COMO ASSIM? Aquele idiota não seria capaz de inventar isso seria? Afinal, ele tem ou não tem amor a vida??

– Elena, o que houve? – Bonnie perguntou. – Você ficou pálida do nada!

Não dei muita atenção.

– Bonnie, qual é a sala do Damon?

– É a primeira do andar de cima, por quê? – Ignorei de novo

– É... Professor!?

– O que foi senhorita Gilbert?

– Preciso ir ao banheiro. – Boa desculpa Elena, aposto que nunca usaram essa..

Não esperei ele responder, me levantei e fui igual a um raio pra sala do cabeçudo. Eu não fazia ideia do que iria fazer com ele, mas coisa boa não ia ser! Respirei fundo e bati na porta da sala.
A professora, que eu não fazia ideia do nome, abriu, e não foi nada simpática aliás..

– Quer falar com alguém criança?

– Com o idio... Com o Damon Salvatore. – A sala toda fez um coro de “Uuuuu” e minha vontade era voar na cara de todo mundo.

– Me desculpe, mas ele não veio assistir a aula hoje. – Ela falou e fechou a porta na minha cara. Educação que é bom não tem né?

Desci as escadas correndo. Aonde aquele sem noção do Damon estava? Rodei a escola inteirinha atrás do idiota, e nada! Fui no campo de futebol, lanchonete, gritei no vestiário masculino e no feminino, procurei nos cantinhos escuros que eu sabia que existiam ali, no estacionamento... Em tudo! E nada de Damon.. Eu estava tentando evitar ter que ir até os dormitórios por dois motivos:

1º Eu não fazia ideia de qual era o quarto dele.

2º Se eu tivesse que perguntar a alguém, isso só faria os boatos ficarem mais fortes.

E essa droga de boato tava me tirando do sério. Eu estava prestes a explodir. Até que vi a salvação.. Stefan Wasilewski!

– Ei, patetão. – Ele me olhou confuso, do tipo “eu mesmo?” – É você mesmo, vem aqui!

– Oi Elena. – Ele deu um sorrisinho. – Porque não ta na aula?

– Por que você não ta na aula?

– Não tava afim. – Respondeu simplesmente. Uau, que responsável.. Mas olha quem fala né?

– Qual é o quarto do Damon? – Perguntei de uma vez..

– Então é verdade? Você e ele meio que... – Ele fez uma careta. Me controlei pra não dar um tapa na cara dele.

– NÃO! Mas até você ta sabendo?

– A escola toda ta sabendo. – Ele riu

– É mentira, cacete.. Ele passou a noite no meu quarto sim, mas dormiu no chão. Por favor, por favorzinho, nega essa historia pra todo mundo. – Fiz cara de cachorrinho pidão. Stefan coçou a cabeça pensando na minha proposta.

– E o que eu ganho com isso?

– E precisa de ganhar algo?

– Bom, eu sou popular e vou poder negar essa historia pra muita gente. Mas eu preciso de uma recompensa! – Revirei os olhos.

– E o que você quer? – Ele deu um sorrisinho diabolico que me assustou.

– Finja ser minha namorada. – Minha vozinha interior gritava “MATA ELE TAMBÉM”. Juro que as vezes eu achava que havia nascido pra ser assassina.

– MAS VOCÊ TA LOUCO? PRA QUÊ ISSO? – Ele riu.

– Calma! – Ele continuou rindo e eu tava prestes a ouvir a minha serial killer interna. – É só pra fingir! Minha ex namorada volta de viagem semana que vem, e eu quero que ela tenha motivos pra ter ciúmes..

– Mas por quê EU?

– Elena, você é bonita e dificil. Meio que metade dos caras da escola querem ficar com você.. Vai ser uma boa competição pra ela. – METADE DOS CARAS? Agora me deu vontade de rir, mas continuei séria. – E bom, isso reforçaria o fato de que você na verdade não passou a noite com o Damon..

