Paradise On Hell escrita por Gilbert


Capítulo 30
You feel vulnerable around me


Notas iniciais do capítulo

Geeeente, que demora né? Desculpa. Eu tava com bloqueio criativo, mas com a volta de tvd a criatividade voltou.
E QUE SAUDADE DE FAZER POV DO TYLER.
e mais, eu to apaixonada pelo Peter. Na minha cabeça ele é a coisa mais linda do mundo.

Ah, e obrigada pelos comentarios, eu li todos e realmente queria agradecer. Não respondi nenhum porque fui ler mt tempo depois, mas de verdade OBRIGADA. E continuem comentando, pra eu não desanimar a postar. Porque eu to animada com essa história de novo e pretendo fazer um update o mais rápido possível. (mas sem promessa, porque só Deus sabe se vou ter bloqueio criativo de novo).
Espero que gostem!

(OBS: a menina que recomendou a fic e falou que tenho um bom gosto musical OBRIGADA MTO MTO OBRIGADA, eu amo quando elogiam meu gosto musical. s2)



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Depois do beijo eu realmente não sabia o que pensar, quer dizer.. De novo? Tudo aquilo acontecendo, a minha cabeça estava confusa. Ainda mais depois do “eu te amo”. Eu não sabia se estava pronta pra dizer essas palavras também. Talvez eu o amasse, talvez não. Quer dizer, com certeza eu sentia algo muito forte por ele, mas no fundo eu tava com medo.

Mas no momento em que nos beijamos, tudo pareceu tão certo. Todos os problemas sumiram, assim como os barulhos do lado de fora. Era só eu e Damon, mais ninguém. E era exatamente por isso que eu sentia medo. Eu já tinha experimentado todos aqueles sentimentos antes, eu sabia que a possibilidade de dar merda era quase 100%, e não queria ficar dependente de novo (se é que eu já não estava).

Minha mente era completamente dependente dele. De pensar nele, de querer ele a todo momento. E agora ainda é, mas numa proporção muito menor do que quando eu era mais nova.

A ideia de eu me entregar de novo me aterrorizava e eu sei que isso é muito egoísta, que eu só estou pensando em mim, mas não tinha outro jeito. Não um jeito que fosse seguro, pelo menos.

– Damon, eu…

– Você não precisa dizer nada. Eu não esperava que falasse de qualquer forma.

– É só que..

Ele me fez parar com outro beijo. Que durou pouco, mas funcionou. Me deixou quieta.

– Cala a boca. - ele falou no final.

– Não seja grosso.

– A rainha da grosseria falando! - ele revirou os olhos.

– Exatamente, eu sou a rainha e não deixei você usar a grosseria. Só eu posso. - sorri

sarcasticamente, até atacar os lábios dele de volta.

A língua dele explorou cada centímetro da minha boca, e tinha um sabor incrivel. A verdade é que eu senti falta dos beijos desse idiota. Dos beijos de verdade, com sentimentos expostos. Diferentes daqueles que a gente trocava quando estávamos na cama, praticamente se escondendo um do outro enquanto não tínhamos nada pra esconder.

Nos separei mordendo os labios dele.

– O que isso significa? - perguntei, com um pouco de medo da resposta.

– O que você quiser. - ele respondeu.

– Pode não ser nada por enquanto? - minha voz estava quase inaudível.

A expressão dele caiu um pouquinho, mas no final ele concordou e deu um sorriso. Mas eu sabia que não era um sorriso do tipo bom, até porque ele ficou quieto o resto da noite e se recusou a falar comigo.

Voltamos pra festa, que durou pouco depois que os noivos saíram em lua de mel. Foi estranho voltar pra casa só com Tyler, Stefan e Damon. Eu e mais três homens.

– Acho que agora temos que procurar um lugar pra ficar. - Stefan falou quando chegamos, sentando do meu lado no sofá.

– GRAÇAS A DEUS. - respondi, de brincadeira e ele me deu um tapa de leve no braço. - Brincadeira. Por mim, vocês podem ficar. Desde que ajudem a pagar as contas e etc.

– Ah, droga, tava esperando estadia de cortesia. - ele fez um biquinho.

– Nunca nessa vida.

Ouvimos um barulho da cozinha, como se algo tivesse caído no chão. Mais como uma explosão. Fez com que eu e Stefan déssemos um pulo e nós dois fomos correndo até a cozinha.

Demos de cara com um Tyler todo sujo de ketchup, assim como o chão, e com um sorriso estúpido na cara. Ele pegou um pouco de chips de um pacote e passou nele mesmo, em seguida comeu. Fiz uma careta.

