Apartamento 312. escrita por Sarinha


Capítulo 18
Capítulo 18 - Os dias de cão acabaram


Notas iniciais do capítulo

Demorei um pouco a postar, mas aqui esta! As atualizações vão levar um tempo a mais para serem escritos agora que voltei aos estudos, mas garanto que a emoção presente nos capítulos compensará tudo isso! Haha, esse capítulo é bem especial. Espero que gostem!



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As duas garotas tinham tido uma péssima noite de sono. Rachel dormiu como um bebê, mas o fato de estar tão assustada não deixou que ela descansasse. E Quinn, apenas não dormiu muito bem. Havia concluído que seu sentimento pela judia era um problema, e ela precisava resolvê-lo.

- Bom dia, Rachel! - disse-lhe ao acordar, enquanto se servia de café.

- Bom dia, Quinn! - sorriu, indo até a geladeira para procurar algo pra comer.

- Acordou de bom-humor? - aproximou-se dela, surpresa por ter tido uma resposta.

- Só estou feliz por estar viva... - suspirou com alívio.

- Se estiver se sentindo a vontade, pode me contar sobre o acidente... - pediu, com medo de não ter uma resposta educada.

- Tudo bem! Aconteceu que um motorista imprudente invadiu a minha pista enquanto eu dirigia, então nossos carros se chocaram e o meu capotou. Fiquei alguns minutos esperando por socorro, mas logo o motorista veio me ajudar, saímos os dois ilesos. 

- Graças a Deus! - ela juntou as mãos.

- Meu carro não teve a mesma sorte, mas o rapaz se comprometeu em pagar todo o concerto, só terei o prejuízo de ficar alguns dias sem carro. - comentou, positiva.

- Não se incomode com isso, posso ser sua motorista se quiser. - sugeriu sem pensar duas vezes.

- Eu agradeço o convite, mas Peter vai dirigir pra mim durante esse período. 

- Peter? - parou o que fazia, sendo surpreendida por um arrepio inconveniente na espinha - Quem é Peter?

- Uma pessoa que conheci. - respondeu, seca - Preciso me arrumar, tenho uma prova oral de canto lírico, me deseje sorte! - guardava a geleia na geladeira, levando para seu quarto um prato com torradas e café.

- Boa sorte... - desejou, pensativa.

Ela não poderia estar com outro alguém, pensou Quinn. Não agora, que ela estava a ponto de decidir o que queria para si. Sabia que Rachel era uma garota realmente concorrida, mas não suportava a ideia de perdê-la para outra por burrice de sua parte.

Correu até a janela, esperando que ela saísse. Ele dirigia um Porsche branco, e isso realmente lhe espantou. Ele não era um concorrente, era o concorrente pelo qual precisaria se esforçar para passar pra trás. Assim que Rachel entrou no carro e foi dada a partida, Quinn começou a bolar seu plano para conquistá-la novamente, e dessa vez, pra segurá-la de vez.

- Hey, Blaine! - disse a voz doce do outro lado da linha.

- Bom dia, mechas douradas. - a cumprimentou do outro lado da linha.

- Como vai? - perguntou.

- Estudando bastante... E você?

- O mesmo. Escute, você tem aula integral hoje?

- Não. Apenas a turma de Kurt terá, eles farão uma prova hoje.

- Então terá apenas um período, certo?

- Sim, exato!

- Quero lhe fazer um convite!

- Ótimo, adoro convites.

- Aceita vir almoçar comigo? - pediu - Sabe que cozinho muito bem, prometo fazer uma maravilhosa pasta primavera pra você, seu prato favorito!

- Uau, é uma oferta tentadora! - Blaine riu - Esta se sentindo sozinha por acaso?

- Não, apenas quero conversar sobre você. - admitiu.

- Bom, pasta americana e minha melhor amiga... É uma oferta irrecusável! - gargalhou - Me espere para o almoço.

- Assim será! - disse Quinn - Querido, terei que desligar agora, a correria de Julliard me espera. 

- Digo o mesmo, tenho alguns compromissos aqui em NYADA. Tenha um bom dia!

- Tenha um bom dia. - respondeu, desligando o celular.

A manhã de Fabray foi corrida. Depois de muito estudar, foi até um mercado comprar ingredientes para o prato que faria e então voltou ao apartamento, preparando-o com pressa. Mesmo sem tempo a loira tratava de caprichar, fazendo tudo com extremo carinho e dando seu pequeno toque em cada parte da receita, tornando-a única e especial para quem provasse. 

