Apartamento 312. escrita por Sarinha


Capítulo 7
Capítulo 7 - Desejo




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- Hey, Brody! - a doce voz da judia o chamava do outro lado da linha.
- Rachel? É um milagre você me ligando... - animou-se ao receber a ligação dela.
- Sempre há uma primeira vez, não é mesmo? - gargalhou - Estava com saudades de você...
- Vejo que a ida de Finn te deixou destemida, não é? Você nunca ligou pra mim antes!
Rachel pigarreou.
- Está certo, Brody! Eu nem podia corresponder às suas tentativas de se aproximar de mim antes, meu ex noivo sempre foi ciumento... Mas agora estou solteira! E isso me permite experimentar todas as coisas que o relacionamento me impedia.
- E eu sou uma dessas coisas?
- Isso nós veremos hoje a noite; estará livre?
- Pra você eu sempre estou... 
- Podemos nos encontrar no restaurante de rente para NYADA?
- Sim, às 21:00hrs! Estarei lá esperando por você, Berry.
- Também estarei por lá. Será uma ótima noite. - disse, desligando sem esperar resposta.
Ela estava inteira e totalmente disposta a fazer seu pequeno mundo dar uma volta de 360º. Parte dele já havia mudado, só precisava mandar a antiga Rachel pra fora de si, fazer uma faxina interna.
Brody era seu colega de classe na faculdade, e desde o primeiro dia vinha galanteando a garota, em uma tentativa de tê-la. Ela sempre o achou irresistível, mas nunca deixou se render por ser casada, e pela fama de conquistador do rapaz que corria pelos corredores. Diziam que ele quebrava corações sem pena, e a insegurança de Rachel não  a deixava avançar o sinal.

Quinn já estava com seu vestido dourado e sapatos azuis, que juntos tiravam totalmente a visão angelical que tinha.
- Fabray, posso usar a máq... - Rachel entrava no quarto dela, segurando algumas roupas nas mãos.
Paralisou-se ao ver a colega de apartamento arrumada para sair. Era estranho para quem a via sempre com looks românticos que tampavam a visão de suas curvas ver uma Quinn sensual. Ela estava gostosa, Quinn Fabray era muito gostosa, ela tinha que admitir.
- Sim? - virou-se, espalhando a fragância do perfume que usava pelo quarto.
- Er... Você está linda! - sorriu, admirando-a.
- Sério? Estou me achando gorda... - alisou o vestido que usava, observando a si mesma no espelho.
- Não pense isso! Você é muito bonita... Uma das garotas mais bonitas que já vi.
- Deve ter visto poucas garotas! - afirmou.
- Por favor, não se diminua. - manteve a opinião - Mas, enfim... Queria saber se posso usar a máquina de lavar!
- Claro que pode... A casa é sua, Rachel. 
- É nossa, você quis dizer! - riu, saindo do quarto e tentando equilibrar a montanha de roupas que carregava.
A loira se surpreendeu, aquele era o primeiro diálogo que elas tinham em New York sem desentendimentos ou gritos. Era bom, pois a ideia de que ter uma boa convivência com Berry estava mudando, e isso era crucial para o tempo que elas obrigatoriamente passariam juntas dali pra frente.