– Serei sua namorada falsa se eu puder terminar com você de um jeito bem cruel na frente da escola toda. – Apertei os olhos, sem ter certeza se aquilo seria uma boa ideia.

Ele ficou uns segundos pensando na minha proposta.

– Ta bom, mas eu decido quando vamos terminar.

– Te dou no maximo 3 meses. Mas eu espero que seja antes, se não eu vou te trair com qualquer cara que aparecer. – Sorri debochada, e ele concordou com a cabeça. – E então, qual é o quarto do cabeçudo?

– 301.. Ah, Elena, hoje vai ter uma social no mesmo lugar que foi a primeira festa. Vai ter menos gente e lá iremos começar o nosso relacionamento. Então nada de carinhos e amassos com o Damon enquanto estiverem no quarto, tecnicamente a gente já ta namorando. – Ele piscou.

– Ta bom, NAMORADO, mas mesmo se não estivéssemos NAMORANDO, isso com o Damon nunca iria acontecer. – Dei um “tchausinho” com a mão pro meu “namorado” e fui procurar o quarto do Salvatore.

Fui pra parte dos dormitórios masculinos com todo o cuidado do mundo pra não ser pega. Não queria que ninguém me visse ali. E por sorte não tinha ninguém no corredor. Não demorou muito pra eu poder achar o 301 numa porta com um adesivo colado logo em baixo dos numeros, com o simbolo de Nirvana.

Dei duas batidas na porta.

– Entra. – O cabeçudo respondeu. Abri a porta com a cara mais ameaçadora possível.

– O que você qu.. – Não deixei ele terminar a frase.

Pulei em cima da cama onde ele estava deitado e comecei a apertar o travesseiro na cara dele, pra deixa-lo sem ar. Mas ele era mais forte e se livrou de mim.

– VOCÊ SÓ PODE SER LOUCA MESMO!

– LOUCA??? POR QUE VOCÊ ESPALHOU PRA ESCOLA TODA QUE EU PASSEI A NOITE COM VOCÊ?

– Eu não.. – De novo, não o deixei terminar, comecei a dar varios tapas no braço e na cabeça dele, com toda a minha força. E ele reclamar e pedir “Para” só me fazia ter ainda mais vontade de bater nele, até que ele ficasse todo vermelho.

– EU VOU TE MATAAAAAAR.

– Para com isso Elena.. – Ele disse em meio aos tapas, até que conseguiu segurar minhas duas mãos. – Eu não espalhei nada. EU JURO! Nem saí do quarto hoje.

– Me poupe cabeçudo! Ninguém mais te viu entrando.. Pelo menos eu acho. Se não foi você, foi quem?

– Por favor Elena, qual o motivo que eu teria de espalhar pra escola toda que a gente.. Você sabe.

– Pra me irritar. – Ele bufou. E eu dei mais um tapa no ombro dele.

– Não entendo essa sua necessidade de me bater.

– Você me irrita!

– Mas eu já disse que não fiz nada, porra. Chega de agressão.

– O problema é que eu não acredito em você! – Mais um tapa.

– SÉRIO ELENA, PARA! – Ele gritou, e eu me assustei e acabei caindo da cama. O idiota começou a rir.

A risada dele parecia mais com um cavalo relinchando.

– Para de rir.. Quer apanhar mais?

– Deixa de ser criança.. Eu juro que não espalhei nada, eu nem poderia sonhar em criar mais confusões nessa escola, digamos que to sob condicional aqui. Acredita em mim. – Ele falou olhando bem nos meus olhos.

Eu sentia mais confiança nele quando olhava dentro dos olhos, e por um segundo eu até acreditei que ele estivesse falando a verdade.

– Ta bom – Respirei fundo. – Eu acredito em você, mas se ficar fazendo piadinha sobre isso eu quebro a sua cara.

– Ai que medo. – Ele revirou os olhos.

