Crônicas Do Olimpo - A Ladra De Raios escrita por Laís Bohrer


Capítulo 21
A Ira da Cabeça de Alga! Eu não vou desistir!


Notas iniciais do capítulo

Oieee povinho bom! Obrigada aos comentários dos capítulos anteriores, enfim vamos ao cap?



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Realmente se um dia eu escrever um livro, o nome dele seria: "Manual da Semideusa em Apuros" porque este realmente esta fazendo falta! Tipo, o primeiro capítulo seria "O que fazer em uma visita familiar!" pois um encontro com nossos queridos parentes imortais... Nem sempre acaba bem...

Como um exemplo, se um dia talvez... Quem sabe... Apenas talvez... Um homem-cavalo lhe oferecer uma missão que inclui as palavras "roubo" ou "Guerra entre os deuses". RECUSE! E se você for tão estupido quanto eu para aceitar, e acabar parando no mundo inferior... Espero que seja filho de Poseidon pois a seguinte dica pode funcionar.

Eu estava pronta para morrer, aceitando minha mortalidade miserável, estava mentalmente escrevendo meu testamento, deixando o resto da missão com Jake, Silena e Hansel... Tá, não foi assim, a verdade é que eu estava tão aterrorizada que nem podia pensar direito.

Mas eu permanecia de olhos fechados esperando as fúrias, esperando as balas de fogo dos soltados mortos-vivos... Um segundo e eu morreria... O Segundo mais longo da minha vida, não sei quanto tempo demorou para eu perceber que eu ainda estava viva, acho que foi quando eu abri os olhos e vi que estava dentro de uma esfera de água, mas deveria ser algum truque de magica, pois quando as balas tocaram na esfera, elas voltaram para seus atiradores e o mesmo aconteceu com as fúrias, elas foram jogadas contra a parede.

Um dos mortos-vivos corria atrás da própria perna solta que pulava de um lado para o outro, outro esqueleto estava sem o braço esquerdo - este se arrastava de um lado para o outro, era a coisa mais macabra mesmo antes das estátuas da Medusa. - O Garoto de olhos verdes assistia tudo como um telespectador fascinado.

Eu abri os braços sentindo o poder, meus pés flutuavam para acima do chão, uma brisa marítima me consumia. Não me lembro de me sentir tão bem na vida, talvez só quando eu comi flor de lótus... Mas isso não conta. Estava iludida pela minha própria magia dessa vez.

A Esfera fez o mesmo que as bolhas das pérolas, tocou o teto e de repente... Nada! Eu via apenas a escuridão, o mundo inferior sumira, então, eu na verdade estava de olhos fechados, eu sentia a correnteza da água passar por mim...

Abri os olhos, eu sabia que estava no mar da praia de Santa Mônica, meus amigos deveriam estar em algum lugar na superfície, esperava que eles estivessem bem. Mesmo sendo filha de Poseidon, eu não saberia subir até a superfície, meu coração pesado depois de ter visto aqueles olhos vivos, em pessoa... Meu coração pesava de culpa por te-lo deixado... Esse peso me fazia ordenar para que a correnteza me levasse para cima... Lentamente.

Depois de dois minutos, graças as ondas, eu fui parar no pier de Santa Mônica, seca e sozinha, eu andava pela areia quente, olhando a paisagem, procurando por um sinal de vida naquele lugar aonde eu parecia estar só.

Até que vejo três silhuetas vindo na minha direção. Na frente era Hansel que correu me pegando de surpresa em um abraço de urso - Ou de Bode. - Silena veio logo atrás, quase cai com os dois me apertando.

– Gente.... Preciso.... Ar! - eles se afastaram.

– Desculpe... - disse Silena. - Como conseguiu? Você esta viva!

– É... - falei.

Notando a terceira pessoa ali, Jake Turner, com a mochila nas costas e os pés descalços, ai notei que Hansel estava com os seus sapatos, imagino porque...

– Bom te ver, Cabeça de Alga... - disse ele.

– Cabeça de Javali... - falei.

Ele olhou para o oceano.

– Fomos enganados. - foi direto ao ponto. - A gente passou por tudo aquilo e...

– Para nada! - falei. - Um Plano digno de Atena.

– Não posso descordar... - disse ele me encarando. - Você entendeu não é?

Balancei a cabeça em sinal de afirmação.

– Pois eu não entendi nada! - exclamou Hansel. - Alguém pode me explicar?

Silena suspirou.