– Querem um pouco? - ele perguntou e continuou comendo o ketchup dele mesmo.

– Eu devia comprar uma casa de cachorro pra você ficar. - revirei os olhos. - eu quero TUDO limpo até amanhã, ou eu juro por tudo Tyler Lockwood, eu arrebento a sua cara com o pau da vassoura.

Ele arregalou os olhos e depois caiu na risada.

– Eu não tenho medo de você. - ele falou.

Franzi o cenho e fui até ele, agarrei a gola da camisa social dele sem nem me importar com a sujeira e olhei dentro de seus olhos. A expressão dele mudou pra uma expressão de medo. Na verdade, não de medo, mais de preocupção. Eu realmente poderia arrebentar a cara dele com um cabo de vassoura.

– Nunca mais repita essas palavras. - avisei e dei um beliscão no braço dele.

– AAAAAAAIIII SUA CADELA. - ele choramingou e eu ri.

– Vai limpar essa bagunça.

Ele murmurou um Ok, e Stefan não conseguia parar de rir observando ele pegar o pano pra limpar.

Desde que tinhamos chegado, eu não vi Damon. Eu não sabia se devia procurar por ele, se devia chama-lo ou algo do tipo, mas quando vi que a porta de seu quarto estava fechada, e a luz apagada, resolvi não incomodar. Talvez ele estivesse com raiva, magoado, por eu preferir esperar, e eu realmente não tava com paciência pra desabar na frente dele de novo. De qualquer maneira, o que tivesse que acontecer podia esperar até o outro dia.

TYLER P.O.V.

Eu não era muito bom com matematica, essas coisa de número realmente não são a minha praia, mas eu sabia que fazia um bom tempo desde que eu não ia até a lanchonete, pra ver a garçonete gostosa.

Como era o nome dela mesmo? Ah… Loren! Ela é maravilhosa. Nesses ultimos dias, quando eu tava estressado por causa do casamento da Care e do Klaus, ela era tudo o que me acalmava. E a gente nem tinha saído. Mas, cara, pensar naqueles peitos…

Lembro também que eu ia me filmar pedindo-a em namoro, mas todo mundo ficou dizendo que era algo que eu não devia fazer, e é dificil trabalhar só com críticas. Tudo o que eu precisava era de uma audição, eu precisava de um papel em alguma série, programa, filme, qualquer coisa que fosse me fazer famoso. Não importa se ser um ator não é muito diferente de ser modelo. Eu não queria deixar de ser, de qualquer forma.

– Stefan! - joguei uma almofada no cabeçudo, que estava na cama ao lado, fazendo-o me encarar com aquele olhar ameaçador - A gente vai sair.

– Aé? Pra onde? - ele não desviou o olho do livro que tava lendo.

Se tinha uma coisa que me irritava, era quando as pessoas não olhavam pra mim quando eu falava.

– Da pra olhar pra mim, porra? - pedi e ele fez uma expressão preguiçosa.

– Nah. Odeio cara feia essa hora da manhã.

– Ha. Ha. Engraçado. Mas é que eu quero ir naquela lanchonete, com a garçonete gostosa.

– E o que eu tenho a ver com isso?

– Eu vou chamar ela pra sair de novo, e não quero levar um fora. Então você vai ter que me elogiar e tal…

– Vou ter que encher a sua bola pra uma garota que ja te deu mil foras? - ele revirou os olhos.

– O QUE??? NÃO! VOCÊ NÃO VAI TOCAR NAS MINHAS BOLAS, LOUCO.

– É uma expressão Tyler, puta que pariu.

Que tipo de expressão fala que vai encher a bola do outro cara? Que doente!

– Não foram mil foras, foram 21… Mas ok, se não quer ir, vou pedir pro Damon. - cruzei os braços.

– Ele ta muito envolvido com os próprios dramas pra te dar atenção.

– Nossa, eu odeio vocês dois, sabia? Dois egoístas. Eu to numa seca dificil aqui, da pra mostrar compaixão?

Stefan revirou os olhos, bufou alto, fechou o livro e virou pra mim, finalmente.

– Isso vai te fazer calar a boca?

– Sim!

– Ok, então vamos. Mas se ela não sair com você dessa vez, eu nunca mais vou deixar você chegar perto daquele lugar.

– Feito.

Stefan foi quem dirigiu, porque eu na verdade nem lembrava muito bem como chegava até aquele lugar.

