Paradise On Hell escrita por Gilbert


Capítulo 29
Scared you'll forget about me


Notas iniciais do capítulo

Eu to com medo desse capitulo ter sido uma bostaaaAAA porque eu me perdi um pouco nessa merda na hora de escrever E REALMENTE nao ha forças pra ler ele de novo.. Se ficou ruim sejam sinceros (mas não sejam maus)
e eu queria dizer que cheguei a 6.000 visualizações E MSM Q NAO COMENTEM, OBRIGADA.
e eu vou demorar a postar novamente, mas nd demais ta migos nao se exaltem.



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CAROLINE'S P.O.V.

É logico que eu estava surtando, quer dizer, quem não estaria? Faltava pouco tempo e eu iria casar. CASAR. Significa se amarrar com alguém, nunca mais transar com outra pessoa, beijar na boca também não. É tão difícil! Eu amo o Klaus, mas não tem como não pensar nisso numa hora dessas. Talvez estejamos sendo muito precipitados nessa decisão. Casamento é algo sério demais.

Mas se estivermos errados, na verdade, é tarde demais. Porque aqui estou eu, vestida de noiva, numa suite, esperando a hora certa pra sair daqui e dizer "eu aceito", na frente de 300 pessoas.

– Você está linda, filha. - Minha mãe falou, enquanto arrumava meu cabelo.

– Obrigada.

Minha voz saiu mais falha do que o normal. Eu tava tentando segurar o choro. Mas não era choro de tristeza, e sim de emoção. Apesar de algo dentro de mim gritar que pode dar muito errado, outra parte gritava de alegria. Eu estava casando com o homem da minha vida. Não pode ser tão ruim.

– Você está muito nervosa Caroline, tente se acalmar, ou vai começar a suar e borrar a maquiagem.

– Mãe, assim você só me deixa mais nervosa ainda.

Me sentei em um dos pufs, com cuidado para não amaçar o vestido.

– Tudo está lindo la em baixo, e acredite, John estava com Klaus, e disse que ele não parece muito mais calmo.

– Espero que ele esteja quase morrendo de nervosismo. Porque assim morremos juntos. - abaixei a cabeça apoiando-a na mão. Minha mãe riu um pouco.

Olhei pro lado e Elena estava sentada, distraída mexendo no celular sem parar. As vezes ela dava um risinho abafado, mas quase o tempo todo só sorria feito uma retardada. Se eu não a conhecesse bem, diria que estava trocando hot text com alguém.

– Elena!? - chamei, mas ela não pareceu ouvir. Quando eu disse que ela estava distraída, eu quis dizer que estava muito. - ELENA! - gritei e ela se assustou.

– OI. - respondeu no mesmo tom. - desculpa, eu to ocupada.

– Uhum, to vendo. Ta falando com quem?

Ela guardou o celular no mesmo instante.

– Com ninguém.

– Elena, querida, está de casinho com algum rapaz? Eu conheço essa cara. - Minha mãe perguntou.

Elena fez uma cara feia.

– Não é da sua conta. Na verdade, não é da conta de nenhuma das duas. Shh.

– Então ela ta mesmo. - Coloquei a mão na boca.

Provocar a Elena tava sendo uma distração, e minha mãe caiu na brincadeira.

– Sim, ela está. - Mamãe disse.

– Não estou, e não comecem. vocês estão o que, na quarta série? - ela bufou, e nós duas rimos.

– Por que esse nervosismo todo?

– Porque as duas estão me irritando. - ela cruzou os braços.

– É só brincadeira, querida. E Caroline, se preocupe com o seu casamento.

– Trocou de lado mãe?

Ela revirou os olhos e começou a mexer na presilha do meu cabelo de novo, até o celular dela começar a tocar.

– Alô? - ela ficou em silêncio, assim como eu e Elena. Na verdade, Elena voltou pra droga do celular. Tem coisa aí... - Tudo bem John, já desço. - ela desligou o celular. - Meninas, eu tenho que descer, Peter quebrou um enfeite pequeno, e o John está com medo de que quebre mais coisas. Preciso vigiar.

Peter era nosso irmão.

– Aquele pestinha não consegue ficar parado? Mãe, eu preciso de você. - Choraminguei. - A Elena vigia ele.

