Wojownikiem escrita por liljer


Capítulo 9
— Ved Hemmelig


Notas iniciais do capítulo

Olá. Passei rapidex para postar o capítulo pra vocês, mas já to me jogando novamente na cama haha. Amanhã tenho prova que por sinal, não sei nada sobre D:
Então, é isso. Divirtam-se, boa leitura.
E, lembrando: não fiquem com raiva da minha pessoa, ;3
Ai en legal! :3
beijokas e até o final de semana, acho...



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Quando passou próximo à janela de Rosemarie, Dimitri pôde escutar o som de soluços, e aquilo o machucou mais do que qualquer espada de dois gumes que pudesse cortar e atravessar seu peito. Ele se policiou para não adentrar pela fenda da janela e consolá-la. Mas era estranho e errado, sabia, já que havia sido ele quem a havia feito chorar.

Quando antes de entrar no casebre completamente, sentiu suas costas serem pressionadas contra a parede de madeira. As toras machucando-o, mas qualquer dor era melhor do que sentia.

– O que você fez a ela? – exclamou Ibrahim. Sua expressão compassiva havia ido embora completamente, dando lugar a um homem que poucos conheciam, e que parecia familiar à Dimitri, já que não era tão diferente deste. Outra vez, Ibrahim o sacudiu, jogando-o contra as toras, machucando-o ainda mais. – Me responda!

– Eu contei a ela... – sua voz soou tão baixa que se perguntou se o velho turco o havia escutado. Havia, já que afogou seu aperto, afastando-se. Este passou os dedos dentre o cabelo, colocando-o para trás. Sua expressão passara de furiosa para torturada. Dimitri, por vez, apoiou sua cabeça contra as toras da parede, respirando com dificuldade. – Eu não sabia que ela iria se comportar assim... Eu...

– Como pode ser tão cego, Belikov? – silvou Abe. – Até o mais cego dos homens saberia o que ela sente por você, no entanto...

– Ela precisava saber – Dimitri rosnou. – Era melhor saber por mim do que por qualquer outra pessoa. Até mesmo, por Jillian.

Abe virou-se para ele, sua expressão próxima ao desprezo.

– Essa garota, Jillian, irá te mandar para o inferno, assim como fez com Mason – levantou um dedo, apontando-o. – E eu garanto a você, Belikov... Eu garanto que eu terei a chance de dizer-lhe que te avisei!

Abe começou a se afastar, caminhando em direção à plantação de trigo. Outra vez, a voz na mente de Dimitri alertou-lhe para não segui-lo. Provavelmente, Ibrahim o mataria, caso pudesse.

[...]

Não havia nenhum som além dos animais do lado de fora do casebre, quando Rosemarie se levantou. Aparentemente, seus pais dormiam em harmonia em seu quarto. O silêncio vinha também do quarto que pertencera à Mason. A garota não pôde remediar-se à ir até lá e espionar pela brecha da porta.

E, para sua surpresa, Dimitri não estava lá.

Perguntou-se se ele havia partido de vez, agora que se casaria com Jillian. Não havia muita razão para permanecer naquele lugar com a sua família. Uma hora, ele perceberia que aquela não era realmente sua família — embora a garota quisesse...

Suspirando, apanhou um xale de sua mãe, próximo ao corredor, e cobriu-se, enquanto saia para a varanda do casebre.

Sentou-se em um dos dois degraus dali, encarando a lua cheia. Aquela mesma havia testemunhado-a fraquejar mais cedo. Havia feito seu máximo para não chorar na frente de Dimitri, mas sabia que ele a havia escutado. Todos em sua casa o havia. E, saber que pareceu fraca, fez-lhe sentir seus olhos marejarem.

Como poderia se sentir daquela forma? Como poderia ter sido tão fraca? Jillian havia destruído as coisas antes. Ela não podia deixar que fizesse novamente. Principalmente, quando fazê-lo novamente traria sofrimento à ela.

Levantou-se enraivecida, caminhando a passos largos até o celeiro silencioso e sombrio. Não havia sinal de Dimitri lá, também. E, outra vez, se perguntou onde diabos ele havia se metido.

Seu cavalo não estava lá — o que por fim, fez com que a garota concluísse que ele havia ido embora. Seus medos tinham se tornado reais. Ele havia partido de vez.

