Os Potters e a Pedra Filosofal escrita por clawsprincess


Capítulo 1
Capítulo 1 - Os gêmeos que sobreviveram


Notas iniciais do capítulo

hey



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A família Dursley tinha um dia aparentemente normal, nuvens no céu, famílias despertando para a rotina. Em uma casa em Little Whinging, Surrey, mais especificamente o número 4 e ao sul de Londres uma família comum se preparava para um dia aparentemente comum.

Válter Dursley, o pai, trabalhava em uma firma de brocas e ao se levantar escolheu a gravata mais sem graça de seu armário para trabalhar, despediu-se de sua esposa e tentou dar um beijo de despedida no filho gordo e hiperativo, mas não obteve êxito, já que no momento o mesmo estava tendo um acesso de raiva e atirava o cereal nas paredes.

Petúnia Dursley era uma senhora loura, magra e com um pescoço duas vezes maior que o normal. Geralmente, quando não estava mimando seu filho, Duda, espichava seu comprido pescoço por cima da cerca para espiar a vida alheia.

Alheio a tudo, estava Dudley Dursley o pirralho de um ano tão gordo que mal cabia na cadeirinha de bebê. Aprendera desde esta idade a ser mimado e exigir as coisas das pessoas, por isso, as palavras "não", "nunca" e "agora" já faziam parte de seu restrito vocabulário.

O primeiro índicio de algo estranho nessa manhã foi atribuido a um gato cinza sentado muito ereto em cima de um muro e que aparentemente lia uma placa, o Sr. Dursley pensou que provavelmente havia sido um efeito da luz e, sem mais delongas, continuou seu caminho.

Enquanto o carro parou em um congestionamento, Válter tamborilava distraidamente o volante com seus dedos pequenos e rechonchudos quando viu um senhor estranho passar pela rua, usava uma longa capa verde limão, um chapéu pontudo púrpura e cantava alegremente uma música que falava de hipogrifos, o que era isso exatamente, ele não sabia.

Depois de com certo esforço superar o choque do maluco de verde e roxo, o Sr. Dursley decidiu concentrar-se apenas no trabalho e em nada mais. Talvez ele tivesse de fato conseguido se, o tempo todo, corujas não passassem atrás dele, na janela, fazendo um enorme escarcéu. Quando ele olhou para fora e viu a nuvem das aves em plena luz do dia, passou a ter dificuldades em se concentrar nas brocas. Resolveu comprar uma rosquinha do outro lado da rua, o açúcar sempre ajudou-o a relaxar.

Saiu da padaria já pensando em enterrar os dentes naquela montanha de açúcar e gordura, como se ele já não fosse gordo o bastante, quando foi detido por palavras soltas ditas por mais retardatários com vestes esquisitas:

- Harry e Alison Potter, os gêmeos que sobreviveram.

- Parece que James e Lily não resistiram, mas como os gêmeos... São apenas crianças, um ano cada!

Vernon deixou a rosquinha cair a meio caminho da boca.

Atravessou a rua correndo, subiu as escadas para seu escritório, berrou que não queria ser incomodado para sua secretária, fechou a porta, largou-se no divã e respirou fundo.

Com a respiração ofegante, o rosto suado e o desespero estampado na cara, refletiu sobre o assunto: Harry e Alison Potter, com toda certeza, seus… sobrinhos. As estranhas vestes, mesmo nome… tudo gente daquela laia. Mas como aquilo poderia afetá-los? De maneira alguma, era a resposta. Respirou bem fundo e voltou ao trabalho, tendo muito mais dificuldade em se concentrar do que quando começara.

Ao fim da tarde, Válter voltava para casa questionando se deveria ou não falar com Petúnia sobre o assunto. Tentava a todo custo se convencer de que não seria necessário, mas quanto mais o tempo passava, mais esta lhe era a única saída possível.

Mesmo assim, ao parar o carro na garagem, descer e entrar em casa ele decidiu dar tempo ao tempo. Parecia que tudo ia se acertar normalmente, até o meteorologista anunciar que ao invés de temporal, choveram corujas e estrelas durante o dia. Vernon remexeu-se na cadeira, inquieto.

- Tudo bem, querido? – perguntou a Sra. Dursley.

- Ah... Bem... Sabe aquela sua irmã?

- Hum... Que tem ela? – Petúnia estava visivelmente irritada com a menção à irmã, uma vez que geralmente fingiam que ela não existia.

