Os Potters e a Pedra Filosofal escrita por clawsprincess


Capítulo 2
Capítulo 2 - O vidro que sumiu


Notas iniciais do capítulo


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Dez anos haviam se passado, e a casinha em Surrey conservava a mesma aparência, o mesmo gramado verde e exageradamente bem cuidado, e a mesma família trouxa residente. No entanto, a presença de mais duas pessoas era escondida.

Nada nas fotos da casa indicava a presença dos Potter: a única criança retratada na estante de fotos era Dudley (mais parecido com uma bola cor-de-rosa de praia usando chapéus) junto de seus pais. Mas eles estavam lá.

Harry Potter era agora um garoto magricela de olhos verdes, óculos redondos remendados na ponte e cabelos negros que cresciam insistentemente para todos os lados. Sua irmã, Alison Potter, tinha os olhos também verdes, cabelos negros muito longos, na cintura, com uma franjinha sobre a testa. Tão magricela quanto o irmão, se não fosse mais, e usava óculos retangulares.

Harry e Aly usavam as roupas velhas de Duda. A questão é que as roupas de Dudley eram muito grandes para os gêmeos, deixando-os ainda menores e mais magricelas.

Na manhã em que esta parte de nossa história se inicia, Harry e Aly se espremiam para caber na cama minúscula colocada sob a escada. Um lugar horrível para se dormir, mas era o que tinham. Petunia, já de pé, bateu na porta do armário.

- Acordem vocês dois, agora! Harry, limpe a cozinha, e Alison, termine o café. Quero tudo perfeito hoje no dia do meu Dudinha...

Ah, o aniversário do Duda, o pior dia do ano. Tio Válter e Tia Petunia levavam Dudley e um amiguinho para um lugar legal e a Harry e Aly restava a casa de Arabella Doreen Figg, ou Sra. Figg, como os Potter a chamavam.

Sra. Figg era uma velha solteira que morava com seus gatos. Sua casa fedia a repolho e o bolo de chocolate que ela servia tinha gosto de algo guardado a muitos anos.

De qualquer forma, os irmãos se levantaram e se trocaram na presença um do outro mesmo, isso não era um problema pra eles. Nasceram e cresceram lado a lado, faziam tudo juntos, até se trocar.

Alguns minutos depois, Harry lavava a louça e Aly fritava o seu bacon e o de Harry. Duda se empaturrava de bolo e torta de frango na frente de uma enorme pilha de presentes que ocupava a mesa toda e Tia Petúnia e Tio Válter mimavam ainda mais a grande bola que denomearam de Dudley.

Harry e Aly se sentaram em um dos cantos da mesa para tomar seu café da manhã enquanto observavam os neurônios escassos de Duda se esforçarem para contar seus presents.

- Trinta e quarto, trinta e... e cinco... e... e... trinta e seis. Trinta e seis?! Mas no ano passado ganhei trinta e sete! – ele disse começando a ficar vermelho e passando para vários tom de roxo.

Harry e Alison se olharam, sabiam que era uma questão de tempo até que o primo virasse a mesa de raiva, então começaram a engolir seu café o mais rápido que podiam.

Tio Válter e Tia Petúnia também pressentiram o perigo, então a Sra. Dursley propos.

- E vamos te comprar mais dois suvenires no zoológico, então você fica com trinta e oito fofinho. Trinta e oito, tudo bem?

Dudley pareceu fazer um esforço enorme para raciocinar, até responder.

- Tudo bem.

Aly e Harry respiraram aliviados, terminaram seu café e foram ao jardim conversar em paz.

- Como é que pode existir alguém tão burro quanto ele? - perguntou Alison se referindo a Duda.

- Não existe. Ele é único, devia ser estudado em laboratório.

E os dois irmãos caíram na gargalhada.

A única coisa que eles tinham para se distrair de sua realidade era um ao outro, e ainda assim os momentos dos quais dispunham eram poucos: Harry e Aly sempre estavam ocupados em casa e ele limpando, ela cozinhando e cuidando do jardim, além de terem que estudar como toda criança normal.

Ah, a escola. O único lugar pior que sua casa, na opinião de Harry. Duda e sua turma perseguiam o primo por toda a escola para bater nele enquanto outros meninos o seguravam. Não batiam em Ashley por ela ser menina, mas os apelidos colocados nela tinham uma força psicológica tão grande que quase doía fisicamente.