Quando chegamos, a primeira coisa que procurei foi ela, e vi que ela estava atendendo uma mesa no canto. Eu e Stef fomos nos sentar nos banquinhos do balcão. Eu tinha que fingir que não tinha pensado muito nela, então não podia já ir falando com ela de uma vez (tinha que usar a inteligencia, há).

Finalmente ela terminou de atender a mesa e foi até o balcão.

– Olá, vocês querem… Você! - ela parou e me encarou, do outro lado do balcão.

– Eu. - dei uma piscada, e Stefan segurou o risinho idiota do meu lado. - Quero uma panqueca doce.

– Anotado… E você, bonitão? - ela se virou pro Stefan.

Opa! Bonitão?

– Nada, obrigado. - ele sorriu.

– O bonitão aqui sou eu. - avisei.

– Que? - ela perguntou, depois que deixou o pedido preso na parede.

– Ele não é o bonitão. - falei de novo. - Sou eu. - sorri.

– Acho que não… - ela deu um sorriso irônico.

– Sabe, eu sou um ator… Ele é um escritor. Atores são bonitos, escritores não.

– Pra você ser um ator, tem que começar a trab.. - dei um chute no Stefan antes que ele terminasse a frase.

– Ah, então você é um ator? - fiz que sim com a cabeça. - Que filme você já fez? - eu senti o desafio e a duvida na sua voz.

– É, bom… Então. Eu to esperando o resultado das audições…

– Audições? - Stefan perguntou e eu dei outro chute nele.

Será que ele não entendia que tinha que calar a boca? Não sei onde eu estava com a cabeça quando resolvi chamar ele.

Loren riu.

– Eu posso não ser um ator ainda, mas eu sou modelo.

– É, eu acho que já te vi em alguma revista. Mas também já vi ele, então isso não te faz mais bonito que ele. - ela sorriu e Stefan riu.

Eu ia arrebentar a cara dele.

– Porr...Poxa. Dá pra facilitar pra mim um pouco? - reclamei e ela riu.

– Tenta facilitar no cinema, sexta, 20h.

– Não sei, sexta…

– TYLER! - Stefan me olhou.

– O que? - ele continuou me encarando, e a Loren revirou os olhos, e então…

– AAAAH!!! Você ta me chamando pra sair?

– Foi tão dificil entender assim? - ela sorriu.

– Tipo um encontro mesmo?

– Aham, e você paga. - ela piscou e deixou a minha panqueca em cima do balcão, depois foi atender a outra mesa.

Tyler wins, finalmente.

ELENA’S P.O.V.

Ai meu Deus, eu estraguei tudo de novo né?

Sim, claro que sim, eu sempre estrago tudo… Eu precisava de falar com alguém.

Caroline?

Não, Elena, Caroline não ta em casa. Ela não vai voltar pra casa. Essa nem é a casa dela mais. Droga.

Eu precisava de falar com alguém, na verdade eu só precisava falar. Mas odiava conversar comigo mesma, porque eu não me compreendia, e ainda perdia a paciência comigo mesma.

Dei um pulo quando meu celular vibrou no meu bolso. Puta que pariu. Na tela mostrava o nome do meu pai.

– Oi pai. - atendi, tentando fazer uma voz animada. Não deu certo.

– Oi filha. - uma voz muito mais fina fingindo ser a do meu pai falou. Peter.

– O que você quer pestinha? - perguntei, enquanto me joguei na cama.

– O meu cachorro! - ele respondeu, agora com a voz normal.

– Que pena, de cachorro já basta você meu amor. - dei uma risada e ele grunhiu. - Ta vendo?

– É sério, eu quero meu cachorro ou eu nunca mais vou te deixar em paz.

– Você já não me deixa em paz e eu consigo viver com isso.

– Então eu vou conseguir o telefone do cara do olho azul…

Arregalei os olhos um pouco.

– Que cara do olho azul? - me fiz de desentendida.

– Você sabe bem de quem eu to falando. Melhor, eu vou conseguir o telefone da Caroline, vou falar pra ela do cara do olho azul. Ah, também vou falar pro papai. Mas ainda quero o telefone do cara do olho azul, pra conversar com ele sobre você.

– Você não vai conseguir o telefone dele.

– Ah é? Porque eu tenho quase certeza que meu pai deve ter.

Gente! Eu criei um monstro.

– Já não era pra vocês estarem do outro lado do planeta? - perguntei.

– Vamos ficar mais uma semana, mamãe tem que encontrar umas amigas.

– Maldita Jenna.

– Peter! Você ta usando meu celular? - papai gritou, um pouco distante.

– Pai, eu to falando com a Elena… Sabia que ela ta namorando?