– A Elena o que? - Perguntou em terceira pessoa, tirando os olhos do celular.

– Larga o namorinho virtual e vai vigiar o Peter.

Ela riu ironicamente.

– Eu podia jurar que ouvi você dizendo pra eu virar babá do capeta.

– Não fala assim do seu irmão. - Minha mãe reclamou.

– Sério Elena, vigia ele um pouquinho, se minha mãe sair daqui eu morro. - pedi. Tava quase implorando, na verdade.

– E o que eu ganho com isso?

– Eu te ajudo a transformar meu quarto numa academia. - prometi.

A ideia de que eu ia me mudar tava começando a ecoar na minha cabeça. Elena ficou pensativa, mas depois sorriu.

– Ok. Mas Jenna, se eu pendura-lo numa árvore pra ele ficar quieto, você vai ficar brava?

Mamãe riu.

– Claro.

– Droga.

E ela desceu.

– O que foi Caroline? - minha mãe perguntou. - Eu percebi que você está muito tensa.

– Só to com medo do futuro.

– Filha, eu achei meio precipitado tudo isso, mas se você o ama, e se ele te ama, não há com o que se preocupar. Deixa que o destino se vira sozinho. - Ela beijou minha testa.

– E se der tudo errado?

– Você faz dar certo.

– Eu não..

– Caroline, você imagina seu casamento desde os cinco anos, você vai saber se virar.

Talvez ela esteja certa. Eu devo deixar rolar, né?

ELENA'S P.O.V.

A pior coisa que meu pai fez, depois de se casar com outra, foi ter um filho com outra. Sério, eu até gostava do pestinha, mas ele não fazia falta alguma antes de nascer. Sério. É a criança mais perturbada que existe nesse mundo! Uma vez, eu fui dormir na casa de papai, e ouvi um barulho de madrugada, quando fui seguir o barulho (tipo naqueles filmes de terror, com a cabeça doendo de tanto medo) ele estava na cozinha, com todos os meus sutiãs servindo de elástico para jogar manteiga na parede. Depois desse dia eu não duvidei de nada que ele fosse capaz de fazer.

Procurei pelo pirralho por todo o salão, e o encontrei no jardim, pendurado na grade que separava a grama do lago, jogando pilhas pros peixes. Sim, pilhas.

– PETER! - gritei, ele assustou e escondeu as pilhas, desceu da grade e sorriu. - Não vei com esse sorrisinho não, seu diabinho, eu vi o que você fez.

– Foi só uma pilha, ta? Nada demais. - ele falou, abrindo aquela grande boca faltando um dente da frente.

Ele era um menino bonitinho, tinha grandes olhos cor de mel, cabelos loiros quase caindo nos olhos, e uma cara de santinho que só papai e jenna compravam. Ele era um pestinha fantasiado de criança.

– Você pode ter matado algum peixinho, ou qualquer outro bicho. - me aproximei e o tirei daquele canto puxando-o pelo braço. - Peter, você vai ficar quietinho do meu lado, se aprontar alguma eu te dou uma surra.

– Se me bater eu conto pra minha mãe. - ele apertou os olhinhos, achando que ia me colocar medo.

– Realmente, ISSO vai me fazer não te bater. Se liga, o que ela poderia fazer comigo?

– Te proibir de ficar perto de mim.

– Isso seria um prêmio. - sorri e ele mostrou a língua. - Eu to avisando, nada de gracinha.

– E o que eu ganho com isso?

– Eu te compro uma bala, sei la...

– Bala não, me compre um cachorro. - ele mostrou o sorriso sem um dente novamente.

– QUÊ?

– Único jeito de eu ficar quieto.

Pensei um pouco. Eu poderia prometer e depois não dar. E assim ele ficaria quieto.

– Ok, eu te compro um cachorro, mas pode ser amanha né?

Ele ficou meio pensativo, e depois balançou a cabeça positivamente.

– Pode.

– Ótimo, agora me de a mão, e finja que é um rapaz comportado. Vamos ficar sentados até a cerimônia acabar, depois a gente vai comer alguma coisa e você será trabalho do meu pai e da Jenna.