– É bom ter medo mesmo, porque você pode até ser grande, mas não é dois! E, ah, se alguém aparecer falando nessa historia, NEGUE COM A SUA VIDA, se você tem amor por ela. – Ameaçar era a unica coisa que eu sabia fazer, afinal.

Ele concordou com a cabeça, fazendo sinal com a mão tipo “você quem manda, capitão”, eu ia mostrar o dedo do meio antes de sair do quarto, até que ouvi alguns passos vindos do corredor e entrei em desespero.

– Damon. – Falei sussurrando, com medo de que alguém escutasse. – Eu preciso me esconder.

Ele concordou, e tirou os cobertores dando dois tapinhas na cama para que eu entrasse ali debaixo.

– Um lugar que eu não tenha que encostar em você. – Ele riu

– Ou é aqui ou é em baixo das camas. E tem mais sujeiras lá do que em qualquer outro lugar do quarto.

Bateram na porta e em menos de dois segundos eu já estava debaixo das cobertas do idiota, que pra piorar, tava sem camisa. Quem ele pensava que era? Jacob Black? “Por favor Elena, comparações com Crepúsculo são o fim”

– Damon? – Reconheci a voz do supervisor de dormitorios. Eu só tinha visto ele uma vez, mas sabia quem era. Tinha uma voz de caganeira.

– Pode entrar. – Ele disse, enquanto enfiava a mão nas cobertas tampando minha boca.

– Está tudo bem? Por que não foi assistir aula hoje? – O da voz de vômito perguntou.

– Eu dormi muito mal essa noite, e acordei meio indisposto!

– Estava passando mal, com febre? – Eu não via nada dali debaixo, nada além do corpo do Damon, que me dava náuseas, então fiquei metade do tempo com os olhos fechados.

– NÃO NÃO, NÃO SE APROXIMA DA CAMA! – O retardado não sabe nem disfarçar, socorro. – É que... Eu to meio gripado, e o senhor vai acabar pegando gripe. Mas fique tranquilo, já tomei remédio.

Ele era um péssimo mentiroso, pra completar sua lista de defeitos.

– Tem certeza senhor Salvatore? – A voz de vômito agora parecia meio desconfiada.

Até uma anta ficaria desconfiada na verdade.

– Tenho sim.. – Fingiu uma tosse.

– Qualquer coisa me chama.. – Pude ouvir a porta batendo logo em seguida.

Dei um pulo pra sair da cama o mais rápido possível.

– Você mente tão mal que agora eu tenho certeza que tava falando a verdade antes. – Ele revirou os olhos. Como eu odiava quando ele fazia isso.

Já estava prestes a sair do quarto quando ele me interrompeu. SERÁ QUE NUNCA VOU CONSEGUIR SAIR DAQUELE LUGAR, que fedia a meia suja por sinal.

– Elena.. Você vai na festa hoje a noite?

– Talvez, se o Stefan realmente for comigo. - Essa historia de pagar de namoradinha dele tava me cheirando mal..

– Stefan? – Ele me olhou confuso.

Não respondi, fiz sinal de “tchau” com a mão e saí do quarto correndo, pra não ser pega.

BONNIE’S P.O.V

“Vamos Bonnie, você consegue, não arrega, ele gosta de você”. Fiquei repetindo essas palavras na minha cabeça mil vezes enquanto caminhava em direção ao Jeremy. Não conseguia deixar de reparar no quanto ele era lindo: cabelo bagunçado meio caído no olho, braços fortes, cara de inocente e sempre com aquela carinha de sono.

Nunca entendi muito bem o nosso lance, era um tanto quanto estranho. A gente ficava junto sempre, rolava ciumes, não ficávamos com mais ninguém, mas tecnicamente não tinhamos nada. Ele nunca me pede em namoro.

– Oi Jer. – Disse enquanto me aproximava. Ele deu um sorriso. – A gente precisa de conversar..

– Oi Bonnie.. Eu tava querendo falar com você também! – A expressão dele me preocupou um pouco.

– Você primeiro então..