- Cheguei, garota! - o moreno abriu a porta sem pedir, encontrando a mesa já posta - E trouxe algumas uma garrafa de Wisky, já que Kurt não veio. - gargalhou junto dela.

- Que bom que veio. - o abraçou, pegando sua garrafa e levando até a mesa - Sinceramente, não sei como abriu mão tão facilmente de certas coisas que gostava por ele. - confessou, servindo seu prato enquanto ele fazia o mesmo.

- Bem... Kurt também renunciou a algumas coisas, e damos o nosso melhor para vivermos em comunhão, é nisso que se baseia nossa boa convivência. - sentou-se, dando a primeira garfada do que comia.

- Desistir do seus princípios por outra pessoa é algo confuso pra mim... - abaixou a cabeça, mexendo em sua comida.

- Quando você ama alguém de verdade, seus costume tornam-se banais perto do que você sente por ela. Kurt é o meu alicerce aqui em NY, e desistir de alguns hábitos não é nada perto de tudo o que eu faria por ele. - sorriu, dando um gole de sua bebida.

- E sabe que eu serei madrinha desse casamento, não é? - provocou, divertida.

- Não só sei como tenho convicta certeza disso! Fabray, você se supera cada vez mais! Não sei como é possível, o prato esta mais saboroso do que da última vez que comi.

- Tenho que ser boa em algo, não é? - piscou - Obrigada! É uma honra cozinhar pro meu melhor amigo.

- E é uma honra comer sua comida! - respondeu - Enfim, sem delongas... Porque fui chamado aqui?

- Blaine... Eu tenho precisado conversar com alguém, soltar certas coisas que venho segurando a um tempo e já não aguento mais o peso dessas coisas na minha mente. - confessou, tentando aliviar de alguma forma o que sentia.

- Isso tem a ver com a Rachel? - deduziu.

- Sim... Espero que não fique assustado com o que vou lhe contar, ou interprete mal...

- Que droga, diga logo, Fabray! - insistiu.

- Eu e Rachel nos beijamos. - soltou, fitando a mesa.

- Como?! - engasgou com a bebida, tossindo algumas vezes para voltar ao normal, tentando digerir a informação que acabara de receber.

- Vocês estavam loucas? Quinn, você suicidou sua relação com ela! - gritou, avançando sobre a mesa.

- Vai me deixar ou contar ou quer me cruxificar antes? - julgou, séria.

- Me desculpe, fui precipitado... - sentou novamente - Conte, vou te ouvir sem me manifestar.

- Foi no Central Park. Saímos pra passar a noite juntas e acabou acontecendo. Foi automático e impensado, mas na hora foi maravilhoso! Ela acabou gostandod e mim de alguma orma, e queria mais... Mas eu não permiti.

- E então é por isso que ela não quer mais nada com você?

- Sim... - fez uma careta.

- Quinn, você sbae o tipo de garota que Rachel é, porque fez isso se não ia querer mais nada no dia seguinte? 

- Eu não sabia e nem pensei no que faria no dia seguinte, Blaine. Estávamos bêbadas e carentes, totalmente vulneráveis uma a outra. De repente ela pareceu atraente pra mim, e parece até agora.

- O que quis dizer com isso? - voltou a comer.

- Quis dizer que agora ela não sai da minha cabeça e eu estou enlouquecendo com isso! - aumentou o tom de voz, apostando todas as suas fichas em uma confissão.

- Agora eu estou confuso...

- Por quê?

- Rachel lhe pediu uma chance e você disse não a ela, mas não consegue tirá-la da cabeça... Quinn, você ficou com as mais renomadas professoras de Julliard e não tem coragem pra chegar nela?

- Você sabe que com ela é diferente...

- E por que seria? - perguntou, interessado.

- Ela é especial, é mais que uma professora renomada ou uma frequentadora de bares. E isso envolveria tantas coisas... Nós nos conhecemos a muito tempo, temos os mesmos amigos e até os mesmos ex namorados. Eu não gostaria de magoá-la.

- Quinn... Er, Quinn... - reagiu de rma diferente.

- O quê? Por que ta falando assim?

- Você é mesmo imprevisível. - gargalhou.

- Do que está falando? Diga coisa com coisa, eu realmente preciso de ajuda. - pediu em forma de reclamação.

- Fabray, você esta apaixonada! - disse seco e direto, atingindo a loira como em uma facada.