Ele arrumou o cabelo, a gola da blusa e depois me deu a mão.

– Comportado o suficiente?

O analisei e fiz uma careta.

– Quase... Ah droga, Peter, eu lembrei que vou ter que ficar em pé quando os convidados e o Klaus chegar, porque sou a madrinha. Mas por favor, fique sentadinho e bonitinho lá na frente, onde eu possa te ver, e vamos sair pra comprar seu cachorro amanha de manhã, já que vão passar a noite na cidade.

– Eba! Sim, vou ficar quieto. - ele fez sinal com os dedos, como se fosse uma promessa.

– Ótimo.

Nós entramos no salão e nos sentamos nas cadeiras da frente. O salão estava vazio, bom, quase.. Damon e Stefan estavam no outro canto conversando. Eu dei uma encarada desfarçada, mas Damon pareceu perceber. Ele deu um sorriso de lado e meu celular vibrou.

"Você é mais legal quando ta me encarando do que por mensagem" Era uma mensagem dele.

Revirei os olhos. Eu quase entrei em panico quando a Caroline percebeu que eu estava falando com alguém por mensagem. Bom, esse alguém era o Damon, e a gente tinha trocado mensagens provocativas praticamente o tempo todo. Eu juro que essa pseudo-relação estava me enlouquecendo.

"Você é mais legal...Ah, desculpa, você não é."

A resposta veio quase que no mesmo segundo: "Seu vestido está lindo, se importa se eu tira-lo no final da noite?" Encarei a tela do celular por alguns segundos, ainda sem acreditar no que estava lendo. Damon era inacreditavelmente cara de pau.

"Tenho outros planos, vai ter que passar a noite se masturbando". Pude ouvir a risada dele de longe. "Eu amo quando você fala sujo comigo" foi o que me respondeu.

– Já entendi tudo. - Peter falou do meu lado e eu imediatamente bloqueei o celular.

– Entendeu o que? - o encarei.

– Você e aquele cara do olho claro tão de nhe-nhe-nhe, namorinho. Eca. - ele fez uma careta e eu fiquei uns segundos sem saber o que falar.

– Você só pode ser louco né, peste. - foi a melhor resposta que pensei, e de bônus dei um tapinha na cabeça dele.

– Eu sei que estão, não sou bobo.

– É sim, e cala a boca.

Ok, eu estava no meio da discussão mais infantil da minha vida.

– Ele devia receber uma medalha pra te aguentar. - ele começou a rir e aquela risada fina era a pior do mundo. - Elena ta namorando, Elena ta namorando...

– Peter, eu to falando sério, cala essa boca banguela sua, a não ser que queira perder mais um dente. E eu não to namorando, ainda mais com aquela... Coisa. - fiz uma careta.

– Você não me engana Lena, mas vou fingir que sim, só que isso vai custar 5 pratas.

– Cuidar de você ta me saindo bem caro.

Entreguei o dinheiro pra ele, e ele começou a rir de novo.

– O que foi agora?

– O fato de você ter me dado o dinheiro, só confirma que a historia é verdadeira.

Dei um tapa na minha testa e balancei a cabeça negativamente. Quando foi que ele se tornou tão esperto?

Depois de algumas horas, a cerimônia começou, e eu pude sentir o nervosismo de Caroline assim que ela começou a caminhar até o altar. Fiquei com medo de que por um segundo ela vacilasse e fizesse alguma merda. Klaus parecia tão feliz e não conseguia parar de sorrir. Eu estava tão feliz pelos dois, e ao mesmo tempo nervosa, com medo de perder minha melhor amiga. Quem diria né? Eu com medo dessas coisas. Acontece, as vezes os sentimentos aparecem.

Eu me senti de volta a escola naquela festa, vendo Rebekah e Elijah. Ambos lindos de morrer, e Elijah estava MARAVILHOSO. Meu Deus.

