- Eu o amava tanto... - Berry chorava.
Depois da descoberta, Rachel foi até a casa de Kurt e Blaine, pois eles eram as únicas pessoas a quem ela poderia recorrer, ainda mais quando se tratava de Finn. Kurt era praticamente seu cunhado, pelo fato de Carole e Kurt terem se casado, e ambos conheciam Finn a muito tempo, poderiam previní-la de suas típicas atitudes inconsequentes.
- Sabemos disso, Barbra, nós sabemos! E também estamos surpresos com esse episódio. - Kurt a apertava, mexendo em seu cabelo.
- O que acham que eu devo fazer? - secava suas lágrimas.
- Se separar! - disse Blaine.
O silêncio tomou conta do apartamento por alguns segundos, Kurt e Rachel olharam assustados para Blaine, não esperavam uma resposta dessas vinda dele. "Finchel", como era chamado, era um casal épico. Desde a formação do Glee Club foram pressionados para dar certo, era impossível imaginá-los separados.
- Blaine, cale a boca! - Kurt lhe deu um soquinho, repreendendo o namorado.
- Estou apenas sendo sincero, seria um amigo ruim se lhe incentivasse a ficar com um canalha! - justificou.
- Hey, Finn não é um canalha! - aumentou o tom de voz, em defesa do irmão.
- Tudo bem, pense comigo, Kurt... Somos marido e mulher, noivos, não sei... E decido me mudar apra outro estado, sem me importar se estar em NY é importante pra você ou em te contar algo, apenas decido e começo a planetar... Então te conto quatro meses depois, duas semanas antes de embarcar. Seja sincero, o que você faria?  - Blaine lhe encarou com seriedade.
Kurt permaneceu calado, dando-se por vencido, a tese de seu namorado fazia totalmente sentido. E isso fez Rachel se tocar de que aquilo não era apenas um problema de relacionamento, era algo sério, que dificilmente teria perdão.
- Não disse isso com a intenção de te separar de Finn, não mesmo, eu tenho um carinho enorme por ele e adoro vocês como casal! Mas odeio te ver indefesa dessa maneira, gostaria muito que conversassem para tentarem se acertar... Vocês não são apenas namorados, vocês dividem uma vida!
- Sim, tenho consciência disso. - limpou algumas lágrimas que caiam, tentando se recompor - Vou tentar ser calma e racional, pelo menos uma vez na minha vida! - gargalhou, tentando ser simpática.
- Você vai! Mas agora não. Deite-se um pouco na nossa cama e descance, Kurt vai preparar os seus bolinhos favoritos e assim que se acalmar você volta lá para conversar com Finn.
- Vou? - Kurt reagiu - Mas eu estou tão cansada quanto ela...
- Fique quieto, Kurt! - seu namorado sussurrou - Ela esta de coração partido, não se pode negar bolinhos a um amigo de coração partido!
- Bem... Não precisa sussurrar, eu ainda estou aqui. - gargalhou - Tudo bem Kurt, eu não quero comer nada. Vou apenas me deitar um pouco, esta bem?
- Tudo bem, Rach, sinta-se a vontade!
Rachel foi até o quarto do casal, tirou seu casaco e os sapatos que usava, então deitou-se. Havia fotos por todo o lado, e uma decoração que era apenas deles. Totalmente "Klaine". A judia revirou-se na cama e observou uma foto em que estava ela, Finn, Kurt e Blaine em uma apresentaçao no Glee Club. Lemrou-se dos velhos tempos, onde tudo era mais fácil e fechou os olhos com força para não chorar, e concentrar-se na missão de apenas descansar e aliviar-se de todo o estresse recente.
Na sala, Blaine e Kurt conversavam.
- Como você acha que eles vão ficar? - Kurt perguntou.
- Vão ficar bem. Juntos ou separados, tenho convicção de que serão felizes. Rachel esta realizando seu maior sonho aqui em NY, ela nunca desistiria dele, mesmo que por Finn... Enquanto ele vai começar uma nova vida, esta indo pra uma faculdade conceituada trabalhar com o que ama... As coisas vão dar certo no final.
- É só o que eu espero! - ele suspirou, desanimado.
O toque do celular de Blaine interrompeu a conversa do casal. O moreno o tirou do bolso e olhou o visor, "Quinn Fabray" estava escrito, com uma foto da loira com os cabelos ao vento abaixo.
- Espere um pouco... - Blaine disse, antes de atender à chamada.
- Hey, B! - a voz da garota soou animada.
- Oi, Quinn! Como vai? 
- Mais ou menos... E você? 
- Vou ótimo! As coisas estão indo bem pra mim em NYADA... Mas me diga, porque não esta totalmente bem?
- Não da pra dizer por telefone... Será que você pode vir aqui em casa? - pediu, temerosa.
- Tudo bem, me espere aí! Tchau, um beijo... - desligou o celular.
- O que a Quinn queria? - Kurt tirava o casaco e os sapatos, preparando-se para deitar ao lado de sua melhor amiga.