- Eu... Eu não estou apaixonada - riu alto, em ironia.

- Sim, você esta! E eu posso provar isso. - assentiu.

- Provar? Do quê está falando? Prove então. - o desafiou.

- Você ficou com Finn e Sam por pura ambição, querendo ser popular, não é?

- Devo admitir que sim...

- Quando engravidou de Puck, você pensou nas consequências de mentir pra Finn dizendo que era ele o pai de Beth?

- Não. Não pensei.

- E quando namorou Puck, também por interesse... Pensou nele quando o traiu com Finn?

- Não... - fechou o semblante assim que começou a ligar os pontos.

- Você é uma garota inconseuquente, Fabray! Por pior que seja essa sua caracteróstica, é algo que você tem que assumir. Você foi inconsequente com todos os seu romances e eles nunca envolveram amor. E agora, está pensando em outra pessoa antes de em você mesma. Sabe que isso é incomum no seu mundo, não sabe?

-  Bem, cho que você esta errado e... - tentou dizer, mas foi interrompida.

- Você está apaixonada! Totalmente apaixonada por Rachel Berry e não quer admitir por covardia, o que me surpreende, já que você é a garota mais corajosa que conheço.

- Isso é loucura, não estou apaixonada. - manteve-se séria.

- Admita, garota! E sabe o que é mais incrível? - disse, empolgado - Rachel também esta completamente apaixonada por você! - gritou, animado.

- Meu Deus... - pôs a mão sobre  acabeça, abaixando-a.

- Não pode disperdiçar isso. - puxou sua cabeça de volta, fazendo com que ela olhasse em seus olhos.

- Sabe que isso seria difícil, não é, Warbler?

- Ainda não te vi tentando. Que droga, pare de ser tão medrosa e se arrisque de uma vez! Rachel não vai sair da sua mente só porque você insistiu para esquecê-la. Então se entregue!

- E se der errado? - perguntou.

- Apenas tente, Quinn. 

- Droga, o que eu faço?

- Flores! Compre flores para Rachel, ela sempre gostou disso. E vá lhe buscar em NYADA! Agora ela esta sem carro, vai precisar de carona.

- E se ela ficar com raiva ao me ver? Quiser me bater? - sugeriu.

- Você é uma garota irresistível, ela nunca faria isso. - piscou-lhe, provocando sua risada.

Era 17hrs. e lá estava Quinn. Vestia uma camiseta do "Pink Floyd", jaqueta de couro, jeans e Ankle Boot. Não sabia se ela seria o tipo de roupa ideal para conquistar uma garota pois não entendia nada de amor, mas ela conquistaria qualquer um com aquela roupa. Segurava em sua mão um buquê com rosas tamanho grande recheado de cravos alaranjados. Era diferente, algo único que tinha um significado pessoal. A cor alaranjada representava admiração, entusiasmoe  desejo. Ela não se precipitaria em dizer que seria amor, tinha a intenção de impressionar com algo novo. Mas sua ansiedade foi cortada quando viu Rachel saindo do campus ao lado de um rapaz, e entrando no mesmo carro que entrara de manhã. Assistiu a tudo aquilo de longe, sem ser vista pela morena, como se fosse invisível. Logo, sua animação se transformou em vergonha e raiva. Ela era Quinn Fabray e não fracassava, não quando era sobre algo que queria tanto, e aquilo aconteceu pela primeira vez. Entrou no carro levando as flores consigo, e dirigiu apressada rumo ao apartamento.

(OBS: recomendo que leiam essa parte do capítulo ao som de "that's whay you get - paramore")

- "I am a woman in love and I'd do anything to get you into my world..." - Rachel cantarolava, enquanto entrava na casa segurando sua bolsa e uma pequena torre com cadernos, livros e pastas nas mãos.  Ao chegar na sala, algo lhe chamou atenção: Quinn encontrava-se deitada no sofá, observando o teto e embalando-se em algumas lágrimas. 

Ela parou por um momento, para ter certeza de que ela chorava, e no momento seguinte sentiu-se constrangida, não sabendo o que fazer.

- Fabray... Você está bem? - perguntou, preocupada.

- Meu estado não importa. - levantou do sofá, rindo ironicamente.

A morena ohou para o lado e viu um buquê de rosas jogado no chão, junto com uma garrafa de whisky onde restava pouca bebida e uma mesinha de canto sobre o tapete, com seus pertences espalhados por ali.

