ela parecia pensativa. O vento fazia com que balançassem os longos fios daquele lindo cabelo negro, e olhava fixamente para frente, concentrada.

De longe, Thomas a observava, a admirava, a achava ainda mais linda. Mesmo que, para ele, parecesse impossível mais beleza em uma só pessoa.

Sem fazer barulho, o rapaz sentou de pernas cruzadas ao lado da menina.

– Você quase não tocou na comida. – Ele falou baixo, olhando para ela.

– Perdi a fome. – Ela respondeu na mesma altura.

– Sabe, esse sapato não é nada confortável. – Ele desabafou, tirando o tênis e colocando ao lado do sapato dela, junto à meia. Dobrou a calça até o joelho colocou as pernas na piscina, fazendo companhia a, até então, amiga.

– Minha mãe sempre disse que o bonito nunca é confortável. – Ela falou, olhando para os pés na água.

– Ela está errada. – Thomas opinou, atraindo o olhar da morena. – Você é linda e me sinto confortável com você.

– Para de me cantar, Thomas! – A menina brincou, soltando uma risada e o olhando outra vez.

– E você pare de ser prepotente! – Thom devolveu a brincadeira, a encarando com um sorriso.

– É a segunda vez que me chama de prepotente. – Ela reclamou, fingindo uma expressão de ofendida. – Acho que não tenho outro defeito. Ou isso ou você aprendeu essa palavra ontem e insiste em ficar falando. – Outra vez ela brincou, e mais uma vez se iniciou a gargalhada de ambos.

Era dessa forma que Thomas se sentia confortável, descontraído. Não era como há minutos atrás, o desconfortável silêncio constrangedor. Era em horas como aquelas que o garoto via em Sophie uma pessoa completamente diferente da pessoa do lado de dentro da casa. Ele gostava quando ela era ela. Era aquilo que o deixava encantado.

A risada parou, e deu-se espaço ao silêncio.

– E aí? Quer falar sobre o que aconteceu? – Thom perguntou, olhando para ela.

– É só a minha mãe, você viu como ela é. – Ela começou. - Ela se dava melhor com a minha irmã, a gente sempre bateu de frente.

– E seu pai?

– Você viu, ele é mais tranqüilo. Só que fica querendo agradar a minha mãe o tempo todo. Concorda com tudo que ela faz. – Ela explicou. – Você acredita que aquele prato era para Katy?

– Como assim? – O garoto perguntou, sem entender.

– Sempre que jantamos em família a minha mãe pede um prato pra ela, um especial, que fazia parte da dieta dela quando ela estava se recuperando. Pra ela sentir que ela está ali, sabe? Eu já disse pra ela que isso me faz mal, mas ela não se importa.

– Por que te faz mal?

– Porque ela não está, Thomas. E é difícil lidar com isso, ela faz com que a gente fique lembrando o tempo todo. E não abre espaço pra mim, quando jantamos é aquele silêncio infernal durante 20 minutos no máximo e depois cada um vai pro seu canto. Não comemoramos meu aniversário porque ela acha que lembra Katy, porque era ela quem gostava de festas. E eu falo pra gente sair pra jantar e ela diz que é um dia difícil pra sair cedo do trabalho.

– Quando é?

– 9 de maio.

– Daqui a um mês. – Ele calculou, em voz baixa.

– É.

– E o que você faz nesse dia?

– Fico mais velha. – Ela ironizou. Thomas revirou os olhos, mas foi vencido pelo sorriso, que saiu naturalmente.

– Quantos anos? – Ele perguntou.

– 21.

– Eu sou mais velho. – Falou, convencido.

– Eu não perguntei. – Sophie foi rápida ao responder, em tom de brincadeira. – Você parece mesmo ter uns 46, 45 no mínimo!

Thomas soltou uma risada junto com a menina.

– Quantos anos acha que eu tenho? – Ele perguntou, abrindo os botões da blusa social.

– O que é isso? Acha que preciso ver sua barriga pra dizer sua idade? – Sophie disparou, olhando para Thomas um pouco corada.

– Não, só vou dar um mergulho. – Ele se explicou, antes de se jogar na piscina vestido apenas com a calça jeans.

– Você não perguntou se podia. – Ela disse, olhando para o rapaz apoiado com os braços na borda da piscina, na sua frente.

– Provavelmente você diria que não, e gosto de fazer o que tenho vontade. – Ele disse, balançando o cabelo, que por causa do mergulho estava para trás.

– Seu cabelo está ridículo. – Sophie brincou, sorrindo. Thom abriu um pequeno sorriso.

– Ajeita pra mim. – Thom pediu, chegando mais perto da morena.

Sophie, na borda, começou a bagunçar o cabelo do amigo. E, propositalmente, o garoto pegou a mão da menina e a puxou para dentro da piscina.


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Notas finais do capítulo

Comentemmmmmmmmmm!