No capítulo anterior…

- Isso... Isso é verdade, James?

- Não exatamente...

- NÃO EXATAMENTE?! James, EU... CONFIEI MINHA VIDA EM VOCÊ! EU DISSE QUE TE AMAVA E ACHEI QUE FOSSE RECÍPROCO! EU DEVIA SABER! VOCÊ NÃO MUDOU NADA, CONTINUA SENDO AQUELE PIRRALHO QUE ACHA QUE É DONO DO MUNDO QUE EU CONHECI!

- Angie...

- CALE A BOCA! VOCÊ NÃO VALE NADA, POTTER, NADA!

“Eu não sabia o que eu encontraria quando saí procurando pela razão. Eu sei, eu não li nas entrelinhas, e, baby, eu não tenho para onde ir. Eu tentei seguir pela estrada menos usada, mas nada parece funcionar nas primeiras vezes. Estou certa? Assim como eu posso tentar ser melhor? Ninguém nunca me deixa. Eu ainda posso ver você, isso não é a melhor vista que no outro lado, olhando. Eu tenho um monte de lugares solitários. Eu nunca estive do lado de fora. Você me viu lá, mas nunca percebeu que eu poderia dar tudo pra ser uma parte disso, uma parte de você, e agora é tarde de mais então você vê. Você poderia ter ajudado se você quisesse, mas ninguém percebe até que seja tarde para fazer qualquer coisa.”

– Taylor Swift, The Outside.

POV – JAMES POTTER

Angie me fuzilava com todo o ódio do mundo. Eu não sabia o que fazer. Não sabia se pulava do Penhasquinho ou se jogava Lysander dele.

- Você... – comecei. – Qual o seu problema?! – então eu me virei para a Angie. – Angie, eu te amo...

- EU NÃO QUERO SABER! FALE LOGO DE UMA VEZ!

Enrijeci. Meu segredo. Fiquei planejando o momento exato para contar aquilo sem assustá-la, e agora, todos os meus planos vão por água abaixo. E foi então que eu me toquei. Não havia salvação. Nada que eu falasse ou fizesse mudaria a nova sina do destino. Não havia opções a não ser contar.

- Há dois anos, Fred começou a namorar Jessica Farrell e ficou totalmente cego de amor pela garota. Tanto que até planejou ir em Hogsmeade para procurar alguma corrente similar a aquela que te dei a sete anos. A questão é que Jessica era uma gata. Todos babavam na garota e o ciúme estava consumindo Fred. Então, após ouvir Lucy discutindo com Rose sobre o amor, percebi que ele estava se metendo em uma furada. Esperei até o passeio a Hogsmeade, quando eu poderia ter certeza que de que estaria sozinho. Enfim, o dia chegou, e abordei Jessica. Estávamos sozinhos, por isso soube que poderia enfrentá-la. Mas Jessica não queria saber de enfrentamento. Estava mais interessada em dizer o quão sou gostoso. – não reprimi uma careta. Apesar de eu ser gostoso. – Ela era muito gata, mas tinha um dono, por isso não me aproximei. Duas semanas depois, Jessica terminou com Fred porque lhe conveio. Assim, ela poderia ficar comigo, e isso me irritou. Na mesma noite, Jessica me procurou, me seduziu, me chamou em namoro. Então, me irritei de verdade. Deixei-a a par da situação verdadeira. Eu não queria nada com ela e aquilo pareceu destruí-la, mas eu não me importei. Escondi os “ocorridos” de Fred. Ele não precisava saber. Até a manhã do dia seguinte...

Parei. Parei porque precisava processar todas as informações que minha mente despejava. Aquela citação daquela música, State Of Grace da Taylor Swift, que saia da boca de Lucy toda vez que ela insistia em ter um papo sobre amor comigo finalmente fez sentido em meus ouvidos.

Love is a ruthless game, unless you play it good and right.

E sabem o que isso quer dizer?

O amor é um jogo cruel, a menos que você jogue-o bem e direito.

Bem, eu não joguei direito. Joguei muito mal. Brinquei com fogo e aprendi na pele que as pessoas só percebem as coisas quando é tarde demais.