Ele suspirou, me fazendo ficar ainda mais ansiosa.

– Você sabe que eu gosto muito de você e que você é muito importante pra mim, não sabe? – Balancei um “sim” com a cabeça. – Mas não ta dando mais.

Como assim não ta dando mais?

– Acho que não entendi direito.. –Falei com dificuldade.

– Bonnie, eu e você.. Não da mais pra mim! O problema não é você, sou eu..

– Você é um idiota! – Não deixei que ele terminasse de falar.

Todos os dias da minha vida que eu passei gostando desse cara, foram total perca de tempo? Sério isso? Meu estômago tava embrulhado, e tudo que eu pensava em fazer era chorar e ficar relembrando da nossa conversa do ano passado:

“Eu não posso começar a gostar de alguém Jeremy, não posso me magoar de novo!” “Eu nunca vou te magoar, nunca vou fazer nada que possa te ferir mesmo que um pouco, confia em mim”

Confiei, e olha no que deu...

DAMON’S P.O.V.

– Já pegaram as bebidas né? – Perguntei, enquanto Stefan e Tyler estavam numa “guerrinha de dedões”.

Foi a cena mais ridicula que eu ja vi em toda a minha vida. Me segurei pra não xingá-los de todos os nomes que estavam vindo na minha cabeça aquela hora.

– Pegamos.. PARA STEFAN VOCÊ ROUBOU, CARALHO, EU TAVA FALANDO COM ELE.

– VOCÊ QUE FEZ A REGRA DO JOGO? NÃO! ENTÃO EU GANHEI..

– Vocês não estão fazendo isso. – Balancei a cabeça em negação.

Eles começaram a se bater, mas não do tipo de porrada que homem da em homem quando estão irritadas. Começou com um dedo no ombro, depois um empurrão, depois outro empurrão, e um olhando com cara feia pro outro no final.

EU MEREÇO.

Tinha acabado de sair do banho e só tinha vestido uma bermuda xadres, as marcas de unhas da gata selvagem da Elena ainda estavam vermelhas no meu braço, e um pouco na minha barriga.

– O que é isso aí Damon? – Stefan disse assim que parou com a infantilidade, apontando pras marcas.

– Tinha um.. Gato do lado de fora, muito arisco. Quando eu fui espantar ele, ele fugiu. – Não poderia contar a historia verdadeira, se não a metida a machona ia voltar e me bater mais ainda.

– Que estranho. – Ele disse enquanto se jogava na cama. – Nunca vi gatos por aqui.

– Nem eu! – Tyler se meteu.

– Stef, você é totalmente desligado.. E pro Tyler ter confundido um gato com um inseto pouco custa!

– Eu jamais confundiria um inseto com um gato.

– Tyler, ele só deu um exemplo.. Te chamou de burro. – Stefan explicou e eu ri.

– EU NÃO SOU BURRO. – A deusa interior do Tyler ficou irritada.

– Eu sei cara, eu sei, você é mó inteligente, só tava de brincandeira.

– Ufa.. – Ele suspirou aliviado, fazendo o Stefan ficar roxo segurando o riso. Na verdade, o pateta do Stefan ria de tudo.

O fato era que eu só tinha amigos burros, ou então, eu que era inteligente demais.

– E então, Tefinho.. – Tyler começou a falar. – Sua ex chega semana que vem, hm?

– Primeiro, TEFINHO NÃO!

– Oh, por que Tefinho não? – Interrompi. – É tão fofo. – Falei com sarcasmo.

– Cala a boca, CHAMITO!

– NÃO ME CHAMA ASSIM!! – É sacanagem ele usar meu apelido de jardim de infancia contra mim. Eu odiava quando me chamavam assim. Ganhei esse apelido quando derrubaram leite fermentado em mim e falaram que eu mijava chamito.. E os meninos mais velhos na época, falaram que quem mijava chamito nascia sem o orgão sexual masculino. EU ODIAVA ESSA PORRA DE APELIDO.

