Roy olhava para o prato de lasanha com a cara arrogante de sempre, como se fosse normal falar esses absurdos e depois comer normalmente. 

-Olha só, Roy. Essa casa nem é sua ok? Vê se fica quieto ninguém aqui é obrigado a te dar satisfação. - falei olhando para ele que não mudou a expressão.

-E quando convidar vagabundos para almoçar aqui, avisa também. - ele disse como se eu não tivesse dito nada anteriormente e ajeitou os óculos.

-Agora chega. - John cerrou os punhos e se levantou da mesa mas minha mãe o segurou - Eu não aguento mais esse cara mãe! 

-Gente, - minha mãe estava visivelmente triste - por favor, o namorado da Tiff está aqui. Roy, ele não é um vagabundo, por favor tente ser compreensivo.

-Está ficando difícil ser compreensivo nessa casa bagunçada Melline. - Roy disse.

-Está ficando difícil entender porque minha mãe está com você! - gritei apontando o dedo para ele.

-Mocinha, se você não abaixar este dedo agora eu... - ele começou mas eu o interrompi.

-Você o quê? - gritei mais alto me levantando da cadeira - Vai me bater? Como bate no John? Eu vi as marcas ta legal Roy? Não adianta mais esconder, você vai pagar caro pelo que fez com o meu irmão seu idiota. 

Eu pedi desculpas para a minha mãe e chamei Collin, meus irmãos e Polly para irem até um restaurante. John recusou com lágrimas nos olhos e subiu as escadas correndo. Eu ia atrás dele, mas minha mãe me parou e disse que ia. 

Tentei chamar Carl para ir, mas ele recusou. Eu, Polly e Collin saímos então. 

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O almoço todo tinha sido muito tenso e silencioso. Eu estava com raiva de Roy e de mim mesma por ter falado sobre as agressões sem consultar John antes. Acho que ele ficou chateado comigo. Pedi para Collin e Polly para que fossemos embora. Eu não queria mais ficar ali e além disso, eu estava cansada.

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Cheguei no meu apartamento e me deitei no sofá. Eu já odiava domingo, mas aquele estava sendo insuportável. O final de semana fora bem agitado. Eu havia arrumado um namorado, enfrentado o namorado idiota da minha mãe, entre todas as conturbações que ocorreram. 

Eu estava exausta, e no outro dia tinha aula na faculdade. Pensei em não ir mas me lembrei que o projeto da foto seria para a aula em questão. O problema é que eu não tinha uma foto. Collin havia espantado meu passarinho perfeito, e não dava tempo de revelar uma foto nova. Me lembrei da câmera azul, mas me lembrei também que havia ficado na casa da minha mãe. Vasculhei meu bolso. Encontrei a foto dos meus pais que eu guardava na cabana. Eu nem me lembrava que havia pegado aquela foto. Perfeito, aquela foto tinha tanta química e amor que seria perfeita pro projeto, era só ampliar, nem mesmo de efeitos ela precisava.

Eu estava na sacada observando o céu  quando Polly me ligou me chamando para sair no resto de tarde. Eu recusei mas chamei ela para ir até meu apartamento, podíamos ver um filme e fazer bolo de café. Ela aceitou.

Não me dei ao trabalho de me arrumar, mas quando olhei para baixo, percebi que ainda estava com a camiseta "salvem os golfinhos". Sorri olhando para ela, não quis tirar. Era linda, simples, mas linda.