E aquilo deixou-a tão enfurecida. Caminhando até o cavalo mais perto, esta colocou a cela sobre este e montou-o. E, isso, lembrava-lhe algo que Mason costumava dizer: para fazer coisas importantes e que estão além de nós mesmos, somos capazes de passarmos por cima do nosso medo.

E ela estava passando por cima do seu.

[...]

Quando alcançou Milzis, o sol há pouco havia nascido. O que a fez se perguntar a razão de não ter se preparado melhor. Agora, quando passara alguns longos minutos pensando e repensando em tudo o que acontecera, parecia estúpido tomar aquela decisão, mas é claro, ao lembrar-se das razões de estar ali, toda a raiva voltava.

Com punhos cerrados, Rosemarie socou a porta da casa dos Dragomir. Era uma das maiores de lá. Eles tinham terras, poder e dinheiro. O que, para aqueles naquele lugar, era algo importante, mas não tão soberano quanto a Igreja. Os Dragomir lutavam avidamente para que, um dia, o dinheiro fosse mais importante do que o Clero. E, pelo andar da carruagem, não tardaria. Afinal, eles sabiam lutar por sua própria causa.

O carvalho saldou-lhe não muito longe da casa, como um assombro agourento. O pensamento de alguém sendo enforcado ali fora latente. Árvores grandes, pessoas pecadoras, punição. Algo que lembrava-lhe dos seus antigos vizinhos que haviam tido a casa queimada atrás da sua, próximo ao poço.

Talvez conseguisse dizer a todos que Jillian não passava de uma bruxa manipuladora. Talvez conseguisse que esta pagasse por fazê-la mal. E, enquanto soltava um pequeno sorriso, a porta de pinho fora aberta. Vasilisa Dragomir estava ali, com um sorriso perfeito, cabelo platinado perfeito, assim como pele e vestes.

Rose quase se sentiu inferior. Quase.

– Oh. Olá, Rose! – Lissa a saldou.

Antes desta casar-se com Christian Ozera —alguém que Rose não conseguia lidar muito bem com —as duas garotas haviam sido amigas. Não o suficiente para manterem-se unidas após o casamento de Lissa, mas o suficiente para sua família querer formar um casamento de ambas as partes. Eric Dragomir e Nathan Ivashkov haviam conversado com seu pai, dando-lhe a ideia de casamento entre ela e Adrian, filho de Nathan. Na época, a ideia não soara tão terrivelmente ruim já que Rose o achara bonito. Mas bem, eles haviam sido novos demais... Agora, tudo o que Rose conseguia enxergar em Adrian era seu egoísmo, egocentrismo, e além de ser um alcoólatra. Seu desamor por ele apenas aumentara com o tempo, principalmente, agora, que se pegara sentindo coisas diferentes. Não por ele, mas sim, por outra pessoa. Por Dimitri Belikov.

– Jillian está? – perguntou diretamente — quase secamente. Lissa sorriu amarelo, assentindo.

– Ela está descansando. Não acordou se sentindo muito bem esta manhã. Mas se quiser, posso chamá-la – respondeu educadamente, dando passagem para a morena.

– Se importaria se eu fosse até ela? – murmurou.

– Oh. Não. Vou apenas avisá-la de sua presença – e com essas palavras, Lissa desapareceu pelo corredor de bambus. Rose ajeitou-se de braços cruzados, seu rosto impassível, embora dentro de si houvesse turbilhões de emoções. Logo, avistou a porta se abrir.

Adrian adentrou à sala, com um sorriso arrogante ao vê-la.

– Estou muito contente em vê-la, Rose. Veio me fazer uma visita? Devo informá-la que moro na casa ao lado... Mas é sempre um prazer imenso vê-la tão cedo – galanteou. Rose, por vez, virou os olhos.

– Não. Vim ver Jillian – disse. – E não tenho a menos pretensão de saber onde mora, Ivashkov...

Adrian cruzou os braços, de frente para a garota. Seu sorriso havia ido embora completamente. Rose quase não o reconheceu.

– É sobre o casamento com o cara russo? – perguntou num tom quase autoritário.

– Não é da sua conta – ela retrucou.