– A profecia estava certa - disse ela cruzando os braços e apertando os olhos pelo vento forte.

Para o oeste você irá, e enfrentará o deus que desleal se tornou.– recordei o primeiro verso da profecia. - O deus desleal... Não estamos falando de Hades, Hades não queria guerra entre os Três Grandes. Algum outro executou o roubou. Alguém roubou o raio-mestre de Zeus, e o elmo de Hades, e tramou contra mim porque sou filha de Poseidon. Poseidon será culpado por ambos os lados. Ao pôr do sol de hoje, haverá uma guerra tríplice. E eu a terei causado!

Hansel sacudiu a cabeça.

– Mas quem seria tão baixo a esse ponto? - perguntou ele. - Quem seria tão sujo?

– Puxa Hansel... Deixe-me imaginar... - com ironia na voz eu disse, me virando para encarar a pessoa que imaginei ver.

Ali estava ele, aguardando por nós, em seu casaco preto de couro, e óculos escuros, um bastão de beisebol de alumínio ao ombro. A motocicleta roncava ao seu lado, o farol deixando a areia vermelha.

– Ei pivetes! - gritou Ares. - Vocês não deveriam estar mortos?

– Só pode ser brincadeira... - murmurou Jake.

– Desculpe por isto, Jake. - falei.

Dei um passo a frente, cara a cara com o deus da guerra.

– Enganou a todos nos... - acusei. - Você roubou o elmo e o raio.

Ares arreganhou um sorriso.

– Bem, mas eu não os roubei pessoalmente. Deuses tirando símbolos de poder uns dos outros, nã-nã-nã, isso é inaceitável. - disse ele se divertindo as minhas custas.

– Quem você usou? Clarisse? - perguntei dando outro passo.

– A questão, garota, é que você está impedindo o esforço de uma guerra. Entende? - explicou ele - Você precisa morrer no Mundo Inferior. Então o Velho Alga do Mar vai ficar bravinho com Hades por fulminar você. O Hálito de Cadáver ficará com o raio-mestre de Zeus, e assim Zeus ficará furioso com ele. E Hades ainda está em sua busca por isto...

Ares retirou do bolso um capuz de esqui – tipo que os ladrões de banco usam – e o colocou no meio do guidão da sua moto. Imediatamente, o capuz se transformou em um elaborado capacete de guerra em bronze.

– O Elmo das Trevas... - murmurou Hansel.

– Exato! – disse Ares. – Mas o que eu estava dizendo mesmo? Ah, sim, Hades ficará furioso com ambos, Zeus e Poseidon, porque ele não sabe quem esta com isto. Logo teremos uma bela pancadariazinha tríplice em jogo, uma batalha de mestre.

– Mas eles são sua família, não pode fazer isso! - disse Silena.

Ares encolheu os ombros.

– A Melhor maneira. Sempre a mais sangrenta. Nada como ficar olhando seus parentes lutarem, eu sempre digo isso. - disse ele.

– O Raio-mestre estava na mochila todo esse tempo? - perguntei.

– Sim e não – disse Ares. – Provavelmente é complicado demais para o seu pequeno cérebro mortal acompanhar, mas a mochila é a bainha do raio-mestre, apenas um pouco modificada. O raio está conectado a ela, tipo aquela sua espada, garoto. Ela sempre volta para o seu bolso, não é mesmo?

Me perguntei como Ares poderia saber sobre isso, mas acho que um deus da guerra precisa tratar de conhecer tudo sobre armas. Não é mesmo?

– De qualquer jeito mesmo – continuou Ares – Eu modifiquei a mágica um pouquinho, para que o raio só retornasse à bainha depois de você chegar ao Mundo Inferior. Chegou perto de Hades... Bingo! Você recebeu um e-mail. Se você morresse no caminho, não haveria perda. Eu ainda teria a arma.

– Então porque não ficou com o raio? - questionei. - Com esse tipo de poder... Por que mandá-lo para Hades?

O queixo de Ares crispou-se. Por um momento, foi quase como se ele estivesse ouvindo uma outra voz, bem no fundo da cabeça.

– Esta ficando mais esperta, garota. - disse ele. – Mas eu não... sim... com esse tipo de poder de fogo... Eu...

Ele manteve o transe por um segundo... dois segundos...

Troquei um olhar nervoso com Jake do tipo vou-estrangular-seu-pai, não importava se Jake se tornou meu amigo ou não, ele tinha o mesmo olhar de fogo para Ares.