- Ela não tem filhos, tem?

Petúnia sentia-se cada vez mais inquieta à curiosidade repentina do marido. Respondeu às suas perguntas a contragosto:

- Gêmeos. Um menino e uma menina, na idade do Duda.

- Ah, é mesmo. Ernesto e Jaqueline, certo? – perguntou Válter com esperança.

- Harry e Alison. Nomes muito feios, combinam com a espécie.

Válter sentiu o estômago afundar, mas decidiu não fazer mais perguntas à respeito. Tentou parecer normal durante o fim do dia, e quando todos foram se deitar ele ficou um bom tempo olhando para a janela e se perguntando como aquilo poderia atingi-los, mas desistiu. Simplesmente rendeu-se ao cansaço e apagou.

Horas mais tarde, na alta madrugada, um vulto surgiu repentinamente na escuridão. O homem era alto, magro e muito velho. A idade era acentuada pelas rugas e o longo cabelo e barba branca. Usava vestes e um chapéu pontudo púrpura, botas pretas de fivelas e oclinhos de meia-lua cobrindo as íris azuis. Tirou um isqueiro de prata do bolso e o acendeu. O isqueiro misterioso sugou a luz do poste mais próximo, deixando-o na escuridão. Ele repetiu o ato quantas vezes precisou até que a rua estivesse imersa na escuridão.

O nome deste homem era um tanto quanto comprido, então resumiremos para Alvo Dumbledore, é tudo o que basta agora. Mais conhecido como Professor Dumbledore, era o diretor de... Bem, diretor de uma escola, é tudo o que direi. Ele caminhou pela rua escura por um tempo e parou em frente a um número. Então reparou em um gato preto que pulou do muro da casa que ele observara e de repente começou a se transformar em uma pessoa.

- Minerva McGonagall... – o professor disse para si mesmo e para a pessoa que surgira no lugar do gato. – Por que será que não estou surpreso em lhe ver aqui?

- Talvez porque eu sou a única com bom senso para acompanhar o repercurtimento das notícias no mundo dos trouxas, e venho lhe informar, não são nada boas! Será que todos perderam o juízo? Milhares de corujas o tempo todo, em plena luz do dia e chuvas de estrelas cadentes? Ah, muito cômico se no dia em que ele se foi os trouxas descobrem a nossa existência.

Enquanto McGonagall tagarelava, Dumbledore tirou sua varinha das vestes e fez um gesto com ela. Logo dois sorvetes de limão vieram flutuando do final da rua até ele.

Em seguida virou-se para McGonagall:

- Aceita?

- O que... É isso? É de comer? – ela perguntou encarando as casquinhas confusas.

- Sim, e são deliciosas.

- Não obrigada. Mas aceitaria respostas.

- Então pergunte.

De repente o rosto severo da professora de coque no cabelo e olhar durose desfez-se em uma expressão de tristeza.

- É verdade o que dizem? Lily e James... Eles morreram... Não, claro que não! Como poderiam estar mortos?

- Sinto muito. É uma perda enorme para todo o mundo, mas o que nós perdemos é insignificante se comparado ao que os gêmeos perderam.

- Então, além disto, também é verdade que Harry e Alison sobreviveram? Mas como? São tão pequenos...

- Sim é verdade, e eu não sei como aconteceu, acreditaria em um milagre.

- Oh céus... E onde os bebês estão agora?

- Com Hagrid. Vai trazê-los para cá.

- Para cá? Esta casa? – ela apontou para a casa dos Dursley. – Esta?! Estive os observando o dia todo, são o pior tipo de trouxa que pode existir!

- É a única família que os resta. – Dumbledore deu de ombros – Será melhor para eles crescer longe de nosso mundo.

- Bem., espero que pelo menos Hagrid não se demore...

Algumas horas antes, este mesmo diretor de barba branca conversava com um homem com o dobro do tamanho de um humano normal (não só em altura mas para os lados também), cabelo e barba grande ,selvagem e embaraçada e um casaco enorme cheio de bolsos grandes o bastante para conter dois pares de sapato 46 cada um, mas, apesar da aparência agressiva Rúbeo Hagrid era extremamente dócil, a não ser pelo seu inocente apreço por criaturas perigosas.

- O senhor queria me ver, diretor.

- Sim. É sobre os Potter...

