X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 3
Reconhecimento


Notas iniciais do capítulo

Aí está um dos meus capítulos preferidos que escrevi dessa fic, até então. Vou dar uma pista: Alice e Erik, o Magneto, tem algo em comum... Já compartilharam um passado juntos. E agora, vou parar de enrolar, mas só mais uma coisinha... REVIEWS? *---------------* Posso postar o próximo capítulo na sexta feira, se vocês se manifestarem o/ Beijos e boa leitura!



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Um turbilhão de sensações e sentimentos perpassava pela mente confusa de Alice. A cabeça dela doía.

Charles Xavier estava diante dela lhe implorando por ajuda. Isso porque Alice era a única mutante nova em três anos. Uma mutante que, embora tivesse um poder até então desconhecido, possuía poderes muito parecidos com os da Fênix... Alice não soube o que pensar. Isso poderia significar que ela se tornaria a Fênix algum dia? Não. Preferiu afastar tal pensamento da sua mente.

A questão era justamente essa. Que significado tudo isso tinha? Por enquanto, nenhum. Ou todos. Porque era tudo desconhecido e misterioso para ela. Alice só sabia que o Professor precisava dela porque tinha visto na garota uma esperança, uma salvação, para a raça mutante e para a raça humana. Charles acreditava que Alice tinha poderes magníficos e inigualáveis. O Professor sabia, de alguma maneira, que Alice tinha um papel importante em toda essa batalha pela vida, só não sabia especialmente qual o era.

Mas nunca duvidara disso. Alice teria um papel grande, porque seu poder era grande. Afinal, ela era a primeira mutante em três anos. Ela possuía poderes similiares aos poderes de Jean Grey. Isso devia significar alguma coisa, portanto.

Alice ficou ali durante algum tempo apenas observando a expressão súplice do Professor. Obviamente, estar ali com os X-Men fora escolha dela. Uma escolha que lhe traria vantagens. Por isso Alice estava ali, porque percebeu que o melhor para ela naquele momento crítico era aliar-se aos mutantes. Lá, ficaria segura, entenderia seus poderes e poderia administrá-los melhor. Não queria se tornar uma fugitiva.

No entanto, as coisas fugiam de seu controle. Agora, o Professor lhe pedia para ajudá-lo numa jornada que envolvia vidas de pessoas. Alice seria treinada para virar uma X-Men, com deveres e responsabilidades. Ela não confiava em si mesma para tal trabalho. Alice era a definição de instabilidade e de falta de controle. Como ela poderia ajudar as outras pessoas ou ser uma X-Men, quando sabia que mal controlava seus poderes?

- Não sei se posso aceitar. – Ela murmurou, depois de muitos minutos pensando. Não queria decepcionar o Professor, mas não podia aceitar o que ele lhe oferecia sem ponderar antes.

- Alice... Entendo o que você está pensando. É muita responsabilidade juntar-se aos X-Men, mas será treinada para isso. É que... Sinto que preciso de você na equipe. – Disse Charles, com o rosto cuidadosamente recomposto. Parecia sério novamente.

- Não confio em mim mesma para isso, Professor. Não sei lidar com meus poderes. E, se eu entrar na equipe, quero ter certeza de que farei isso direito. Como deve ser feito. – Argumentou Alice, sentindo que estava cansada daquelas paredes... Daquela sala. Sentiu que lhe faltava o ar.

- Mas eu confio. – Retorquiu Charles, cerrando os punhos ruidosamente na mesa. – E, como Professor, meu trabalho é fazer com que você aprenda a confiar em si mesma.

Alice olhou-o com uma expressão de dúvida.

- Está bem. Aceito ficar e entrar pra esse seu “time”. – Ela respondeu, arqueando as sobrancelhas. Fazia isso quando queria demonstrar indiferença.

- A humanidade precisa de nós. Pressinto um grande perigo que, em breve, irá assolar todos nós. – Previu Charles.

- Estou aqui para ajudar a mim mesma e porque você está implorando minha ajuda. Que humanidade você deseja salvar? – Indagou Alice, ligeiramente surpresa. – Essa humanidade que nos forçou a construir uma própria fortaleza porque nos teme e odeia?

Charles fitou Alice durante outro longo período de tempo.

Compreendeu que a garota deveria ter passado por sérios traumas, porque parecia não compreender o que é ajudar ao outro. Sentiu que Alice era moldada em certo rancor, ódio... Sentiu também que precisava mostrar a ela que ser X-Men era ajudar sem querer nada em troca.

- Essa humanidade não sabe o que faz. Posso não concordar com o que pensam, mas defendo até a morte o direito de eles viverem como nós. – Disse Charles, olhando severamente para Alice.

Enquanto isso, ela ficou refletindo.

Ora, se ela se juntasse aos X-Men, se fosse treinada para tal, com poderes explicados e controlados, Alice não faria um bem à humanidade? Enfim, por que ela faria um bem para uma humanidade que só a queria destruir? Alice tinha raiva das pessoas porque estas nunca a aceitaram. As pessoas a obrigaram a se esconder e reprimir o que ela realmente era. Como poderia ajudar essas pessoas? O fato é que Alice não precisava ajudar ninguém além de ela mesma. Sabia que isso não era uma

atitude humanitária. Sabia que muitos diriam que ela era maligna, impiedosa... Mas a questão não era essa. Alice estava ali por si mesma, porque a vida já lhe negara muita coisa. Era hora de virar o jogo e começar a agir.