- Quinn... Você só pode estar louca! - copiou sua irônia, aumentando o tom de voz - Você quebrou a mesa, garota! Sabia que teremos que pagar por isso? - apontou para o canto da sala.

- Ótimo, pagarei junto com meu último aluguel. - fez uma careta

- Último aluguel? O que quer dizer com isso? 

- Quero dizer que vou sair do Brooklyn. Me recuso a morar com uma mentirosa! - lhe deu um toque nos ombros, com força o suficiente para fazê-la tomar um pequeno impulso pra trás. Sequentemente, foi em direção ao seu quarto.

- Mentirosa? Quinn, as bebidas não estão te fazendo bem e... - foi atrás dela.

- As bebidas estão sendo mais legais comigo do que você! - gritou, engasgando com uma lágrima.

Rachel recuou. Estava ficando com medo.

- Mas... Eu não entendo. Fiz alguma coisa? - murchou os ombros.

- Você é uma dissimulada, Berry! Se fazendo de vítima do coração partido esse tempo todo apenas pra me magoar... Parabéns, sua missão foi cumprida.

- Olha, eu estou tentando ser legal, juro que estou! - esbravejou - Mas precisa me explicar sobre o que está falando!

- Não seja cínica. - suspirou, preparando-se para dar explicações - Você disse que gostava de mim e que esperava algo de nós duas, e hoje já esta com uma pessoa nova?!

- Meu Deus, eu não estou com ninguém... De onde tirou isso? - perguntou, perplexa.

- Pare de fingir! Eu vi que um garoto veio te buscar hoje cedo. Já sei do seu plano barato pra quebrar meu coração. - limpou algumas lágrimas.

Berry gargalhou, o que deixou Quinn com mais raiva do que já estava antes.

- Esse garoto não é meu namorado... - explicou-se.

-Mas ele tem algo com você, se não tivesse, ele não iria te buscar...

- Céus, como sabe que ele foi me buscar? - assustou-se.

- Isso não importa agora. O que importa é que você se fez de vítima para que eu me apaixonasse por você! - ergueu o tom de voz.

- Se... Apaixonar? - ela parou, soltando os livros de sua mão e cruzando os braços. - Você está apaixonada por mim?

Quinn torceu o nariz com o "furo" que havia dado. Precisava ser persistente em guardar o segredo de sua paixão pela morena, mas ao ver seus olhos tornava-se impossível.

- Que merda, Berry, que merda. Eu estou! Quer saber? Eu! Estou! - deu uma pausa para retomar seu fôlego - E isso é inútil agora, porque você tem um garoto novo com um carro muito mais bonito que o meu, e a conta bancária também... Eu deveria ter previsto que se vingaria pelo que fiz com você, mas não sabia que doeria tanto. - confessou.

Rachel sorria. Seu coração se enchia de felicidade como se estivesse ganhado na loteria e Quinn fosse seu prêmio. Vinha esperando por aquilo e já havia perdido as esperanças, mas naquele momento, mal podia acreditar que a melhor garota que ela já conhecera estava se declarando para ela.

- Eu não dei um passo a frente depois do nosso beijo porque eu tinha medo, medo de te deixar magoada ou envolver mais pessoas no nosso relacionamento... E eu resolvi que correria atrás de você, fui em NYADA e até comprei aquela merda de buquê com cravos alaranjados que estão no chão agora, mas você estava com seu novo namorado e... - tagarelava, com raiva.

Ela não conseguiu impedir o ato, não conseguiu se segurar. Puxou Quinn brutalmente pelos braços e selou seus lábios com força. Quinn não recebeu o beijo da melhor forma que podia pois foi pega de surpresa, mas o aceitou, sentindo-se honrada. Ela estava totalmente paralisada, o amor lhe pegou de forma estranha e o que ela mais queria era deixá-lo entrar. Um, dois, três selinhos e Quinn já não estava mais tão surpresa e havia se entregado aos braços da morena. Fabray deu espaço para que ela introduzisse sua lingua, como o proprietário de uma casa que dizia: "seja bem vindo, fique a vontade, a casa é sua!" E aquela seria sua nova casa dali pra frente. Ela o fez. Tomou conta de sua boca por inteiro, conhecendo cara canto como se explorasse o território. Era doce. Era gostoso. E totalmente único. Suas mãos percorriam pelos seus corpos em forma de carícia. Quinn fazia um ótimo uso de suas unhas, arrepiando as costas de sua parceira por inteiro, enquanto Rachel acariciava a nuca dela. Os dias de cão haviam acabado.


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