Sweet Mistake escrita por esa


Capítulo 6
You Have a Daughter


Notas iniciais do capítulo

bem, esse capitulo ta no pov do james, e eu espero que voces gostem
perdoem qualquer erro porque eu escrevi de madrugada e no ipod dsfjhgdjfjsdghsdf deem um desconto
ah, e eu provavelmente só vou postar depois de amanha
mesmo assim, espero que gostem



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James Potter

Ouvi o grito de Lexi, metros atrás de mim. Tentei continuar caminhando, mesmo que a minha vontade fosse de voltar até lá e abraçá-la com força, prometer à ela que tudo ficaria bem, que eu daria conta de tudo, resolveria todos os problemas. Mas eu não podia.

Era estranho, extremamente estranho como Lexi se apoderara tão fácil de meus sentimentos. Na verdade, me sentia um completo tolo quando ela estava por perto. Alvo rira de mim, dizendo que ‘finalmente o grande Potter havia sido fisgado, e que surpresa, vejam só, por uma Malfoy’. Aquilo soava ridículo, mas não deixava de ser verdade.

Era estranho como eu me sentia bem quando estava perto dela, como a mera presença dela me acalmava, como eu sentia necessidade de tê-la ao meu lado o tempo todo, todos os dias e o dia todo. Sempre que nossas peles se tocavam, parecia que uma corrente elétrica atravessava meu corpo.

E mais estranho ainda era eu sentir tudo isso por uma garota que eu conhecia há tão pouco tempo. Várias outras já tentaram me fazer sentir dessa maneira – e antes que você pense, não, não estou me gabando – e nunca conseguiram. Garotas que eu conhecia há anos, e que eram realmente atraentes.

Me concentrei, caminhando à passos largos até o Corujal. Já estava começando a escurecer, uma neve fina caia, molhando minhas roupas, umedecendo meus cabelos. Apanhei um pedaço de pergaminho e uma pena, a afundei em um tinteiro e comecei a escrever, as aves bicando e piando acima da minha cabeça.

Senhor Malfoy, o que diria se descobrisse que tem uma filha? O nome dela é Alexandra, e ela está aqui, em Hogwarts.
Atenciosamente, James Potter.

Rabisquei rápido no pergaminho. Aquilo devia ser o suficiente para Draco aparecer pelos portões em busca de uma resposta, e eu o encontraria antes que ele pudesse encontrar Lexi, e tiraria à limpo aquela história de uma vez por todas.

–- Névoa. – chamei e a coruja diminuta pousou em meu ombro. Deu um pio agudo bem próximo ao meu ouvido, fazendo com que meu corpo se contraísse. Acariciei o topo de sua cabeça e amarrei o pequeno rolo em uma de suas patas. – Seja uma boa garota e entregue isso na mansão dos Malfoy.

Névoa alçou vôo, o vento que veio de suas asas atingindo meu rosto já frio. Era curioso ficar sentado ali, observando enquanto a pequena coruja voava em meio à neve, ágil e apressada. Era curioso como aquele corpinho mínimo e frágil podia ser tão veloz e resistente ao frio e aos ventos.

–- James. – Lexi apareceu, o peito subindo e descendo mais rápido que o habitual. Seus cabelos estavam bagunçados e úmidos, as roupas pareciam duras de tão geladas. Ela ficou me encarando, e seus olhos pousaram na pena ainda em minha mão. Ficaram assim por algum tempo, da pena para meus olhos, de meus olhos para a pena... – Por favor, me diga que você não enviou uma carta ao Draco.

–- Lexi, eu... – não sabia o que dizer. Deixei que a pena escorregasse de meus dedos, enquanto minha boca continuava entreaberta, os olhos um pouco arregalados, a expressão paralisada. A testa dela se vincou, e por um segundo pensei que ela me esmurraria.

Mas o que aconteceu foi bem diferente. Ela correu até mim, e antes que eu pudesse me encolher, esperando pelo tapa, ela jogou os dois braços envolta da minha cintura, apertando-os até estarmos colados. Seu rosto estava baixo, escondido em meio aos cabelos loiros. Quase que como em um reflexo, meus braços a envolveram também. Demorou até que eu finalmente percebesse: ela estava chorando.

Na verdade, só percebi quando suas lágrimas começaram a atravessar minha camiseta e aquecer minha pele. Ela sacudia muito, não somente devido ao choro, mas também ao frio. A noite já havia caído, o céu estava escuro e as luzes do Castelo haviam sido acesas. Por uma janela lateral eu pude ver a paisagem, um filete de sol ainda se pondo no horizonte.

–- Ei, ei... shh, pare de chorar, tudo bem? – a afastei com delicadeza e ergui seu queixo, que tremia muito, com uma das minhas mãos, enquanto a outra segurava a dela com firmeza. Sequei suas lágrimas e a puxei para mais perto novamente, depositando um beijo em sua testa. – Vai ficar tudo bem. – murmurei quando ela escondeu o rosto em meu peito novamente.

