Três dias se passaram desde a discussão que as levou a entender que se amavam. As flores que antes estavam ao chão, passaram pela mão de Rachel e ocupavam um vaso decorado acima do balcão que dava acesso a cozinha. Ela pediu para que Quinn a explicasse o porquê de ter escolhido cravos alaranjados e assim que ela disse, se apaixonou um pouco mais. Mesmo com o pouquíssimo tempo de convivência como amantes, ela se sentia mais amada do que nunca. Jesse e Finn nunca a fizeram se sentir como estivesse flutuando, como Quinn fazia. E as flores traduziam minuciosamente seus sentimentos para com ela, pois mesmo que muito tempo passasse e elas voltassem a se odiar, a fascinação da loira com ela nunca iria embora. Nunca.

Haviam se adaptado a uma rotina temporária, enquanto o carro de Rachel não saía do concerto. Rachel acordava cedo e então iria até Quinn para fazê-la despertar. Tomavam café da manhã juntas e então a loira a levava até NYADA de carro, e depois ia lhe buscar, para passarem a noite conversando. Não tinham beijos muito longos ou grandes conversas sobre sentimentos, elas estavam apenas passando um tempo uma com a outra, o suficiente para quererem cada vez mais.

Os sorrisos reinavam no relacionamento. Elas sorriam uma para a outra o tempo todo. Ao acordar, ao tomar o primeiro gole de café do dia e se surpreender com o modo como Quinn só melhorava nisso, ao dirigir, ao ver uma a outra assim que saíam da faculdade... O sorriso de Fabray era o mais encantador da dupla, mas no quesito de risada...Berry sempre seria a vencedora. Ainda não andavam de mãos dadas, mas sempre que tinham que fazer algum tipo de caminhada, aproximavam-se tanto que andavam de ombros colados, com medo de que se afastassem novamente.

Rachel gostaria de resistir, mas ela era tão sexy... Quinn encontrava-se debruçada sobre a cama, apoiando-se com o uso de seus braços e as pernas balançando. Vestia um pijama minúsculo azul bebê, feito de regata e short, mostrando mais pele do que escondia. A posição, o cheiro que exalava sobre o quarto, o cabelo caído sobre o ombro... Tudo colaborava para torná-la irresistível, e Rachel, que a observava da ponta da cama e esforçava-se para não olhar muito.

Engatinhou pela cama até onde ela estava e então deitou-se sobre seu corpo, transmitindo calor e beijando-lhe a nuca. Quinn foi tomada por uma onda de excitação e tentou disfarçar, mas era muito difícil. Virou-se até poder encarar seu rosto por alguns segundos, e repensar sobre o quão era sortuda por ter Rachel ali, nos seus braços. Não perdeu tanto tempo e logo tomou seus lábios por inteiro. As línguas encaixavam-se como em um jogo de peças, e nenhuma delas tinha vontade de parecer doce ou suave. As mãos atrevidas da morena foram parar no tecido da blusa de Quinn, que puxava insistentemente, em uma tentativa de despi-la. Ela achou graça daquilo, mas se rendeu ao pedido da companheira e retirou a blusa.

A judia viu ali uma oportunidade de avançar um passo, então retirou a camiseta que vestia e tomou uma nova posição diante dela. Beijou seu abdômen, subindo carinhosamente até o colo dos seios e sugando sua pele. Quinn passou de suspiros a um gemido alto, logo repreendeu a si mesma mentalmente. Resolveu que conduziria ali, então virou-se sobre o corpo dela, tirando apressadamente suas calças e fazendo o uso de suas unhas, levando ela à loucura. Passeou por entre ante coxa, ponto que pessoalmente, Rachel fraquejava e chegou a sua intimidade. Enquanto ambas trocavam carícias, compartilhavam beijos cheios de sede.

- Rach... - Quinn sussurrou calmamente, enquanto tinha seu pescoço tomado pela morena. - Ei, Rach... - a chamava.

- Sim? - parou o que fazia, tornando os olhos castanhos para o seu, a espera de uma resposta.

- Acho melhor pararmos. - disse seca, afastando seu corpo do dela.

- Como? - sentou na cama, sendo surpreendida - Mas por que? Fiz algo errado? - perguntou, curiosa.