Com esse pensamento em mente, ela decidiu ficar ali em Utopia e fazer parte dos X-Men com a finalidade apenas de ajudar a si mesma. Lá, ela treinaria, aprenderia mais sobre si mesma e sobre seus poderes, aprenderia a controlá-los e o resto seria apenas consequência. Esforçaria-se apenas por si mesma. O resto, ela deixaria o momento conduzir sua vontade. Ela agiria de acordo com o momento, de acordo com sua vontade e com seu impulso. Apenas isso.

            Foi então que Charles interompeu-a de seus devaneios:

- Sua mala foi levada até o quarto 212, no segundo andar. Lá será seu novo quarto. Aliás, mais tarde quero estudar um pouco mais seus poderes. Por ora, poderia me contar um pouco mais sobre esse tal fogo azul?      

Erik Magnus Lehnsherr, ou simplesmente Magneto, saiu do avião e caminhou imponentemente pela trilha que o levaria à Utopia.

Erik tinha o cabelo castanho cuidadosamente penteado e tinha a postura de homem sério e determinado. Era alto, forte e se movia com a destreza de um predador que espreita sua presa. Usava óculos de sol com as lentes escuras, no estilo aviador. Usava uma jaqueta de couro escura e seguia a passos firmes na direção da Sala Principal, onde a maioria dos mutantes aguardava por alguma coisa.

Ele voltava de uma missão relativamente simples, que envolvia apenas conversar com alguns representantes do Governo. Estava cansado demais para lidar com mutantes jovens. Contudo, perguntou para Vampira, fingindo educado interesse:

- Perdi alguma coisa?

A garota estava encostada em uma parede, com a franja lhe cobrindo quase todo o rosto. Também não queria conversa, mas respondeu monotonamente:

- Receio que sim. Charles está com a garota.

- Que garota? – Indagou Erik, franzido a sobrancelha.

- A mutante nova. A primeira mutante em três anos... – Contou Vampira, e pelo modo como falava, parecia nutrir algum sentimento negativo pela nova mutante referida.

Erik tirou os óculos e olhou para Vampira de maneira estupefata. De fato, ele não esperava que fossem encontrar algum mutante tão depressa. Buscaram durante anos sem sucesso. E agora, em sua ausência, tinham achado a menina.

- Onde ela está? – Perguntou Erik apressadamente. Subitamente interessara-se.

- No interrogatório. Charles está com ela. – Contou Vampira, virando-se para olhar o outro. Só avistou uma sombra na direção do corredor. Erik já fora.

Erik caminhou apressado até o interrogatório. Queria ver a garota. A primeira mutante em três anos... Imaginou com ímpetos que poder essa garota deveria ostentar. Sem dúvida, deveria ser poderosa... Muito poderosa. A aparição súbita dela, nesse momento tão crítico para os homo superior, deveria significar algo. Algo magnífico para os mutantes.

Erik maravilhou-se com tal pensamento. Poder... Glória... E mais poder.

Ele dirigiu-se até o interrogatório. Aproximou-se com agilidade do vidro que o separava da nova mutante... Fechou os olhos por um milésimo de segundo, procurando sentir que poder ela teria.

Por fim, abriu os olhos. Viu a garota e nada além disso. Ela era alta e magra, ao ponto de parecer frágil. Os cabelos tinham um tom de castanho claro, mel, e suas ondas fustigavam seu rosto impassível. Tinha os olhos castanhos ocultando uma fúria constante e as sobrancelhas... Sobrancelhas arqueadas. Erik a reconheceu.

Ora, ela estava um pouco diferente. Talvez o rosto estivesse mais pálido e o cabelo tivesse crescido mais. No entanto, sem dúvida, ele a conhecia. Quando achou que teria dúvidas, veio a confirmação.

A garota começou a mexer em um pingente azul que trazia preso ao pescoço em uma corrente de prata. Erik reconheceu, então, o pingente. E não havia espaço para dúvidas ou hesitações. Erik conhecia aquela garota.

Ele a olhava mortificado, com olhos fixos nela, como que revivendo o momento derradeiro em que a conheceu. Estava tão absorto nisso que mal percebeu que Vampira se postara ao seu lado. Ela o estivera observando.

E Erik continuava observando a nova mutante... Como não pensara antes? Só podia ser ela... Aquele rosto pálido real misturou-se com a lembrança que ele guardava dela... A expressão passou de voraz para cansada, fraca. E então ele começou a se lembrar em cores tão vívidas como as cores do prórpio momento.

Vampira fez-se presente, perguntando:

- Erik... Você... Você a conhece?

Ele não respondeu, e nem precisava. Em questão de segundos, reviveu o flashback em sua mente. A figura da garota real começou a se mesclar com a figura da garota que Erik um dia conhecera. 


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Notas finais do capítulo

Final impactante? ahauhauhau



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