– Calma Chamito, a conversa ainda não chegou em você. – Tyler começou a se apossar do apelido. Revirei os olhos e joguei um chinelo que estava no chão na cara dele. Stefan riu.

– É TEFINHO. – Falei. – A REBEKAH CHEGA SEMANA QUE VEM, TEFINHO VAI FICAR NA FOSSA?

– Stefan não vai ficar na fossa. – Ele falou na defensiva. – Mas vem ela e o irmão dela..

– O KLAUS VEM? ELE NÃO TINHA SAÍDO DA ESCOLA? – A deusa interior do Tyler se exaltou de novo. Ele odiava o cara. – QUE DROGA MANO, QUE DROGA!

– Calma cara, a gente te proteje quando for apanhar dele de novo. – Zombei um pouquinho.

Depois de minutos perdidos discutindo sobre o nada, finalmente começamos a nos arrumar pra tal social. Quer dizer, eu e Stefan começamos a nos arrumar, Tyler pegou a primeira roupa que viu no guarda-roupa e vestiu. Já o Stefan ficou praticamente metade do tempo arrumando aquele cabelo.

– Gente. – Falei enquanto calçava meu tênis. – teve algum boato sobre a câmera hoje, ou sobre o que tinha nela? – Perguntei. Fiquei no quarto o dia inteiro com medo de que tivessem achado aquela droga.

– Cara, pelo jeito ninguém sabe onde ta a câmera. E o Matt não sabia o que tinha nela.. O Elijah foi quem ouviu e quem levou a culpa. E como ele ta de suspensão e vai ter que passar duas semanas fora da escola, ninguém sabe de nada.

Uma sensação de alivio tomou conta de mim. PELO MENOS DUAS SEMANAS DE PAZ.

– Falous caras, to indo buscar minha mina. – Tyler saiu, provavelmente se referindo a Caroline.

– Espera aí.. Eu vou junto, preciso falar com a Elena. – Stefan saiu atrás.

O que o Stefan queria com a Elena?

Não dei muita importância, ao invés disso peguei meu telefone e mandei mensagem pra algumas meninas do campus. Precisava de diversão hoje, depois do fiasco que foi minha ultima festa..

ELENA'S P.O.V

Eu tava com uma raiva tremenda da Bonnie.. Em que droga de lugar ela se meteu o dia todo? Me encheu o saco por causa do trabalho que iríamos que fazer, e me deixou SOZINHA COM O TOM FEDORENTO. E o pior é que até agora ela não apareceu. Certamente deve ta na farra com o quase-porem-não-namorado. Ninguém merece.

Sem contar que eu tive que aturar a loira azeda vibrando por causa do Tyler o dia inteiro. A Caroline conseguia ser a pior companhia do mundo todo quando queria. E quando não queria também. Tudo bem que agora nós somos meio que amigas, mas que ela é insuportável as vezes, ela é!

Ah, e pra completar meu dia, agora eu era uma mulher comprometida. Tinha como hoje ficar pior? POR FAVOR DESTINO, NÃO RESPONDA, eu sei que você não vai com a minha cara..

Já estava pronta pra tal festa, e a Caroline tava num dilema "Cabelo preso ou cabelo solto?"

– Sério, Elena.. Qual fica melhor? - Ela perguntou, se referindo ao cabelo de novo.

– Raspa a cabeça, seus problemas vão acabar. - Me referi tanto ao modo de pentear, quanto a tintura, que eu tinha CERTEZA que atrapalhava o raciocínio dela.

– DEUS ME LIVRE! - Ela fez uma expressão de dor. Fresca. - Sério poxa, o Tyler já já chega, e eu ainda não to pronta.

– Deixa solto mesmo, quando você prende a sua testa fica gigante! - Ela fechou a cara e eu gargalhei. - Desculpa Carol, mas é verdade.

– Eu sei, já me falaram.. - Ela não deu tanta importância assim. Que pena..