A cara de Ares clareou.

– Porque eu não queria me meter em problemas. Melhor você ser pego em flagrante, segurando a coisa. E Levar a culpa.

– Esta mentindo, o deus da guerra não poderia ser capaz de pensar em uma estratégia assim. - falei.

– Esta me desafiando, garota? - perguntou ele meio ofendido (Tadinho... Que dó!).

– Seria mais digno de uma Atena sem juizo. - provoquei. - Essa ideia toda não foi sua, não foi? Mandar o raio para o Mundo Inferior...

– É Obvio que foi! - exclamou ele. Fumaça escapou por baixo dos seus óculos escuros, como se eles estivessem a ponto de pegar fogo.

– Você não ordenou o roubo – adivinhei. – Alguém mais enviou um herói para roubar os dois itens. Então, quando Zeus mandou você caçá-lo, você pegou o ladrão. Mas você não o entregou a Zeus. Alguma coisa o convenceu a deixá-lo ir. Você guardou os itens até que outro herói pudesse vir e completar a entrega. Aquela coisa no abismo está dando ordens a você!

– Eu sou o poderoso deus da guerra! - rugiu ele. - Eu não recebo ordens de ninguém! E Eu não sonho!

Hesitei.

– Não me lembro de ter dito alguma coisa sobre sonhos... - falei.

Ares pareceu agitado, mas tentou encobrir isso com um sorriso forçado vitorioso, mas eu tinha a vantagem...

– Não é nada pessoal. Mas, vamos voltar ao problema em centro, garota. Você está viva. Eu não posso deixar que leve aquele raio para o Olimpo. Pode ser que consiga convencer aqueles idiotas cabeças-duras a ouvi-la. Portanto preciso eliminar você.

– Sempre resolve as coisas desse jeito? - perguntei.

– Sou o deus da guerra, garota... Tenho que resolver as coisas desse jeito. - disse ele.

Ele estalou os dedos.

A areia explodiu aos seus pés e surgiu um javali feroz investindo, ainda maior e mais feio que aquele cuja cabeça estava pendurada acima da porta do chalé 5 do Acampamento Meio-Sangue.

A besta escavou a areia, olhando furiosamente para mim com olhos pequenos e brilhantes enquanto abaixava os presas afiadas como navalhas e aguardava a ordem para matar. Eu entrei na arrebentação.

Suspirei, destampei Anaklusmos despreocupada, eu já tinha passado da hora de deixar de ter medo dessas coisinhas.

– Esta me subestimando, Ares? - perguntei. – Enfrente-me você mesmo, Ares!

Ares Riu, mas ouvi um pouco de tensão na sua risada... um certo constrangimento.

– Você só tem um talento, garota, que é fugir. Você fugiu da Quimera. Você fugiu do Mundo Inferior. Não tem coragem para me enfrentar. Você é fraca.

Fraca. A Palavra ecoava na minha mente. É, eu estava sendo subestimada de novo por mais um monstro.

– Alguém aqui esta com medinho? - provoquei.

– Megan... - Jake advertiu.

Dessa vez não desejei ter ficado calada, eu queria a cabeça de Ares... Certo, não queria não. Para quê eu ia usar a cabeça do deus da guerra? Alias, ele é imortal não é?

Mas se tem uma coisa que vocês deveriam ter aprendido sobre mim, é que eu falo demais.

– Só nos seus sonhos de adolescente. – Seus óculos escuros estavam começando a derreter com o calor dos olhos. – Sinto muito, garota. Você não está no meu nível.

– Corra! Megan! - Silena tentou me puxar.

Mas eu não deixei. O javali gigante atacou. Mas eu estava cansada de correr de monstros, estava cansada de fugir, de Hades... De Ares... Quando o Javali correu para mim, dei um passo para o lado.

Dei um golpe para cima. A presa direita decepada do javali caiu aos meus pés, enquanto o animal desorientado investia contra o mar. Eu gritei:

– Onda!

Imediatamente uma onda surgiu do nada e engolfou o javali, enrolando-se nele como um cobertor. A besta guinchou uma vez, aterrorizada. E então se foi, engolida pelo mar.

Virei-me para Ares.

– Vai lutar agora? - perguntei. - Ou vai se esconder atrás de mais um porquinho de estimação?

A cara de Ares estava roxa de raiva.

– Tome cuidado, garota. Eu poderia transformá-la em...