As mãos de Carol estavam tremendo, mas ela começou a falar seus votos:

– Então, eu acho que todos já notaram meu nervosismo, né? - ela falou, enquanto deixava os papeis escritos de lado. - Bom, eu realmente estou, mas acho que por isso não vou precisar de falar o que esta escrito ali, e sim o que esta no meu coração agora. - ela respirou fundo. - Depois de horas praticamente pirando antes do casamento, eu percebi que o único motivo de eu estar me sentindo assim é porque te amo demais. Você não foi meu primeiro amor, e não posso dizer que será o ultimo. Mas posso dizer, que agora, aqui, de frente a você, que eu não quero ter mais ninguém além de você. O motivo de eu estar nervosa é o medo. Medo de não ser boa o bastante, porque você é ótimo. Você me ensinou tanta coisa, e eu te amo acima de tudo. Te amo acima do próprio amor, e hoje estou te entregando meu coração. E por favor, nunca o devolva.

Nessa hora, Jenna já devia estar desidratada de tanto chorar. Eu quase chorei, admito. Mas não gosto de chorar em publico e segurei o máximo que conseguia. Klaus também chorava, mas se recompôs, era sua vez de falar os votos.

– Eu sabia que te amava desde o primeiro momento que coloquei meus olhos em você, a alguns bons anos atrás. Você foi a melhor coisa que me aconteceu, e nunca deve se preocupar em ser boa o bastante, porque você é. Na verdade, você é melhor. O seu amor é o que me conforta, o que me faz bem, o que me faz sorrir todos os dias quando acordo e penso "eu to com ela". Caroline Forbes, você é a unica mulher que eu amei verdadeiramente. A unica que me conhece dos pés a cabeça, e a unica que eu quero passar o resto da minha vida. Eu te amo.

Estava bem complicado segurar as lagrimas.

Ambos sorriam um para o outro, até que colocaram as alianças, falaram o "eu aceito" e se beijaram. Metade do salão estava caindo em lágrimas, e eu as segurando o máximo que podia. Eu não estava com vontade de chorar só por causa do casamento, a minha vontade de chorar vinha apenas da ideia do amor, e um nome...

Me tirando de meus pensamentos, os pombinhos anunciaram que ia começar a festa, e que era no salão do lado, que era tão grande e tão lindo quanto o primeiro. Com um gigante jardim separando os lugares. Havia tanta comida que eu nem sabia por onde começar a comer, e tanto enfeite que eu não sabia pra onde olhar.

– Eu acho que nunca vou casar. - Peter falou. Por um momento eu tinha esquecido que ele estava ali, pois estava tão quieto.

– E por que não?

Nós estávamos sentados numa mesa sozinhos, porque papai e Jenna estavam ocupados fazendo não sei o que. Talvez se fingindo de mortos pra eu ter que ficar cuidado do pestinha.

– Beijos são nojentos, e eu não sei se alguém me aguentaria. - ele falou com a boca cheia de salgadinho.

Me deu uma vontade de rir, porque (tirando a parte do beijo) ele pensava exatamente igual a mim. Na verdade, chega a ser bizarro no quanto ele se parece comigo, e deve ser por isso que eu não o suporto as vezes mas o amo incondicionavelmente outras.

– Sabe que eu também acho isso?

– Que ninguém vai me aguentar?

– Não, disso eu tenho certeza.. Mas eu também acho que nunca vou casar porque ninguém vai ME aguentar.

Ele arqueou as sobrancelhas.

– Você é meio insuportável mesmo. - deu de ombros.

– Come isso ai e fica quieto. - apertei os olhos.

Meia hora depois meu pai finalmente veio cuidar do Peter e eu fiquei livre. Se eu vou me casar, eu não sei... Mas definitivamente não quero ter filhos.

Aproveitei que Caroline estava sozinha enquanto Klaus conversava com os irmãos, e fui ate ela.

– O que eu vou fazer sem você? - a abracei.

– Não sei.. Você ta completamente perdida.

Uma lagrima escapou do olho dela e eu senti pingando no meu ombro.

– Ai Caroline esse choro quebrou o clima.

– Foda-se, só me abraça.

– Quando aprendeu a falar palavrão?

– Convivência.

Não é como se ela fosse mudar de cidade, ela ia morar em outro lugar, apenas. Mas estava doendo mais do que eu conseguia admitir.

– Você é a melhor irmã que eu poderia ter, eu sei que eu não falo isso muito...

– Não fala nunca. - ela sorriu.

– É... Mas...

– Eu sei.