Quinn saiu de casa antes de Rachel, com certeza sua noite seria muito mais agitada que a da morena. Barbra vestia uma calça jeans justa, em conjunto com sua blusa totalmente aberta nas costas, a maquiagem forte lhe fazia se sentir como nunca havia sentido antes. A única chance que teve de ter encontros foi com Finn e Jesse, e ela nunca se preocupou antes em parecer bonita. Estava tendo essa oportunidade e se sentia ótima assim, como se o mundo todo estivesse  em suas mãos.
- Sou muito sortudo por estar saindo com a garota mais bonita de New York? - o garoto disse, enquanto se sentava em frente a amiga.
- Na verdade é. - sorriu, brincalhona.
- Sei que estou um pouco atrasado e isso é péssimo! - justificou-se - Acho que não comecei bem nosso primeiro encontro. Mas quero te recompensar! Por isso, trouxe-lhe flores. - entregou um buquê composto por seis grandes rosas vermelhas, em tamanhos uniformes.
"Tão subestimado" - ela pensou consigo mesma. Era típico de qualquer homem tentar impressionar com rosas vermelhas, principalmente mulherengos. Segundo Rachel, quando um homem esta realmente afim de agradar a sua amada, se da ao trabalho de procurar a rosa perfeita para agradá-la.
- Obrigada! São minhas favoritas - disse, cinicamente.
- Sei disso, rosas vermelhas são a sua cara... - sorriu - Pois bem, o que quer pedir?
- Por enquanto, apenas uma salada, peça vinho também. - visualizava o cardápio, procurando por opções.
- Tudo bem, vou pedir o mesmo. - entregou o cardápio ao garçom, ajeitando a camisa que vestia.
"Que idiota!" - não conseguiu evitar de pensar. Nem mesmo Finn que nunca soube como chamar a atenção de uma garota não faria isso. Não só ela como todos os estudantes de NYADA  ao caminhar pelo refeitório sabiam que ele não fazia o tipo "garoto saudável" e não consumia verduras ou legumes, definitivamente estava perdendo pontos com Rachel.
- Então... Como foi a sua semana? - perguntou, interessada.
- Cansativa. Consegui um estágio como professor em NYADA e isso tem me deixado cada vez mais exausto... Mas é o meu sonho, não é?- Exatamente, bom garoto! - riu.
- E a sua semana, como foi?
- Foi bem tranquila... Apenas fui abandonada pelo meu noivo e fui obrigada a me mudar para outro apartamento, agora estou morando com minha arqui-inimiga do colegial. - disse freneticamente, sem pensar muito.
- Uau, e eu pensando que trabalhar demais era uma cruz... 
- Acredite, não é! - gargalhou, juntamente de Brody.
O jantar correu tranquilamente. Brody adorava conversar com a morena, enquanto ela nunca esteve tão entediada. Ele não perdia qualquer oportunidade de lhe passar uma cantada ou tentar se aproximar fisicamente. Ela se sentia desconfortável, tentava desvencilhar-se sem parecer desagradável, afinal, estava ali porque deveria ter algum interesse nele.
- Brody... O jantar foi maravilhoso e eu adorei passar esse tempo com você, mas acho que estou meio enjoada, preciso ir pra casa! - levantou-se, pegando as flores que havia recebido e sua carteira.
- É uma pena, quer que eu te leve pra casa? - se levantou junto, indo atrás dela até a porta do restaurante.
- Não precisa, vou com o meu carro. Mas agradeço a oferta! Foi uma ótima noite, B.! - disse, cheia de gratidão.
- Podemos sair de novo amanhã? - sugeriu.
- Amanhã tirarei a noite pra estudar! - mentiu - Mas vamos marcar outro dia, que tal?
- Eu adoraria!
Ambos se entreolharam por alguns segundos. Estavam desconcertados, sem saber o que fazer naquela hora. Barbra deu um passo a frente e o beijou. Não estava ansiosa ou excitada para beijá-lo, apenas queria o agradecer da forma correta por ter sido paciente, pelas flores e por ter pagado a conta. Nunca havia se sentido tão livre, e foi para NY justamente para isso, sentir-se indomada. Foi embora em silêncio, ouvindo Journey no carro e fazendo uma lista das coisas que iria fazer dali pra frente como uma senhorita solteira.
Ao chegar no apartamento, surpreendeu-se com a ausência da Fabray, ela já deveria estar lá. Preparou seu velho chá com limão e mel e deitou-se para ler algumas páginas de "morro dos ventos uivantes". Sem perceber, passou mais tempo lendo do que havia planejado, e ouviu alguns barulhos vindos da sala de estar. 
Amendrontada, porém curiosa, tirou os sapatos e caminhou vagarosamente até lá. Avistou Quinn e um garota ruiva de cachos longos. Ambas estavam deitadas no sofá, e se beijavam, totalmente entrelaçadas. 
Rachel espantou-se com o que via. Nunca soube o que podia esperar da loira, mas isso a surpreendia. Ela era evangélica e inclusive já havia engatado algumas discussões sobre homossexualismo e religião em frente a todo o clube do coral. Geralmente, ficavam ao lado da morena, mas mesmo assim Fabray mantinha firmemente sua opinião.
- Você é deliciosa, Ruth! - sussurrou ao pé do ouvido da ruiva, antes de mordiscar o lóbulo de sua orelha.
"Ruth, esse é o nome dela" - Rachel pensou. Queria conhecê-la de perto, saber de onde ela veio, se era ruiva naturalmente, se seu relacionamento com Quinn era sério ou apenas um caso casual. Continuou espiando.
Quinn retirou seu vestido com pressa, deixando os seios a mostra. Ruth os sugou com veracidade, admirando ambos vagarosamente. A loira elevou o pescoço pra trás, puxando ar e tentando estabilizar-se. Logo, suas mãos desabotoavam a camisa de sua parceira e tentavam fazer o mesmo com a calça jeans, mas foi preciso ajuda dela para conseguir completar o ato. Acariciava sua intimidade, encaixando a mão por dentro da calcinha e fazendo um perfeito movimento de vai-e-vem, levando a ruiva à loucura.
Berry tinha uma visão privilegiada de tudo, e não entendia a razão pela qual ainda não havia ido embora, estava sendo bisbilhoteira e sabia que isso era errado, mas não podia resistir. Apertou suas pernas uma com a outra e voltou ao seu quarto.
Cobriu-se com um edredom e tentou parar de pensar no que acabara de ver. Impossível.  O modo como a mão de Quinn era ágil,  os gemidos baixinhos de Ruth... Aquilo havia mexido com ela de forma que ela nunca imaginara. Estava curiosa, queria mais. Não fazia ideia de se era certo ou errado, mas era fato de que guardava dentro de si um imenso desejo por descobrir mais daquilo.


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Notas finais do capítulo

Finalmente! Minha semana de provas acabou e eu estou de volta. Acho que esse capítulo desencadeia uma nova fase da fanfic, com muita interação faberry, tenho certeza de que vão gostar! Mas pra isso, peço que estejam sempre comentando. Obrigada por permanecerem, e espero que tenham tido uma boa leitura até aqui!



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