– Se for... – ele continuou, ignorando o alerta de “fique longe” da garota. – Eu acho melhor você não se meter nisso, Rose. As coisas podem ficar realmente ruins pra você.

Os dois se encararam por um instante de silêncio. Rostos e olhos nivelados.

– Está me ameaçando? – ela perguntou lentamente, sua voz fria e ameaçadora.

– Jillian não está em condições de negar nenhum pretendente – disse ele. – E eu me preocupo o suficiente com ela para não vê-la ser vista e nomeada como meretriz nessa vila.

– Deveria tê-la avisado antes de abrir as pernas para o primeiro que lhe jurasse amor eterno e engravidar deste – disse de forma venenosa. A mão de Adrian fechou-se no braço da garota tão rápido, chocando-a contra a parede.

Ele abaixou seu rosto, fitando-a de forma fria. Lembrando a ela que, na realidade, Adrian ainda podia ser tão perigoso quanto qualquer um daquela família. Eles faziam tudo por nome.

– Nunca. Mais. Repita. Isso – ele silvou, cada palavra perigosa. Rose mordeu a boca internamente, tentando lidar com a dor que sentira nas costas ao ser jogada contra à parede.

– Rose? – a voz da própria Jillian chamou a atenção dos dois. Adrian se afastou, trazendo de volta seu sorriso cínico ao aproximar-se da prima e beijar-lhe a testa ternamente. Rose sentiu nojo. – Lissa disse que queria me ver.

A morena assentiu, passando por Adrian sem nunca olhá-lo. As duas caminharam até o quarto de Jillian, em pleno silêncio. Rose nem sequer se dera o direito de prestar atenção nas paredes ou o resto. Apenas queria chegar logo ao ponto e ir embora. Sentia-se sufocada naquele lugar.

– O que deseja? – perguntou Jillian, ao sentar-se em sua penteadeira de cerejeira, tal como maioria dos moveis daquela casa. Ela sorriu para Rose ternamente, o que fez a raiva da morena voltar, agora, maior que antes.

– Quero que libere Dimitri desta estupidez – disse, de forma direta. Jillian a fitou, sem compreender. Rose, por vez, balançou as mãos no ar, em desdém. – Você entendeu... Está prendendo um homem a uma promessa estúpida de casamento! Ele nem sequer quer casar com você!

– Ele me fez uma promessa... – Jill murmurou, levantando-se e caminhando até a janela do quarto. O carvalho deixava seus galhos próximos, o que lembrou Rose sobre a forca. – Você não entende... – Esta acariciava o ventre com ternura, embora este não apresentasse nenhum sinal de seu estado atual. – Se ele não casar-se comigo, estarei perdida...

– Ele não tem nenhum tipo de obrigação para com você! Ponha isso em mente! Você nem o conhece! – Rose queria poder gritar, sacudir Jill pelos ombros, tentando enfiar algum tipo de senso nela. Mas não podia. Aquela garota, à sua frente, que acariciava o ventre raso maternalmente, era a prova viva de ela não podia. Ela era a chave para a felicidade de muitos, assim como a infelicidade. E, por um instante, Rose se perguntou por que se deixou chegar a esse ponto. Deixou que Jillian interferisse tanto na vida de outros. Porque ela não podia impedir que as coisas desandassem.

Jillian era nova, bonita, podia manipular qualquer homem daquele lugar. Podia fazê-los casar-se com ela. Bastava querer.

– Você gosta dele – ela acusou, sua voz infantil. Jillian era apenas uma criança. Rose não pôde negar. Não havia por que. – Eu vi vocês dois na igreja aquele dia... Pareciam como se completassem um ao outro.

– Isso não... – as bochechas de Rose arderam ao lembrar-se de noite passada, no celeiro.

– Mas eu tenho que dizer uma coisa – Jill continuou. – Eu não tenho nenhum tipo de pretensão de que fiquem juntos, Rose. Você sabe... Eu sou uma mãe agora. E esta criança – apontou para o ventre. – É mais importante do que qualquer coisa neste mundo. Está acima de você ou do que sente por Dimitri. E ele, no momento, é o único que pode me ajudar. E irá.

Os punhos cerraram-se, e antes que se policiasse, Rose partira para cima de Jillian. Segurando-a pelos ombros duramente. Sacudindo-a. Fazendo seu longo cabelo dourado balançar-se a ponto de bagunçarem.