– Essa é a parte que vocês se beijam? - Alguém chegou atrás, e era Elijah. E, Meu Deus. Que. Lindo.

– Nojento. - nós falamos juntas e rimos.

Na verdade o que eu queria falar era: não beijo ela, mas beijaria você sim. Mas fiquei quieta.

– Só queria desejar felicidades para a minha cunhadinha. - ele beijou a testa de Carol.

Elijah ja estava só com a camisa social, meio apertada nos braços (não que eu tenha reparado), e a gravata meio larga. Me lembrou a epoca da escola, só que ele agora não me parecia mais um estupido e muito menos nojento igual antes.

– Obrigada. - Caroline disse.

Anunciaram que era hora da dança dos noivos e Carol foi buscar Klaus. Quando eles começaram a dançar, novamente o salão todo estava emocionado. Sério, o que da nas pessoas em casamento? Mas realmente foi uma dança linda, e aos poucos vários casais se juntaram a eles.

Damon ficou me encarando durante as danças, mas não fez nada além disso, e eu só tentei fingir que ele não estava ali, era mais fácil assim. Mas no fundinho, eu esperava que ele me chamasse pra dançar.

– Elena, dança comigo? - Era Elijah. Não era quem eu queria, mas não iria reclamar, né?

Balancei a cabeça fazendo um "sim".

Não era uma musica romantica mais, mas dançavamos perto o suficiente pra eu poder sentir o perfume maravilhoso que ele exalava.

– Você está bem diferente, queria dizer.

– Diferente bom?

Ele chegou mais perto, e meu coração acelerou um pouquinho. Mas não igual seria se fosse "outra pessoa".

– Diferente ótimo.

Tudo bem, Elijah era lindo, charmoso, maravilhoso e cheiroso, mas quando ele aproximou o rosto do meu e eu senti que queria me beijar, não pude fazer nada além de virar o rosto. Foi meio instintivo, e eu me arrependi um pouco. Quando me virei eu pude ver Damon do outro lado do salão, encostado numa parede e com alguma bebida na mão. Ah, e de cara fechada.

– Você tem namorado ou algo do tipo? - ele perguntou, meio desapontado.

– Não... É complicado.

Na verdade era bem simples, eu estava solteira mas não podia ficar com ele porque o meu ex namorado de ANOS atrás estava na festa me encarando e isso me fazia ficar nervosa. Ta escrito otária na minha testa?

– Se é complicado por quê não deixa pra lá?

– Porque é complicado. - sorri amarelo.

– Hmm. Ok! - ele balançou a cabeça. - De qualquer maneira, obrigado pela dança. Vou buscar uma bebida, você quer?

– Não, obrigada.

Ele sorriu e saiu, enquanto eu fui me sentar.

Stefan estava dançando com a Rebekah e agora sim, a nostalgia estava ENORME e aquilo tava mexendo muito com a minha cabeça. Me fez negar o Elijah por causa do Damon!!!! Pelo amor de Deus.

John Mayer - Edge Of desire

Senti alguém puxando meu braço e me arrastando até a pista de dança. Era Damon.

– O quê...? - foi tudo o que consegui dizer quando estávamos cara a cara e se movendo em sincronia.

– Você vai dançar comigo.

– Vou?

– Não gostei de ver você dançando com Elijah.

Tudo que saiu da minha boca foi um suspiro pesado. Se ele não gosta de me ver com outro cara, devia ter me tirado pra dançar antes. Damon era tão criança, e é aí que começa a complicação.

Nenhum de nós dois falou alguma coisa por um momento. Apenas dançamos, e a testa dele fazia questão de encostar na minha, mas ele estava de olhos fechados. Eu não conseguia fechar os olhos e nem esconder a frustração estampada no meu rosto. Por que ele fazia isso comigo? Com certeza pra me enlouquecer. Só de respirar o perfume dele me enlouquecia. Eu não queria sentir nada por ele, mas a verdade é que eu sempre senti. Eu tive mil namorados ao longo da minha vida, mas ele foi o unico que prendeu meu coração. O unico. E isso é impossível de lidar, porque por mais que eu tente, não consigo dizer essas palavras alto.

