Rose subiu as escadas ate seu quarto ainda pensando no beijo que acabara de acontecer. Foi bom. Foi mais que bom na verdade. Ela trocou-se rapidamente, já estava atrasado para ir a Torchwood. Ela queria distração, para poder esquecer todos esses problemas que pairavam em sua cabeça.

***

Ela chegou a Torchwood com John ao seu lado, sua mãe a obrigou a trazê-lo consigo, pois ele teria que trabalhar mais cedo ou mais tarde. Ela avistou Lewis que a chamou para um abraço. John continuava ao seu lado, mas seus olhos diziam claramente que não gostava desse cara ruivo de forma alguma. Rose foi ate a sala de seu pai para saber o que John poderia fazer ali.

— Bem, nós temos vários departamentos – explicou Pete – busca e reconhecimento de qualquer objeto com suspeita de origem alienígena, investigação de crimes inofensivos como roubo e perturbação da paz local, burocracia e preenchimento de pedidos de busca em campo, requerimento de suprimentos, medicamentos e armas para combates, e classificação e readaptação dos destroços alienígenas que são catalogados na Torchwood.

John pensou por um momento antes de responder, ainda pensando nas armas que ele havia mencionado, ele não gostava delas, mas para essa sua nova vida, ele não poderia combater monstros e alienígenas com apenas a sua alta inteligência.

— O que você faz aqui afinal? – perguntou para Rose, sentada ao seu lado, ela o olhava de forma estranha, quase hipnotizada.

— Eu... anm, fico resolvendo coisas no escritório, e saio nas missões em grupo as vezes – ele estava surpreso de Rose se colocar em risco mesmo sem ele estar perto dela nesse tempo que ficaram longe um do outro.

— Então, também irei as “missões” com você – começou John – e posso ajudar na classificação alienígena, afinal, eu conheço a grande maioria dessas coisas – terminou com um grande sorriso no rosto, a língua por trás dos dentes superiores, fazendo Rose lembrar-se de como o Doutor sorria quando estava pensando em algo, e ele estava. Pensava, principalmente, em ficar o mais perto de Rose quanto era possível. Ele sentia tudo exageradamente. Ciúmes, raiva, amor, desejo...

Indo para a sala de Rose, ambos, John e ela, avistaram uma ruiva muito elegante. Amélia Pond, ou Amy Pond, como ela gostava de ser chamada.

— Ola chefinha! Pronta para uma pilha de papeis para assinar? – perguntou a ruiva com um grande sorriso nos lábios.

— Pronta eu nunca estou. Não pra isso – as duas riram, afinal eram amigas e companheiras em campo de luta.

— Humm, Ola para você também, senhor cabelo espetado – falou dando uma rápida piscada para John, que sorriu para ela murmurando um oi.

Depois de passar o que pareceram ser horas, olhando para Rose em sua mesa que assinava folha atrás de folha sem parar, ele resolveu ir ver se alguém precisava de ajuda em algum lugar. Não que ele estivesse entediado, muito pelo contrario. Ele amava olhar para Rose, o jeito que ela agitava o cabelo afastando as mexas para longe dos olhos, a forma como mordiscava seus lábios em concentração, a maneira que enrugava a testa chateada com algo e ate o modo como batia o lápis na mesa de aflição. Desde o beijo pela manha, ela estava agindo diferente, como se tivesse tentando não pensar em algo. E ele já não suportava o clima tenso entre eles naquela sala pequena, sem ninguém a vista, onde poderiam... – ele sacudiu a cabeça jogando o rumo que seus pensamento tomaram para fora.

Ele dirigiu-se a uma sala, onde encontrou o que precisava para trabalhar e distrair sua mente. Ele pegou as coisas que havia conseguido com Rose na casa dela, um walk tok, uma lanterna e uma pequena antena de TV. Pegando mais alguns equipamento alienígenas, algumas ferramentas e outras coisas pequenas e confusas e se dirigiu a sala de experimentos.

Após algumas horas, Rose saiu de sua sala a procura de John para finalmente irem para casa. Ela o encontrou na sala de experimentos debruçado sobre algo que parecia estar muito entretido. Ela o observou de longe enquanto ele trabalhava e dava uma forma ao que estava construindo. Quando finalmente terminou, ele levantou o pequeno objeto dourado apertando um botão e fazendo com que uma luz roxa aparecesse na ponta juntamente com um zumbido tão familiar para ambos.

— Uma chave sônica? – perguntou Rose, fazendo John quase derrubar a chave das mãos com o susto – você fez uma chave de fenda sônica sozinho?

— Beeeeeeeem – disse sorrindo para ela – é uma chave de fenda, e é sônica, mas não como a aquela.

— Como assim? – perguntou Rose confusa – Quer dizer, eu sei que essa é dourada, enquanto a outra era prateada, e a luz era azul, essa parece um lilás ou roxo. Mas tirando isso, parece a mesma coisa pra mim.

— É quase isso Rose. Os fundamentos dela não são os mesmos, aquela foi feita diretamente da Tardis, já essa, eu a construí com equipamentos e tecnologia alienígena roubada. Ou seja, ela tem algo a mais - ele viu a cara de incrédula de Rose de que esse pequeno objeto pudesse ser mais fantástico que o do Doutor – essa chave... – ele parou olhando-a muito serio – pode localizar... – aproximou-se do seu rosto o máximo possível e sussurrou a ultima parte, como se falar alto pudesse ser perigoso - ...bananas!