– Uma barata – disse eu. – Ou uma lombriga. Sim, eu tô sabendo. Isso o salvaria de ter o seu divino couro chicoteado, não é?

Chamas dançaram por cima dos seus óculos.

– Ah, você realmente está pedindo para ser esmagado até virar uma poça de gordura. Garota.

– Se eu perder, me transforme no que quiser. Fique com o raio. Se eu vencer, o elmo e o raio são meus, e você tem de ralar daqui. - falei.

Ares me olhou com uma expressão de escárnio. Ele brandiu o bastão de beisebol que trazia ao ombro.

– Modo Clássico ou moderno? - perguntou ele.

– Estou esperando. - falei me colocando em posição.

– Esta brincando com fogo, Garota... E Vai se queimar. - disse ele.- Mas como sou Gentil, vou lhe dar uma morte rápida, nem vai perceber sua cabeça sendo arrancada.

– Megan. - Jake agarrou meu braço. - Não faça isso, ele é um deus olimpiano. Vai transformar você em pó.

– Preocupado? Agradeço, mas eu não me importo.- falei.

– Não posso mesmo te impedir? - perguntou ele.

Sorri.

– Não me conhece, Jake? - perguntei.

– Boa sorte então, cabeça de alga. - disse ele.

Senti meu rosto ficar quente quando ele colocou a mão na minha cabeça deixando claro o quanto era mais alto que eu.

– Pegue, Megan. - disse Hansel.

Ele me entregou uma lata achatada que parecia estar no seu bolso há mil quilômetros.

– Para dar Sorte, Os sátiros lhe dão respaldo. - disse ele.

– Hansel... Obrigada, não sei o que dizer. - falei colocando a lata no bolso.

– Você consegue, Megan. - disse Silena. - Eu sei que consegue.

Sorri para ela.

– Vocês já se despediram? – Ares veio em minha direção, o comprido casaco de couro preto se arrastando atrás dele, a espada faiscando como fogo ao nascer do sol. – Eu venho lutando há uma eternidade, garota. Minha força é ilimitada e eu não posso morrer. O que você tem?

– Um Ego menor? - perguntei.

Mantive os pés na arrebentação, recuando na água até os tornozelos. Mas aquilo deixou Ares com mais raiva, como se fosse possível... Há! Claro que é...

Ele desceu a espada, tentando partir ao meio a minha cabeça, Mas eu não estava lá. Meu corpo pensava por mim agora. A água pareceu me forçar para o ar e eu me joguei para cima dele, golpeando para o lado com a espada ao descer.

Mas Ares foi igualmente rápido.

Torceu o corpo e o golpe que deveria tê-lo pego diretamente na espinha foi desviado para fora pela guarda da sua espada. Ele sorriu vitorioso.

– Bom... Muito Bom... - disse ele.

Ele me atacou novamente e fui obrigada a me jogar na terra seca. Tentei rolar para o lado, para voltar à água, mas Ares parecia saber o que eu queria bem.

Ele foi mais habilidoso, me pressionando tanto que tive de me concentrar totalmente em não ser fatiada em mil pedaços. Segui recuando para longe da arrebentação.

Não conseguia encontrar nenhuma abertura para atacar. O alcance da espada - a dele era bem maior que o de Anaklusmos. Chegue perto, Luke me disse uma vez, em nossa aula de esgrima. Quando a sua lâmina é a mais curta, chegue perto.

Segui, tentei uma estocada, mas Ares estava esperando por isso. Ele arrancou a espada das minhas mãos e me chutou na barriga. Eu saí voando – cinco, talvez dez metros. Teria quebrado as costas se não tivesse desabado sobre a areia fofa de uma duna como uma cama macia.

– Megan! - gritou Silena.

Tudo estava dobrado, duplicando. Parecia que eu tinha sido atingida por um canhão disparando duas bolas de boliche diretas, mas consegui me pôr em pé.

Eu não podia desviar os olhos de Ares por medo de que ele me cortasse ao meio, mas com o canto do olho vi as luzes vermelhas piscando na avenida beira-mar. Portas de carros batiam. Policiais.

– Ali, guarda! – gritou alguém. – Vê?

Uma voz brusca de policial:

– Parece aquela garota da tevê... que diabo...

– Aquele cara está armado – disse outro policial. – Peça reforços.