– Não entendi, o que você disse?

– Merda, ta bom Peter, eu te levo pra comprar a droga do cachorro. Manda papai te trazer aqui daqui a meia hora. - desliguei o telefone.

SÉRIO, O QUE EU FIZ PRA MERECER ISSO? “quer uma lista?” uma vozinha falou na minha mente. Por isso que eu odeio falar sozinha, eu sou insuportável.

Exatamente 15 minutos depois, a campainha tocou, e era ajudante do beuzebu. “Ele é seu irmão, afinal de contas!”

Por Deus, eu estava insuportável.

Abri a porta com toda a má vontade do mundo pra ver o moleque sorridente, dando as mãos para o John, parado na porta. Aquele sorriso de anjo quando tava perto do papai podia até enganar todo mundo, mas não a mim.

– Você realmente vai dar um cachorro pra ele? - meu pai pergunto.

– Parece que eu não tenho escolha. - suspirei e Peter riu.

– Mais tarde eu venho buscar ele. - me deu um beijo na testa e se despediu.

Eu e peter entramos no carro, e eu não deixei de perceber que ele usava roupas muito, MUITO infantis para a idade. Eu era a profissinal da moda ali, e ele era meu irmão. E eu precisava de um passa-tempo.

– Ok. Eu vou te dar o cachorro, eu te dou o cachorro mais caro e bonito da pet shop, se você deixar eu te levar pra fazer compras e mudar seu guarda roupa.

– Um cachorro e roupas novas? Feito. - ele mostrou o sorriso sem um dente me fazendo rir.

– Mas eu que vou escolher.

– O cachorro?

– As roupas.

– Ta.

Eu realmente levei ele na pet shop mais cara de toda Califórnia. Eu odiava o pessoal que trabalhava ali. Eles vendiam um monte de coisas de ANIMAIS e ainda achavam que eram as pessoas mais importantes da América. Mas, se eles achavam que eram sem educação o suficiente, é porque nunca me conheceram.

– Posso ajudar? - uma loira com peitos de silicone e uma cara de vadia barata perguntou.

– Eu quero um cachorro. - Peter respondeu.

– Sim, ele quer um cachorro. - confirmei.

– Na verdade, eu quero um Husky.

– Um Husky? - eu perguntei meio exaltada demais, porque até onde eu lembrava, era realmente caro.

A atendente deu uma risadinha.

– Talvez você deva escolher uma raça mais barata, sabe… - ela me deu uma olhada de deboche.

Uma palavra: sebosa!

– Verdade, qual o preço da sua raça? - perguntei e devolvi a mesma cara. Eu pude ver o ódio se formando em seus olhos e Peter não parava de rir do meu lado.

– Olha, eu não vou aceitar esse tip…

– Só leva a criança até a droga do cachorro!

Ela murmurou mas obedeceu.

Tinham muitas raças pra escolher, muitas raças mais baratas, mas é CLARO que Peter ia querer a mais cara.

– Nós temos dois filhotes, o marrom e o cinza.

Quando Peter chegou perto, o cinza correu e pulou em cima dele, começando a lamber seu rosto e eu juro, eu quase sorri vendo ele tão feliz.

– Bom, acho que vai ser o cinza.

– Ok. Aqui nós só aceitamos à vista, ta? - a sebosa me encarou, com desgosto. - Então se tiver…

– Você realmente acha que eu não tenho dinheiro pra pagar? - apertei os olhos.

– Eu não disse nada, mas a julgar pelos seus modos.

– A julgar pela sua atitude, eu realmente tenho outro trabalho em mente pra você.

– Você acha que é engraçada né? Escuta aqui, querida…

– Não me chama de querida.

Antes que ela pudesse responder, um barulho nos assustou. Era praticamente o estouro, algo caindo no chão. E depois penas voaram para todo o lado e pintinhos não paravam de piar. Era barulho de pio, cacarejo e da risada do Peter. O cacarejo foi até confundido com os gritos da atendente.

– SEU PESTINHA!!! - a moça gritou.

– EI, SÓ EU POSSO CHAMAR ELE ASSIM!

– Você é louca! Completamente louca! Vocês dois são.

– Ei, só eu posso chamar ela de louca. - ele franziu o cenho, mas não aguentou e começou a rir de novo quando viu que tinha uma pena no alto da cabeça da mulher.

Os pintinhos rapidamente se espalharam pra todo o canto, e a loja que antes estava impecável para uma pet shop, agora estava um caos.

– E então, onde eu posso passar o cartão? - sorri, e depois sussurrei pro Peter. - Bom trabalho.