Os irmãos só tinham um ao outro porque na escola Dudley e sua turma não gostavam deles,e ninguém se atrevia a ir contra a turma do Dudley e ser amigo dos "estranhos gêmeos Potter". E é claro que a aparência deles e as roupas usadas não ajudavam muito. Os Potter não tinham amigos.

Aly e Harry ainda conversavam quando o telefone tocou do lado de dentro da casa. Eles entraram de volta apenas para saber do que se tratava e ficaram surpresos quando descobriram que tinham mais a ver com a ligação do que imaginavam:

- Válter, o que faremos?

- Deixe-os com com aquela sua amiga... Monique, certo?

- Está passando férias em Majorca. Que tal a sua irmã Guida?

- Não diga besteiras Petúnia, ela odeia os dois.

Harry e Alison se olharam. Alguma coisa acontecera com a Sra. Figg e agora eles não tinham onde ficar.

- EU NÃO QUERO ELES LÁ! VÃO ESTRAGAR TUDO! SEMPRE ESTRAGAM! - Dudley berrava enquanto soluçava de maneira muito exagerada para simular o choro, pois não chorava de verdade desde que nascera. Ainda assim adiantava fingir, pois sabia que se esperneasse e fizesse cara de choro os pais lhe dariam tudo que quisesse.

- Hum... Tia Petúnia... O que houve com a Sra. Figg? - perguntou Harry, sendo, na opinião de Aly, educado demais.

A Tia fechou a cara como sempre fazia quando os Potter lhe perguntavam algo.

- Fraturou a perna. - e virou a cara e continuou sua discussão com Válter.

Sem dúvidas, uma das regras para uma boa convivência com os Dursley era evitar as perguntas ao máximo. As poucas que os gêmeos fizeram tiveram algumas consequências desastrosas, como quando Harry quis saber como conseguira sua cicatriz. A resposta rude e seca de Petunia foi "No acidente de carros que seus pais morreram. E não faça perguntas."

Ash admirava a paciência do irmão, ela mesma evitava qualquer tipo de contato com os Dursley a menos que fosse pura e estritamente necessário.

Depois de um tempo, a situação foi resolvida de modo que Alison e Harry se encontravam no banco de trás com Dudley, indo ao zoológico, e o amiguinho do Dursley iria se encontrar com eles lá.

Assim que chegaram, se depararam com uma moça que vendia sorvetes. Dudley logo quis um sorvetão de chocolate, e seus pais compraram um para ele e outro para seu amigo Pedro. Como a moça perguntou "e os outros dois, vão querer o que?" antes que os Dursley fugissem, compraram um picolé barato de limão para cada Potter e saíram.

Os gêmeos adotaram a tática de andar afastados dos Dursley para evitar qualquer tipo de agressão, e até que estava funcionando. Se distraíram como nunca antes: riram de uma girafa com o pescoço mais curto do que as outras, ficaram fascinados com o leão, Aly babou na pantera negra, e Harry no veado com uma galhada enorme. Alison se escondeu atrás de Harry, com medo de um elefante muito grande e os dois riram das palhaçadas dos chimpanzés.

Lá pela hora do almoço, todos comeram pizza e Pedro e Duda ganharam outros sorvetes. Então foi hora de visitar a sala dos répteis.

Aly e Harry repararam que os animais estavam começando a entediar Dudley e passaram a andar ainda mais afastados, não queriam virar vítimas. Apesar de que, ambos já estavam achando que estava tudo bom demais para ser verdade...

Isso porque as coisas mais estranhas tendiam a acontecer com aqueles irmãos. Com Harry, uma vez seu tio tivera um acesso de raiva com os cabelos do sobrinho. "Não é minha culpa," Harry tentou argumentar. "eles simplesmente crescem assim, para todos os lados!". Mas de nada adiantou: Harry foi levado à barbearia e quando voltou estava quase careca, exceto por uma franja que seu tio deixara para cobrir a cicatriz. Harry nem sequer dormira, com medo de que Dudley e seus amigos ganhassem mais um motivo para fazê-lo de saco de pancadas. Então, quando, acordou, seus cabelos estavam do mesmo jeito que estavam antes do corte. Harry simplesmente não soube explicar como acontecera, e acabou de castigo.