- Ela esta com problemas, vou ao apartamento dela, tudo bem? - Blaine sacou as chaves do carro.
- Tudo bem! Leve um pedaç da torta que fizemos ontem, e mande um beijo pra ela!
- Ok, não demoro a chegar... - selou os lábios de Kurt.
Enquanto Kurt era parecido com Rachel, Blaine era a cópia autêntica de Quinn. Kurt tinha a mesma determinação que a judia, encaravam os problemas da mesma maneira e se entendiam como ninguém, enquanto Blaine e Quinn foram reconhecer suas coincidências apenas quando passaram a morar em New York. Ambos se sentiam sozinho, sem a presença de um melhor amigo e encontraram um no outro a força que precisavam para enfrentar New York.
Rachel, Kurt e Blaine moravam em Forest Hills, enquanto Quinn vivia na obscuridade de NY: Blooklyn. Mesmo morando em um dos mais pobres bairros da cidade, sentia-se feliz, pois seu apartamento era o melhor entre os três, e com a desvantagem do lugar o preço não era alto. Quinn era mesmo esperta.
A viagem entre o dois distritos era de apenas 10 minutos, Blaine nunca havia comentado isso com Quinn, mas realmente tinha medo de estar em Brooklyn. A maioria das ocorrências de assaltos e assassinatos vinha de la, e sua população não era das mais educadas. Mas a loira havia conquistado a todos com sua simpatia, tinha plena segurança em morar ali. 
- Querido! - Quinn o abraçou com força, assim que abriu a porta. Seus abraços eram os melhores.
- Boa noite, Fabray! - entrou no apartamento e sentou-se no sofá, com a intimidade que já tinha com Quinn. - Trouxe torta de maçã pra você! E Kurt mandou m beijo.
- Obrigada! Adoro as tortas do Kurt... - pegou o tapauer da mão do moreno e o colocou em cima do balcão de sua cozinha. 
- Disse que tinha problemas, não? Sente-se aqui e me conte tudo.
- Bem... Vou ser despejada. - disse, direta.
- Como assim?  Explique melhor... - chegou mais perto da loira, procurando explicações.
- Depois que comprei o carro, há dois meses, minhas contas ficaram desequilibradas... E agora o inquilino do apartamento ligou e quer que eu pague os atrasados em uma semana, se não pagar, serei despejada. - suspirou, com a cabeça cheia.
- Céus, Fabray! Porque não me contou antes?
- Sabe que eu não gosto de contar meus problemas aos outros, não é? Mesmo que essa pessoa seja meu melhor amigo, e eu pensei que tudo se resolveria logo.
- Eu tenho um dinheiro guardado, vou pagar os atrasados pra você! - sugeriu.
- Não! Está louco? Eu nunca te pediria dinheiro, você trabalha muito por ele... Preciso de uma ideia, um jeito para fugir disso. 
- Vou pensar em algo, eu prometo, Quinn! Você é uma garota organizada e sempre mantém suas contas em dia... Fique tranquila. - abraçou  a amiga, confortando-a.

Enquanto isso, Kurt acariciava os cabelos de Rachel, tentando fazê-la esquecer do acontecido.
- Kurt, acha que Finn vai fica bem morando sozinho? - perguntou, franzindo a sombrancelha.
- É claro que vai, ele sempre fica... E você também vai ficar bem! - chegou mais perto da amiga.
- Acha que não fui boa  suficiente para ele, e por isso escolheu ir embora? - levantou a cabeça, fitando seus olhos.
- Hey, não diga isso, bobinha! Você é maravilhosa e Finn te ama. O erro é dele e não seu. Não assuma uma responsabilidade que você não tem...
- Quer saber, K? Não posso ficar aqui me lamentando, vou conversar com Finn! - levantou-se da cama, colocando seus sapatos novamente.
- Tem certeza disso, Barbra? Não quero que resolva nada de cabeça quente... - a avisou.
- Absoluta. Serei madura e racional, vamos resolver isso da melhor forma. Talvez, se eu surprender Finn com isso ele não irá para Stanford. - disse a morena, cheia de esperança.
- Rachel, pare! - segurou os ombros da amiga - Não pode tentar impedir Finn de realizar o seu sonho. Ele te apoiou em NYADA, agora é a hora de você fazer o mesmo, não seja egoísta.
- Mas Kurt...
- Não tem "mas"! Concordo que você deve tentar fazer isso funcionar do melhor jeito, e sei que ele estava errado em não ter contado à ninguém sobre Stanford, mas é o que ele quer pra vida dele, não seja uma pedra no sapato do meu irmão, por favor...
Rachel, ainda não convencida, permaneceu calada por alguns segundos, pensando consigo mesma.
- Passar bem, Hummel, vou resolver minha vida! - foi até a sala, pegou sua bolsa e saiu pela porta dianteira.
- Barbra, espe... - sua voz foi ofuscada pelo estrondo vindo da porta - Merda! O que essa garota vai fazer?