Já passava das 18 horas, Thomas havia acabado de se arrumar para o jantar. Se encarou no espelho do banheiro com aquela roupa diferente e sorriu. Até que não estava nada mal. Bem vestido, arrumado e bonito. Parecia mais maduro, mais sério, e aquilo, pelo menos para família de Sophie, provavelmente era muito bom.

O garoto estava vestindo uma blusa social rosada, uma calça jeans escura e um tênis. Tinha comprado tudo com Sophie, então não teria erro. Entrou no quarto e passou seu melhor perfume. Era importado, havia sido dado para Nick pela sua tia, que sempre viajava para fora. A mulher sempre trazia perfume para o sobrinho, e quando o garoto enjoava de um dava para o amigo. Thom ouviu seu celular vibrar em cima da cama e o pegou. Era uma mensagem de Sophie.

"Como está vestido, Thomas?"

Thom respondeu a mensagem dizendo exatamente como estava vestido, e a menina logo respondeu.

"Perfeito.Venha logo, estou entediada."

"Pode deixar, estou saindo"

O garoto guardou o celular no bolso da calça e chegou na sala, onde estavam os pais sentados na frente da TV assistindo um filme. Droga, não havia conseguido se livrar do interrogatório. Foi até a parte de trás do sofá e ficou parado.

Anna virou para trás, viu o filho e virou para frente outra vez, pegando o controle e pausando o filme. Louis e ela olharam para trás novamente.

– Eu vou sair. - Thom falou. Os pais do garoto se entreolharam e voltaram a olhar para o filho. Louis estava com a testa franzida, e Anna o olhava com ternura.

– Seria com a menina que é só sua amiga? - Perguntou o homem, desconfiado.

– É, mas não pensem besteiras. A chamei para vir pra cá amanhã e ela disse que viria se eu fosse jantar com ela hoje. - Ele explicou, mexendo na gola da blusa. Os dois deram uma rápida risada, mas trataram de disfarçar logo.

– Venha cá, Thom. - Anna o chamou, levantando do sofá.

Thom franziu a testa e foi para frente da mãe.

– Você está tão lindo, meu amor. - Ela falou, sorrindo. Ela parecia emocionada, os olhos estavam cobertos de água. Louis começou a gargalhar, e ela começou a arrumar a roupa do filho. - Meu Deus, meu bebê já é um homem! - Ela exclamou. - Passou o perfume do Nick? - Ela fez uma pergunta retórica, e depois encheu o rosto do filho de beijos.

– Anna, pare de drama! Thom vai se atrasar. - Louis falou, e deixou escapar outra risada.

Anna o soltou, e quando o garoto já estava saindo ouviu seu pai o chamar.

– Vê se aproveita essa noite para sair do zero a zero! - O homem brincou, e Anna começou a rir. Thomas revirou os olhos.

Juntando a pressa com o constrangimento, Thomas saiu daquela vila a passos largos, sem a companhia do seu companheiro para tornar o caminho mais rápido.

Afinal, não queria suar ou alguma coisa assim, poderia causar uma má impressão para família da garota. E ele com certeza não queria aquilo.

Assim como pela manhã, Sophie estava encostada na cabine de Baker esperando Thomas chegar. A menina estava com o celular na mão, e quando tirava os olhos do mesmo apenas olhava de um lado pro outro da rua para verificar se o amigo tinha chegado. Nem sinal. A morena deu de ombros e voltou a olhar para o celular.

– Esperando alguém? - Era Thomas, obviamente. O garoto havia andado até a garota tentando fazer o menor barulho possível, sem chamar sua atenção. E havia conseguido, graças a tecnologia que tem roubado muito a atenção das pessoas atualmente, inclusive de Sophie. Foi para trás da garota e enquanto fazia a pergunta ao pé do seu ouvido colocou uma das mãos na cintura dela. No instante em que ele disse a primeira palavra a garota deu um pulo enorme, e automaticamente virou.

– Thomas! - Ela exclamou, assustada. - Não brinque assim, eu poderia ter morrido. - Sophie reclamou, dando fracos tapas no braço do garoto.

– Ah claro, e você nem é dramática. - Ele ironizou. Antes que ela respondesse qualquer coisa, Thom deu um beijo demorado na bochecha dela. - Preciso dizer que você está mais maravilhosa que o normal? - Perguntou o garoto, analisando a garota naquele vestido. Era preto, curto e levemente rodado. Com certeza de uma daquelas marcas caras. Mostrava mais do corpo dela, isso o agradava, as pernas dela eram bonitas.

Sophie logo soltou uma gargalhada.

– Thomas, está tentando ser romantico só porque eu disse que você fica atraente vestido assim? - Ela brincou, erguendo uma sobrancelha e colocando as duas mãos na cintura.

– Claro que não, só acho que você deveria usar mais roupas assim, curtas. - Ele disse, com um sorriso cafajeste nos lábios. - Suas pernas são bonitas e tal, é legal de olhar. - Thomas continuou, num tom de brincadeira.

Ah, como se todos não soubessem daquela velha história de que toda brincadeira tem um fundo de verdade!

Mais uma vez Sophie começou a rir. E, para surpresa do rapaz, a menina colocou as duas mãos na nuca dele e puxou o rosto para perto do seu. Colocou o nariz perto do pescoço dele.

– Sabia! - Ela murmurou, soltando o garoto e se afastando. Thomas franziu a testa, sem entender. - Isso é Carolina Herrera. - Ela afirmou, sobre o perfume que o garoto usava. - Agora vamos entrar, meus pais são chatos com essa coisa de pontualidade.

E com mil outras coisas, ela deveria ter dito. Mas preferiu deixar as coisas quietas, e foi andando na frente de Thomas em direção a porta principal da mansão. Ele a seguiu, mas se soubesse o que o esperava atrás daquela porta teria ido para casa.