- Ah diretor! – o homem caiu no choro e Dumbledore teve que se por nas pontas dos pés para alcançar as costas dele e o acalmar com um meio abraço reconfortante.

- Eu sei Hagrid, eu sei, mas os bebês estão lá. Não quero curiosos em volta deles, precisam de paz, de um lar.

- Ah, o senhor podia deixá-lo morando comigo! Eu cuidaria muito bem deles, Canino é extremamente inofensivo apesar da aparência agressiva e...

- Não. Eles vão crescer com a família que lhes resta. – Dumbledore rabiscou o endereço dos Dursley em um pergaminho e entregou a Hagrid. – Quero que você, por favor, busque as crianças e leve para este endereço.

- Tudo bem... Seria uma honra, senhor. – e Hagrid deixou o escritório, rumando dali para o antigo esconderijo de um amigo, Sirius.

Sirius, como era de se esperar, não estava lá, mas a moto estava. Aquela moto era a única coisa que ocultaria um meio gigante de mais de dois metros de altura acima das nuvens sem despencar com o peso.

Hagrid deu a partida na moto voadora e logo cortava o ar acima das nuvens cinzentas, indo em direção ao antigo vilarejo de Godric's Hollow. Não conseguiu conter as lágrimas, tinha grande apreço por James e Lily e pensar em ver os corpos deles não era nem um pouco animador. Esperava sinceramente que o Ministério tivesse cuidado de tirá-los de lá, pois não sabia se podia suportar a cena.

De fato, ele não aguentaria. Quando pousou a moto na vila e seguiu no chão até a casa, o que viu foi muito menos do que corpos, mas foi o bastante para que ele se desfizesse em um choro compulsivo com urros tão altos que toda a Inglaterra devia estar ouvindo: a casa estava completamente destruída no segundo andar, havia um buraco na parede e faltava parte do chão.

Hagrid sentiu que ia desabar. Pelo visto a Ordem tinha levado os corpos, e não o Ministério. Ah, pensou Hagrid O Ministério teria dado muita repercução se tivesse tirado os corpos, mas parece que a Ordem não levou os bebês. Dumbledore deve ter dito que eu vinha buscá-los. Grande homem, o Dumbledore! Grande homem!

Contendo o choro e os espasmos de tristeza pelo corpo, Hagrid adentrou a casa. Parte das escadas fora destruída, então ele teve que descer, pegar a moto e chegar ao patamar superior voando. Parou a moto no meio do quarto dos bebês pela abertura na parede, desceu e foi até o berço.

Haviam dois bebês lá dentro. O primeiro, mas na frente, tinha olhos verdes, cabelos negros bem curtinhos, chorava e tinha uma cicatriz em forma de raio no meio da testa. A garota se parecia com o irmão em quase tudo: cabelo, olhos, até o nariz e a cor da pele, e até no choro. A única diferença é que não havia cicatriz. Hagrid percebera que a cicatriz de Harry devia ser o local onde ele fora atingido, e Ashley não tinha uma porque o bruxo se fora antes de atacar a garotinha.

Hagrid colocou cuidadosamente cada um dos bebês (que eram menores que as suas mãos) em nos bolsos internos do casaco. Dirigira bem mais lentamente na volta, e quando sobrevoavam uma cidade no meio do caminho até o endereço que Dumbledore lhe dera, os bebês adormeceram.

Dumbledore olhou para o alto poucos minutos depois. Um ronco baixo que parecia vir do céu foi aumentando, junto com uma luz intensa. Hagrid pousou a moto na rua e a desligou, contendo as lágrimas. Pegou os bebês, um em cada mão e passou a Dumbledore.

- Tão pequeninos... – e caiu no choro outra vez sendo acalmado por McGonagall. Enquanto isso, Dumbledore colocou os gêmeos em uma cesta que ele conjurara, os aquecendo da melhor forma possível em um cobertor conjurando uma envelope bege-pálido e muito pesado por cima. Devolveu a luz aos postes com o isqueiro e os três foram embora silenciosos.

Mesmo que agora o silêncio reinasse na rua, mesmo que a quietude e tudo o mais pairasse, isto era apenas ali, pois em tantos outros lugares do mundo pessoas comemoravam.

- Ele se foi! Três vivas a Harry e Alison Potter, os gêmeos que sobreviveram!


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Notas finais do capítulo

gostaram? sejam sinceros



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