E eu estava apaixonada novamente por Damon Salvatore. Não importa quantas brigas e nem o quanto ele seja criança, porque o meu coração manda na minha mente.

Damon abriu os olhos e me encarou por alguns segundos.

– O que está pensando? - perguntou.

– Nada.

"Tudo".

Ele continuou encarando, esperando que eu falasse alguma coisa, mas eu não falei. Então ele começou.

– Eu não te entendo, sabia? Você se fecha demais e isso só te faz sofrer. Eu vi você rejeitando o Elijah, e vi que olhou pra mim. Mas continua negando que existe algo entre nós...

– Existiu algo.

– E isso é você negando de novo.

Ele apertou as mãos nas minhas costas. Eu sabia que ele estava certo.

– Por que você sempre tem que me fazer de palhaço? Depois de anos... Eu estou cansado.

E foi a gota d'água.

Me livrei dos braços dele e sai do salão. Fui até o jardim, lutando contra as lágrimas.

ELE ESTAVA CANSADO?

– Elena, espera. - Damon veio atrás de mim e me segurou.

Quando olhei pra ele não consegui segurar o choro.

– Você está cansado? - Falei alto. - Eu achei que você me conhecia um pouco mais. EU QUE ESTOU CANSADA. Não sou boa de falar de sentimentos e você sabe disso, mas continua apertando a ferida. Você realmente acha que quando eu transei com você, foi só sexo? Você acha que ficar encarando seus outdoors por anos pelas ruas, só pra ser lembrada de algo que eu não era capaz de esquecer, foi fácil? EU SENTI SUA FALTA TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA, E EU TENHO CERTEZA QUE VOCÊ NÃO LEMBROU DE MIM POR MUITO TEMPO. Ver suas fotos com todas aquelas modelos... E você é quem está cansado. - cuspi as palavras.

Ele ficou sem ação por um momento.

– Eu só desisti. Senti sua falta por muito tempo, mas você conversava com Stefan e comigo não. Você foi quem largou a escola, que não voltou quando eu te pedi. Você que me deixou. ENTÃO SIM, ESTOU CANSADO. Eu peguei um monte de modelo sim, pra preencher a porra do vazio que VOCÊ deixou.

E eu percebi que ele estava quase chorando, mas estava segurando, o que eu não consegui fazer.

Era inacreditável, ele era incapaz de entender.

– Você é um idiota. - minha voz saiu embargada.

– Eu sei que sou, fico insistindo no mesmo erro.

– Então sai daqui, não quero que você "erre" mais. - a raiva tomou conta de mim.

Era exatamente disso que eu tinha medo, de me abrir e dar errado. E quando eu falei tudo aquilo, eu esperava que ele me beijasse e não que ele ficasse fazendo birra. Eu honestamente esperava que ele entendesse. Eu não gosto de ficar culpando a minha infância dificil por tudo o que acontece na minha cabeça, mas é mais facil culpar isso, e não o fato de eu ser completamente imbecil.

Nós ficamos nos encarando por um momento e Damon se aproximou, fazendo com que eu andasse pra trás.

– Não. - falei.

Ele segurou meu rosto e tentou me beijar, mas eu o empurrei.

– Eu não quis dizer que você é um erro na minha vida.

– Mas foi exatamente o que disse, e é exatamente o que eu sou. Agora sai daqui, por favor. - virei de costas pra ele.

Pude ouvir ele bufando.

– Elena... Olha pra mim. - balancei a cabeça negativamente. - Eu te amo, eu sempre te amei, e não importa o quanto eu tente me convencer do contrário, eu sempre vou te amar. O unico erro seria se eu te desse ouvidos. Eu não vou deixar você escapar de novo.

Então ele me virou, me segurou com tanta força, que me forçou a olhar dentro dos olhos dele.

– Eu te amo. - ele repetiu, e depois me beijou. E eu estava fraca demais pra poder lutar contra isso.

"Tão jovem, cansado de fugir

Até o limite do desejo

Controlo minha respiração, silenciosamente gritando

"Eu preciso te ter agora"

Inquieto e cansado

Acho que vou dormir com minha roupa no chão

Ou talvez esse colchão gire em seu eixo

E eu me ache no seu."

(continua...)


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