- O. Que. Aconteceu. No. Dia. Seguinte? – pressionou Angie.

- Missy Brooker, uma ex setimanista encontrou Jessica no banheiro dos monitores. Cortou os pulsos. Cometeu suicídio. Pouco depois soube que Lysander viu quando dei um fora em Jessica.

– Você... Você... Ah, meu Merlin... – ela não tinha reação e eu não me surpreendi.

– É inacreditável, não? Acho que Hogwarts adoraria saber. Com licença. – e aparatou.

Rezei com todas as minhas forças que Lysander fosse desintegrada. Existe uma maldição nesta cidade que diz que qualquer um que aparatar aqui por três vezes será desintegrado. Era a segunda dela e não fazia mal ter esperanças.

Angie não disse nada. Apenas saiu correndo dali. Fiquei estático onde estava.

Comecei a pensar de novo naquilo em que eu estava pensando. Brinquei com o amor e agora o amor brincava comigo. Por um momento quis apagar meu histórico de quebrador de corações, mas com pessoas como Lysander no mundo, como posso aprender? E a resposta para essa pergunta logo veio: Tendo seu coração quebrado. Afinal, eu não devia ter ignorado todos os avisos que o destino nos deixara. O amor é um jogo cruel. Brinquei. E brincar com o amor é brincar com fogo. Afinal, o amor não é cego? Sim, o amor é muito, muito cego. Fui me apaixonar justamente pela única garota com quem eu jamais poderia ter.

O sentimento avassalador que eu sentia? Já não era mais amor e sim um misto do que sentimos quando imaginamos todos os nossos pesadelos sendo realizados e ainda com a plena certeza de que não havia mais ninguém. Ninguém. Eu estava sozinho no mundo. Acabei de perder a única garota que me ensinou a amar e acabei de perder meus melhores amigos. Lucy devia estar muito irritada naquele momento. Eu nunca lhe dera ouvidos quando ela falava sobre o amor e agora havia “destruído” o coração da melhor amiga dela. E Fred? Depois que souber sobre Jessica, nunca mais vai me dirigir um olhar. Não sabia qual gelo me partia mais o coração. Lucy sempre foi, é e sempre será a melhor amiga que alguém poderia ter, Fred sempre foi como um irmão para mim e eu amo a Angie. Nunca estive tão perturbado por tantos sentimentos desconhecidos.

Não me dei o luxo de chorar. Sabia de onde viam todas aquelas emoções que eu nunca sentira na vida: eu estava sofrendo por amor. E logo eu soube que não havia nada pior. A dor foi me consumindo, e me consumindo, até que desejei acabar com tudo aquilo. A única forma era me matar, mas isso eu não faria. Eu daria um jeito de viver a minha vida, isso era o que o meu lado otimista insistia em dizer, mas eu sabia que não havia nada a se fazer.

E este é o fim. Tudo acaba aqui.

No próximo capítulo...

“ – Eu... Eu não tenho ideia do que dizer.”

“ – Não há o que dizer.”

(...)

“ – Cara... Você ‘tá acabado.”

“ – Eu sei. Mas eu estou aqui.”

(...)

“ – Oi.”

“ – Oi.”

“ – Eu sou uma tonta! Porra, o que eu digo?!”

“ – Só você para vir aqui dizer uma coisa dessas, hein?”

“ – E é por isso que eu sou diva.”

(...)

“ – Caros alunos, gostaria de informá-los que, a partir de hoje, estão abertos os grupos de estudo para os N.I.E.Ms e N.O.Ms.”

(...)

“ – Acho que se olharmos a partir de todas as nossas experiências amorosas e das experiências das pessoas ao nosso redor, podemos reparar que o amor é como ir para o paraíso ou para o inferno: você vai sofrer como todos sofremos antes de morrer, mas no fim terá flores e a paz eterna ou você pode sofrer tanto a chegar a um ponto em que viver perde seu valor.”

Leia SEMPRE as notas iniciais e finais se tiver algum tipo de consideração por mim ou pelas pessoas ao seu redor.