Nós dois saímos da pet shop e dentro do carro não paramos de rir. O pessoal daquela loja mereceu, e eu realmente não era a mãe dele pra dar sermão, então tudo o que eu fiz foi parabenizar. Provavelmente, se fosse eu no lugar dele, teria feito até pior.

Peter começou a acariciar o pelo do cachorrinho que estava no seu colo.

– Qual vai ser o nome? - perguntei.

– Lean.

– Por que?

– Lion é muito óbvio, então vai Lean. - ele sorriu olhando pro Lean.

– Boa escolha.

– Lean deixou uma surpresinha na cadeira da moça da loja! - ele sorriu, com aquela cara de quem não vale um centavo.

– Awn, cachorro lindo!

Depois, como combinado, eu levei ele pra fazer compras. E ele ficou a coisa mais linda do mundo com as roupas novas. Eu até ia cortar o cabelo, mas aqueles cachinhos de anjo combinavam com a personalidade do mal.

Quando meu pai veio busca-lo, eu juro que até fiquei triste.

DAMON’S P.O.V.

Ouvi três batidas na porta do quarto. Eu não tinha saído da cama o dia inteiro, aliás, só pra comer. Tava sem ânimo de tudo. Eu realmente, no fundo, sabia que Elena não iria facilitar as coisas, mas fiquei desapontado pra cacete quando ela disse que nós não eramos nada.

E pra piorar, ainda briguei com meu pai, porque ele realmente achava que eu devia exercer a profissão de advogado, seguir os negócios da família. Como se ele soubesse o que é melhor pra mim.

– Entra. - finalmente respondi.

Elena entrou no quarto e eu fiquei um pouco surpreso por vê-la.

– Hm, você…

– Desapontado?

– Surpreso.

Ela se sentou na beira da cama, ficou uns segundos olhando pro chão e depois olhou pra mim de novo. E voltou a olhar pro chão. Ela estava me dando nos nervos, mas ao mesmo tempo era tão… Ela era tão… Linda.

– Ta, abre o bico. O que você quer? - perguntei, mas não contive o sorriso.

Mrs. Cold - Kings Of Convenience

– Pedir desculpas?! Eu acho… Não sei pedir desculpas, mas tudo bem.

– Pelo quê?

– Sei la, quem ta bravo é você.

– Quem disse que eu to bravo? - perguntei e ela me lançou um olhar. Aquele do juízo final, que é sarcástico, e que me chama de idiota nas entrelinhas. - Ok, eu to bravo.

– Por que?

– “Pode não ser nada por enquanto?” - fiz uma imitação mal feita da voz dela.

– Eu não falo assim. - ela fez uma careta.

Revirei os olhos e ela riu.

– É sério que é isso? - ela perguntou e eu balancei a cabeça fazendo um "sim". - Você é muito dramático as vezes.

– Só não gosto da ideia de ser um nada pra você. Porque você definitivamente é alguma coisa pra mim. Isso é pior que rejeição. - falei, e era meio evidente o quanto aquilo tava me afetando.

Ela arqueou uma sobrancelha, mas sua expressão mostrou que ela também estava tão afetada quanto eu.

– Eu não to te rejeitando...

– Mas parece!

Do nada ela subiu um pouco mais na cama, até ficar exatamente do meu lado e se deitar, me puxando e colocando meus braços em volta dela. Nossas pernas se entrelaçaram e ela deitou a cabeça no meu peito. Era aquela tipica cena de um filme de romance qualquer. Bem clichê. Mas eu me senti tão bem.

Ter ela nos meus braços era, sem dúvida alguma, a melhor coisa que eu poderia querer. Sentir o seu perfume, o cheiro de seu cabelo, o corpo dela contra o meu. Quando a gente tava assim, juntinho, era quando eu tinha certeza que ela não era tão durona igual parecia. Ela era a minha Elena.

– Por que isso? - perguntei finalmente, e a abracei mais forte.

– Pra você saber que você é mais do que “nada”. - eu ri.

– Isso nem faz sentido. - ela riu também.

– Me beija logo. - Elena pediu e fez um biquinho.

E então eu obedeci. A sensação daqueles lábios contra os meus era algo que eu nunca iria me acostumar. Era bom demais pra se acostumar. Poderia passar mil anos, eu ainda ia sentir meu corpo inteiro respondendo a ela e o frio na barriga quando nossas línguas se encontravam.

– Eu também te amo. - ela falou entre o beijo.

É inexplicável a felicidade que eu senti.

(continua…)


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