Rolei para o lado e a lâmina de Ares cortou a areia. Me Arrastei para a minha espada, peguei-a e tentei um golpe contra o rosto de Ares, apenas para ver a minha lâmina em ação e não ficar parada. Mas, Ares parecia saber exatamente o que eu ia fazer um momento antes (Sharingan!). Recuei para a arrebentação, forçando-o a me seguir.

– Admita, garota – disse Ares. – Você já esta morta. Estou só brincando com você.

Meus sentidos estavam ligados no maximo. Agora eu entendia o que Benjamin disse sobre como o transtorno do déficit de atenção pode manter você vivo na luta.

Eu estava totalmente despertada para tudo, notando cada pequeno detalhe, poderia cortar uma mosca ao meio. Eu podia ver para o que Ares estava se preparando. Podia dizer de que lado ia atacar. Ao mesmo tempo, tinha consciência de Silena, Hansel e Jake, onze metros à minha esquerda.

Vi uma segunda viatura parando, a sirene berrando. Espectadores, pessoas que perambula viam pelas ruas por causa de um terremoto, causado provavelmente por um tumulto "pequeno" a sete palmos do chão, começavam a se juntar.

Ouvi o bater de asas circulando em algum lugar acima. Mais sirenes. Avancei mais para dentro da água, mas Ares foi veloz. A ponta da sua espada rasgou a manga da minha roupa e roçou o meu antebraço, mesmo assim me ferindo. A voz de um policial no megafone disse:

– Larguem as espingardas! Coloquem na areia. Agora!

OI tio da Justiça? Como é jovem?

Olhei para a arma de Ares, e ela parecia estar tremeluzindo: às vezes parecia uma espingarda, às vezes uma espada de duas mãos.

Eu não sabia o que os seres humanos estavam vendo em minhas mãos aonde estava Anaklusmos, mas isso não me tornaria a salvadora da pátria, não é?

Ares virou-se para olhar ferozmente para os nosso público, o que me deu um momento para respirar.

Havia cinco viaturas de polícia agora, e uma fileira de policiais abaixados atrás delas, com pistolas apontadas para nós.

– Este é um assunto pessoal! – berrou Ares. – Circulem!

Ele fez um movimento circular com a mão, e uma barreira de chamas passou através das viaturas. Os policiais nem ao menos tiveram tempo de mergulhar para se proteger antes de os carros explodirem e... BOOM! A multidão se dispersou aos gritos.

Arregalei os olhos.

– Agora, vocês acrescentar você ao churrasco, filhote de deus. - disse ele.

– Venha então... Mas não importa se você é um deus... - falei baixo. Depois aumentei a voz. - Eu não vou fugir!

Ele golpeou e eu desviei por pouco. Quando consegui espaço o suficiente para atacar, o meu golpe falhou novamente. As ondas batiam em minhas costas. Ares estava mergulhado até as coxas, indo atrás de mim.

Sentia a brisa fresca do mar como uma força, eu não precisava olhar para saber que movimento elas faziam, eu só precisava sentir. As ondas ficavam maiores enquanto a maré avançava. Tinha um plano... Ondas pequenas, pensei sabendo que se nada acontecesse ao comando dado, eu poderia morrer por isso. Mas água atrás de mim pareceu recuar. Era esquisito aceitar esse fato, mas eu segurava a maré com minha própria vontade, mas a tensão se acumulava, eu não estava com medo... Não mais.

Ares veio até a mim novamente com um sorriso confiante de quem vai vencer. Eu abaixei Anaklusmos como se estivesse no meu limite de forças.

– Só mais um pouco... Espere... - movi os lábios nas palavras, mas Ares estava concentrado demais em em fatiar como pão de forma para notar meus lábios se movendo.

Meus pés estavam quase descolando da areia molhada, então percebi que eu dava pequenos pulos automáticos como se eu estivesse subindo em uma onda quebrada e caindo em outra.

Ares ergueu a espada. Eu soltei a maré e finalmente pulei com o coração abafando o som das ondas se quebrando em um banco de areia. Eu estava subindo como um rojão, eu estava em cima da onda, e esta me levantando junto quando passou por cima do deus da guerra.

Uma parede de quase dois metros de água atingiu Ares no rosto, ele ficou praguejando em grego antigo o que eu não consegui traduzir já que ele estava com a boca cheia de algas, mas não precisava saber que aquelas palavras sendo em grego antigo ou não, não eram palavras que eu deveria ouvir na minha idade.

Por fim eu caí em pé atrás dele, espirrando água, e simulei um ataque em direção à cabeça dele, como já havia feito anteriormente.