Outra vez, Petúnia implicou de vestir Harry com um macacão marrom de pompons laranja horrível, que fora de Duda quando pequeno. Harry ficou com tanto medo de ser visto daquele jeito, que de uma maneira ou outra, o macacão foi encolhendo cada vez mais enquanto Petúnia tentava passá-lo pela sua cabeça, e no fim, parecia feito para uma fofolete. Petunia concluiu que encolhera na lavagem, mas Válter não fora tão educado e colocou Harry de castigo.

Mas na pior das vezes, Harry estava cansado e dolorido de tanto apanhar, então fora correndo pela escola para fugir e de repente, ao saltar para se esconder atrás de latas de lixo, se viu em cima do telhado da cantina. A repercussão dessa história foi tão grande que Harry ficou duas semanas sem jantar.

Com Alison, aconteceram outras coisas. Uma vez, na aula de artes, ela se lotou de raiva de uma garota que ria dos seus óculos. A verdade é que apesar de meio inadequados, Alison gostava de seus óculos. Ainda assim, a tesoura do colega atrás da menina que a zoava levitou do estojo e cortou o cabelo da menina tão rapidamente que quando se notou, só era possível ver o resto do cabelo na cabeça e um monte dele no chão. A culpa recaiu no menininho dono da tesoura, e como Alison não fazia ideia do que ocorrera deixou por isso mesmo.

Num outro dia, riram dela por usar uma saia comprida demais, feita deu uma blusa velha de Duda. Ela estava pensando em cortá-la e ouvir os gritos de Petúnia quando se deu conta de que a saia encolhera até um pouco acima dos joelhos e depois na hora de ir embora, voltara ao tamanho normal.

Mas ela ganhou seu maior castigo quando cuidava do jardim em pleno outono. Ficou chateada com a aparência morta da grama seca e repentinamente o chão se encheu de flores e a grama ficou verde. Ela chamou a Tia para ver, emocionada, e para sua surpresa foi castigada a três semanas sem jantar.

Por tudo isso, quando tudo ia bem demais, os gêmeos tendiam a desconfiar que algo iria acontecer.

A certo ponto do passeio pela sala dos répteis, Harry chamou Aly para ver uma cobra enorme, que estava deitada sem fazer nada. Os gêmeos ficaram a olhando com o nariz grudado na vidraça, até Harry comentar.

- Nossa, deve ser um saco ficar presa num vidro o dia todo...

E para sua surpresa e de Alison, a cobra levantou a cabeça para ela e balançou em sinal afirmativo.

Os irmãos se olharam intrigados, e Harry se virou para a cobra:

- Consegue me entender?

Ela afirmou novamente.

- De onde você é? - perguntou Alison. A cobra negou com a cabeça, só entendia o que o garoto dizia. Então Harry perguntou. A cobra apontou uma placa com o rabo onde se lia "Boa Constrictor, Brazil".

- E era bom lá? - perguntou. Ela tornou a se virar para a placa: "Nascida em cativeiro."

- Entendo, nunca conheceu seus pais... - disse Aly e Harry traduziu e completou.

- Nós também não. Somos irmãos. Nossos pais morreram quando éramos muito pequenos.

A cobra se desenrolou e se postou de frente para o vidro em posição de bote, mas de maneira nada agressiva.

Harry ia perguntar se ela já conversara com as cobras dos outros vidros quando de repente...

- PAI! PEDRO! VENHAM VER O QUE ESSA COBRA ESTÁ FAZENDO! - e os Potter foram jogados no chão para "saírem do caminho".

Eles ficaram muito bravos... Muito mesmo. Então de repente, o vidro sumiu enquanto Harry fixava os dois garotos, e ambos caíram dentro do tanque. A cobra saiu do tanque, se enrolou um pouco em Harry, um puco em Alison, e Harry juraria que a ouviu sussurrar "Brasil, aqui vou eu. Obrigada amigos dos olhos cor de folha..."

- Não há de quê... - ele sussurrou surpreso e traduziu para a irmã, que estava emburrada por não conseguir falar com a cobra. Ficaram olhando ela afastar, ainda sentados no chão e então Alison voltou um olhar raivoso com uma carinha ainda emburrada para os garotos ainda dentro do tanque, e quando eles se levantaram para sair... o vidro estava lá de novo. Como mágica.

Alison mal conteve o riso. Cutucou Harry com o cotovelo e mostrou a situação, ele também quase não se segurou.

De nada adiantou os dois irmãos tentarem explicar que não sabiam o que acontecera, foram castigados a cinco semanas sem jantar...


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Notas finais do capítulo

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