- Não, é claro que não. Você é ótima! Eu apenas realmente quero ir devagar. - fitou seu colo, envergonhada.

- Mas estamos indo devagar, o que houve agora foi natural, não foi forçado... - explicou-se.

- Sei disso, mas prefiro esperar mais um pouco, não quero que façamos isso só por excitação. - levantou a cabeça, olhando em seus olhos.

- Está tudo bem! Eu compreendo. - sorriu, mentindo.

- Eu sabia que entenderia. - tocou seu nariz - Preciso de um banho! - levantou-se da cama, indo até o guarda-roupa e tirando de lá uma calça jeans, junto de uma t-shirt e peças íntimas.

- Volte logo. - sussurrou, pensativa sobre as coisas que ela havia dito.

- Voltarei! - piscou, irresistível.

O quarto continuou em silêncio por alguns segundos, a morena encharcou sua cabeça com dúvidas, e logo tinha uma solução para todas elas.

- Ninguém. Diz. Não. Para. Rachel. Berry. - falou com determinação, saindo da cama com um pulo.

O vapor tomava conta do banheiro e só se conseguia enxergar a fumaça. Quinn cantarolava distraída uma música de James Blunt, enquanto escorregava o sabonete pelas pernas brancas. Seu corpo arrepiou-se por inteiro quando sentiu os lábios de Rachel sugando sua nuca. Enrijeceu as costas, e ao virar-se, recebeu sua língua fazendo movimentos precisos, sendo totalmente surpreendida. Berry estava nua e a jogou contra a parede enquanto juntava seu corpo ao dela. A forma como o fez foi um pouco violenta, mas a loira havia adorado, e lutava contra a si mesma para resistir. Ela levou os lábios a sua orelha.

- Eu quero você, agora... - sussurrou determinada com voz sensual, segurando seu pescoço.

- Rach... - fechou os olhos, falhando em sua própria respiração.

Rachel voltou a beijá-la, sendo correspondida. O contato dos corpos era perfeito,como duas peças de um quebra-cabeça. Os seios passeavam entre si e a perna de Quinn ergueu-se quase que automaticamente, para aproximá-las mais ainda.

- Não resista. - disse novamente, levando a mão direita ao seu seio e massageando com uma desenvoltura que desconhecia, mas achava estar fazendo o certo, devido aos gemidos dela.

- Por favor... - pediu, sem domínio próprio.

Ela continuou, beijando-lhe o colo e intensificando a massagem, quando foi empurrada pra trás, cortando todo o contato corporal que tinha com a loira.

- Me desculpa! - ela abriu os olhos, recuperando a respiração - Foi impensado, por favor, me perdoe.

A morena se sentiu culpada, uma idiota. Era como se fosse... Um garoto! No auge do ensino médio, insistindo de forma inconveniente à sua namorada por sexo. E isso não era legal. Rachel já não era mais criança, e se recusar a entender o desejo de Quinn era algo ridículo.

- Céus... Me desculpe você, Fabray. - passou a mão sobre o rosto, tinha a pele encharcada. - Eu sou muito infantil, não tinha o direito de fazer isso com você.

- Tudo bem... Sei que tem capacidade pra me compreender, você é uma boa parceira! - tocou-lhe o braço.

- Agora eu não sei bem se sou. - abriu o box, preparando-se para sair dali.

- Espera! - puxou-lhe pelo pulso, fazendo-a olhar em seus olhos.

- O que foi? - perguntou, sentindo as gotas de seu cabelo pingarem sobre seus ombros.

- Chegue mais perto. - Rachel se aproximou, sem saber o que ela queria, então ganhou um abraço dela.

- Sinta meu corpo com o seu... - entrelaçou os braços sobre suas costas, alisando-a suavemente.

A medida que a água quente deslizava pelos corpos nus das duas, a temperatura aumentava e a loira sentia cada parte do corpo de sua amada por vez, separadamente. Elas tinham tempo e o mundo inteiro para conquistar, não precisavam de pressa. Rachel sorriu. Se fosse Finn, Brody, Puck, Jesse ou qualquer outro garoto,ela seria levada pra cama em poucos minutos. Mas não. Era Quinn Fabray e ela se interessava em construir intimidade com ela antes de terem sexo. Não podia ser mais adorável.