Vê-la daquele jeito me fragilizou mais do que deveria. Me sentia um tolo ali parado enquanto Lexi se sacudia, o choro baixo e abafado em minha camiseta. Seja um homem, Potter! Faça alguma coisa, não fique parado como uma garotinha! Beije ela! Minha consciência berrava, e por mais que aquilo fosse estranho, estava certa.

–- Vai ficar tudo bem. - murmurei novamente, a afastando mais uma vez. Seus olhos se entristeceram, e pude vê-los se enchendo de lágrimas de novo.

Agarrei em sua cintura, puxando-a para mais perto, colando nossos lábios. Aquele beijo era diferente de qualquer outro, era necessário, cheio de desejo. Não fora calmo, como os outros, era mais agitado. Senti suas mãos agarradas à minha nuca, seus braços abraçando meus ombros. Minhas mãos estavam em sua cintura. A ergui mais alto, e ela logo envolveu meu quadril com suas pernas.

Dei alguns passos para frente, encostando-a na parede para termos algum apoio. Lexi afastou o rosto por dois segundos, arfando. Respirou fundo uma vez antes de unir nossos lábios novamente. Não era como beijar qualquer outra garota que eu já beijara antes. Era melhor, muito melhor. Diferente. Especial. Todas essas palavras se encaixavam, mas nenhuma era mais adequada que: Perfeito. Nossos lábios pareciam encaixar-se como se fossem feitos um para o outro. Suas mãos pareciam encaixar-se em minha nuca, e seu corpo parecia moldar-se ao meu quando nos abraçávamos.

–- James? - ela sussurrou, seus lábios roçando em minha orelha. Ela ainda estava agarrada a mim.

–- Hm. - murmurei quase triste com a distância que se estendia entre nossas bocas. Por que ela tinha de ser tão necessária para mim, Merlin? Isso só podia ser algum tipo de castigo! O que meus pais pensariam se eu dissesse que amava uma Malfoy? Sim, eu a amo. Merda, por que tenho que ser tão mole?

–- Eu estou com frio. - ela falou, já longe de minha orelha, o rosto ainda próximo do meu, seus olhos claros me fitando. Só então percebi que ela ainda estava encostada na parede, que estava realmente fria. Quando meus olhos se arregalaram ela soltou uma risada gostosa.

–- Eu sinto muito. - consegui falar, ajudando-a a se soltar sem cair. Ela ainda sorria quando me olhou. - Ei, vai dar tudo certo.

A abracei novamente. Seu corpo tremia, não por chorar, afinal ela não estava mais chorando, mas por conta do frio. Retirei meu casaco, quase me arrependendo no mesmo estante, e então lembrei que era para Lexi. Ela hesitou em aceitar, tentando me convencer a ficar com ele.

–- Eu tive uma ideia. - ela falou, um sorriso brincalhão crescendo em seus lábios. Ela me fez recolocar o casaco, mas desta vez, se aconchegou comigo. Era um casaco grande, e Lexi não era grande, por assim dizer, então não foi difícil fechá-lo, mesmo com ela lá. Ela deu uma gargalhada, seu corpo fazendo o meu sacudir junto.

–- Vamos. - eu falei no meio de uma risada, e começamos a caminhar com cuidado para fora do Corujal, descendo as escadas um degrau por vez, Lexi gargalhando alto todas as vezes que quase caíamos.

Os jardins estavam completamente vazios, todos os alunos estavam no Castelo, provavelmente jantando. Atravessamos correndo, Lexi não parava de rir, a fumaça saindo de seus lábios enquanto ela gargalhava. Entramos no Salão, gargalhando, e todos olharam para nós. Abri o casaco, e Lexi escorregou para fora.

–- Vejam só, se não é a Malfoy projetinho de vadia. - a voz de Redfied se sobrepondo entre as outras que murmuravam apenas entre si. Várias risadas irromperam de todas as mesas, menos dos sonserinos.

–- REDFIELD! - repreendeu-a McGonagall, o rosto vermelho de fúria, caminhando a passos apressados até a garota, agarrando-a por um braço e a erguendo. - Minha sala, agora.

–- Lexi...

–- Não, tudo bem, James. - ela falou, mas a dor estava obvia em sua voz, em seus olhos, mesmo que sua expressão fosse impassível. Deslizei meus dedos sobre o braço dela, apanhando sua mão. - Eu perdi a fome.

Pela primeira vez, ela desvencilhou sua mão da minha, dando-me as costas e levando as mãos ao rosto, passando-as pelos cabelos. Ela seguiu em silêncio para a Sala Comunal da Sonserina. Eu a segui com uma pequena distância, e esperei até que ela sumisse pela passagem.

Ah merda, eu devia torturar a Redfield por ser tão vadia! Não era culpa de Lexi o fim de nosso namoro, e eu achava que, no fundo, ela sabia disso. Passei as mãos pelos cabelos, e seguindo para o Salão Principal, esmurrei uma parede, tomado pelo ódio.

–- Potter. - no começo pensei que a voz estava me repreendendo, mas percebi que não era uma voz conhecida, como a de Filch ou qualquer professor. Me virei e encarei a figura loira que me fitava.


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Notas finais do capítulo

é isso, espero que tenham gostado