– Mason teria nojo de você... Disso que você é agora – disse-lhe.

– Yeah. Ele teria... Mas se ele estivesse aqui, as coisas seriam diferentes. Talvez pudesse estar com Belikov. Mas não está. E não estará.

– Não é por mim, não vê? – as lágrimas de raiva escorreram pelo canto dos olhos da morena. – Ele perderá tudo por você! Ele perderá a chance de viver por sua causa... Assim como todos ao seu redor. Em todos que toca, traz desgraça, Jillian...

Soltou a garota, sentindo-se suja. Limpou suas mãos em seu vestido, percebendo que poderia tê-la machucado. Embora quisesse. Deu-lhe as costas, caminhando para o corredor. Antes que alcançasse o fim deste, pôde escutar a voz de Jillian de dentro do quarto:

– Eu me certificarei de que ele seja muito feliz! Mais do que poderia ser com você!

A raiva aumentou, todavia, Rose a ignorou melhor que pôde, marchando de volta para o cavalo do seu pai, e montando-o. Logo, dentro de alguns minutos, estava de volta à sua casa.

Podia avistar sua mãe lavando roupa não muito longe do poço. Assim como teve certeza de que seu pai estava na plantação. Suspirando, marchou para o celeiro, perguntando-se por Dimitri e onde ele poderia ter ido. Queria poder vê-lo. Queria poder esbofeteá-lo e dizer-lhe que era estúpido e que estava com medo.

Ao adentrar ao celeiro, avistou o cavalo negro. E algo remexeu-se em seu peito, algo que queimou, fazendo-a sorrir. Ele não havia ido embora.

Virou-se para correr de encontro ao homem, na plantação. Nem para que, ao menos, pudesse olhá-lo franzir a testa para ela. Qualquer coisa. E antes que realmente corresse muito, chocou-se contra o peito quente e largo. Reconheceu o cheiro antes de olhá-lo. Dimitri segurou-lhe os pulsos, para impedi-la de cair, o que a fez sorrir.

– Por onde andou? – ele indagou, sua voz carregada pelo sotaque estrangeiro. Rose sentiu a pressão de seus dedos em seus pulsos. Olhou para cima, sem nenhum tipo de pensamento coerente.

– Não se case com ela – pediu baixo, mas o suficiente. A máscara de preocupação serena de Dimitri se foi. Havia então uma de tristeza e ternura. Ela sentiu-se beirando às lágrimas novamente. A forma como Jillian e ela haviam conversado mais cedo, a forma como Adrian a tratara... A forma como as coisas não pareciam certas de jeito nenhum a fazia se sentir fraca, próxima às lágrimas. E bem... Ela não gostava de soar tão frágil para as pessoas, fosse quem fosse. – Eu não suportaria que fosse infeliz por alguém como ela... Eu não suportaria que fosse infeliz.

Os dedos soltaram-se dos pulsos da garota, levando-os até a face da mesma, enxugando a lágrima que escorrera por esta. Dimitri inclinou-se para frente, beijando sua testa ternamente. Os lábios quentes pressionados contra a pele fazia cócegas agradáveis. Ele apenas afastou seus lábios de sua testa, beijando sua têmpora, apoiando seu queixo sobre sua cabeça.

– Eric Dragomir me deu uma resposta definitiva. Ele aceitou, e marcou o casamento para antes da próxima lua cheia. No início do inverno. – sussurrou, puxando-a contra seu peito, sentindo esta balançar seus ombros, à medida que chorava. – Me perdoe...

Os soluços se quebraram, como cacos de vidro, dentro para fora da garota. Esta tentou soltar-se do aperto do homem, mas os braços ao seu redor eram ainda mais fortes do que podia lidar.

E de repente, ela entendera o pai.

Nem sempre conseguimos sermos fortes todo o tempo. Uma hora, transbordaria, e essa hora havia chegado para Rose. Mas ao menos, ela se sentira segura nos braços do causador de seu sofrimento. O que soava ainda mais estranho.

É o fim de toda a esperança

Perder a criança, a fé.

Acabar com toda a inocência

Ser alguém como eu

Esse é o nascimento de toda a esperança

Ter o que eu uma vez tive

Esta vida imperdoável

Tudo terminará com um nascimento.


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