Ele se virou a tempo de erguer a espada prevendo o movimento, mas dessa vez estava desorientado, talvez pelo sal do mar em seus olhos. Mudei de direção, tentei mandar minha lâmina para o lado e Anaklusmos submergiu diretamente para a baixo da água, enfiando a ponta da cruelmente afiada lâmina no calcanhar de Ares.

Eu venci.

Ares rugiu de frustração, o próprio mar saltou para longe do deus. Eu sabia que aquele dia ficaria marcado na mente de Ares - se é que ele tem uma...

Havia um circulo de areia molhada com quinze metros de diâmetro. Um liquido dourado jorrava de um buraco causado por Anaklusmos em sua bota, Benjamin também havia falado sobre o Icor, sangue de deus.

A expressão no rosto do deus da guerra era odio, dor, incredulidade por ter sido ferido. Mas tipo considerando no primeiro Livro, e no filme Fúria de Titãs e aqui... Derrotar o deus da guerra? Quem nunca...

Ares vinha mancando na minha direção, mas algo o deteve.

A Luz foi sumindo como se uma grande nuvem negra tivesse tampado a luz do sol, Sons e Cores se tornaram quase mortos, me sentia em um filme antigo e mudo. Uma presença fria e pesada passou sobre a praia, diminuindo a temperatura até o congelamento, e fazendo-me sentir que a vida não valia a pena, que lutar era inútil, sentir aquilo que já senti muitas vezes, até mesmo antes do "Era uma vez" desta história.

Vontade de Morrer.

As trevas se aquietaram. Ares parecia aturdido, mas pensando melhor se eu fosse o deus da guerra também ficaria. As viaturas da polícia ardiam atrás de nós em chamas. A multidão de espectadores fugira correndo. Hansel, Jake e Silena estavam plantados na praia, em choque, observando a água se derramar de volta em torno dos pés de Ares, e o seu icor dourado se misturando na maré.

Ares abaixou a espada. Mas eu mesmo cansada, não abaixei Anaklusmos.

– Você fez um inimigo, filha de Poseidon. - disse ele. - Selou seu destino, a cada vez que erguer sua lâmina em batalha, toda vez que aguardar seu sucesso, sentirá a maldição de Ares!

Seu corpo começou a brilhar.

– Megan! Tampe os olhos! - gritou Hansel.

Virei-me enquanto o deus Ares revelava sua verdadeira forma imortal. De algum modo eu sabia que, se olhasse, iria me desintegrar em cinzas e realmente não queria desperdiçar minha vitória.

A luz se aquietou. Olhei para trás. Ares sumira. A maré recuou para revelar o elmo das trevas de Hades. Eu o peguei em mãos, a coisa era realmente pesada para mim, mas nada que valia a pena reclamar.

Antes de eu alcançar meus amigos ouvi o bater de asas atrás de mim Três vovós de aparência maligna com chapéus de renda e chicotes flamejantes desceram do céu e pousaram diante de mim. A Do meio - Que havia sido Madame Prince. - deu um passo para mim. Parecia mais desapontada, como se tivesse planejado me comer na ceia, mas percebera que eu podia lhe dar indigestão.

– Vimos tudo, Filha do Mar. - disse ela com a voz arrastada. - Então... realmente não foi você? Se tivesse dito desde o inicio...

– Puxa... Realmente não pensei nisso. - falei, tentou não soar sarcástica. - Vou lembrar na próxima vez.

Ela hesitou, depois passou uma língua bifurcada pelos lábios coriáceos verdes. Mas ignorou meu comentário.

– Tome. - joguei o elmo em sua direção. - Leve para o Tio Suquinho.. É... Hades, Conte-lhe a verdade. Diga-lhe para cancelar a guerra.

– Viva bem, Filha do Mar. - disse ela. - Torne-se uma verdadeira guerreira. Porque, se você não o fizer, se algum dia cair nas minhas garras de novo...

– Já sei. Vou lembrar disso também. - falei engolindo seco.

Então ela e as irmãs levantaram voo em suas asas de morcego, pairaram no céu cheio de fumaça e desapareceram.



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Notas finais do capítulo

Aqui eu realmente exagerei na cola de parágrafos do livro, mas eu mudei algumas palavras e o modo de narração. Enfim, desculpem por isso. Obrigada por lerem, e comentem me digam como eu me sai. ( Pela porta, oras!) Parei. q'



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