Terminei de amarrar meu sapato e a Caroline terminou de prender a alça do vestido. E nada da Bonnie aparecer. Ninguém tinha visto ela na escola, eu teria ficado até preocupada se não soubesse que não tem como ela ser sequestrada aqui nessa prisão, e bem.. As noticias ruins sempre chegam rápido, né?

Ouvi duas batidinhas na janela, e quando fui abrir era o Boy Magia da Caroline e meu novo namoradinho falso. Eu deveria mudar meu status?

Caroline vibrou. Ela ficava insuportável falando do Tyler, e mais insuportável ainda quando estava com ele.

– Oi gente. - Abri a janela.

– O que o Stefan ta fazendo aqui? - A loira azeda perguntou.

– Vim buscar a Elena.. Oi pra você também Caroline! - Ele sorriu.

– Você o que? Espera.. Stefan e Elena? - Ela deu três pulinhos batendo palmas. - Vocês formam um lindo casal.

– Epa epa epa.. Vai com calma ai, não queima o único neurônio que te falta falando merda.

– Ai Elena, pelo menos agora eu sei que você não vai morrer sozinha com esse seu mal humor.

AF.

Eles nos ajudaram a pular a janela e em seguida fomos pra festa. Tyler e Caroline ficaram se beijando, e nem eu nem Stefan queríamos ficar assistindo tal cena, então fomos na frente. Inclusive, o patetinha (no diminuitivo, apelido pro meu namorado. Não? não) tava extrapolando os limites segurando na minha mão. Mas me controlei pra não entortar nenhum dos dedos dele. No fundo ele era até um cara legal.

– Se me permite dizer, você até que ta bonita.

– Permito, agora que estamos namorando, você tem que me elogiar. O tempo todo! - Ele riu.

– Claro claro, namorada.

– Mas, aqui.. Realmente precisa das mãos juntas?

– Claro.. se vai me ajudar, ajude direito. Temos que chegar como um casal, e sair como um casal. - Bufei.

– Ta bom. Mas não me pressiona.. - Ele concordou com a cabeça. - É.. Stefan..

– Diga

– A gente vai ter que se beijar? - Perguntei na defensiva.

– Não Elena, imagina, seremos o único casal do mundo que não se beija! - Sarcasmo, é você?

– Eu só fiz uma pergunta..

– Sim, nós vamos ter que nos beijar. Mas não muito, e se preferir sem a língua. Só pra manter as aparências mesmo!

– Menos mal! - Falei aliviada.

– Estamos chegando..- Ele falou enquanto passava os braços em volta do meu ombro.

– A sua namorada não chega só semana que vem? - Ele fez um "sim" com a cabeça. - Então por quê precisamos fingir hoje?

– Por que a escola toda tem que saber antes, pra falarem no ouvido dela semana que vem, ué. - Faz sentido.

Assim que chegamos no local da festa, senti um mar de olhares acusadores e curiosos em cima da gente. O motivo daquilo eu realmente não entendia. Qual a porra da graça de um casal, de mentira, chegar junto?

– Anda, me da um selinho agora enquanto ta todo mundo olhando! - Eu não tive reação sobre aquele pedido estúpido, então ele segurou meu rosto e deu um selinho demorado. - Amor.. vou alí pegar bebidas. - Ele falou um pouco alto demais.

– Ta bom, "amor". - Virei pro lado procurando rostos conhecidos, e por acaso achei quem eu procurava mais cedo.

Bonnie estava muito bêbada no canto da festa, dançando com o vento, falando sozinha, e com a cara inchada de quem chorou o dia inteirinho. Decidi ir até ela, até que alguém segurou no meu braço, impedindo que eu saísse do lugar. Assim que fui me virar pra xingar a pessoa, dei de cara dois olhos azuis me encarando.

– O que você quer, Damon? - Perguntei sem paciência. Ele simplesmente ignorou..

– É isso mesmo? Justo o Stefan? - Perguntou em seguida, com um tom sério.